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PATOLOGIA – 11/08/2021 Distúrbios proliferativos neoplásicos acometem células do sistema imune e essa célula, que agora se tornou neoplásica, passa a ocupar lugares que outras células ocupariam normalmente Em uma leucemia, não se fala de metástase o A célula já se encontrava no local o Houve uma infiltração: por exemplo, houve uma infiltração da célula no tecido ósseo, só que em maior quantidade o Diferente de um tumor sólido: por exemplo, células da mama se tornaram cancerígenas e, em alguns casos, elas conseguem se deslocar e ir para o pulmão ao analisar o pulmão, percebe-se que há a presença de células que não são daquele lugar (células da mama não devem estar no pulmão) DISTÚRBIOS PROLIFERATIVOS NEOPLÁSICOS Não responde aos mecanismos de regulação da hemopoiese Substitui a hemopoiese normal da medula óssea O tipo celular é dividido em dois: 1. Linfoide: afeta a linhagem linfoide 2. Mieloide: afeta a linhagem mieloide Esses distúrbios também podem ser caracterizados de acordo com o grau de diferenciação e evolução clínica em: 1. Agudas: proliferação de células imaturas o Afeta as linhagens que possuem um nível de diferenciação menor o Evolução e proliferação mais rápida o Sintomas aparecem mais rápidos o Interfere em um número maior de células 2. Crônicas: maturação dos elementos neoplásicos o Afeta uma célula completamente diferenciada o Evolução e progressão mais lenta o Sinais e sintomas aparecem mais lentamente o Afeta um tipo apenas de células, não causa tantos problemas quando comparadas com os distúrbios agudos Normalmente, quando cada célula se diferencia, ela muda seu perfil de epítopo expresso na membrana e o exame de citometria de fluxo vai observar o padrão de expressão desse epítopo o Esse exame consegue dizer exatamente qual o perfil celular afetado Clínica: o Varia de acordo com o tipo celular afetado o Sinais e sintomas decorrentes das linhagens hematopoiéticas normais o Muito comum: anemia, infecções, sangramentos (petéquias, hematomas), dor óssea (se houver infiltração subperiostal), hepatoesplenomegalia, cefaleia, vômitos, paresias ou paralisias (infiltração do sistema nervoso central) Em relação a etiologia, pode-se levar em consideração: o Translocações e oncogenes: cromossomo Philadelphia é o mais comum/famoso (translocação entre os cromossomos 9 e 22) o Herança genética o Vírus (HTLV-1, EBV, KSHV-8): infectam as células do sistema imune e tornam as células cancerígenas, podendo levar a um processo de leucemia o Fatores ambientais o Radioterapia e quimioterapia: interferem em células que possuem uma alta taxa proliferativa, ou seja, as células imaturas da hematopoiese Quando se tem um processo leucêmico acontecendo, observa-se que uma célula neoplásica está se proliferando muito o Acaba preenchendo quase que completamente a medula do paciente o Ocupa o espaço físico de outras células o Medula fica hipercelular Leucemia mieloide aguda (LMA) DEFINIÇÕES LEUCEMIA: Origina-se na medula óssea, ou seja, inicia seu processo neoplásico na medula o Alta taxa proliferativa e as células começam a migrar para os locais que já iriam normalmente (através da corrente sanguínea) o Entram na corrente sanguínea e percorrem o local para já estavam “destinadas” (linfonodo, baço...) o Medula e corrente sanguínea apresentam muitas células neoplásicas Anemia, fraqueza e fadiga excessiva, sangramento de mucosa, hematomas na pele; fezes ou urina com sangue, além de infecções de repetição Uma célula neoplásica produzida na medula pode cair na corrente sanguínea e infiltrar um linfonodo, desencadeando em um linfoma PODE apresentar esplenomegalia e linfadenia LINFOMA: Acomete os linfonodos e o sistema linfático (geralmente os linfócitos) o Processo neoplásico acontece dentro do linfonodo, ou seja, tem origem no linfonodo o Células que predominam nos linfonodos são células maduras, linfócitos T e B o Essas células, após