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1 Guia de Estudos sobre Entropia GABARITO GE 7.2) Teste sua compreensão! GE 7.2.1) Marque V ou F. Justifique todas as suas respostas. ( F ) No zero absoluto a energia interna de um sistema é nula. Comentário: Não, a física quântica mostra que mesmo no zero absoluto há uma energia interna mínima. ( V ) T dQ dS = é uma expressão quantitativa da 2ª Lei da Termodinâmica. Comentário: Até agora a segunda lei havia sido expressa em termos de uma “impossibilidade”, Para formulá-la em termos quantitativos usamos o conceito de entropia S, como expresso acima. A entropia relaciona-se com a probabilidade de um sistema estar numa dada configuração em função do número de possibilidades de configuração que esse sistema possa ter. ( F ) Quanto mais próximo de Zero Kelvin, mais fácil é abaixar a temperatura de um sistema. Comentário: Pelo contrário, se torna mais difícil abaixar a temperatura de um sistema à medida que se diminui a temperatura. Como mostra a 3ª lei da termodinâmica, é impossível atingir o zero absoluto através de um número finito de processos cíclicos. ( F ) A variação de entropia depende do caminho. Comentário: Não, entropia é uma variável de estado, e portanto depende apenas do estado inicial e final do sistema. ( V ) A variação de entropia em um processo cíclico é igual a zero. Comentário: Sim, a entropia só depende do estado final e inicial, portanto sua variação é nula em um ciclo, pois o estado inicial e final coincidem. ( V ) Sabendo que a temperatura da fonte quente permanece inalterada, pode-se dizer que 0=∆U nesta fonte. Comentário: A temperatura não varia, logo a energia interna também não varia. Mas a entropia aumenta durante o ciclo, pois calor é retirado da fonte quente e entregue à fonte fria. ( V ) A entropia nunca diminui em um processo reversível. Comentário: Variação TOTAL de entropia durante qualquer ciclo reversível é igual a zero ( V ) A entropia nunca diminui em um processo irreversível. Comentário: A variação total de entropia é sempre positiva em processos irreversíveis, porque o que se perde é a disponibilidade da energia (ou seja, a oportunidade de converter calor em trabalho mecânico). 2 ( V ) A entropia do universo sempre aumenta. Comentário: Como todo processo natural é irreversível a entropia do universo sempre aumenta. A energia disponível para produção de trabalho diminui e portanto o universo se torna mais caótico ou “aleatório”, contribuindo para um aumento da entropia. ( V ) É impossível a ocorrência espontânea de um processo onde a entropia diminui. Comentário: Como todo processo natural é irreversível, todo processo espontâneo sempre ocorre no sentido de aumento da entropia. ( V ) Em processos irreversíveis as variações positivas de entropia sempre superam as negativas. Comentário: em processos irreversíveis ocorrem variações positivas e negativas de entropia simultaneamente, no entanto a variação total é sempre positiva ( V ) Quando a entropia aumenta a disponibilidade de energia diminui. Comentário: Isso é uma conseqüência da segunda lei da termodinâmica. A transformação de energia mecânica em calor é um processo irreversível, portanto a energia convertida se torna indisponível para a realização de trabalho. ( F ) Entropia é uma grandeza que pertence a cada partícula individualmente. Comentário: Não faz sentido falar de entropia de uma partícula. Entropia relaciona-se com a probabilidade de um sistema estar numa dada configuração em função do número de possibilidades de configuração que esse sistema possa ter. ( V ) Para um dado estado macroscópico podem haver vários estados microscópicos correspondentes. Comentário: Sim, há várias formas de configuração microscópicas que resultam na mesma configuração macroscópica. GE 7.2.2) Sobre a entropia de um sistema, não é correto afirmar que: a) Nunca pode ser negativa. b) Nunca pode diminuir.