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XXII Encontro Nacional de Engenharia de Produção Curitiba – PR, 23 a 25 de outubro de 2002 ENEGEP 2002 ABEPRO 1 A INTERNET E A REINVENÇÃO DO MUNDO DOS NEGÓCIOS Rudimar Antunes da Rocha Prof. Dr. DCA/PPGEP - UFSM rrudimar@terra.com.br Airton Campanhola Bortoluzzi Mestrando PPGEP/UFSM airtonbortoluzzi@terra.com.br Márcia Regina Kaiser Zanini Mestranda PPGEP/UFSM kaiserm@terra.com.br Nilton Jose Zanini Júnior Mestrando PPGEP/UFSM logus.@terra.com.br Abstract This work comes face to face with the needs that occurs to companies in the new economy era, emphasizing the advantages and the decurrent implications of the e-commerce and the new position to be adopted by the companies through the e-marketing. Under the view of only one economy and market the e-business is approached as a form of strategic adaptation of companies to the current globalized and interactive scenery. Thus, the e- marketing started to be of fundamental importance to guarantee that interactivity and a good relationship with clients and consumers in the interconnected world. Key words: e-business, e-commerce, e-marketing. 1 INTRODUÇÃO O início do novo milênio vem se caracterizando como de elevada turbulência no ambiente econômico. As mudanças têm sido, cada vez mais, uma constante na vida dos indivíduos, empresas e nações. Razão pela qual, as empresas se enfrentarão em um ambiente cada vez mais competitivo, com mercados mais segmentados e voláteis, consumidores mais exigentes e produtos feitos cada vez mais sob medida. Em todo o mundo, as empresas buscam novas formas de otimizar a produção, comercialização e distribuição dos seus bens e serviços, de forma a garantir ganhos de produtividade e redução de custos, para competir no mercado globalizado. Com isso, outro fenômeno vem conquistando espaços cada vez maiores, o e-commerce. O e-commerce afeta profundamente a maneira como as empresas se comunicam e realizam transações comerciais, permitindo que as mesmas alcancem os clientes de maneiras inovadoras, além de possibilitar uma relação de confiança com os mesmos. Ele cria um canal eficiente para transações com distribuidores, fornecedores e clientes, divulgando suas mensagens em um mercado global de maneira eficaz. XXII Encontro Nacional de Engenharia de Produção Curitiba – PR, 23 a 25 de outubro de 2002 ENEGEP 2002 ABEPRO 2 2 COMÉRCIO ELETRÔNICO É extremamente fácil usar o termo “e-commerce” sem se preocupar com sua definição, mas é preciso observar algumas diferenças no significado de alguns termos utilizados. As atividades econômicas que se utilizam de redes eletrônicas como plataforma tecnológica têm sido denominadas negócios eletrônicos (e-business). Essa expressão engloba os diversos tipos de transações comerciais, administrativas e contábeis, sendo o e-commerce a principal atividade dessa nova categoria de negócios onde estão envolvidos três tipos de agentes: o governo, as empresas e os consumidores. As possíveis relações entre esses agentes são as seguintes: B2B (business-to- business): transações entre empresas; B2C/C2B (business-to-consumer/consumer-to- business): transações entre empresas e consumidores; B2G/G2B (business-to- government/government-to-business): transações envolvendo empresas e governo; C2C (consumer-to-consumer): transações entre consumidores finais; G2C/C2G (government-to- consumer/consumer-to-government): transações envolvendo governo e consumidores finais; G2G (government-to-government): transações entre governo e governo. Essas relações podem ser melhor visualizadas na figura abaixo. Figura 1. Inter-relações do e-business e seus agentes. Fonte: Os autores. 