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Dalton Willians S Arandas - Medicina 1 BIOQUÍMICA METABOLISMO ENERGÉTICO Metabolismo remete a mudança, então o metabolismo energético representa a mutação energética que ocorre dentro do corpo humano e seus processos envolvidos. A energia é necessária para os organismos vivos executarem diversas funções biológicas. Então é essencial haver um equilíbrio energético para o bom funcionamento do organismo. E o corpo pauta muitas dessas reações energéticas na formação e consumo de ATP, que é a molécula que ao ser quebrada vai gerar energia. A síntese de biomoléculas, os movimentos e transporte ativo são mecanismos que realizam gasto de energia. O ser humano em específico consegue extrair energia de muitas fontes sendo classificado como um ser vivo onívoro e que também não realiza a produção de energia própria a partir de matéria inorgânica sendo assim um heterótrofo. Toda vez que o ser humano necessita de energia, moléculas como proteínas, carboidratos e lipídeos assumem papel primordial, pois são moléculas para uso energético elas estão presentes na alimentação cotidiana e é sempre bom ter um equilíbrio no consumo dessas moléculas pois além da função energética elas podem ser responsáveis por outras funções corpóreas então nunca se deve cortar por total alguma dessas moléculas da dieta é importante fazer o uso adequado. Ainda o oxigênio O2 tem um grande papel bioquímico essencial na produção de energia que nas mitocôndrias funciona como um receptor de elétrons que favorece a produção da ATP sintase que é uma das responsáveis pelo mecanismo energético. E de todas as moléculas energéticas do corpo o oxigênio é a única que não tem armazenamento isso faz com que seja necessário a continuidade da respiração sem haver interrupções consideráveis que podem desencadear o colapso na produção de energia, porém ainda há pequenos mecanismo anaeróbicos no corpo que desempenham funções complementares porém acontecem no curto prazo como por exemplo, o uso da fermentação lática ou da creatinina fosforilada, contudo esses mecanismo são complementares não suprem a demanda energética são mecanismo desencadeados em momentos extremos. A quebra de moléculas no corpo (degradação) se dá de maneira muito rápida, porém a criação de moléculas (síntese) no corpo se dá de maneira lenta, o que permite afirmar que o catabolismo (quebra de grande em moléculas em partes menores) é rápido e com pouco gasto de energia e são caracterizadas por reações de oxidação. E o anabolismo (junção de moléculas para formar uma molécula final) é lento e requer grande demanda energética e são representados por reações de redução. Catabolismo – reações exergônicas que funcionam como engrenagens, e quando há problemas no catabolismo, ou seja, a quebra de uma dessas ferramentas acarreta no mal funcionamento do corpo e pode originar desordens como por exemplo a diabetes; Anabolismo – reações endergônicas. ATP – (adenosina trifosfato) é a principal moeda de troca energética, é necessário a criação constante dessa molécula dentro do corpo que se dá a partir da união do ADP com uma molécula de fosfato inorgânico. E a quebra dessa molécula em ADP (adenosina difosfato) e fosfato inorgânico em ATP é responsável pela liberação de energia que vai ser utilizada em alguma reação do corpo para reações de anabolismo (endergônicas). Essa dinâmica de reações em que se necessita sempre realizar quebra e construção de ATP onde uma reação de construção necessita da reação de quebra são chamadas de reações acopladas em decorrência dessa interdependência. METABOLISMO DE CARBOIDRATOS O contexto de carboidratos na alimentação tem grande presença de amido e dissacarídeos, onde a digestão do amido ocorre graças a amilase e a quebra de dissacarídeos se dá pelas dissacaridases (maltose, sacarose e lactose), para transformar essas moléculas em monossacarídeos que conseguem atravessar a barreira intestinal para serem chegar na corrente sanguínea e ser distribuída para as outras células do corpo que e essa distribuição é facilitada pela insulina que consegue levar a glicose para outras áreas do corpo. Dalton Willians S Arandas - Medicina 2 E o pâncreas (glândula mista) é o órgão ligado a esse mecanismo de distribuição da glicose nos tecidos do corpo por produzir hormônios (insulina e glucagon) que participam dessa dinâmica como facilitadores. E o pâncreas tem duas áreas diferentes que vão produzir esses hormônicos sendo essas áreas os ácinos pancreáticos (que são as células produzem o suco pancreático) e as ilhotas de Langerhans (que tem as células (células alfa (glucagon) e beta (insulina)) que produzem