(X) c) Pode variar em um sistema isolado. d) Sua variação independe do processo. * ATENÇÃO: A entropia (S) de um sistema nunca pode ser negativa, no entanto a VARIAÇÃO DE ENTROPIA ( S∆ ) pode ser negativa, em um sistema isolado ou em um processo reversível. GE 7.2.3) Em um processo de expansão livre de um estado a para um estado b é correto afirmar que: a) a entropia e a energia interna não se alteram. b) a variação da entropia é a mesma que ocorreria em uma expansão reversível, enquanto a variação de energia interna é nula. (X) c) As variações de energia interna e de entropia são positivas. 3 d) A variação de energia interna é menor que zero e a variação de entropia é maior que zero. GE 7.2.4) A entropia pode diminuir: a) Em um processo cíclico; b) Apenas em um sistema submetido a um processo idealizado, para o qual a segunda lei não é válida; c) Dentro de um sistema isolado submetido a um processo irreversível; d) Dentro de um sistema submetido a um processo reversível. (X) GE 7.2.5) Não violaria a segunda lei da termodinâmica, um processo de: a) Compressão espontânea do ar em uma sala; b) A água dentro de um copo sobre a mesa começar a congelar espontaneamente; c) Fluir calor da Terra para o Sol; d) Uma lata de Coca-Cola entrar em equilíbrio térmico com o gelo dentro de um recipiente fechado de isopor. (X) GE 7.3) Temperatura e a 3ª Lei da Termodinâmica GE 7.3.1) A eficiência de um ciclo de Carnot não depende da natureza da substância operante, isto é: ( )CH H CH TTf Q QQ −= ∆ ∆−∆ || || � ( )CH H C TTf Q Q −−= ∆ ∆ 1 Ou ( ) ( )CH CHC H TTF TTfQ Q −= −− = ∆ ∆ 1 1|| Em 1848, William Thompson, mais tarde, Lord Kelvin, propôs que F(TH, TC) fosse igual a . C H Θ Θ As quantidades Θ são chamadas de temperaturas termodinâmicas e seriam independentes de qualquer substância específica. As temperaturas termodinâmicas Θ têm o mesmo significado que as temperaturas T definidas pelos termômetros de gás à volume constante à baixas pressões. 4 a) Para o ciclo de Carnot usando um gás ideal, como mostrado na figura ao lado, calcule HQ∆ para 1 mol de gás em função de VK, VL e TH. L K HKLH V V nRTWQ ln==∆ b) Calcule CQ∆ em função de VN, VM e TC. � M C M � CM�C V V nRT V V nRTWQ lnln −===∆ c) Com auxílio da equação 11 −− = γγ iiff VTVT prove que � M K L V V V V = Como 11 −− = γγ MCLH VTVT e 11 −− = γγ �CKH VTVT 1 1 1 1 − − − − = γ γ γ γ � M K L V V V V � M K L V V V V =∴ d) Mostre que C H C H C H T T Q Q Θ Θ == ∆ ∆ , ou seja, que as temperaturas dos termômetros de gás a volume constante à baixas pressões sejam as mesmas que as temperaturas termodinâmicas de Kelvin. 0<∆∴< CM� QVV CC QQ ∆−=∆ L K � M H C H C V V V V T T Q Q ln ln −= ∆ ∆ H C H C T T Q Q −= ∆ ∆ 5 H C H C T T Q Q = ∆ ∆ Portanto, como mostramos ser uma função só das temperaturas ( ) H C CH C H T T TTF Q Q =−= ∆ ∆ || Temos que H C H C T T = Θ Θ ENUNCIADO DA 3ª. LEI DA TERMODINÂMICA: O zero absoluto de temperatura é inatingível em qualquer seqüência finita de processos. Em termos de entropia pode-se dizer que a entropia do estado de equilíbrio de qualquer sistema tende a zero quando a temperatura tende para o zero absoluto. GE 7.3.2) Represente uma seqüência de ciclos de Carnot, em um diagrama p x V e discuta o que aconteceria se você fosse cada vez mais resfriando o sistema. Como isto se relaciona com a 3ª. Lei da Termodinâmica. Resp: Ao abaixarmos a temperatura o valor da área vai ficando cada vez menor. No limite teríamos uma situação onde seria retirado calor em um ciclo sem uma mudança de temperatura. GE 7.3.3) Represente uma seqüência de ciclos de Carnot, em um diagrama T x S e discuta o que aconteceria sevocê fosse cada vez mais, resfriando o sistema. Resp: Cada área corresponde ao calor Q retirado do sistema. No limite de resfriamento teríamos um processo isotérmico sem uma correspondente diminuição da entropia. GE 7.3.4) Como os resultados dos dois itens anteriores levam à 3ª. Lei da Termodinâmica? Resp: Não é possível atingir o zero absoluto através de um número finito de processos termodinâmicos. 