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PATOLOGIA – 04/08/2021 Outro nome para esse tema: distúrbios do sistema imune Os órgãos linfoides são divididos em dois grupos: 1. Primários: timo e medula óssea 2. Secundários: baço, linfonodos e tecido linfoide associado à mucosa As células que esses órgãos possuem em comum são as de defesa (linfócitos, células dendríticas..), presentes na corrente sanguínea o Desde as células da linhagem vermelha até as células do sistema imune São órgãos que com suas particularidades vão abrigar e fazer parte do sistema imune Doenças dos órgãos linfoides são doenças nas células presentes na corrente sanguínea o Alterações nessas células o Esses órgãos quando estão doentes/alterados é porque as células dentro deles estão alteradas HEMATOPOIESE Processo de formação das células do sistema imune As células compartilham entre si algumas coisas, dentre elas, sua origem o Hematopoiese A hematopoiese é uma via complexa e múltipla, mas de uma forma “unida” Todas as células do sistema imune e da corrente sanguínea são produzidas através da hematopoiese, a qual é iniciada através de uma célula-tronco única o Dá início através de uma célula-tronco totipotente do sistema imune o Independente de ser um linfócito, monócito ou neutrófilo, além das demais, todas elas terão sua origem em comum Por compartilharem a mesma origem, a interferência em uma linhagem pode acabar interferindo na outra Uma célula-tronco inicial vai se diferenciar em células-tronco da linhagem linfoide e mieloide o As da linhagem linfoide se diferenciam em células T e B o As da linha mieloide se diferenciam em todo o restante, incluindo as hemácias e plaquetas A partir do precursor comum, da linhagem mieloide, vai se diferenciando cada vez mais até se diferenciar completamente e formar as células já conhecidas (mastócitos, células dendríticas, macrófagos...) Quando se tem uma doença/alteração, por qualquer origem, ao ser em uma célula “mais primordial”, maior o número de células afetadas no fim o É o que acontece com os promielócitos, por exemplo Quanto mais diferenciada por a célula que está sofrendo alguma alteração, menor vai ser o número de linhagens finais afetadas Outra coisa que mantém essas células mais próximas entre si é o local físico o Além de elas compartilharem a sua origem (célula-tronco totipotente), elas compartilham o local físico onde são produzidas o São produzidas na medula óssea, independente do órgão que vão para dar término ao processo de formação o Isso só confirma que um problema em uma linhagem pode acarretar em um problema para outras linhagens Imagine ter uma doença/alteração em que o promielócito sofre uma alteração: ele morre Todos os promielócitos, quando a célula mieloide inicial se diferencia em promielócitos, morrem Se a etapa (células mieloides promielócitos) não está acontecendo direito, ao final, tem-se um problema para a formação de neutrófilos, eosinófilos e basófilos também Caso esse processo acontecesse durante a formação das células mieloides, as demais células (promielócitos, neutrófilos, eosinófilos e basófilos) sofreriam com isso Um problema na via dos eritrócitos, por exemplo, seria restrito a essa via (somente os eritrócitos iriam morrer) Câncer de promegacariócito Tem-se um promegacariócito que virou neoplásico, cancerígeno, e começou a se proliferar bastante (uma alta taxa profilerativa) Ocorre na medula Esse promegacariócito que está neoplásico começa a se proliferar, de uma forma bastante acelerada, passando a ocupar o espaço físico da medula acaba interferindo na produção do restante das células (acabam ficando sem espaço para terem suas vias de produção normal) O problema de se ter uma alteração em uma via é que ela ocupa o espaço das demais, impedindo que elas cresçam Muitas vezes o paciente tem um problema na produção de neutrófilos e acaba interferindo na produção de outras células o Acontece devido ao compartilhamento de origem e de espaço físico que as células possuem Como existem várias etapas até a formação final de uma célula, em qualquer uma das etapas pode acontecer um problema o Cada uma vai apresentar causas e consequências diferentes o Entretanto, vão acabar criando causas iguais por compartilharem (origem e local físico) e acabarem interferindo no todo do sistema imune HISTOLOGIA DA MEDULA Através de um corte histológico, consegue-se