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Aluna: JERSSICA RENALLY DE ARAÚJO SILVA Atividade Assíncrona: RESENHA DO DOCUMENTÁRIO Saúde da população LGBT O documentário intitulado "Saúde da população LGBT", produzido para o curso da UNA-SUS UFPE, demonstra a realidade atual do Sistema Único de Saúde e a assistência dessa população específica. O documentário, se por um lado demonstra a preocupação dos profissionais de enfermagem em oferecer a melhor assistência, considerando as singularidades dessa população, por outro, transparece as limitações e os desafios que a falta de uma formação voltada para essas particularidades e de atualização dos profissionais no que tange ao conhecimento a abordagem correta e humanizada ao paciente LGBTQIA+. A partir da constituição de 1988, os princípios do SUS asseguram perante a Lei a integralidade, universalidade e, em especial, a equidade nas ações de promoção, prevenção, tratamento e recuperação, portanto estas devem incluir pautas sobre a inclusão dessa população e o acesso ao cuidado. Diante do exposto, a formação profissional precisa incluir capacitações para manejo dos profissionais com as minorias, para evitar equívocos como os citados pelas pacientes do documentário. A falta de humanização no serviço, além de prejudicar o tratamento, afasta e exclui o paciente que se sente constrangido diante de posturas discriminatória. É importante destacar que o profissional enfermeiro, na rede de atenção à saúde, é o primeiro contato entre o paciente e o Sistema Único de Saúde. A devida utilização dos instrumentos da enfermagem, como a comunicação, a escuta qualificada, a avaliação e a observação, a depender da abordagem do profissional, podem favorecer uma construção de vínculo desde o acolhimento, imprescindível para a permanência desse contato a longo prazo, possibilitando a identificação das necessidades de saúde deste público. Conforme aponta a literatura, a população LGBTQIA+ historicamente é marcada pelo preconceito e a exclusão social, exposta a riscos e agravos decorrentes da violência evidenciada pela LGBTfobia. Nesse contexto, a política Nacional de Saúde Integral do LGBT se constitui em um instrumento imprescindível na enfermagem, pois essa política está voltada para as discussões e debates sobre os determinantes sociais de saúde, a exemplo da violência física ou psicológica historicamente enfrentada pelos LGBTQIA+ em âmbito social, além de explicitar que esta representa um problema de saúde pública, uma vez que fere os direitos humanos e aumenta os índices de morbidade e mortalidade desse grupo. Conforme apontam os dados, o Brasil é o país que mais mata pessoas trans no mundo. Vale ressaltar que essa violência não deve ultrapassar os limites do sistema de saúde e ser repassada através do preconceito institucional. Para isso, é essencial que os profissionais de saúde possam se empoderar dos conhecimentos a respeito das diversidades desse meio e suas interseccionalidades, além do conhecimento científico sobre as diferenças entre identidade de gênero, orientação sexual e as diversas facetas incluídas em cada contexto. A educação permanente dos profissionais do sistema de saúde implica na necessidade de construção de protocolos específicos e padronizados de atendimentos para as pessoas LGBTQIA+, com o objetivo de favorecer a segurança do paciente frente ao profissional, para que alguns desafios sejam superados, como por exemplo a dificuldade do paciente assumir sua orientação sexual e de pessoas trans buscarem atendimento, a falta de orientação durante a consulta ginecológica em pacientes lésbicas ou trans, a negação da utilização do nome social, entre outras questões. Além da necessidade de implementação da sistematização da assistência à população LGBTQIA+ nos currículos de todos os profissionais de saúde, especialmente a enfermagem, de maneira obrigatória, é necessário que o enfermeiro também busque alternativas para aumentar a visibilidade LGBTQIA+, isso pode ser feito através da ministração de palestras para as equipes de saúde, de atividades voltadas a esse público com participação comunitária, da ampliação do debate nos Conselhos de Saúde e nas UBS, com a participação dessas pessoas para que expressem suas necessidades e as políticas públicas sejam efetivadas.
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