sua alta proliferação, seguem seu curso normal para outros locais Evolução comum para leucemia (crônica) o O linfoma pode ser tão agressivo, proliferar em uma taxa muito alta, que a grande quantidade de células originadas nos linfonodos acaba caindo na corrente sanguínea e podem acabar infiltrando a medula levando a uma leucemia Sempre crônico: afeta uma linhagem já diferenciada Linfoma de Hodgkin (células B) ou não-Hodgkin (demais células linfoides) o Células específicas (células B) se tornando neoplásicas dentro do linfonodo o Os linfomas não-Hodgkin são os outros tipos de linfomas que podem ocorrer APRESENTA esplenomegalia e linfadenia Nem todo linfoma evolui para uma leucemia, bem como nem toda leucemia evolui para um linfoma o Mas não é estranho se isso ocorrer Durante um processo infeccioso, a medula libera na corrente sanguínea muitas células imaturas (BLASTOS) que não são confundidas com células neoplásicas por possuíram uma taxa proliferativa bem menor o Além disso, o que leva esses blastos a irem para a corrente sanguínea não está relacionado com alterações genéticas, mutações e/ou alterações da taxa de proliferação é simplesmente porque a medula se sobrecarregou o Não é porque esse blasto chegou na corrente sanguínea que ele tem mais chances de se tornar uma célula neoplásica só vai se tornar neoplásico se tiver outros fatores envolvidos, como uma herança genética e fatores ambientais Em um hemograma, se houver a presença de blastos neoplásicos, o valor será enorme (200- 300.000 na corrente sanguínea, por exemplo) o Blastos de um processo infeccioso aparecem em uma quantidade muito menor (11.000, por exemplo) MIELOMA MÚLTIPLO: Origina-se dos plasmócitos o Processo neoplásico produzido pelos plasmócitos, ou seja, pelas células B que evoluíram para plasmócitos e já estão secretando anticorpos o Linfócito B altamente diferenciado Destruição óssea, insuficiência renal e proteinúria, elevação dos níveis de cálcio no sangue, anemia, queda de glóbulos brancos e de plaquetas DISTÚRBIOS PROLIFERATIVOS NEOPLÁSICOS LINFOIDES Mais comuns em crianças (60%) Linfomas de Hodgkin são mais comuns em homens que em mulheres, apresentando 75% de cura o De 2.470 pessoas: 1.460 são homens e 1.010 são mulheres o Ocorre em uma taxa menor por ser mais específico (atacar os linfócitos B) Linfomas não-Hodgkin afeta mais homens que mulheres, apresentando 25% de cura o De 10.240 pessoas: 5.210 são homens e 5.030 são mulheres o Tem uma progressão mais previsível, sendo mais comum de ocorrência Em relação as leucemias, de 10.070 pessoas, 5.540 acometidas são homens e 4.530 são mulheres Para conseguir classificar (classificado pelo grupo “REAL”) todas as neoplasias linfoides, são observados: a. Imunofenótipo: uso da citometria de fluxo b. Aberrações genéticas c. Aspectos morfológicos e clínicos Essas 3 características são levadas em consideração para tentar agrupar e identificar, de forma mais específica, o tipo de neoplasia linfoide Grupo Real divide as neoplasias linfoides em: 1. Neoplasias de células B precursoras (agudas): blastos e células imaturas 2. Neoplasias de células B maduras ou periféricas (crônicas) 3. Neoplasias de células T precursoras 4. Neoplasias de células T maduras ou periféricas 5. Linfomas A grande maioria das neoplasias de linhagens linfoides são de características da linhagem B (80- 85% dos casos) NEOPLASIAS LINFOIDES: Todo processo proliferativo ele é uma etapa anterior a um processo neoplásico o Hiperplasia, por exemplo, é uma etapa anterior ao processo neoplásico o Não é uma etapa obrigatória o A diferença está no controle de proliferação: uma hiperplasia é um processo controlado, ao contrário deuma neoplasia (está completamente descontrolado) Proliferação maligna X Proliferações reativas o Rearranjos dos receptores antecedem as transformações malignas Distúrbios da imunidade Repetição do comportamento das células normais o Está presente em todos os lugares que