6 GE 7.4) Variação de entropia em processos reversíveis e irreversíveis GE 7.4.1) Liga-se um ar condicionado em uma sala e a temperatura cai de 30º para 17ºC. Responda: a) A variação de entropia na sala é positiva? b) Isso viola a 2ª Lei? Explique. Resp: a) A variação da entropia é negativa, pois foi retirada uma certa quantidade de calor da parte quente (dentro da sala) e entregue para a vizinhança (lado externo). b) Este fato não viola a 2ª lei porque a vizinhança tem uma variação positiva de entropia, sendo essa maior que a variação de entropia no interior da sala. GE 7.4.2) Em um dia úmido, o vapor d’água se condensa em uma superfície fria. Durante a condensação como varia a entropia da água? Explique com base na segunda lei da Termodinâmica. Resp: A entropia da água diminui e da vizinhança aumenta, pois a mesma quantidade de calor que sai do vapor é cedido à superfície fria. Considerando a variação total temos um aumento de entropia, como prevê a segunda lei. GE 7.4.3) Existe alguma variação de entropia em movimentos puramente mecânicos? Resp: A variação de entropia ocorre sempre que existir transferência de calor. GE 7.5) Variação de Entropia GE 7.5.1) Qual é a variação sofrida por 1,0 kg de água ao se transformar em vapor a 100º C a uma pressão de 1 atm. Resp: Encontre o valor de Q pela expressão VmLQ = já que se trata de um processo de vaporização. ( ) kJKkgJxkgQ 2256./1022561 3 == Com esse valor e com a temperatura em Kelvin, pode-se calcular a variação de entropia envolvida no processo: KJx K Jx T Q S /1005,6 373 102256 3 3 ===∆ GE 7.5.2) Um amostra de 1 kg de cobre, a 100ºC, é colocada num calorímetro com 4 litros de água a 0º C. A capacidade calorífica do calorímetro é desprezível. Calcule a variação da entropia: a) do cobre; b) da água; 7 c) do universo. Resp: Calcule a temperatura final do sistema: recebidocedido QQ = ( ) ( ) KCt txtx 4,275º26,2 0190,44100386,01 == −=− Cobre i F cobrecobrecobre T T cmS ln=∆ KJS S cobre cobre /117 373 4,275 ln386,0 −=∆ =∆ Água i F aguaaguaagua T T cmS ln=∆ KJS S agua agua /137 15,273 4,275 ln)190,4(4 =∆ =∆ Universo cobreaguauniverso SSS ∆+∆=∆ 0 /20117137 >∆ =−=∆ ∆+∆=∆ universo universo cobreaguauniverso S KJS SSS Processo irreversível GE 7.5.3) Se 500J de calor são transferidos de uma fonte a 400 K para uma fonte a 300 K, responda: a) Qual é a variação de entropia do universo? b) Que parcela dos 500J pode ser transformada em trabalho? Resp: A entropia do Universo é a soma das entropias da fonte quente com a da fonte fria KJS T Q T Q S SSS universo CH universo CHuniverso /417,0 300 1 400 1 500 = +−=∆ + − =∆ ∆+∆=∆ b) Calcule a eficiência da máquina usando 25,0 400 300 1 1 =−= −= e T T e H C Por fim, calcule o trabalho usando a expressão: HeQW = ( ) JW 12550025,0 == 8 GE 7.5.4) Um sistema absorve 300 J de calor de uma fonte a 300 K e 200J de outra fonte a 400K. Retorna, então, ao estado inicial, efetuando 100J de trabalho e descarregando 400J de calor em um reservatório na temperatura T. a) Qual a variação da entropia do sistema em um ciclo completo? b) Se o ciclo for reversível, qual a temperatura T? Resp: a) A entropia é uma função de estado, portanto ela será sempre nula em um processo cíclico b) O calculo de TC pode ser feito lembrando que a variação da entropia do Universo