identificar todos os tipos celulares encontrados na hematopoiese o Todas as etapas e hierarquias ocorrendo na medula ao mesmo tempo o que é NORMAL Em uma medula saudável é assim que se espera encontrar: Em uma medula normal encontram-se: 1: Mieloblasto 2: Pró-mielócito 3: Mielócito 4: Metamielócito 5: Neutrófilo não segmentado 6: Neutrófilo segmentado 7: Eosinófilo 8: Monócito 9: Pró-eritroblasto 10: Eritroblasto basofílico 11: Eritroblasto policromático 12: Eritroblasto ortocromático 13: Linfócito Um patologista consegue identificar, cada etapa, pela morfologia que cada uma apresenta o São morfologias diferentes o Quando o progenitor comum se diferencia, por exemplo, em multipotente, ele se modifica um pouco As únicas células em que não se consegue observar uma diferença morfológica são os linfócitos (T e B) o Pela morfologia não se consegue diferenciar um linfócito B de um linfócito T Uma medula saudável segue a proporção 3:1 o A cada 3 células da linhagem mieloide, encontra-se 1 célula da linhagem linfoide o Linha linfoide é menor Quanto mais imatura uma célula é, maior vai ser É normal e esperado encontrar vários adipócitos em uma medula normal o Adipócitos são células que estão se diferenciando esse processo gasta muita energia, logo, adipócito serve como uma fonte de energia o Células gastam muita energia o O número de adipócitos presentes na medula são importantes para a análise do patologista: em doenças proliferativas, por exemplo, quando se tem uma leucemia, a medula fica tomada de células e os adipócitos “somem”, quase não se encontram adipócitos o Saúde da medula também é indicada pela presença de adipócitos Adipócitos começam a sumir indicativo de algum problema proliferativo na medula Etapas da hematopoiese: DISTÚRBIOS DOS LEUCÓCITOS A primeira coisa que tem que lembrar são as linhagens: linfoide e mieloide Dentro da linhagem mieloide, tem-se a linhagem granulocítica o Neutrófilos, basófilos e eosinófilos De forma didática, os livros dividem os distúrbios em dois grupos: diminuição e aumento no número de leucócitos 1. Leucopenias: diminuição no número de leucócitos o Diminuição: leucopenia o Leucócitos refere-se a qualquer célula da linhagem linfoide ou mieloide termo geral para as células brancas do sangue o Sufixo –penia significa redução o Lifopenias ou linfocitopenia: redução no número de células da linhagem linfoide o Neutropenias: redução da linhagem mieloide o Redução na corrente sanguínea 2. Distúrbios proliferativos: aumento no número de leucócitos o Pode ser originado por dois motivos principais: caráter reativo (caráter inflamatório) e neoplásico (processo cancerígeno) o Os distúrbios neoplásicos são: leucemias e linfomas câncer das células sanguíneas LEUCOPENIAS: LINFOPENIA REDUÇÃO DOS LINFÓCITOS Menos comuns o Número menor de células da linhagem linfoide o Mas várias alterações podem levar a linfopenia Valores de referência: o 20 a 50% dos leucócitos totais Quando se tem um processo inflamatório, chega até a medula um sinal para produzir mais neutrófilos Transitoriamente se tem uma redução no número de adipócitos há grande produção de neutrófilos para combater a inflamação Nesse momento,pode-se encontrar um número menor de adipócitos Quando se tem um processo proliferativo mais intenso, que é o caso de um câncer, uma leucemia, o que acontece é a formação de uma linhagem que se tornou cancerígena Adipócitos somem e a medula é tomada por células isso acontece em: processos inflamatórios, leucemias, problemas de distúrbio proliferativo Na linhagem mieloide as células mais suscetíveis a doenças causando redução são os neutrófilos Células da linhagem que estão em maior quantidade Paciente leucopenico: quando coletado seu sangue, na corrente sanguínea vai ter uma redução de linfócitos (lifopenia) ou neutrófilos (neutropenia) Essa situação pode ser, e muitas vezes é, diferente do que se observa na medula Pode ter um paciente leucopenico com a medula cheia de células, um paciente linfopenico com a medula cheia de células Uma coisa é o que se está vendo na corrente sanguínea e outra coisa é o que está acontecendo na medula o < adultos: 1.500 a 5.000/mm³ o < crianças: 3.000/mm³ Causas comuns: a. HIV: causa principal o Linfócitos são constantemente ativados b. Uso de glicocorticoides: tóxico para os linfócitos o Matam os linfócitos o Pacientes que fazem tratamento com glicocorticoides