deveria estar se fosse uma célula normal o Presente em uma maior quantidade, devido a sua alta proliferação Disseminação diferente de LNH X LH o Dependendo da natureza e característica da célula neoplásica, pode encontrar em vários tecidos ou apenas em um local depende do estágio e agressividade da doença Estágio de diferenciação classificam as neoplasias linfoides o Cada estágio de diferenciação caracterizará uma leucemia diferente o Quanto mais imatura a célula for, mais agressiva a doença vai ser o Células imaturas apresentam uma taxa proliferativa maior que uma célula madura o Vai ser importante para conseguir classificar as neoplasias Citometria de fluxo: é uma ferramenta diagnóstica para avaliação de populações celulares normais e neoplásicas, realizada através da incubação das células com anticorpos conjugados a fluorocromos, que permite identificar e caracterizar diferentes populações celulares o Informa se as células são do tipo T ou B e em que estágio de desenvolvimento ela se encontra NEOPLASIAS LINFOIDES DE CÉLULAS T e B PRECURSORAS: São as leucemias linfoides agudas ou leucemias linfoblásticas Sigla: LLA Comum a invasão no sangue e, por isso, pode acometer vários órgãos do corpo o Exemplos: gânglios linfáticos, fígado, baço, sistema nervoso central e testículos o A disseminação não em relação com estágio avançado As células da LLA são indistinguíveis dos linfomas linfoblásticos o Classificação se dá de acordo com o grau predominante do acometimento o Leucemia linfoide aguda: predomínio de quadro leucêmico e acometimento de medula óssea o Linfoma linfoblástico: predomínio de acometimento linfonodal Se o patologista desconhecer a forma de acometimento predominante ele indicará os 2 diagnósticos: linfoma/leucemia linfoblástica o No momento do diagnóstico, patologista não soube diferenciar se as células vieram da medula ou do linfonodo porque ambos estão igualmente acometidos o Tem células na corrente sanguínea, medula óssea e linfonodo Doença com progressão mais elevada Mais locais acometidos durante o diagnóstico, doença já está completamente espalhada Predomínio de células na medula: leucemia Predomínio de células no linfonodo: linfoma Predomínio de células em todos os lugares: linfoma/leucemia Nesse caso, os linfoblastos malignos pré-B e pré-T são morfologicamente iguais Imunofenótipo: o Citometria de fluxo o TdT: desoxinucleotidil transferase terminal, adição de nucleotídeos no éxons VDJ durante a recombinação gênica dos anticorpos; apenas em linfoblastos pré-T e pré-B o CD 90% dos casos da LLA possuem anormalidades cromossômicas o Os outros 10% envolvem outras anormalidades genéticas o Importante conhecer quais as anormalidades para saber qual terapêutica utilizar com o paciente o Pode modificar entre a população envolvida: cromossomo Philadelphia é mais comum em adultos, já em crianças é mais comum a translocação 12/21 Aspectos clínicos: início abrupto e violento o Dor e sensibilidade nos ossos o Linfadenia generalizada o Hepato e esplenomegalia o Manifestações do SNC o Medula não funcional: anemia, infecções recorrentes, petéquias e equimoses São proliferações clonais de células B em diversos estágios de diferenciação Prognóstico: depende da idade do paciente 1. Desfavorável: crianças menores de 2 anos o Adolescência ou adulto o >100.000mm³ de blastos no sangue o Translocação dos cromossomos 9 e 22 2. Favorável: 2 a 10 anos o Baixa contagem de blastos no sangue o Translocação dos cromossomos 12 e 21 Para chegar ao diagnóstico e no prognóstico preciso, é necessário avaliar o imunofenótipo (diz o tipo de célula afetada), predominância (medula ou linfonodo), anormalidades cromossômicas e aspectos clínicos Linfoma de células imaturas é um linfoma/leucemia NEOPLASIAS LINFOIDES DE CÉLULAS B MADURAS: Conhecida como leucemia linfoide (linfocítica) crônica (LLC) ou linfoma linfocítico (linfomas de pequenos linfócitos) (LL) Leucemia de maior incidência em adultos de 