é a soma das variações de entropia nas três fontes. KT T T Q T Q T Q S SSSS C C CHH universo CHHuniverso 267 400 400 200 300 300 0 21 21 = −++= −++=∆ ∆+∆+∆=∆ GE 7.5.5) Calcule a variação de entropia do universo em um processo em que 10 g de vapor de água a 100ºC e a 1 atm são introduzidos em um calorímetro de capacidade calorífica desprezível contendo 150g de água e 150g de gelo a 0ºC. Resp: Calcule as transferências de energia que ocorrem no calorímetro: 1ª) Calor necessário para derreter 150g de gelo: FmLQ = � ( ) kJKkgJxkgQ 1,50./10334150,0 31 == 2ª) Calor liberado pelo vapor na liquefação e o calor que reduz a temperatura de 10g de água de 100ºC para 0ºC TmcmLQ V ∆+= ( ) [ ] kJxxxxxQ 76,261004190101010257.2)1010( 3332 =+= −− Se KTQQ final 27312 =∴= Encontre a massa de gelo que derrete com o calor fornecido a ela: gkgmmLQ F 2,800802,0 5,333 75,26 ===⇒=∆ Pode-se calcular agora as variações de entropia 9 Gelo KJS KJ Q S g g /98 /75,26 273 2 =∆ ==∆ Vapor f i aguaagualVvaporvapor T T cmTLmS ln/ +−=∆ KJS S vapor vapor /74 732,0ln84,41373/22750 −=∆ +−=∆ Universo vaporgelouniverso SSS ∆+∆=∆ 0 /24 >∆ =∆ universo universo S KJS Processo irreversível GE 7.5.6) Construa o gráfico T x S de acordo com os gráficos p x V 10 GE 7.6) VISÃO MICROSCÓPICA DA ENTROPIA Suponha que duas moedas sejam lançadas num jogo de “cara” e “coroa”. Qual é a probabilidade de que ambas exibam “cara”? Só há uma configuração possível para que isso ocorra (veja tabela). O mesmo vale para se obter ambas com “coroa”. No entanto existem duas maneiras distintas de se obter uma “cara” e uma “coroa”. Existem ao todo 4 possibilidades de configuração, em duas delas o sistema exibe 1 cara e 1 coroa, é portanto esse deve ser o resultado mais provável. Configuração microscópica do sistema “2 moedas” Possibilidades microscópicas Nº de possibilidades microscópicas para um mesmo estado macroscópico 2 caras 1 cara e 1 coroa 2 coroas 1 2 1 Siga o mesmo raciocínio para 3 moedas: Configuração microscópica do sistema “3 moedas” Possibilidades microscópicas Nº de possibilidades microscópicas para um mesmo estado macroscópico 11 3 caras 2 caras e 1 coroa 1 cara e 2 coroas 3 coroas 1 3 3 1 GE 7.6.1) Qual é o resultado mais provável ao lançar 3 moedas? Resp: Pela tabela acima, vemos que existem 3 possibilidades de se obter 2 caras e 3 possibilidade de se obter 2 coroas. Essas duas configurações são as que tem a maior probabilidade de ocorrer quando se lança 3 moedas. GE 7.6.2) Em um jogo com seu colega, no qual fossem lançadas quatro moedas, você apostaria em: a) todas exibindo cara b) todas exibindo coroa c) 1 cara e 3 coroas d) 2 coroas e 2 caras Qual a razão da sua escolha? Resp: Por existe mais chance de ocorrer a configuração “d” quando se tem 2 caras e duas coroas, comparado com as demais possibilidades. GE 7.6.3) Repita o mesmo procedimento das figura acima, mas agora considerando 4 moedas. Sua resposta se confirma? Resp: A resposta se confirma já que há seis configurações possíveis para se obter 2 caras e duas coroas e para as demais configurações o número de possibilidades é menor (4 ou 1) Configuração microscópica do sistema “4 moedas” Possibilidades microscópicas Nº de possibilidades microscópicas para um mesmo estado macroscópico todas exibindo cara 1 12 três caras e uma coroa 4 Duas caras e duas coroas 6 Uma cara e três coroas 4 Quatro coroas 1 GE 7.6.4) Em um novo jogo seu colega lança 4 moedas , sendo que uma foi pintada de azul. Ele lhe diz que obteve 4 caras, facilmente você pode dizer que a moeda azul saiu exibindo cara. Caso seu colega lhe dissesse quea configuração é de 2 caras e 2 coroas, e lhe perguntasse: Como está a moeda azul? Você poderia responder com certeza a essa pergunta? Resp: Quando as moedas caem todas exibindo cara é evidente a configuração de cada moeda individualmente. Isso não ocorre quando elas caem 2 caras e 2 coroas. A moeda azul pode estar entre as duas que caíram exibindo cara ou entre as duas que caíram exibindo coroa; não há como afirmar com certeza a posição de nenhuma das moedas individualmente. GE 7.6.5) Se um determinado número de moléculas confinados num cilindro se expandem em uma sala, o número de posições onde ela pode ser encontrada aumenta ou diminui? 