apresentam um sistema imune mais debilitado o Tratamento de Chikungunya é feito com glicocorticoides, para diminuir o processo inflamatório nas articulações c. Drogas citotóxicas: principalmente quimioterápicos d. Doenças autoimunes e. Algumas infecções virais agudas (sequestro tecidual) o Quando o paciente tem uma infecção viral, a primeira coisa que se observa é o aumento dos linfócitos no hemograma o No início de uma infecção viral, seja ela qual for, todos os linfócitos vão ser sequestrados para o local da invasão para combater o vírus se coletar o sangue do paciente nesse momento, ele estará linfopenico, estará com redução de linfócitos por causa do sequestro tecidual ainda não deu tempo da medula repor a grande quantidade de linfócitos que foi sequestrada (saiu da corrente sanguínea e foi para o tecido) o Quando o paciente chega no hospital ou na clínica, ele, geralmente, está no 3º-4º dia da infecção, ou seja, já deu tempo da medula repor a quantidade de linfócitos (já vai estar com uma linfocitose) mais comum ver o aumento de linfócitos relacionado com infecção viral o Uma infecção viral aguda e muito forte, quando o vírus é muito patogênico e tem uma taxa de multiplicação muito elevada, todo e qualquer linfócito que a medula produz já vai para o tecido não há linfopenia transitória e, sim, constante exemplo de vírus: ebola f. Câncer: não necessariamente neoplasias hematológicas o Um tumor sólido pode causar uma linfopenia: ativa uma resposta inflamatória onde vai haver uma grande chegada de linfócitos (principalmente T CD8) para tentar combater o tumor é criado, ao redor do tumor, um ambiente inflamatório, rico em linfócitos g. Artrite reumatoide o Linfócitos são muito sensíveis o Sensíveis também a ativação constante, logo, rapidamente morrem h. Estresse: causa uma redução do sistema imune o Cortisol é tóxico para os linfócitos i. Desnutrição o Apesar dos linfócitos não serem células fagocíticas, eles funcionam como sinalizadores gastam muita energia o Precisam de nutrientes para gerar energia Linfopenia de linfócitos T são mais graves que de linfócitos B o Linfócitos T são os “cabeça”, sinalizam e mandam ordem para as outras células doença se torna mais grave o Linfócitos B são mais restritos a produção de anticorpos Consequência de uma linfopenia: predisposição a infecções causadas por vírus, fungos e parasitas o Sinais e sintomas mais recorrentes o Até mesmo infecções parasíticas não tão comuns o A principal doença observada é uma amidalite viral recorrente LEUCOPENIAS: NEUTROPENIAS Principal redução no número de células mieloides Agranulocitose = granulocitopenia: mais comum Redução dos granulócitos: o Eosinófilo: 0 a 5% o Basófilo: 0 a 2% o Neutrófilo: 40 a 80% Causas principais: a. Granulopoiese inadequada ou ineficaz: problema na produção o Supressão das células-tronco: aplasia medular paciente Paciente está sofrendo de uma doença muito específica e não é capaz de produzir eosinófilo Até que se descubra isso vai demorar Em um hemograma, é normal que os eosinófilos estejam “zero”, não se vai conseguir detectar a ausência de eosinófilos A mesma coisa pode acontecer com um basófilo apresenta uma parada quase que total da produção de todas as linhagens de células-tronco (incluindo a linhagem que produz os neutrófilos) o Supressão dos progenitores por quimioterápicos (DNA) pacientes apresentam uma redução na produção de neutrófilos porque vão apresentar uma redução de todas as células do sistema imune o Hematopoiese ineficaz: síndrome mielodisplásica (displasia de uma linhagem, afetando outras) doença de caráter proliferativo neoplásico, uma linhagem começa a se proliferar muito, ocupando o espaço da medula e interferindo na hematopoiese das outras linhagens o Defeitos genéticos hereditários na diferenciação celular: quanto mais imatura for a etapa em que essa alteração interfere, maior o número de células finais que ela vai conseguir alterar b. Remoção acelerada dos neutrófilos: problema na corrente sanguínea o Destruição por causa idiopática (doença em que não se sabe a causa) ou desordem imunológica (a ativação dos neutrófilos não é feita da forma correta ou que causam desequilíbrio no processo de ativação dos neutrófilos): do nada o paciente começa a apresentar uma neutropenia investiga a medula e ela está saudável, não tem nenhum processo inflamatório, nenhum foco infeccioso... por