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= Direito empresarial I =Direito empresarial I Conceito: Conjunto específico de normas (regras e princípios) que disciplinam a atividade econômica organizada para produção ou circulação e bens ou serviços (Empresa) e aqueles que a exercem profissionalmente (Empresários). Fontes: ◦ Código Civil (Direito da Empresa) ◦ Código Comercial ◦ Tratados Internacionais ◦ Costumes Importância das Empresas: “Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.” - Artigo 173 da CF. - Proíbe o Estado de exercer atividade econômica. ex. abrir shopping, academia... - O Estado pode tributar (expropriar) quem exerce as atividades econômicas. Quem não paga sofre ação de execução fiscal. A empresa: Atividade econômica organizada para a produção e circulação de bens e prestação de serviços para o mercado, visando o lucro. Numa relação empresarial, deve-se ter os empresários nos dois polos. O empresário art. 966 CC: O empresário é o sujeito que exerce a empresa, que, como já sabemos, é “atividade econômica organizada para produção e circulação de bens ou serviços”, de forma profissional (habitual). Os elementos caracterizadores de empresário são o exercício de uma atividade de natureza econômica organizada, com profissionalismo e a finalidade de produção ou circulação de bens ou de serviços. Registro Empresarial: Obrigação legal de registro: Toda atividade empresária, antes do seu início, tem que efetuar o seu registro, mas não é o que acontece. É obrigação legal imposta a todo e qualquer empresário (empresário individual ou sociedade empresária) se inscrever na Junta Comercial antes de iniciar a atividade, sob pena de começar a exercer a empresa irregularmente. Trata-se de obrigação legal prevista no art. 967 do Código Civil, o qual dispõe ser “obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade”. O registro na Junta Comercial, embora seja uma formalidade legal imposta pela lei a todo e qualquer empresário – com exceção daqueles que exercem atividade econômica rural (arts. 971 e 984) – não é requisito para sua caracterização do empresário e consequente submissão ao regime jurídico empresarial. Enunciado 199 da Jornada de Direito Civil: “a inscrição do empresário ou sociedade empresária é requisito delineador de sua regularidade, e não da sua caracterização”. Enunciado 198 da Jornada de Direito Civil: “a inscrição do empresário na Junta Comercial não é requisito para a sua caracterização, admitindo-se o exercício da empresa sem tal providência. O empresário irregular reúne os requisitos do art. 966, sujeitando-se às normas do Código Civil e da legislação comercial, salvo naquilo em que forem incompatíveis com a sua condição ou diante de expressa disposição em contrário.” Publicidade do registro empresarial: Art. 29: Qualquer pessoa, sem necessidade de provar interesse, poderá consultar os assentamentos existentes nas juntas comerciais e obter certidões, mediante pagamento do preço devido. Na junta comercial vai ser armazenado todos os dados, atos e ações daquela empresa, porque essas informações são de natureza pública. A atividade comercial, tem que ser realizada de forma pública. Escrituração Empresarial: Obrigação legal de escrituração: Art. 1.179 do CC. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. § 1º Salvo o disposto no art. 1.180, o número e a espécie de livros ficam a critério dos interessados. § 2º É dispensado das exigências deste artigo o pequeno empresário a que se refere o art. 970. - Considera-se pequeno empresário, para efeito de aplicação do disposto nos arts. 970 e 1.179 do CC, o empresário individual caracterizado como MEI na forma da LC 123/2006 que aufira receita bruta anual de até R$ 81.000,00 (art. 68 c/c art. 18-A, § 1o da LC 123/2006). MEI é profissional que faz um trabalho de forma individual, ou com só 1 funcionário, que não tenha uma receita bruta maior que R$ 81.000,00. Faz o registro no portal do empreendedor, não faz escrituração. Livros obrigatórios e facultativos: O único livro obrigatório comum a todo e qualquer empresário é o livro diário. - Um determinado empresário foi autuado por não ter livro caixa, só tem livro diário. Foi devido? Não, porque o livro diário é o único livro obrigatório. Se o Diário é o único livro obrigatório comum, são facultativos os livros Caixa (no qual se controlam as entradas e saídas de dinheiro), Estoque, Razão (que classifica o movimento das mercadorias), Borrador (que funciona como um rascunho do diário) e Conta Corrente (que é usado para as contas individualizadas de fornecedores ou clientes). Formalidades: A escrituração empresarial é tarefa que a lei incumbe a profissional específico: o Contabilista, o qual deve ser legalmente habilitado, ou seja, estar devidamente inscrito no seu órgão regulamentador da profissão (art. 1.182 do Código Civil). O referido dispositivo legal, todavia, ressalva os casos em que não exista contabilista habilitado na localidade, quando a tarefa de escrituração poderá ser exercida por outro profissional ou mesmo pelo próprio empresário. Proteção dos livros