13 Resp: O número de posições aumenta, já que ela tem mais espaço para percorrer. A princípio uma molécula poderia ser encontrada com certeza dentro do cilindro, em alguma posição daquele pequeno espaço. Após a expansão ela poderá estar em qualquer posição dentro de todo o espaço da sala. GE 7.6.6) Aumenta-se a temperatura de um certo gás confinado em um êmbolo. Como isso interfere na distribuição de velocidades das moléculas? O que se pode afirmar sobre o número de posições possíveis que as moléculas podem ocupar dentro do êmbolo antes e depois do aquecimento? Resp: O aumento de temperatura, como já foi visto anteriormente, aumenta a energia interna do sistema. Assim, tendo maior energia interna um maior número de moléculas poderá ocupar as posições possíveis e disponíveis para o gás dentro do êmbolo depois do aquecimento. GE 7.6.7) Seja w o número de estados microscópicos possíveis para um dado estado macroscópico. Podemos mostrar que a entropia S de um estado macroscópico é dada por wkS ln= . Onde k é a constante de Boltzmann. Como entropia é uma variável de estado (ou seja, em qualquer processo a variação da entropia é o que interessa) podemos dizer que 12 SSS −=∆ 12 lnln wkwkS −=∆ 1 2ln w w kS =∆ Considere que n moles de um gás estão à temperatura T confinados em uma caixa termicamente isolada e dividida por uma parede em dois compartimentos, cada um com volume V. Inicialmente em um dos compartimentos foi feito vácuo. A seguir quebramos a parede e o gás se expande e preenche completamente os dois compartimentos da caixa. Calcule a variação de entropia nesse processo de expansão livre, usando a definição microscópica da entropia dada acima. Resp: Não há trabalho realizado, não há variação da energia interna, contudo as moléculas tem 2 vezes mais espaço para se mover. An�� = é o número total de moléculas, assim , o número total de moléculas cresce de �2 , ou seja 12 2 ww �= 2ln 2ln 2 lnln 1 1 1 2 �kS kS w w k w w kS � � =∆ =∆ ==∆ 14 Como An�� = e A� R k = , obtemos ( ) 2ln2ln nR � Rn�S A A = =∆ Este resultado é o mesmo que seria obtido se o cálculo fosse feito através da expressão: T Q S =∆ © Todos os diretos reservados. Departamento de Física da UFMG 1 Guia de Estudos sobre Entropia GABARITO DOS PROBLEMAS GE 7.8) PROBLEMAS GE 7.8.1) Um mol de um gás ideal monoatômico é obrigado a completar o ciclo mostrado na figura. a) Qual é o trabalho efetuado sobre o gás na dilatação de a até c pelo caminho abc? b) Qual é a variação da energia interna e a entropia ao passar de b para c? c) Qual é a variação de energia interna e entropia em um ciclo completo? Dê suas respostas em termos da pressão p0 e do volume V0 no ponto a do diagrama. Resp: (a) No caminho abc só há realização de trabalho no processo isobárico ab. Wab é igual à área do gráfico sob o segmento de reta ab 003 VpVpWab =∆= (b) No processo isovolumétrico bc, as temperaturas, inicial e final são: R Vp Ta 00= aab T V V TT 4 4 0 0 == ( )( ) a a c T p pT T 8 24 0 0 == Para a variação da energia interna vem, ( ) aav RTTRTnCU 648 2 3 )0,1( =− =∆=∆ E para variação de entropia, tem-se: ∫ ==∆ c b T T b c vvbc T T nC T dT nCS ln 2 2ln 2 3 RSbc =∆ (c) A variação da energia interna no ciclo deve ser nula. Pode-se confirmar isso calculando-se