algum motivo, quando esses neutrófilos chegam na corrente sanguínea, eles morrem por apoptose CASOS MAIS RAROS o Esplenomegalia: sequestro o patógeno causa um aumento do baço, uma infecção parasitária, por exemplo o baço faz hemocaterese, ou seja, a limpeza das hemácias velhas; além disso, abarcar as células do sistema imune, principalmente os neutrófilos, é um local que vão para receber sinalização baço maior consegue abrigar mais células, roubando-as da corrente sanguínea o Migração para o tecido: neutrófilo se encaminha para o tecido em um processo inflamatório processos inflamatórios mais extensos (inflamações sistêmicas, sepse..) faz com que mais neutrófilos saiam do vaso e sigam em direção ao local inflamado diapedese de neutrófilos Diagnóstico de uma aplasia medular é feito a nível medular ou sanguíneo, conseguindo visualizar células pouco diferenciadas? Paciente chega com neutropenia, linfopenia... redução de tudo, através de um hemograma simples Deve olhar a medula para saber se o problema está na produção ou na corrente sanguínea (fazendo as células sendo sequestradas) Medula aplásica: poucas células-tronco e nenhuma se diferenciando, com baixa ou nenhuma produção Muitos quimioterápicos ainda usam como alvo células capazes de replicar o DNA Ou seja, células que estão sofrendo mitose, sofrendo taxa proliferativa Uma célula cancerígena produz muito DNA, sendo uma célula muito proliferativa Conseguem matar também células não- cancerígenas, mas que produzem muito DNA principalmente as células da medula viram alvo dos quimioterápicos Quando o paciente está fazendo quimioterapia, o cabelo cai porque o folículo piloso produz muito DNA Virando alvo para a grande maioria dos quimioterápicos Covid-19 + chuva de citocinas: A chuva de citocinas pode desenvolver uma síndrome inflamatória sistêmica (SIRS): tem-se uma ativação da resposta inflamatória sistêmica é como se todo o corpo estivesse ativando a inflamação Quando se tem uma ativação sistêmica,fala-se de uma grande extensão do vaso, uma grande área de endotélio que está roubando o neutrófilo de dentro do vaso e o levando para o tecido Na sepse, tem uma infecção bacteriana na corrente sanguínea (uma grande quantidade de antígenos bacterianos na corrente sanguínea) Essa grande quantidade leva a uma ativação sistêmica da inflamação paciente entra em sepse (pode ser por bactéria, vírus ou outros fatores) Qualquer doença que aumente o baço vai causar sequestro de neutrófilos o Cirrose e anemia falciforme são exemplos Neutrófilos são os primeiros a chegarem no local da inflamação o São extremamente reativos: assim que são ativados, não duram muito tempo rapidamente são encaminhados para a apoptose é uma forma de evitar doenças autoimunes Paciente entra em choque porque o volume sanguíneo reduz muito o Quanto maior for a área de endotélio ativado, maior a saída de neutrófilos maior sequestro tecidual MORFOLOGIA: Quando se tem uma neutropenia, a depender da causa (se é uma granulopoiese ou remoção acelerada dos neutrófilos), a medula vai se apresentar diferente o Neutropenia periférica (algo está “roubando” os neutrófilos do sangue, seja um processo inflamatório sistêmico, causa idiopática, esplenomegalia) causa uma hipercelularidade medular: chega uma mensagem na medula, avisando que há pouco neutrófilo e que é necessária a produção de mais para repor o que foi “roubado” medula cheia de células, produzindo muitos neutrófilos o Paciente neutropenico, diminuição de neutrófilos na corrente sanguínea, desencadeada por um problema na produção (uma granulopoiese inadequada ou ineficaz), onde o problema está na supressão das células-tronco, causando uma hipocelularidade medular: não se tem neutrófilo na corrente sanguínea por não se ter células-tronco para produzir neutrófilos (seja por uma aplasia medular, síndrome mielodisplásica, tratamento quimioterápico) medula vazia A forma como a medula vai estar (hipercelular ou hipocelular) depende das causas DESVIO A ESQUERDA: a medula vai receber sinais para produzir neutrófilos o Quanto maior for o sinal que a medula receber, mais neutrófilos ela vai produzir o Um sinal mais excessivo/intenso a medula começa a produzir em grande quantidade faz em uma quantidade tão grande que começa a liberar na corrente sanguínea algumas células imaturas (blastos) e, ao fazer um hemograma, aparece acontece em processos inflamatórios intensos (sepse, chuva de citocinas, choque anafilático) ou processos neoplásicos (como leucemia ou linfomas) o Desvio a esquerda significa, então, a presença de blastos na corrente sanguínea células imaturas que ainda não terminaram sua hematopoiese, que deveriam estar na medulas mas, por algum motivo, não estão SINTOMAS: 1. Infecções recorrentes 2. Lesões necrosantes ulcerativas nas mucosas o Não se sabe ao certo porquê, mas estão relacionadas como é uma neutropenia crônica 3. Linfonodos regionais inflamados o Linfonodos aumentados = linfodenomegalias o Aumenta quando se está drenando alguma coisa ruim (infecção viral, bacteriana, câncer..) 