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LINGUAGEM ANIMAL - RESUMO (1)

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Departamento de Psicologia – CPS 
Matéria: Linguagem e Cognição 
Professora: Ana Maria Stingel 
Alunos: Daniel Senos, Joao Bernardo Cidade, Mariana Camurça, Philippe Ballalai, 
Thamara Rodrigues 
 
25/11/2012 
Linguagem de Animais: 
Comunicação de Primatas 
Introdução 
A comunicação entre os animais diverge nas espécies, mas demonstra, muitas vezes, a 
capacidade de se comunicarem através de sons, gestos, cliques, gemidos etc. Assim como os 
chipanzés e orangotangos, também os golfinhos já foram observados usando espelhos para 
examinarem manchas em seus corpos; as abelhas operárias, conforme diz Harald Esch, atingem 
a fonte de alimento seguindo uma dança de movimentos anteriormente feita pela abelha rainha; 
os macacos africanos gritam de formas diferenciadas para alertar os demais quanto aos 
predadores. 
Seriamos nós, humanos, a única espécie a usar a linguagem, propriamente dita, na 
comunicação? 
A linguagem humana pode ter se desenvolvido através dos gestos que é como surdos se 
comunicam. Os gestos, assim, deixam a mente do falante mais livres da mesma forma como os 
que não gesticulam se esforçam mais para se comunicar apenas com palavras. Assim, tanto nos 
humanos como nos animais, a gesticulação é fator de comunicação e complementação da 
“linguagem”. 
Steven Pinker (data?) concluiu que “os chipanzés não desenvolvem linguagem”. ”Mas 
eles não tem do que se envergonhar, pois humanos certamente não se sairiam melhor se fossem 
treinados para berrar e grunhir como os chipanzés, para executar a dança das abelhas ou 
qualquer outro aspecto maravilhoso do talentoso espetáculo da natureza”. 
Só os homens possuem linguagem, se com o termo entendemos tratar-se ela de 
expressão verbal ou sinalizada de gramática complexa. Por outro lado, se entendermos de 
linguagem a habilidade de se comunicar por meio de sequencia de sinais, aí sim, também os 
primatas seriam portadores de “linguagem”. 
O ser humano constrói sua mensagem a partir de outra mensagem, ou seja, ele tem a 
capacidade de emitir e captar sons e a capacidade de organizá-los e ordená-los como símbolos. 
Toda palavra é um símbolo, um produto, parte, instrumento de uma civilização. A língua é por 
natureza, uma convenção, um acordo entre os membros componentes de um grupo. 
 
 
Noam Chomsky 
Noam Chomsky foi uma figura importante na área do estudo da linguagem pois 
desenvolveu uma nova concepção para a linguística. O pensador também formulou críticas ao 
estruturalismo e ao seu empirismo que são bastante relevantes, assim como a sua singular 
concepção de uma gramática gerativa, fruto de longo período de pesquisa. 
Quanto à crítica ao estruturalismo, Chomsky se opõe a uma das figuras mais 
importantes, o americano B.F. Skinner. Tanto o psicólogo quanto a corrente em questão 
concebiam a linguagem como algo aprendido por imitação; seria algo totalmente externo ao ser 
humano, aprendido por adestramento. 
Chomsky diverge de tal concepção ao dizer que a linguagem é uma capacidade humana 
inata por excelência, presente no DNA. Retomando Descartes, diz que um ser humano, por ter a 
linguagem inata em sua genética, mesmo sendo criado no meio de lobos poderia desenvolver a 
linguagem se voltasse a um ambiente com humanos; já um macaco não conseguiria desenvolver 
a linguagem mesmo no meio de humanos, pois esta não é inata nele. 
Descreve que haveria dois processos cerebrais que originariam as frases; postulou a 
existência da estrutura profunda, onde o raciocínio ocorreria sem o uso de palavras e a estrutura 
superficial, que são as frases que o ser humano pensa e escreve. Entre esses estados existem 
transformações, às quais seria trabalho do linguista a descrição, constituindo o seu objeto de 
estudo. 
Chomsky queria descrever um conjunto de regras de funcionamento da língua que fosse 
capazes de gerar, a partir de um conjunto limitado de regras e elementos, todas as frases 
possíveis; ainda buscava descrever o caráter transformacional desse conjunto, que desse conta 
das transformações entre as duas estruturas postuladas por ele. A isso Chomsky deu o nome de 
gramática gerativa. 
Comunicação dos primatas 
Como dito anteriormente, linguagem é uma forma do ser de se comunicar para com o 
mundo externo. Assim, com essas pesquisas e o avanço das mesmas, foi visto que há uma 
linguagem especial no reino animal e que cada vez tem-se descoberto suas semelhanças com os 
humanos. 
