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Linguagem e Cognição Prof.ª Ana Stingel 2012.2 Henri Wallon Grupo Ana Paula Silva Guerra Beatrice Pucarelli Lebreiro Giulia Ferreira de Carvalho In-Coelli Tavares Gavião Mariana Alconforado Martins Resumo Henri Wallon Henri Wallon nasceu na França, em 1879 e viveu toda a sua vida em Paris.Ele formou-se em Filosofia e Medicina,mas se interessou pela psicologia da criança,além disso criou a revista Enfance, presidiu a Sociedade Francesa de Pedagogia e faleceu em 1962. A Teoria Walloniana é a Psicogênese e uma das originalidades dessa teoria é a tentativa de ver a criança de um modo mais integrado, sob a perspectiva de diferentes campos funcionais: afetivo, cognitivo e motor. Trata-se, então, de um estudo focado nas origens, na gênese dos processos psíquicos. Wallon foi o primeiro a dizer que a aprendizagem não depende apenas da difusão de um conhecimento específico, pois seriam, também, necessários o afeto e o movimento, ele levou não só o corpo da criança, mas, também, suas emoções para dentro da sala de aula. Numa sala de leitura, por exemplo, a criança pode ficar sentada, deitada ou fazendo coreografias da história contada pelo professor. É na infância que se localiza a gênese da maior parte dos processos psíquicos. Segundo Wallon, o movimento é a primeira estrutura de relação com o meio, com os objetos e os outros, a primeira forma de expressão da emoção da criança e do comportamento. Para Wallon, a escola imobiliza a criança numa carteira, limitando a fluidez das emoções e do pensamento, que são fundamentais ao desenvolvimento completo da pessoa. Wallon deu ênfase à motricidade, encontrando nesta, a origem da emoção e da razão. A motricidade, portanto, tem caráter pedagógico tanto pela qualidade do gesto e do movimento quanto por sua representação. É o movimento que regula o aparecimento e o desenvolvimento das funções mentais. Wallon estudou a fundo as emoções, por serem as primeiras manifestações afetivas que estão presentes e se constituem na criança. Segundo ele, a emoção é o fator fundamental de interação da criança com o meio no qual ela está inserida. Além disso, Wallon propõe que o pensamento da criança num primeiro momento é muito sustentado no movimento. Os movimentos, então, têm que ser observados mais a fundo pelo educador. Além do movimento, Wallon também fala da inteligência em interação com a emoção, ela nasceria, portanto, das emoções. Wallon se refere a uma inteligência discursiva, que organiza a ação e está baseada na ideia de representação (a criança pode representar a realidade independente de estar em contato direto com a realidade). A inteligência infantil é caracterizada pelo sincretismo, e este,é descrito por uma incapacidade da criança de analisar as qualidades, propriedades, circunstâncias e conjunturas das imagens ou situações. O Pensamento Sincrético começa aproximadamente aos 3 anos e pode ser considerado um pensamento sem lógica,a criança mistura o real e a fantasia. O que é captado do meio influencia diretamente naquilo que a criança pensa. Crianças utilizam certas estratégias para responder questões que lhe são propostas ,como tautologia (responde com palavras repetidas), elisão(foge do tema), fabulação(inventa histórias) e contradição (muda de ideia), por exemplo.É válido ressaltar que o pensamento sincrético é importante também para os adultos, pois os ajuda em invenções, nas artes por precisarem de um momento provisório de reunião de conceitos para emergir novas categorias. Quando a criança já consegue representar, identificar e definir de forma apropriada os objetos,ela estará na fase do pensamento categorial. Começa por volta de 6, 7 anos e vai até puberdade, é o pensamento que possibilita pensar o real por meio de categorias. Pode ser assimilado com o pensamento conceitual que é característico do adulto, porém só se torna mais parecido quando termina a puberdade. Além disso, para seu desenvolvimento, é fundamental a cultura. É com o desenvolvimento da função categorial que a noção de causalidade se faz presente, possibilitando que a criança ligue o efeito à causa que o produziu. Aos 6 ou 7 anos,criança tem a capacidade de formar categorias mentais, e o pensamento não precisa mais das experiências concretas da criança. Nessa faixa etária, a criança já consegue distinguir melhor o real do ficcional, e entende melhor a subjetividade ou as mudanças de humor do outro. Entre 9,10 anos aos 12 anos,a criança generaliza