empresariais: Os livros empresariais são protegidos pelo sigilo, conforme determinação contida no art. 1.190 do Código Civil: “ressalvados os casos previstos em lei, nenhuma autoridade, juiz ou tribunal, sob qualquer pretexto, poderá fazer ou ordenar diligência para verificar se o empresário ou a sociedade empresária observam, ou não, em seus livros e fichas, as formalidades prescritas em lei”. As restrições ao exame da escrituração não se aplicam às autoridades fazendárias, quando estas estejam no exercício da fiscalização tributária. Exibição dos livros empresariais: O sigilo que protege os livros empresariais também pode ser afastado por ordem judicial, total ou parcialmente. O novo Código de Processo Civil trata do tema, estabelecendo, em seu art. 420, que “o juiz pode ordenar, a requerimento da parte, a exibição integral dos livros empresariais e dos documentos do arquivo: I – na liquidação de sociedade; II – na sucessão por morte de sócio; III – quando e como determinar a lei”. O Código Civil também cuida do assunto, preceituando, em seu art. 1.191, que “o juiz só poderá autorizar a exibição integral dos livros e papéis de escrituração quando necessária para resolver questões relativas a sucessão, comunhão ou sociedade, administração ou gestão à conta de outrem, ou em caso de falência”. Eficácia probatória: Os livros empresariais são documentos que possuem força probante, sendo muitas vezes fundamentais para a resolução de um determinado litígio. Sobre esse assunto, dispõe o art. 417 do novo CPC: “os livros empresariais provam contra o seu autor, sendo lícito ao empresário, todavia, demonstrar, por todos os meios permitidos em direito, que os lançamentos não correspondem à verdade dos fatos”. Vê-se, pois, que a eficácia probatória dos livros empresariais contra o empresário opera-se independentemente de os mesmos estarem corretamente escriturados. Nada impede, todavia, que o empresário demonstre, por outros meios de prova, que os lançamentos constantes daquela escrituração que lhe é desfavorável são equivocados. Em contrapartida, para que os livros façam prova a favor do empresário é preciso que os mesmos estejam regularmente escriturados, conforme disposição do art. 418 do novo CPC: “os livros empresariais, que preencham os requisitos exigidos por lei, provam também a favor do seu autor no litígio entre empresários”. Nome empresarial: Conceito: A partir do momento em que se registra, o Empresário deve adotar uma expressão para identificá-lo em suas relações jurídicas,que será a partir de então o seu nome empresarial. Assim como todas as pessoas possuem um nome civil, que as identificam como sujeitos de direitos e obrigações, todos os empresários possuem um nome empresarial, que consiste, justamente, na expressão que os identifica como sujeitos de direitos e obrigações nas relações jurídicas que firmam diariamente em decorrência do exercício da atividade empresarial. Proteção legal: O nome empresarial deve constar no ato constitutivo do empresário e, consequentemente, obtém proteção legal desde o momento do arquivamento desse ato constitutivo na Junta Comercial competente (Art. 33 da Lei 8.934/1994). Princípios: A escolha do nome empresarial não é totalmente livre, pois nos termos do art. 34 da Lei 8.934/1994, “o nome empresarial obedecerá aos princípios da veracidade e da novidade”. Em obediência ao princípio da veracidade, o nome empresarial não pode conter nenhuma informação falsa. Sendo a expressão que identifica o empresário em suas relações como tal, é imprescindível que o nome empresarial só forneça dados verdadeiros àquele que negocia com o empresário. Exemplo de regra que concretiza o princípio da veracidade é o art. 1.165 do Código Civil, que assim determina: “o nome de sócio que vier a falecer, for excluído ou se retirar, não pode ser conservado na firma social”. De fato, a manutenção do nome de alguém na firma social induziria terceiros a pensar que ela ainda era sócia da respectiva sociedade. O princípio da novidade significa a proibição de se registrar um nome empresarial igual ou muito parecido com outro já registrado na mesma Junta Comercial. Uma regra que concretiza esse princípio é o art. 1.163 do Código Civil, que tem o seguinte teor: “o nome de empresário deve distinguir-se de qualquer outro já inscrito no mesmo registro”. O parágrafo único desse dispositivo prevê que “se o empresário tiver nome idêntico ao de outros já inscritos, deverá acrescentar designação que o distinga”. A proteção do nome empresarial quanto ao princípio da novidade é restrita ao território do Estado da Junta Comercial em que foi registrado, conforme determinação do art. 1.166 do Código Civil: “a inscrição do empresário, ou dos atos constitutivos das pessoas jurídicas, ou as respectivas averbações, no registro próprio, asseguram o uso exclusivo do nome nos limites do respectivo Estado”. Caso o empresário queira obter proteção do seu nome empresarial em todo o território nacional, terá que fazer um pedido específico (art. 1.166, parágrafo único).
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