Esta se evidencia por expressões faciais e movimentos corporais, mudanças na pelagem 
ou plumagem, cor ou formato do corpo, assim como a emissão de sons como gritos, chamados, 
cantos, que servem para conseguirem se comunicar entre a sua espécie, ou, como estão 
descobrindo, com outras espécies. Essa forma de linguagem, dizem os pesquisadores, são 
transmitidas entre gerações da mesma forma como acontece com os humanos: a capacidade de 
se obter a linguagem é herdada geneticamente e só se é obtida quando o ser (animal ou humano) 
é exposto a esta. 
Na linguagem humana há um dispositivo inicial de linguagem que será moldado pelo 
convívio social e a partir daí assumirá as inúmeras possibilidades de simbologia e então 
comunicação. 
Ambas as linguagens, humana e animal, são adotadas por uma comunidade e, portanto, 
compreendidas por ela. Depreende-se daqui também que a natureza social da linguagem é 
comum aos humanos e animais, sendo ela própria instrumento e produto da socialização. As 
duas linguagens ainda compartilham a sua constituição através de um código específico, 
atendendo à necessidade de registro de informações em uma comunicação, apesar de divergirem 
nas maneiras e possibilidades de significação deste código. 
Os primatas usam a mesma área do cérebro que nós humanos - a parte esquerda - como 
dominante para a fala e expressões faciais de emoção. No entanto, os macacos têm mais 
informações simbólicas que emocionais. 
Antes, achava-se que os primatas tinham uma capacidade limitada de criação, ou seja, 
só absorviam aquilo que tinham sido ensinados, além de acreditarem que eles não tinham a 
capacidade de fazer sentenças. No entanto, em um estudo realizado na Universidade de St. 
Andrews, na Escócia,(autor e data?) revelou que macacos combinam sons para passar 
mensagens específicas, da mesma forma que humanos combinam palavras para criar frases. 
Essa pesquisa traz evidências de que os vários chamados podem conter pelo menos três 
tipos de informação: o evento testemunhado, a identidade do autor do chamado e se ele 
pretendia sair do local. Todas as informações seriam reconhecidas pelos outros macacos. 
Segundo Klaus Zuberbühler, da Escola de Psicologia da universidade escocesa, “a 
pesquisa revelou alguns paralelos interessantes no comportamento vocal dos macacos da 
floresta e esta característica crucial da linguagem humana”. Essas pesquisas então se tornam 
cruciais para compreender melhor como se deu a evolução da linguagem humana. 
Em 1980, a bióloga Doroth Cheney e o psicólogo Robert Seyfarth, da Universidade da 
Pensilvânia, nos Estados Unidos, apresentaram em parceria com Peter Marler, do Laboratório 
de Comunicação Animal da Universidade da Califórnia, um estudo sobre chamados de alarme 
emitidos por macacos vervet (Cercopithecus aethiops) para anunciar aos membros de seu grupo 
a presença de diferentes tipos de predadores. 
Os pesquisadores identificaram três chamados distintos. Ao ouvir um deles, os vervet se 
escondiam atrás de moitas e olhavam para o alto, esperando a chegada de uma águia. Outro 
chamado os levava a ficar eretos no solo e atentos aos movimentos no chão, à espera da 
passagem de uma cobra. O terceiro chamado indicava que eles deviam subir no abrigo mais 
comum entre os primatas, as árvores, para não serem pegos por um leopardo. 
Uma década depois, o brasileiro Francisco Dyonisio Cardoso Mendes, antropólogo com 
especialização em primatologia, iniciou uma série de gravações de sons emitidos por muriquis 
(Brachytelesarachnoides) da Estação Biológica de Caratinga, em Minas Gerais, uma área de 
Mata Atlântica ainda preservada. 
A partir da fonética acústica, que estuda os sons da fala humana, Demolin, Ades e 
Mendes analisaram chamados longos usados em distâncias acima de 50 metros entre membros 
do grupo, identificados como relinchos, e chamados curtos, identificados como estacados, 
usados em distâncias curtas. 
` Mendes, que é professor da Universidade Católica de Goiás, e Ades, da USP, acreditam 
que o alto grau de dispersão dos muriquis e a densa vegetação do seu habitat podem ter 
favorecido a evolução das complexas vocalizações nessa espécie, por dificultar outro tipo de 
comunicação, a visual. “Posturas, movimentos e expressões faciais são muito importantes para 
os primatas, mas necessitam de ambientes mais abertos para que sejam eficientes. Primatas que 
vivem em florestas tendem a utilizar mais frequentemente a comunicação vocal e possuir 
vocalizações mais complexas”, observa Mendes. 
Ainda não há descrição semântica sobre os significados das diferentes combinações de 
sons dos muriquis, como a que foi feita em relação aos vervet, associando três tipos de 
chamados a três situações específicas. 