melhor, entende as relações, percebe a reversibilidade, tem melhor foco do pensamento,e,por fim, sintetiza melhor. Wallon vai estudar a consciência de si, ideia de uma unidade subjetiva, mostrando que no início a criança não se percebe como uma unidade diferenciada do outro. Acredita que a consciência de si vai se construindo gradualmente. Para Wallon no início da vida o estado de socialização é máximo, tão grande que a criança é confundida no outro, portanto a individualização é um percurso progressivo que a criança vai se diferenciando do outro para poder se construir como unidade e com certa estabilidade. O movimento de incorporação do outro, como por exemplo, a imitação, é fundamental para a constituição de si. Assim como as condutas de oposição, expulsão do outro, são importante para a diferenciação do outro. Aparece na infância por volta dos 3 anos de idade e na adolescência, é chamada de fase do personalismo. Henri Wallon vai enfatizar a idéia de que a criança vive em vários meios, muitas vezes,conflitantes entre si, e que a sua construção vai se dá justamente na relação com esses vários meios ,e relação de escolha e priorização que vão definir a construção do sujeito. Ao falar de vários meios estamos nos referindo ao meio da família que é o primeiro contexto social no qual a criança interage, ao contexto escolar que é outro contexto fundamental de educação e desenvolvimento da criança e ao meio dos valores. Tais meios não são tão concretos, podem ser diversos, e neles a criança pode ter acesso aos valores da família, e de outra comunidade. Esse ponto é importante, pois quebra uma idéia muito presente na escola. Isto é, a criança é um resultado linear do seu meio familiar. Essa idéia está presente em falas que atribuem à família a responsabilidade pela conduta da criança na escola. A escola tem o potencial de possibilitar à criança outro contexto e uma ocupação de lugares diferentes daqueles ocupados na situação familiar. Muito diferente dos métodos tradicionais que na grande maioria priorizam a inteligência e o desempenho do aluno em sala de aula, a proposta de Wallon coloca o desenvolvimento intelectual dentro de uma cultura mais humanizada. Sua teoria pedagógica diz que o desenvolvimento intelectual envolve mais do que um simples cérebro e o aluno deve ser considerado como um todo. A afetividade, as emoções, o movimento e espaço físico são colocados em um mesmo plano e sugere-se que as atividades pedagógicas sejam serem trabalhadas de formas variadas. O educando não deve ser visto como um agente passivo da aprendizagem, e o educador um transmissor. A noção de um ensino despertado pelo interesse do educando pode transformar o sentido do que se entende por material pedagógico. O interesse do educando comanda o processo da aprendizagem, suas experiências e descobertas, o motor de seu processo da aprendizagem e o educador torna-se um gerador de situações estimuladoras e eficazes. Wallon é contra a noção de desenvolvimento linear e estático, para ele os estágios de formação do ser humano não são demarcados pela idade cronológica, mas por conflitos . O conflito ocorre entre a atividade predominante de um estágio e a atividade predominante do estágio seguinte. A sucessão dos estágios se dá pela substituição de uma função por outra. A mudança de cada estágio representa uma evolução mental qualitativa,além de conferir ao ser humano novas formas depensamento, de interação social e de emoções que irão direcionar-se, ora para a construção do próprio sujeito, ora para a construção da realidade exterior. Estágio impulsivo-emocional: Predominantemente afetivo, as emoções são o principal instrumento de interação com o meio. Estágio sensório-motor e projetivo: A Inteligência predomina e o mundo externo prevalece nos fenômenos cognitivos. Já no projetivo os pensamentos se projetam em atos motores. Estágio do personalismo: Período crucial para a formação de personalidade do indivíduo e da autoconsciência. Estágio categorial: A criança começa a desenvolver as capacidades de memória e atenção. Estágio da adolescência: Caracterizadamente afetivo onde a criança começa a passar pelas transformações físicas e psicológicas. Bibliografia Coleção grandes educadores – Editora Atta – Izabel Galvão (Pedagoga, pós-graduada na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo – FEUSP) GALVÃO, Izabel.(data?) Uma Reflexão Sobre o Pensamento Pedagógico de Henri Wallon. p.33-38
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