as variações associadas aos processos ab e ca e somando-as ao já conhecido valor da variação no processo bc: ( ) ( ) 0000 2 9 14 2 3 0,1 Vp R Vp RTnCU vab =− =∆=∆ ( ) ( ) 0000 2 21 81 2 3 0,1 Vp R Vp RTnCU vca −=− =∆=∆ GE 7.8.2) Um mol de um gás monoatômico ideal passa por dois processos diferentes, de um estado inicial cuja pressão é p0 e volume V0 para um estado final de pressão 2p0 e volume 2V0. (I) O gás se dilata isotermicamente até que o volume dobre e então a pressão é aumentada, a volume constante, até atingir o estado final. (II) Ele é comprimido isotermicamente até que sua pressão dobre e então seu volume é aumentado a pressão constante até o estado final. Represente os dois processos num diagrama pV. Calcule, para cada processo, em termos de p0 e V0: a) O calor absorvido pelo gás em cada parte do processo. b) O trabalho realizado sobre o gás em cada parte do processo c) A variação de energia interna do gás d) A variação de entropia do gás Resp: (I) Expansão Isotérmica 0=∆U WQ =∴ (a) e (b) 2lnln pV V V RTWQ i f === Processo isovolumétrico: W=0 QU =∆ ( )afv TTRTCQ −=∆= 2 3 ; R pV Ta = af T R pV T 4 4 == ( ) pV R pV RQ 2 9 14 2 3 =−= (c) pVQU 2 9 ==∆ 3 (d) 2ln 2ln 1 R T pV T Q S ===∆ ∫ ===∆ f a T T v RR T dT CS 2ln34ln 2 3 2 ( ) 2ln42ln3121 RRSSS I =+=∆+∆=∆ (II) Compressão Isotérmica 0=∆U WQ =∴ V V RTWQ 2ln== 2lnpVWQ −== ( )bfp TTRTCQ −=∆= 2 5 ; 2 2 1 R pVV p R Tb = = bf T R pV T 4 4 == ( ) pV R pV RQ 2 15 14 2 5 =−= ( ) pVVVpVpW 35,022 =−=∆= (c) pVpVWQU 2 9 2 6 2 15 = −=−=∆ (d) 2ln3 RS −=∆ 2ln54ln 2 5 4 RR T dT CS f b T T P ===∆ ∫ ( ) 2ln42ln5143 RRSSS II =+−=∆+∆=∆ 4 Sendo a entropia uma variável de estado, confirma-se que III SS ∆=∆ , portanto independente do caminho. GE 7.8.3) Diagrama TS a) Faça um gráfico do ciclo de Carnot indicando a entropia no eixo horizontal e a temperatura Kelvin no eixo vertical. Trata-se de um diagrama temperatura–entropia ou diagrama TS b) Mostre que a área embaixo da curva que representa o processo reversível no diagrama TS representa o calor absorvido pelo sistema. Resp: ∫=∴=∴= f i TdSQTdSdQ T dQ dS Para bc e da dS=0 logo 0== dabc QQ , portanto adiabático. Para ab ( )∫ −== 2 1 1211 S S ab SSTdSTQ que é a área do gráfico Para cd ( )∫ −== 1 2 2122 S S cd SSTdSTQ que é a área do gráfico. Para o ciclo completo: ( )∫ ∆−== STTTdsQtotal 21 c) Utilize o diagrama TS para deduzir a eficiência térmica do ciclo de Carnot. Resp: ( ) ST STT Q Q Q QQ Q QQ Q W e T ab cdab ∆ ∆− == − = − == 1 21 11 21 1 1 21 T T e −= GE 7.8.4) Ciclo de Stirling O ciclo de Stirling é semelhante ao ciclo de Otto exceto quando a compressão e a expansão do gás 5 ocorrem isotermicamente e não adiabaticamente como no caso do ciclo Otto. O ciclo de Stirling é usado em uma máquina de combustão externa, ou seja, a máquina na qual o gás no interior do cilindro não é usado no processo de combustão. O calor fornecido continuamente pelo fluido combustível no exterior do cilindro em vez de ser oriundo de uma explosão no interior do cilindro como no ciclo Otto. Por esta razão, as máquinas que funcionam com o ciclo de Stirling são mais silenciosas do que as máquinas que funcionam com o ciclo Otto, uma vez que não existe válvula de admissão nemválvula de exaustão (a principal fonte de ruído do motor. Embora pequenas máquinas de Stirling possam ser usadas em diversas aplicações, o uso do ciclo de Stirling em um automóvel não teve êxito porque o motor é maior, mais pesado e mais caro do que o motor convencional do automóvel. No ciclo, o fluido de trabalho realiza os seguintes processo. i ) Compressão isotérmica à temperatura T1 do estado inicial a até o estado b, com uma razão de compressão r. ii) Aquecimento a volume constante até o estado c com temperatura T2 iii) Expansão