Mesmo que o avanço das pesquisas chegasse à associação de diferentes combinações de 
sons a significados específicos – da mesma forma que na linguagem humana atribuímos um 
sentido a “lobo” e outro a “bolo” –, o que poderia levar a um “vocabulário muriqui”, ainda 
assim não seria possível chamar essa comunicação propriamente de linguagem, no sentido de 
lingua. “Seria um léxico (vocabulário) como o de uma criança com menos de dois anos de 
idade. A capacidade de combinação é pequena”, pontua Albano, da Unicamp. 
Além disso, mesmo no caso dos vervet, embora emitam um som interpretável como 
“leopardo”, não há evidência de que eles seriam capazes de visualizar uma pegada e dizer algo 
do tipo “por aqui passou um leopardo” ou “o leopardo pode voltar”. A possibilidade de relatar o 
passado, predizer o futuro ou referir-se a algo que não está presente são características que 
distinguem a linguagem humana. 
Comunicação entre primatas e humanos 
Com o mesmo ideal dessas pesquisas, alguns primatas foram submetidos a experiências 
de aprendizado. Alguns foram ensinados como bebês humanos, outros aprenderam linguagem 
de sinais, mas no final, todos conseguiram se comunicar, mesmo de forma bastante rudimentar, 
com os seres humanos. 
Como principais exemplos desses primatas temos a chimpanzé Viki, que com a ajuda de 
pesquisadores, que mexiam seus lábios até que ela o fizesse sozinha, conseguiu dizer “mama”; o 
chimpanzé Nim Chimpsky, nomeado em homenagem a Noam Chomsky, que viveu como um 
bebê humano, junto com uma família, mas que não conseguiu aprender de fato uma linguagem. 
 Temos também o caso de Washoe, o chimpanzé que mostrou aos pesquisadores que os 
primatas tinham seus próprios gestos, e com base nisso, os cientistas criaram uma linguagem 
especifica. Além disso, Washoe conseguia aprender gestos de outros primatas, até de outras 
espécies, incluindo dos seres humanos. O primeiro primata não chimpanzé a tentar uma 
comunicação foi o orangotango Chantek que utilizou um projeto parecido com o de Washoe, e 
também mostrou sinais de auto reconhecimento em frente a um espelho. 
Um dos mais famosos casos de primatas falantes é o da gorila Koko. A pesquisadora 
Francine Patterson a ensinou a usar mais de 1000 palavras na língua de sinais americana (ASL), 
e a entender mais de 2000 palavras ditas em inglês, inclusive criando até sua própria linguagem 
de sinais, a qual a Dr. Patterson nomeou de Gorilla Sign Language (GSL). Koko ficou muito 
famosa também por ter um apego especial por gatos, tendo adotado diversos animais durante a 
vida, inclusive nomeando alguns. 
Não tão famoso, mas igualmente impressionante, é o caso do bonobo Kanzi. Seu 
aprendizado começou quando sua mãe era ensinada com lexigramas (ícones em lugar de 
palavras) no Centro de Estudos de Primatas de Yerkes pela pesquisadora Sue Savage-
Rumbaugh. 
 Em seu primeiro dia de aula, Kanzi já se mostrara muito atento aos desenhos e ao 
computador, que usou mais de 100 vezes, o que para um primata é um número bem grande. 
Kanzi é conhecido por entender mais de 400 símbolos diferentes e por compreender 
mais de 3000 palavras da língua inglesa. Seu conhecimento fora testado diversas vezes, com 
testes com fones de ouvido para retirar a leitura labial e comunicação corporal, e mesmo assim, 
Kanzi conseguiu mostrar seu entendimento e responder aquilo que era pedido. 
Bibliografia 
Sites: 
http://www.comciencia.br/comciencia/handler.php?section=8&edicao=31&id=360 
http://lovemeow.com/2009/11/koko-the-gorilla-who-adores-all-ball-the-cat/ 
http://www.smithsonianmag.com/science-nature/speakingbonobo.html 
http://www.pbs.org/wnet/nature/koko/asl.html 
http://blogs.smithsonianmag.com/science/2011/08/six-talking-apes/ 
http://acp.eugraph.com/monkey/mbrains.html 
http://www.pbs.org/wnet/nature/episodes/clever-monkeys/monkeys-and-language/3948/ 
http://www.wired.com/wiredscience/2009/12/monkey-talk/ 
http://www.pigeon.psy.tufts.edu/psych26/language.htm 
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/03/080311_macacoscomunicamfrases
_ba.shtml 
http://www.mundoeducacao.com.br/biologia/semelhancas-entre-chimpanze-homem.htm 
Vídeos: 
http://www.youtube.com/watch?v=v5LdcyTJSe0 
http://www.youtube.com/watch?v=Nz9PLnvLuhE&feature=fvwrel 
http://www.youtube.com/watch?v=L2spGt17lY0

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