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Cirurgia Ungueal Anatomia da unha ● Placa ungueal (unha). ● Cutícula. ● Lúnula: local onde localiza-se a matriz ungueal. ● Pregas laterais: dobras cutâneas laterais que recobrem parcialmente a unha. ● Prega proximal (eponíquio): dobra cutânea horizontal que recobre parcialmente a unha. ● Matriz ungueal: responsável pela formação da placa ungueal. ● Hiponíquio: região em que a unha sobrepõe a pele. ● Crescimento ungueal: 0,1-0,15 mm/dia, ou seja, 2,5 a 3 mm por mês. ● O aumento de volume na região provoca alta dor devido ao pequeno espaço entre a unha e a estrutura óssea da falange distal. ● Além disso, é importante cuidados ao se realizar procedimentos na unha devido ao pequeno espaço e possibilidade de atingir o periósteo, principalmente em pacientes que apresentam comorbidades como diabetes ou com vasculopatia que podem provocar amputações de membros. Paroníquia ● Infecção em torno da borda da unha. ● Tende a ser dolorosa (pouco espaço de expansão). ● Pode ocorrer por bactérias ou fungos. ● Ocorre em geral quando acontece a penetração da pele ou destruição da cutícula, causada por instrumentos pontiagudos e afiados com consequente penetração de microrganismos (manipulação por manicure ou pedicure e unha cortada de maneira errada levando a formação de espículas). ● Pode ser classificada em: aguda ou crônica. → Aguda ● Bacteriana em sua maioria: Staphylococcus aureus, Streptococcus beta-hemolítico, gram negativos. ● Edema e eritema na borda lateral ou base da unha - dor importante, pele brilhante. ● Formação de abscesso, ou seja, coleção purulenta (propagação) na região sobre a placa ungueal ou abaixo da placa ungueal (evolução para periostite, osteomielite). Tratamento ● Clínico (em fase inicial sem coleção purulenta): compressas úmidas, antibióticos, analgésico e antiinflamatório (melhora em 2 dias). ○ Recomenda-se a utilização de antibiótico local em pacientes jovens, sem comorbidades ou maiores riscos. Já em pacientes com comorbidades e riscos é necessário a utilização de antibiótico sistêmico. ● Cirúrgico (coleção purulenta): drenagem do abscesso (em geral sem anestesia) seguida de permanganato de K+ ou PVPI por 15 minutos. Em caso de abscesso subungueal é necessário o bloqueio anestésico troncular para a realização da drenagem. 1. Acesso à região subungueal com pinça. 2. Lavagem da região. 3. Inserção de drenos que são retirados apenas após a resolução do processo agudo. → Crônica ● Infecção mista (bacteriana e fúngica). ● Duração de meses e anos. Tratamento ● Retirada em meia lua do eponíquio e cicatrização por segunda intenção. Obs.: são infecções de difícil tratamento, pois na região ungueal não há suprimento sanguíneo e, dessa forma, o antifúngico não apresentará penetração na região. Além disso, é necessária a remoção da unha, ou seja, do meio de cultura e continuação da utilização do antifúngico. Ainda assim, há possibilidade de recidiva da onicomicose ao crescimento da nova unha. Descolamento (onicólise) ● Cimentos utilizados nas unhas artificiais podem causar separação espontânea da placa natural do seu leito. ● Unhas muito compridas podem apresentar descolamento distal causado pela força de alavanca pelo comprimento da unha além do dedo. Micoses da unha (onicomicoses) ● São infecções causadas por fungos. ● Agentes causais: dermatófitos do gênero Trichophyton e Epidermophyton. ● Podem ser classificadas em: subungueal distal e lateral ou subungueal proximal. Obs.: quanto mais proximal a micose, pior será o tratamento. → Diagnóstico ● Exame clínico: unha de coloração alterada (hiperpigmentada), quebradiça e esfarelada. Geralmente há o acometimento de mais de uma unha. ● Exames complementares: micológico direto e cultura. ● Diferencial: psoríase, líquen plano, melanoma. ● Infecções fúngicas são raras em crianças, geralmente acometendo adultos e idosos. Onicogrifose ● Crescimento irregular da unha com aspecto espessado e curvo (em garra). ● Acomete geralmente idosos. ● Associada a trauma ou exostose subungueal ou alterações ósseas. ● Matriz contraída. ● Tratamento: exérese total da unha e destruição da matriz. Unha em pinça ● Exacerbação da curvatura da unha. ● Sintomatologia dolorosa por crescimento da unha em direção à prega lateral aumentando o risco de infecções e unhas encravadas. ● As causas podem estar associadas a exostose, osteoartrite ou etiologia. ● Tratamento: casos sintomáticos. Avulsão ungueal Técnica distal: descolamento da unha do leito e da matriz ungueal de distal para proximal. É importante descolar a dobra cutânea eponíquio para que a unha seja retirada por completo. Técnica proximal: descolamento por via proximal através de alavanca na região