os hormônios). • Insulina – atua após as refeições e tem por mecanismo aumentar a permeabilidade da membrana celular à glicose, no fígado a insulina promove a formação do glicogênio. De modo geral tem ação hipoglicemiante (diminui a quantidade de glicose no sangue). E é produzida pelas células beta das ilhotas de Langerhans; • Glucagon – atua nos períodos entre as refeições e tem o efeito inverso da insulina, ou seja, no fígado o glucagon estimula a transformação do glicogênio em várias moléculas de glicose, que serão enviadas para o sangue. Tem ação hiperglicemiante (aumenta a quantidade de glicose no sangue por meio da liberação de enzimas que vão degradar o glicogênio armazenado que vai liberar glicose no sangue). E é produzido pelas células alfa das ilhotas de Langerhans. Alguma desregulação na produção do glucagon não desencadeia desordens sérias como é o caso da insulina que provoca a diabetes, pois há outros mecanismos hiperglicemiantes que podem suprir uma suposta ausência de glucagon como por exemplo, os hormônios. Portanto, há uma dinâmica de modulação entre esses dois hormônios que agem de forma antagônica mantendo os níveis de glicose no sangue adequados às demandas do corpo. Diabetes tipo 1 – doença autoimune que atinge as ilhotas de Langerhans onde o paciente necessita de reposição de insulina por decorrência do sistema imune que começa a atacar as células beta produtoras de insulina. Glicólise – catabolismo da glicose, mediado pela insulina, que nada mais do que a degradação da glicose que a converte em piruvatos. Glicogênese – síntese de glicogênio a partir da junção de moléculas de glicose que também há participação da insulina. Glicogenólise – catabolismo do glicogênio que é mediado pelo glucagon. Gliconeogênese – síntese de “nova” glicose a partir de precursores não glicêmicos, é a produção de glicose a partir de outras moléculas do corpo, quando se tem longos períodos de jejum a partir de 8 horas. Então desequilíbrios nessas dinâmicas pode acarretar em problemas, como por exemplo o consumo exagerado de carboidratos que vai gerar ácidos gordos que são armazenados no tecido adiposo na forma de triglicerídeos. Quando é necessário sintetizar o glicogênio vai ter uma enzima principal que é a glicogênio sintase que junta as moléculas de glicose para formar o glicogênio para ser armazenado. Já quando é necessário a quebra do glicogênio são duas enzimas importantes relacionadas ao processo que são a glicogênio fosforilase e a glicogênio-6-fosfatase que são enzimas que favorecem a quebra do glicogênio transformando em moléculas de glicose que vão ser colocadas na corrente sanguínea. E esses mecanismos ocorrer entre os períodos de alimentação para manter os níveis de glicose no sangue. Dalton Willians S Arandas - Medicina 3 RESPIRAÇÃO CELULAR É a utilização do oxigênio no processo de respiração da célula (fosforilação oxidativa), e grande parte desse processo ocorre nas mitocôndrias, que são organelas importantes dentro do contexto energético. Há dois mecanismos importantes promovidos pela mitocôndriaque são o transporte de elétrons (que ocorre no interior da mitocôndria) e a produção de ATP (fosforilação oxidativa). CADEIA TRANSPORTADORA DE ELÉTRONS A cadeia transportadora de elétrons ocorre na parte interna da membrana da mitocôndria por intermédio de proteínas localizadas nessa membrana interna que conseguem tirar o próton dos transportadores e colocar no espaço intermembrana. Há duas membranas na mitocôndria, a membrana interna a membrana externa, sendo a membrana externa o espaço delimitador que separa a mitocôndria do citoplasma e a membrana interna que é crucial para a cadeia transportadora de elétrons onde é encontrado as proteínas de membrana que fazem a regulação dos íons que se localizam no espaço intermembranas que fica entre essas duas membranas e o papel básico dessas proteínas é colocar H+ nesse espaço que ficam numa concentração tão alta e para garantir que o espaço intermembranas é necessário dois carreadores de elétrons que levam esse íon que são o NAD e o FAD que capturam esses elétrons no ciclo de Krebs transformando-se em NADH+ e FADH+ e levam para o espaço intermembranas, que os íons H+ tentam voltar para o espaço interno que força essa passagem por meio da ATP sintase que fazem movimento de giro nessa proteína que provoca a energia centrífuga que une a molécula de ADP ao fosfato inorgânico. E o oxigênio é importante nesse processo pois funciona como um aceptor de elétrons uma vez que ao passar íons de hidrogênio para a matriz mitocondrial desequilibra a concentração dos íons de hidrogênio que deve ser maior no espaço intermembranas, assim, o