3 O CLIENTE TRANSFORMA-SE EM DADOS A partir do crescimento do e-commerce e a conseqüente capacidade de captar e processar informações sobre o consumidor, a demanda poderá fazer maior uso dos dados que estão sendo armazenados, e rapidamente, manter atualizado o constante influxo de novos dados. O crescente e sem precedente poder dos consumidores, impõe a necessidade de informações direcionadas para o cliente, e não para os produtos e serviços como ocorre tradicionalmente. Com essas informações, as empresas organizam imensos bancos de dados, possibilitando a utilização da Internet com o objetivo de captar, agregar, integrar e disseminar as informações sobre os clientes de modo individual e em grupo em tempo real, permitindo, conseqüentemente, a ampliação do universo de abrangência das informações, contemplando assim, um número maior de pessoas. Uma organização munida de informações dos clientes em tempo real pode criar e modificar produtos rapidamente para satisfazer as necessidades dos mesmos. Nessa fase, o Governo Governo Empresas Empresas Consumidores Consumidores G2G B2B C2C G2B B2C B2G C2B C2G G2C XXII Encontro Nacional de Engenharia de Produção Curitiba – PR, 23 a 25 de outubro de 2002 ENEGEP 2002 ABEPRO 3 ambiente interativo começa a dirigir o cerne dos negócios de uma empresa. As informações sobre os consumidores e a interação com os mesmos devem conduzir qualquer organização que queira sobreviver no mercado eletrônico. 4 IMPLICAÇÕES NO E-COMMERCE Na nova concepção do e-commerce, as distâncias foram eliminadas, existe apenas uma economia e um só mercado. Diante desse cenário, toda a empresa precisa se tornar competitiva em nível global, mesmo que produza ou venda dentro de um mercado local ou regional. Nesse sentido, o e-commerce apresenta diversas vantagens, dentre as quais pode- se destacar: 9 Marketing: visa atrair a atenção do cliente, mostrando o quanto está à frente dos concorrentes. O cliente fica satisfeito com as facilidades a ele oferecidas; 9 Segurança: neste tipo de comércio a necessidade de segurança é muito maior em todos os aspectos, tanto para o cliente quanto para as empresas; 9 Entrega: o cliente tem a oportunidade de agendar o período da entrega; 9 Compras fora do horário de atendimento: na web o cliente pode fazer suas compras quando melhor lhe convier; 9 Conforto: torna desnecessário o deslocamento do cliente, permitindo economia de tempo; 9 Reflexo: evita acúmulo de pessoas nos caixas, libera espaço no estacionamento, facilita a oferta de produtos, sendo de fácil atualização nos preços; 9 Garantia no recebimento: após a efetivação da compra pelo sistema, a loja terá tempo suficiente para consultar o crédito do cliente, pois receberá o cadastro antecipadamente; 9 Aumento do número de clientes: esta forma de compra/venda facilita a aquisição de novos clientes pelas condições que o meio oferece; 9 Atendimento a todas as lojas: não há fronteiras para o cliente. Para a empresa, o sistema atenderá todas as filiais sem distinção de localidade; 9 Pioneirismo: item fundamental para empresa estar à frente das concorrentes, promovendo a evolução e revolução no setor que atende; 9 Clientes com maior poder aquisitivo: segundo pesquisa do Cadê/Ibope, cerca de 18% são empresários ou executivos, comprovando a qualificação da Rede. Mais da metade dos entrevistados têm renda familiar acima de 20 salários mínimos e 68% possuem cartão de crédito. Os ganhos mais significativos com o e-commerce derivam dos cortes de custo com instalações físicas e com intermediários e distribuição mais barata. Ligos (2001), sugere algumas alternativas para as empresas que decidem lançar seus sites e manter um bom relacionamento com seus canais de distribuição, entre as mais comuns estão: ajudar os distribuidores a criar sites próprios; permitir que os mesmos disponibilizem links com sites secundários que forneçam informações sobre os produtos; e admitir que os parceiros vendam em seus sites, produtos diferentes dos seus. 5 A CREDIBILIDADE NAS INFORMAÇÕES A credibilidade só pode ser estabelecida quando o próprio site já demonstrou ser confiável, podendo ser incrementada quando a empresa garantira privacidade do cliente, pois cada vez mais os clientes exigem que seus dados pessoais sejam mantidos em sigilo. Para Urban & Sultan (2001), a formação da confiança é um processo cumulativo de três