4. Indisposição, calafrio, febre, fraqueza e fatigabilidade Em pacientes que vão apresentar neutropenia, por exemplo, quando se começa um tratamento quimioterápico o Isso quando se sabe que o quimioterápico interfere nas células-tronco, interferindo na hematopoiese o Já se espera que o paciente se torne neutropenico é um efeito colateral Quando não se consegue identificar a causa da neutropenia, são administrados antibióticos de amplo espectro e de G-CSF (fatores de crescimento da linhagem granulocítica) o É uma forma de prevenir infecções bacterianas, as quais o paciente vai estar suscetível o G-CSF estimula, na medula, a hematopoiese da linhagem granulocítica, como uma forma de tentar compensar a neutropenia DISTÚRBIOS PROLIFERATIVOS: REATIVOS (LEUCOCITOSE) AUMENTO GLOBAL DO NÚMERO DE GLÓBULOS BRANCOS NO SANGUE Reativos: quando está acontecendo alguma coisa no corpo que está levando ao aumento de leucócitos, mas não tem nada a ver com câncer Leucocitose é o aumento de leucócitos na corrente sanguínea Mais frequente devido a uma linfocitose ou neutrofilia o Linfocitose: número de linfócitos aumentados o Neutrofilia: aumento no número de neutrófilos o Sufixos –filia e –citose significam aumento Normal: 4.500-11.000/mm³ Leucocitose > 11.000/mm³ Consequência de outra patologia ou distúrbio o A neutrofilia, por exemplo, nunca vai ser responsável pela patologia é sempre o início o Mesma coisa vale para a diminuição dessas células Coisas que podem levar a um aumento de neutrófilos: o Endotoxinas: LPS ou outro componente bacteriano vai causar neutrofilia medula joga um monte de neutrófilo na corrente sanguínea para combater a bactéria o Hipóxia: redução na disponibilidade de oxigênio, leva às células a morrerem por necrose quando uma célula morre por necrose, ela explode e joga para fora conteúdo intracelular, o qual extravasado ativa inflamação (mesma lógica de quando se ativa inflamação por bactéria) o Exercícios físicos: aumento momentâneo de neutrófilos na corrente sanguínea aumento da circulação, fazendo com que não se consiga fazer uma diapedese adequada neutrófilos ficam preso dentro do vaso sanguíneo o Epinefria tem efeito semelhante ao do exercício físico: aumenta a circulação o Glicocorticoides: inibem a expressão de L- selectina, dessa forma, endotélio fica liso, sem que o neutrófilo consiga frear durante a diapedese, além de matar os linfócitos (responsáveis por desligar a inflamação e iniciar a cicatrização) é um uso crônico dessa mediação o Neutrófilos possuem uma vida curta e, o uso de glicocorticoides, aumenta o tempo de vida deles na corrente sanguínea o Infecção crônica, inflamação, presença de tumores e doenças mieloproliferativas: aumenta a atividade da medula o Aumento de eosinófilos na corrente sanguínea: processos alérgicos (como a asma e alergia à medicamentos) e infestações parasitárias são as mais comuns por causa da ação e caráter da ação dos eosinófilos o Fora as doenças mais comuns, tem os linfomas de Hodgkin e não-Hodgkin: podem causar um aumento de eosinófilos por uma questão inflamatória o O aumento de basófilos é muito mais raro: indicativo de uma doença mieloproliferativa, ou seja, indica uma doença de alteração na taxa de proliferação da linhagem mieloide, geralmente associado a um processo leucêmico leucemia da linhagem mieloide o Monocitose é o aumento de monócitos na corrente sanguínea por infecções crônicas (como a tuberculose), infecções bacterianas de caráter crônico (como a endocardite): aumento de monócito no paciente está relacionado a uma doença crônica e, dessa forma, investiga-se primeiro uma infecção bacteriana quando não é, provavelmente será uma doença imune de caráter crônico o Presença de monócito na corrente