50-60 anos Linfocitose > 4.000/mm³ LLC o Caso contrário, o diagnóstico é linfoma não-Hodgkin linfocítico Progressão lenta e muitas vezes assintomáticas o Isso é o mais comum, mas não impede de ter uma LLC mais agressiva Infiltração no baço e no fígado o Infiltram o baço ficando ao redor da veia porta comportamento comum das LLCs Célula é maior que o normal, mas menor que o blasto o Pequenos linfócitos o Núcleo arredondado ou irregular o Cromatina condensada o Citoplasma escasso Imunofenótipos: CD19, CD20, CD23 e CD25 positivo Frequentemente assintomático Sintomas inespecíficos: fadiga, perda de peso e anorexia Prognóstico altamente variável Contagem de leucócitos altamente variável Desordens imunológicas: infecção é a principal causa de óbito Sobrevida geral de 4 a 6 anos o 10 se tiver com uma carga mínima tumoral 10 a 15% de anticorpos contra hemácias e plaquetas o Causa uma anemia hemolítica Anormalidades cromossômicas o Translocações raras o Deleções do 11q e 17p e trissomia do 12q Exemplos de neoplasias linfoides de células B maduras: a. Linfoma linfocítico (LL)/ Leucemia linfocítica crônica (LLC) b. Leucemia prolinfocítica B (LPL-B) c. Linfoma linfoplasmocítico (LLP) d. Linfoma da zona marginal esplênica (LZME) e. Linfoma da zona marginal extrafonodal do tecido linfoide associado à mucosa (linfoma MALT) f. Linfoma da zona marginal linfonodal (LZML) g. Linfoma folicular (LF) h. Linfoma de células do manto (LCM) i. Linfoma difuso de grandes células B (LDGCB) j. Linfoma de grandes células B mediastinal (LGCB-Med) k. Linfoma primário de efusões (LPE) l. Linfoma/ Leucemia de Burkitt (LB) Alguns exemplos de alterações genéticas: NEOPLASIAS LINFOIDES DE CÉLULAS NK e T PERIFÉRICAS: Grupo heterogêneo de doenças Pouco conhecimento, maioria não tem causa conhecida Citologia e morfologia variáveis Perfil imunohistoquímico não característico Menos frequentes e mais agressivas que B o Devido à resistência a quimioterápicos > 50 anos e crianças mais velhas Sintomas mais comuns: linfadenopatia + sintomas B Fenótipos que podem ser expressos: CD3, CD43, CD5, CD2 e CD16 Subpopulações anômalas: coexpressão de CD4 e CD8 ou ausência de ambos Critérios para classificação: 1. Tipo de células predominante 2. Sítio de origem primário 3. Aspectos clínicos distintos 4. Associação com agentes etiológicos definidos: EBV, HTLV-1 5. Anormalidades genéticas 6. Padrão de crescimento NEOPLASIAS LINFOIDES: LINFOMA DE HODGKIN Apresenta celularidade mista o Linfócitos, histiócitos, eosinófilos e células epitelioides o Células de Hodgkin e células de Reed- Sternberg neoplásicas Propagação contígua: começa em um linfonodo e vai se espalhando para os linfonodos mais próximos Curável na maioria dos casos Classificação: a. Esclerose nodular * b. Celularidade mista * c. Rico em linfócitos * d. Depleção linfocítica * e. Predominância linfocítica *Formas clássica do LH: células de Reed-Sternberg com o mesmo imunofenótipo Células de Reed-Sternberg o Núcleo lobulado ou múltiplo: binucleada com nucléolos grandes e eosinófilos (olho de coruja) o O citoplasma e eosinófilos abundantes o Presença obrigatória, mas não exclusiva para fechar o diagnóstico: mononucleose, LNH, tumores sólidos e presença decélulas inflamatórias o Forma mais comum é a “carinha de coruja” o A depender da variante, o linfoma de Hodgkin vai ser específico Variantes da célula de Reed-Sternberg: Estágios: quanto maior o estágio, maior o desenvolvimento da doença Etiologia: o Célula R-S possuem genes de Ig com mesmo rearranjos o 1-2% as R-S tem rearranjos de receptores T o Ativação do NF-kβ: desenvolvimento, proliferação e sobrevivência de células T e B o Ativação constitutiva nos linfomas o EBV: proteína LMP-I ativa o NF-kβ Células R-S são aneuploides e possuem diversas aberrações Taxa de sobrevida em 5 anos o I e II: 90% o III: 80% o IV: 65% Tratamento pode causar complicações a longo prazo
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