estágios que visa estabelecer: confiança na Internet e no site específico; nas informações fornecidas na tela; no prazo de entrega e na garantia de assistência. XXII Encontro Nacional de Engenharia de Produção Curitiba – PR, 23 a 25 de outubro de 2002 ENEGEP 2002 ABEPRO 4 Uma marca também pode ser um poderoso gerador de credibilidade na Internet, quando empresas do mundo real transferem o valor de sua marca para um site na Internet. Os sites podem, ainda, criar novas marcas que gerem confiança – um bom exemplo disso é a Amazon.com –, outro mecanismo muito usado, embora tenha algumas limitações, é a criação de comunidades de usuários que forneçam feedback, utilizando-as para reduzir a percepção de risco pelos clientes. As empresas de Internet devem fornecer aos clientes todos os dados de que eles precisam para tomar a melhor decisão possível: especificações do produto, preço, itens em estoque, prazo de entrega, confiabilidade do produto, comentários da imprensa, recomendações de clientes, garantias de aceitação e reembolso de mercadorias devolvidas. A falha em satisfazer as expectativas de um cliente é o caminho mais rápido para perdê-lo. Souza (apud Payne et alii, 1998), afirma que o verdadeiro custo de perder um cliente é o volume de negócios que aquela pessoa poderia ter gasto no relacionamento de negócios com a empresa durante toda sua vida. Ligos (2001), adverte que existem seis erros graves que as empresas cometem ao lançar um site na Internet: 1) Alienar canais de distribuição; 2) Falta de foco nas competências essenciais; 3) Não integrar os sistemas de atendimento ao cliente; 4) Seguir a moda, não o dinheiro; 5) Não envolver a equipe de vendas; 6) Não saber quando terceirizar. Portanto, a partir da observação desses erros, as empresas têm mais condições de obter o sucesso na Internet. A Internet proporciona a possibilidade de relacionamento com os clientes de forma muito pessoal através de sites e e-mails, trazendo a interatividade para a comunicação, o que é difícil de se conseguir pelos meios tradicionais. A possibilidade real de o usuário ter acesso a um produto – o site – que "ouça" suas críticas, desejos e anseios, e que se adapte as suas necessidades, acrescenta ao relacionamento um tempero que quebra a impessoalidade imposta pela tecnologia. Essa interação pode resultar em benefícios pessoais e profissionais com o incremento da personalização do produto a ser entregue. A empresa deve diferenciar-se dos outros sites na Internet, surpreendendo constantemente o cliente, não a partir de comparações, mas sim porque atende a um determinado nicho social e mercadológico que possui uma necessidade específica. 6 O MARKETING NA WEB Existem inúmeros fatores que fazem o cliente manter negócios com a empresa, mas se pode resumir tudo em uma só palavra: lembrança. É a lembrança que faz com que tudo aconteça. E é essa a melhor definição para o marketing: gerar lembrança na mente do consumidor. Existe um termo recente, chamado e-marketing, que consiste em toda a concentração de esforços no sentido de adequar e desenvolver estratégias de marketing no ambiente web, contemplando todas as etapas de trabalho de um web site, como a concepção, o projeto, a adequação do conteúdo, o desenvolvimento, a manutenção e a divulgação. Não se pode cometer o erro de encarar a web como uma simples extensão das campanhas de marketing da empresa, ou uma propaganda institucional barata. Ao se lançar um negócio na web, seja um site institucional ou um site de e-commerce, deve-se ter em mente que se está lidando com um meio de comunicação com características muito peculiares. Entretanto, freqüentemente os profissionais de marketing tradicional não estão aptos a lidar com o e-marketing. Independente do propósito do site, algumas premissas devem ser mantidas para que o sucesso possa ser alcançado: XXII Encontro Nacional de Engenharia de Produção Curitiba – PR, 23 a 25 de outubro de 2002 ENEGEP 2002 ABEPRO 5 ¾ Foco: as características do meio eletrônico, ao mesmo tempo que