isotérmica à temperatura T2 até o estado d iv) Resfriamento a volume constante retornando para o estado inicial a Suponha que o fluido de trabalho seja n moles de um gás ideal (para o qual Cv não depende da temperatura). a) Calcule Q, W, e ∆U para os processos a → b, b → c, c → d, d → a, b) no inicio do ciclo de Stirling, os calores transferidos nos processos b → c, d → a não envolvem fontes de calor externas, porém usam a regeneração: a mesma substância que transfere calor do gás dentro do cilindro no processo b → c também absorve calor de volta do gás no processo d → a. Portanto os calores transferidos Q b → c e Q d → a não desempenham papel na determinação da eficiência da máquina. Explique esta última afirmação comparando as expressões de Q b → c e Q d → a obtidas na parte 9 (a) c) Calcule a eficiência de um ciclo de Stirling em termos de temperaturas T1 e T2. d) Como ele se compara com as eficiências de um ciclo de Carnot operando entre estas mesmas temperaturas? (Historicamente o ciclo de Stirling foi deduzido antes do ciclo de Carnot) e) Este resultado viola a segunda lei da termodinâmica? Explique. e) Usando um diagrama T x S relacione a eficiência do ciclo de Stirling com a eficiência do ciclo de Carnot. Resp: Processos ∆U ∆Q W ab 0 ( )rnRT ln1− ( )rnRT ln1− bc ( )12 TTnCV − ( )12 TTnCV − 0 cd 0 ( )rnRT ln2 ( )rnRT ln2 6 da ( )12 TTnCV −− ( )12 TTnCV −− 0 Para ab e cd – Processos Isotérmicos WQU =∆∴=∆ 0 ∫ ∫===∆ V dV nRTpdVWQ ( ) rnRTWQ rnRTWQ V V nRTWQ i F ln ln ln 1 −==∆ ==∆ ==∆ − Para bc e da – isovolumétricos UQW ∆=∆∴= 0 ( )iFV TTnCQU −=∆=∆ b) Sendo as transformações são isovolumétricas, o trabalho é nulo. Ou seja o calor absorvido é todo convertido em energia interna. c) e d) Resp: Processo a-b - Isotérmico rnRTQab ln1−= rnRTWab ln1−= 0=∆ abU Processo b- c Isovolumétrico ( )12 TTnCQ Vbc −= 0=bcW ( )12 TTnCU Vbc −=∆ Processo c-d - Isotérmico rnRTQcd ln2= 7 rnRTWcd ln2= 0=∆ cdU Processo d-a Isovolumétrico ( )12 TTnCQ Vda −−= 0=daW ( )12 TTnCU Vda −−=∆ bcda QQ = Logo eles não entram no cálculo da eficiência, por causa da regeneração. rnRT rnRTrnRT Q WWWW Q W e cd dacdbcab H ln ln0ln 1 21 − =++− = +++ == ( ) 1 21 ln ln T TT rnR rnR e − − − = ( ) 1 21 T TT e − = 1 21 T T e −= Eficiência exatamente igual à de Carnot e) Não viola a segunda lei, afinal a eficiência de Stirling não supera a eficiências de Carnot nos mesmos extremos de temperatura f) WdQdU −= T Q S =∆ . Substituindo Q nesta expressão tem-se: T dTnC T pdV dS V== ∫ +=∆ T dT nC V dV nRS V i F V i F T T nC V V nRS lnln +=∆ Nos processos bc e da o volume é constante, logo o primeiro termo da expressão acima é igual a zero 8 i F V T T nCS ln=∆ Isolando T, temos; ( ) 0 0 ln T T nC STS V = − VnC SS e T T 0 0 − = ( ) VnC SS eTST 0 0 − = A dependência da temperatura em relação a entropia é exponencial. GE 7.8.5) a) Qual dos seguintes processos gasta mais energia: (1) Um corpo se move inicialmente com 500J de energia cinética e é desacelerado até repouso pelo atrito quando a temperatura da atmosfera é de 300K. (2) 1 kJ de calor é transferido de uma fonte a 400 K para uma fonte a 300k b) Qual é a variação de entropia do universo em cada um dos processos? Resp: (a) Processo (1) Toda a energia mecânica é perdida, portanto o gasto de energia é de 500J Processo (2) Imagine uma máquina térmica funcionando no ciclo de Carnot, nesse caso JkJQ T T W H H C util 2501*25,01 == −= O gasto de energia é 1000 – 250 = 750J. O processo (1) gasta mais energia mecânica, o processo (2) gasta mais energia total. b) KJ T Q S /67,11 = ∆ =∆ KJ TT QS HC /833,0 11 2 = −∆=∆ 21 SS ∆>∆ . © Todos os diretos reservados. Departamento de Física da UFMG 1 Guia de Estudos sobre Entropia GABARITO DOS EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO GE 7.7) EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO GE 7.7.1) Calcule a variação de entropia que ocorre quando misturamos 1,00 kg de água a 20,0º C com 2,00 kg de água a 80,0º C Resp: Cálculo da Temperatura de equilíbrio TE ( ) ( )KT Kkg JkgQ Ecedido 353. 