do eponíquio. Unha encravada (onicocriptose) Acontece na presença de espícula da unha que penetra na dobra cutânea rompendo a barreira de proteção natural com infecção associada. O processo de agressão contínua ocasionado pela espícula estimula um processo cicatricial levando a formação de granulomas (tecido esponjoso, friável e sangrante). → Fatores de risco ● Anatômicos. ● Ambientais: corte inadequado das unhas, trauma, história familiar, hiperidrose, diabetes, obesidade, hipotireoidismo. → Tratamento Conservador: utilizado quando em processo inicial sem a formação de granuloma, mas com edema local, eritema e dor. ● Água morna e PVPI. ● Remoção da espícula através do afastamento da placa ungueal da dobra cutânea por algumas semanas provocando o afastamento da espícula da pele resultando na resolução do quadro. ● Algodão com anti-séptico que protege e mantém a separação entre a espícula e a pele. ● Haste de cotonete introduzida na borda lateral da placa ungueal mantendo a unha separada da pele até que a espícula seja removida da área de contato. ● Curetagem do granuloma e retirada parcial da unha. ● Recidivas frequentes. Tratamento cirúrgico: definitivo em ⅔ dos casos. Indicações: dor ou infecção, onicogrifose ou paroníquia crônica ou recorrente. Apresenta recidiva de 3-4% em 1 ano. ● Antibioticoterapia. ● Remoção de fragmento lateral da unha associada a destruição da matriz ungueal lateral para impedir o crescimento da unha reduzindo o risco de recidivas. Pode ser realizada através da fenolização ou por excisão cirúrgica. Técnicas alternativas ● Eletrocoagulação. ● Radiofrequência. ● Laser. Menos sangramento, destruição bacteriana local, menos dor pós-operatória, maior custo e maior tempo de cicatrização. Tratamento cirúrgico onicocriptose 1. Posição supina ou sentado. 2. PVPI. 3. Anestesia troncular à distância com lidocaína ou bupivacaína unilateral ou bilateral (nervos dos dedos passam lateralmente ao osso). Devido a região de pequeno espaço, cuidar para não injetar volume excessivo que possa provocar compressão vascular, impedindo o retorno venoso e isquemia (mesmo motivo da não utilização de vasoconstritores em extremidades). Tomar cuidado ao realizar bloqueio em ambos os lados do dedo para evitar isquemia. 4. Aplicação de torniquete (atenção para pacientes com doença vascular). 5. Separação da unha de seu leito (25%). 6. Secção da unha até abaixo da cutícula para evitar recidivas por formação de espícula no fragmento que permaneceu. 7. Retirada de todo fragmento. 8. Retirada do torniquete (hemostasia). 9. Destruição da matriz ungueal para impedir o crescimento de unha na porção lateral. 10. Finalização através da aplicação de fenol (80-88%), 3 vezes por 30 segundos ou álcool isopropílico 70% na região da matriz em baixo do eponíquio. Pode-se optar pela ressecção em cunha com aprofundamento na região da matriz para retirada do tecido (não é indicada pelo risco de aproximação do periósteo podendo direcionar bactérias para o plano mais profundo aumentando o risco infeccioso. Complicações:recidiva por matricectomia incompleta, infecção contra-lateral, periostite. Hematoma subungueal ● Quase sempre por trauma. ● Muito doloroso. ● Consiste no acúmulo de sangue entre as estruturas rígidas (região subungueal). ● O tratamento é realizado através da drenagem do hematoma através da formação de um orifício em cima da estrutura da unha com agulha aquecida. ● O procedimento não é doloroso, pois a unha não apresenta estruturas nervosas. Biópsia ungueal Geralmente são solicitadas em casos de alteração na coloração da unha. Pode ser realizada a retirada da unha para se alcançar o leito ungueal ou utilizar a técnica de duplo punch que consiste em um bisturi cilíndrico que remove um pedaço de tecido cilíndrico inicialmente da unha e, posteriormente do leito ungueal para a retirada da biópsia. Geralmente para biópsias da matriz são necessárias a retirada da pele para alcançar corretamente a região da matriz. Tumores periungueais Benignos ● Tumor glômico: comunicação (anastomoses) entre as redes vasculares do dedo ● Verrugas. Malignos Melanoma ● 2,5% dos melanomas são subungueais (hálux e polegar). ● Sinal de Hutchinson (margem estreita de coloração escura em torno da unha). ● Toda lesão escura na unha ou no dedo deve ser considerada melanoma até que se prove o contrário através da biópsia. ● Tratamento: amputação, linfadenectomia regional e quimioterapia regional ou sistêmica. Alteração da unha em faixa: alteração específica na matriz que ocasionou alteração de coloração em apenas uma fixa da unha. Esse acontecimento é denominado de melanoníquia e consiste em uma alteração benigna.
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