possibilitam a redução de algumas atividades do meio físico, permitem a maximização de vários outros serviços relacionados; ¾ Bom valor para o dinheiro: um site deve trazer para seus usuários algo de útil, em troca do tempo que dispuseram para conhecê-lo. O consumidor espera receber um bem ou serviço compatível com o nível de preço a ele cobrado; ¾ Atendimento: o atendimento do site significa boa identidade e comunicação visual, conteúdos concretos, adequados ao foco e, principalmente, pronto atendimento das solicitações dos usuários; ¾ Localização: a localização na web está intimamente relacionada com o nome de domínio e a velocidade de acesso. Quanto mais complicado e extenso for o nome, pior será; ¾ Propaganda: esse é o ponto mais polêmico na Internet em geral, especialmente na web. A Internet provoca mudanças mais radicais do que as inovações ocorridas no passado. A força das novas tecnologias fomenta transformações no comportamento do consumidor, o que resulta em mudanças nas estratégias competitivas e nas abordagens de negócios. Por consistir em um meio direto, interativo e quase onipresente, a Internet mudou o conceito de valor do serviço e tornou as informações parte do conteúdo da maioria dos produtos, até mesmo os mais comuns. Com a facilidade de comunicação propiciada pelo desenvolvimento da tecnologia há uma grande probabilidade de que a mídia interativa, incluindo a web, transforme a maneira pela qual se criam e se desenvolvem as marcas e a forma de comunicá-las aos consumidores. Na concepção de Sorrel et alii (1996), frente a essa possibilidade os executivos e as empresas devem experimentar e aprender agora, em tempo real, treinando pessoas para essas novas habilidades e integrando-as. Possibilitando assim, a existência de um trabalho conjunto, colaborativo, inserido ao mesmo tempo, em um meio mais global e mais local como jamais ocorreu. A única maneira para que ocorra uma mudança na cultura interna é através da experimentação de sucessos ocasionais e fracassos freqüentes que possibilitem o entendimento sobre a forma pela qual a nova mídia pode afetar os negócios da empresa, investindo em experimentos que permitam modificar sua cultura de forma gradual. No novo mundo do marketing interativo, os profissionais da área, provavelmente, conseguirão vender para as pessoas o que elas querem, em vez de tentar persuadi-las a querer o que está no estoque. Nos dias atuais, com verificada transformação nos negócios, a tecnologia da Internet é utilizada tanto no ambiente interno da empresa como para conectar fornecedores, distribuidores, clientes e parceiros de negócios. Tal proximidade permite a realização de operações mais racionalizadas. Segundo Levine (2000), enquanto não for estabelecido um novo paradigma que conceitue novamente toda a experiência de comprar - das informações à logística - no contexto das novas tecnologias, esse home-shopping interativo enfrentará tempos difíceis antes de alcançar o seu destino. Os profissionais de marketing, quando desejarem utilizar a Internet de alguma maneira no seu mix de marketing, devem considerar que a sua utilização requer o mesmo grau de clareza no estabelecimento de objetivos que seria necessário em qualquer outra técnica de marketing, que a dinâmica da Internet muda diariamente, conseqüentemente, a solução de hoje estará ultrapassada amanhã e, em virtude da rapidez da mudança, é preciso ser um dos pioneiros. Mesmo assim, embora alguns negócios deixem de existir, isso não significará o fim dos negócios tradicionais da empresa, entretanto, os componentes do ambiente interativo – XXII Encontro Nacional de Engenharia de Produção Curitiba – PR, 23 a 25de outubro de 2002 ENEGEP 2002 ABEPRO 6 o consumidor interligado e a organização interligada – começarão a funcionar em harmonia. Encontrar formas de gerar receitas é a parte mais desafiadora do e-commerce, essa busca, entretanto, deve ser feita a partir de respostas específicas para uma necessidade de marketing específica, exigindo, em primeiro