oxigênio neutraliza formando água os íons hidrogênio que adentram a matriz mitocondrial, garantindo o gradiente de concentração que faz o movimento de produção de ATP. A imagem acima apresenta o movimento de giro promovido pela passam dos íons hidrogênio. O único resíduo resultante da cadeia transportadora de elétrons é o CO2 que é eliminado pelo aparelho respiratório. MECANISMOS METABÓLICOS DA MITOCÔNDRIA É o mecanismo que converte carboidratos (preferencialmente pela sua solubilidade em água), lipídeos e proteínas em ATP para fazer com que o Ciclo de Krebs funcione e antes de se transformar em ATP essas moléculas energéticas são convertidas em Acetil- CoA que faz com que o ciclo aconteça Dalton Willians S Arandas - Medicina 4 GLICÓLISE OU VIA GLICOLÍTICA Essa via tem como objetivo final a conversão da glicose (hexose) em piruvatos (triose), ou seja, pegar uma molécula de três carbonos e transformar em duas moléculas de três carbonos. E por sua vez os piruvatos vão ser convertidos em Acetil-CoA e de forma indireta a glicólise fornece produtos que participam da geração de energia. A via glicolítica conta com 10 reações até chegar num produto final e ocorre no citoplasma da célula. Nessa via glicolíticas um dos produtos finais são os ATPs que são gerados quatro no total, porém duas são consumidas de forma que o saldo líquido é de dois ATPs e é um “bônus” de energia além de reduzir dois NAD’s fazendo com que se gere mais moléculas que farão a participação no contexto de produção de energia. Já o piruvato produzido pode ser convertido por intermédio da enzima piruvato descarboxilase em Acetil-CoA (iniciando o ciclo de Krebs) ou ser funcional na fermentação lática na conversão em lactato. CICLO DE KREBS Ocorre na matriz da mitocôndria e sempre que ocorre o ciclo de Krebs resulta em 3 NADH (1 NADH reduzido equivale a 3 ATPs, então em uma volta no ciclo de Krebs se produzem no total 9 ATPs), 1FADH2 (1 FADH reduzido gera 2 ATPs fazendo com que uma volta no ciclo de Krebs gere 2 ATPs). 1GTP (que energeticamente é equivalente a 1 ATP) então uma volta completa no ciclo de Krebs fornecerá no total 12 moléculas de ATP por cada molécula de Acetil-CoA que é oxidada. Então sabendo que uma molécula de glicose gera dois Acetil-CoA implica dizer que uma glicose dará origem a 24 ATPs uma vez que um Acetil- CoA geram 12 moléculas de glicose. E o que sobra da metabolização da glicose são dois NADs reduzidos que dará origem a 6 ATPs que no total de tudo promove a produção de 30 ATPs. DISTÚRBIOS DO METABOLISMO Dentro dos distúrbios do metabolismo o que mais se destaca são as diabetes tendo do tipo mellitus e insipidus, e dentro da classificação a diabetes mellitus existem três tipos: • Diabetes mellitus tipo 1 (autoimune) – onde o sistema imune começa a destruir as células beta do pâncreas que faz com que se deixe de ter produção de insulina; • Diabetes mellitus tipo 2, é o tipo mais comum e está ligado em partes a herança genética, obesidade e a dieta desbalanceada causada pelo ritmo frenético da sociedade atual; Dalton Willians S Arandas - Medicina 5 • Diabetes mellitus gestacional – que é desencadeado por uma desregulação hormonal, pois há uma superprodução de hormônios hiperglicemiantes (hormônio lactogênico placentário) que aumenta a taxa de insulina no sangue que pode ser regulada depois da gestação e fazer com que essa diabetes suma. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL O mais comum dos exames para avaliar a os níveis glicêmicos é a glicose em jejum sendo os valores adequados dado por esta tabela: Sendo a intolerância a glicose conhecida como um quadro pré-diabético sendo necessário a repetição do exame em dias diferentes para confirmar se os valores se repetem. Já existem outros testes como a hemoglobina glicada que é mais fiel ao resultado por conseguir abstrair valores glicêmicos na média de vários dias anteriores ao teste, pois ele avalia a glicose ligada a hemoglobina que se liga e não solta mais. Teste oral de tolerância a glicose (TOTG) – também conhecido como curva glicêmica que é importante para gestantes, e ele avalia o metabolismo instantâneo, funciona da seguinte maneira: colheita de sangue com paciente em jejum e após a primeira coleta é dada uma quantidade de glicose para o paciente consumir e a cada 30 minutos se colhe novamente para monitorar os níveis de glicose se cresce e em quanto tempo começa a decrescer na corrente sanguínea. De modo geral o pico de glicose se dá 60 minutos depois da ingestão e após 2h30min o nível de glicose volta ao nível inicial que foi constatado na primeira coleta.
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