419000,2 − = ( ) ( )Erecebido TKKkg JkgQ − = 293 . 419000,1 Q cedido = Q recebido KTE 333=∴ Quando ocorre variação de temperatura, o cálculo de variação da entropia imaginando-se um processo reversível que ocorra entre os dois estados. Ou seja, ∫∫ ∫ ==⇒=∆ 2 1 2 1 2 1 1 2ln t t t t t t T T mc T dT mc T mcdT T dQ S ( ) ) 353 333 )(ln . 4190)(00,2(º20 K K Kkg JkgS Cagua =∆ ( ) KJS Cagua /488º20 −=∆ ( ) ) 293 333 )(ln . 4190)(00,1(º80 K K Kkg JkgS Cagua =∆ ( ) KJS Cagua /536º80 =∆ ( ) KJS Total /48488536 =−=∆ GE 7.7.2) Em um processo reversível três moles de um gás ideal são comprimidos isotermicamente a 20,0º C. Durante a compressão um trabalho de 1850 J é realizado sobre o gás. Qual é a variação de entropia do gás? Resp: Para uma expansão isotérmica, ∆T = 0, ∆U = 0 e Q = W. A variação de entropia é dada por ./31,6 15,293 1850 KJ K J T Q == GE 7.7.3) Um gás ideal sofre uma dilatação isotérmica reversível a 132º C. A entropia do gás aumenta de 46,2 J/K. Qual é o calor absorvido? 2 Resp: T Q S =∆ JK K JQ 711,18)405(2,46 == kJQ 7,18= GE 7.7.4) Um mistura de 1,78 kg de água e 262 g de gelo a 0º C é levada, por processo reversível, para um estado final de equilíbrio a 0ºC onde a razão das massas de gelo/água é: 1:1 a) Calcule a variação de entropia do sistema durante o processo. b) O sistema retorna ao primeiro estado de equilíbrio por processo irreversível (Utilizando um bico de Bunsen, por exemplo). Calcule a variação de entropia durante este processo. c) Mostre que sua resposta é consistente com a segunda lei da termodinâmica. Resp: É necessário encontrar o fluxo de calor do processo: mLQ F= ( ) kJkgxKgJxQ 506,25310759)10334( 33 −== − K J K kJ T Q S 928 273 506,253 −= − ==∆ A entropia nesse caso é negativa, por ser um processo reversível, no qual retira-se calor do sistema. (b) A variação da entropia só depende dos estados inicial e final, portanto ao retornar ao estado de equilíbrio por processo irreversível a entropia aumenta de 928J (c) A entropia primeiramente sofre uma variação negativa na mistura em questão, através de um processo reversível. É importante lembrar que a variação total da energia é positiva, porque a vizinhança também sofre uma variação de entropia. E variação final é positiva. O segundo processo é irreversível, portanto a variação da entropia é positiva. GE 7.7.5) Um cubo de gelo de 12,6 g a -10,0º C é colocado em um lago cuja temperatura é +15,0º C. Calcule a mudança de entropia do sistema quando o gelo alcançar o equilíbrio térmico com o lago (sugestão: o gelo afetará a temperatura do lago?) Resp: É claro que um cubo de gelo não vai mudar a temperatura do lago inteiro. O gelo vai absorver calor para derreter e ter sua temperatura final elevada até 15ºC. As variações de entropia correspondentes são: 3 KJKkgJkg T dT mcS f i T T gelo /99,0 263 273 ln)./2100)(0126,0(∫ ===∆( )( ) KJ K kgJkg T mL S Fgelo /37,15 273 /3330000126,0 ===∆ KJKJkg T dT mcS f i T T aguaagua /82,2 273 288 ln)/4190)(0126,0(∫ ===∆ KJS águagelo /2,1982,237,1599,0 =++=∆ − O calor cedido pelo lago para levar o gelo ao seu estado final de equilíbrio é: ( ) ( )( ) ( )( )[ ] JKkgKJkgKJKkgKJkgQlago 3,110915/4190/419010/21000126,0 =++= A variação de entropia do lago vai ser: KJ K J S lago /85,3 288 5,1109 −=−=∆ A variação da entropia do sistema será KJSSS lagoaguagelo /35,1585,32,19 =−=∆+∆=∆ + © Todos os diretos reservados. Departamento de Física da UFMG
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