lugar, uma estratégia de segurança eficaz, e, além disso, existem várias ameaças diferentes, o que exige uma estratégia de ação. A web proporciona oportunidades inusitadas para as empresas interagirem com clientes tradicionais e criarem diálogos contínuos com novos clientes, dando as empresas a oportunidade de transformar essas interações em verdadeiros relacionamentos empresa- cliente. A verdadeira convergência entre o velho e o novo, abrangerá mais do que hardware que entrega informação ou casamentos entre conteúdo e tecnologia. A nova convergência ocorrerá entre os ambientes digital e físico, a empresa definitivamente precisa compreender que esse ambiente de negócios híbridos será movido pelo componente interativo e não pelo tradicional. A transição para esse ambiente exigirá um esforço integrado, para atender os clientes. Assim, as empresas necessitam incorporar os negócios na Net aos negócios tradicionais. 7 O COMÉRCIO ELETRÔNICO NO BRASIL O e-commerce emergiu, no Brasil, há quase uma década por meio de pessoas envolvidas com a área de tecnologia, devidamente sincronizadas com a elaboração de sites, que só dominavam a técnica da web, não a das vendas. As empresas tradicionais brasileiras do varejo demoraram um pouco para notar que já levam uma enorme vantagem nessa que é uma das disputas mais competitivas dos internautas. Isso devido ao fato de os consumidores confiarem muito mais em empresas com nome e sobrenome existentes no mercado do que naquelas que surgem da noite para o dia no universo virtual. Dessa forma, empresas tradicionais do varejo incrementam seus sites, anteriormente apenas corporativos disponibilizando vendas eletrônicas. Dirigentes dessas empresas, por sua vez, não acreditam na expectativa de que a Internet venha a substituir o comércio físico. A realidade dos números, porém, mostra que esses dois sistemas de venda devem se complementar, afinal, olhar as vitrines e segurar o produto com as próprias mãos, procurando a credibilidade da marca através do contato direto com os vendedores, ainda é uma atividade agradável e segura na opinião de muitos consumidores. Mas para pessoas muito ocupadas, habituadas ao fascínio do mundo on-line, as transações por meio da Internet tendem a ser cada vez mais práticas. Um dos principais problemas do e-commerce no Brasil, está na logística, pois não adianta um site bonito com milhares de produtos oferecidos se o cliente pagar um custo muito alto pelo seu frete, ou ainda, se ele não tiver a região onde mora atendida pela empresa. Isto leva a crer que, apesar do e-commerce estar invadindo todas as áreas varejistas, apenas alguns têm sucesso. A grande preocupação do consumidor na hora de efetuar as compras pela Internet, diz respeito à segurança de tráfego de números de cartões de crédito – modalidade mais aceita – e senhas de banco. Alinhadas à situação, as grandes empresas lançaram produtos que aumentam a garantia das compras, sem riscos. Um dos desafios das empresas de e- commerce, no Brasil, está estritamente ligado à condição financeira de seus consumidores. A estabilidade econômica vem ditando as regras do jogo. Devido à característica de polarização no consumidor, e suas naturais particularidades, é que o e-commerce, em especial no Brasil, provavelmente não seguirá o mesmo ritmo e rumo de outros mercados. Os consumidores brasileiros que em boa parte ainda relutam em informar o número do cartão de crédito pela Internet são muito XXII Encontro Nacional de Engenharia de Produção Curitiba – PR, 23 a 25 de outubro de 2002 ENEGEP 2002 ABEPRO 7 receptivos ao boleto bancário on-line, que não precisam de informações confidenciais, estabelecem automaticamente uma documentação formal sobre a compra entre as partes e podem ser pagos em qualquer banco por compensação bancária integrada. Além disso, devem possuir um bom sistema de apoio pós-venda para permitir o acompanhamento pela própria web de como os pedidos estão sendo atendidos. Tratamento personalizado, mas sem avançar demais nas sugestões e dicas, para não terem o equivalente virtual daquele vendedor que se aproxima e diz, “Pois não, posso lhe ajudar?”