sanguínea é sinal de cronicidade (doença autoimune, doença de caráter imunológico ou uma doença que tem caráter patogênico/infeccioso) o Linfocitose acompanha a monocitose em muitos distúrbios associados à estimulações imunológicas crônicas o Somente aumento de linfócitos: pensa-se em infecção viral caso seja descartado, pensa-se em infecções bacterianas mais específicas (tuberculose e coqueluche, por exemplo) Neutrófilos aumentados infecção bacteriana Macrófagos e linfócitos aumentados cronicidade Linfócitos aumentados infecção viral Número aumentado de células vão se direcionar para o local onde elas estão sendo requeridas o Não vão entrar em qualquer tecido o Ativação endotelial é pontual: só acontece no local que precisa romper a diapedese o Esse aumento não interfere nos demaistecidos por isso que uma infecção sistêmica é perigosa DISTÚRBIOS INFLAMATÓRIOS GRAVES: geralmente sepse ou doença de Kawasaki o Leucocitose (desvio à esquerda) + alterações morfológicas dos neutrófilos (não apresentam a morfologia normal) o A medula começa a produzir e mandar muitas células imaturas (blastos), junto com células que apresentam alterações morfológicas o Células com alterações morfológicas: corpúsculos de Dohle, vacúolos citoplasmáticos e/ou granulações tóxicas o Doença de Kawasaki: inflamação sistêmica dentro dos vasos o Em casos de leucemia, a presença dos blastos vai acontecer sozinho, não vai ter alterações morfológica Paciente está apresentando uma redução de linfócitos na corrente sanguínea Descarta-se vírus: haveria um aumento NÃO PODE PENSAR ASSIM Se for uma infecção aguda, um sequestro tecidual, o paciente pode estar apresentando redução de linfócitos (estão se dirigindo para infecção viral aguda) Redução de linfócitos é um grande indício que não seja vírus, mas não exclui a possibilidade Vacúolos citoplasmáticos DISTÚTBIOS PROLIFERATIVOS: REATIVOS (LINFADENITE) AUMENTO NO NÚMERO DE LEUCÓCITOS Linfadenites são o aumento no número de leucócitos dentro dos linfonodos o Patologista consegue analisar e identificar qual a possível causa São dois tipos de linfadenite: 1. Inespecífica aguda: reações imunes nos linfonodos em resposta à estímulos inflamatórios o Exemplo: garganta inflamada com os linfonodos cervicais inchados e dolorosos à palpação o Linfonodos aumentados e sensíveis (dolorosos) o Linfonodos mais comuns: cervicais, axilares e inguinais o Muito associada a infecções bacterianas e queimaduras extensas o É comum observar em uma lâmina histológica a ZONA DO MANTO Imagem de cima: linfonodo normal/ imagem de baixo: linfonodo alterado (aumento no número de linfócitos B) 2. Inespecífica crônica: linfonodos não sensíveis ao toque o Linfonodos aumentados mas não dolorosos o Linfonodos mais comuns: axilares e inguinais o O termo “crônico” serve apenas para sinalizar que não há sensibilidade ao toque não quer dizer que é uma infecção crônica o Indicativo de hiperplasia folicular, paracortical ou sinusal o Hiperplasia folicular: resposta humoral (produção de anticorpo); linfócitos B; característica comum de uma artrite reumatoide, toxoplasmose ou início de HIV o Hiperplasia paracortical: respostas imunes celulares; linfócitos T ativados invadem os folóculos; característica comum de uma hipersensibilidade a fármacos, pós-vacina ou infecções virais o Hiperplasia sinusal: sinusoides linfáticos dilatados (células endoteliais); linfonodos que drenam câncer Diferença entre uma linfadenite crônica para uma linfonodomegalia? Linfonodomegalia é o aumento do linfonodo de uma forma geral e, de uma forma mais específica, determina-se se é de forma aguda ou crônica Hiperplasia paracortical: O centro germinativo dos linfonodos é o local onde se encontram muitos linfócitos B Rodeando o centro germinativo, encontra-se a região paracortical: grande quantidade de linfócitos T Região medular é o local que vai servir de entrada para as células apresentadoras de antígenos; riqueza de macrófagos e de células dentríticas, bem como células apresentadoras de antígeno Zona do manto: macrófagos cheios de antígenos dentro do linfonodo o São macrófagos cheios de “coisas” que eles retiraram do foco infeccioso A organização tecidual de uma linfadenite se mantém, diferente do que acontece no linfoma o Pode aumentar de tamanho, mas sua organização permanece a mesma Linfadenite Linfoma
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