. Os empresários e dirigentes que já compreenderam a extensão e velocidade com que as coisas acontecem pela Internet devem agir rápido, ocupar o espaço que pretendem, porque ainda há tempo. Existem diversas soluções no mercado, algumas delas bastante maduras e perfeitamente coerentes com a forma de se fazer negócios no Brasil. 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS A Internet criou uma nova forma de comunicação e de linguagem. Na esfera comercial o e-commerce trouxe para a linguagem eletrônica termos como: B2B, B2C/C2B, B2G/G2B, C2C, G2C/C2G e G2G. Dessa forma, muitos empresários e dirigentes preocupados com o futuro estão perdidos quanto ao que, como e quando fazer sobre a Internet e o novo mundo que ela anuncia e traz a todos, indistintamente. O tempo atualmente passa muito mais rápido, com as coisas acontecendo em tempo real e, infelizmente, as conseqüências também. A desinformação pela novidade do assunto e a imagem criada por campanhas de publicidade milionárias têm incorporado ao e- commerce alguns componentes por vezes assustadores à maioria dos não-técnicos, inibindo-os de atuar de forma mais natural e imediata. A Internet proporciona um ingrediente fundamental que não está sendo percebido pelas empresas: o cliente/consumidor está mudando de comportamento diante do acesso praticamente ilimitado às informações que passou a ter. Este é o ponto principal do processo de e-commerce, o cliente está em posição nitidamente favorável, como nunca esteve. Ele não será mais obrigado a comprar no lugar mais próximo, bastando pesquisar pela Internet, sem sair de casa ou do escritório. Isto vale tanto para compra de livros em uma famosa livraria, como para solicitar serviços de lavanderia ou pedir uma pizza no próprio bairro, pois o instrumento utilizado é o mesmo. O uso da Internet como ferramenta de marketing e vendas na maioria dos casos não visa substituir completamente as outras ações convencionais (mala direta, catálogos, anúncios), mas principalmente complementá-las em um campo que cresce rapidamente e transforma o panorama dos negócios, o mundo do e-business. Como se pôde concluir, a utilização da Internet pela empresa pode reduzir principalmente os custos de comunicação, na medida em que, quanto mais distantes estiverem os clientes e fornecedores, maior será a economia. Destaque-se, no entanto, que o principal desafio dessa nova ferramenta de negócio é quebrar algumas resistências culturais, ou seja, fazer com que as empresas, acostumadas aos tradicionais meios de comercialização, percebam que uma nova ferramenta está disponível no mercado, possibilitando a obtenção de muitas vantagens. Contudo, a administração do site deve garantir que o mesmo seja confiável, o que requer simultaneamente: disponibilidade de recursos, logística compatível e distribuição eficiente. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GARNER, Rochelle. Loucos da vida. Revista HSM Management. Set.-Out., 2000, p. 42- 48. XXII Encontro Nacional de Engenharia de Produção Curitiba – PR, 23 a 25 de outubro de 2002 ENEGEP 2002 ABEPRO 8 LEVINE, Rick et alii. O Manifesto da Economia Digital: o fim dos negócios como o conhecemos. Rio de Janeiro : Ed. Campus, 2.000. LIGOS, Melinda. Seis erros graves. Revista HSM Management. Jan.-Fev., 2001, p. 44-8. McKENNA, Regis. As cinco regras do novo marketing. Revista HSM Management. Set.- Out., 2000, p. 14-22. PAYNE, A. et alii. Relationship Marketing for Competitive Advantage:winning and keeping customers. Oxford : Butterworth & Heinemann, 1998, p. 267-99. SORREL, Martin et alii. The future of interactive marketing. Harvard Business Review, 1996. URBAN, Glen I. & SULTAN, Fareena. A confiança na web. Revista HSM Management. Mar.-Abr., 2001. p. 134-41. WELCH, Jack. A administração depois da Internet. Revista HSM Management. Set.- Out., 2000, p. 6-12.
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