Buscar

INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO 
Conceito 
 A expressão “Da validade do negócio jurídico” é empregada 
para designar o negócio que não produz os efeitos desejados 
pelas partes, o qual será classificado pela forma supramencionada 
de acordo com o grau de imperfeição verificado. 
 A invalidade ocorre quando existe um vício do negócio jurídico, 
esse vício pode ocorrer de várias maneiras como por exemplo: 
• O negócio jurídico descumpriu a norma jurídica; 
• Quando falta o consentimento; 
• Quando a vontade foi manifestada, mas encontra-se 
eivada de erro, dolo ou coação; 
• Quando a vontade emana de um absolutamente incapaz; 
• Etc. 
 A invalidade é sanção imposta pela norma jurídica ao negócio 
jurídico realizado sem observâncias dos requisitos essências, 
para impedir que o negócio produza efeito. 
 Vicio grave Vicio de gravidade relativa 
Nulidade absoluta – ato nulo Nulidade relativa- ato 
anulável 
 
 O negócio nulo existe um interesse social, além do individual, 
para que se prive o ato ou negócio jurídico dos seus efeitos 
específicos, visto que há ofensa a preceito de ordem pública e 
assim, afeta a todos. Por essa razão, pode ser alegada por 
qualquer interessado, devendo ser pronunciada de ofício pelo juiz 
(art. 168). 
 O ato nulo é o ato que embora reúna os elementos necessários 
à sua existência, foi praticado com violação da lei, a ordem 
pública, bons costumes ou com inobservância da forma legal. 
Exemplo: contrato celebrado por uma pessoa absolutamente 
incapaz. 
Os negócios nulos estão prescritos no artigo 166 e 167 do código 
civil. 
Será anulável o negócio jurídico conforme disposto no 
Artigo 171 do Código Civil, além dos casos expressamente 
declarados na lei, por incapacidade relativa do agente e por 
vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão 
ou fraude contra credores. 
Exemplo: casamento de menor de 18 anos e maior de 16 anos 
sem a permissão judicial. 
A invalidade do negócio jurídico pode ser: 
Total: atinge todo o negócio jurídico (todo o negócio vai ser 
invalido). 
Exemplo: um contrato de compra e venda assinado por uma 
criança de 10 anos de idade. 
Parcial: atinge somente uma parte do negócio jurídico (uma 
parte do negócio jurídico vai ser invalida). 
Exemplo: um contrato de locação com fiança. A fiança foi 
declarada nula por que possui vicio, mas o contrato de locação 
permaneceu valido. 
 Diferenças entre Ato Nulo e Ato Anulável 
 
 Negócio nulo Negócio anulável 
Não poderá ser consertado 
pelo juiz, pois o negócio está 
“morto’’. 
Poderá ser consertado pelo 
juiz, se a parte requerer. 
Não poderá ser alegada por 
qualquer interessado, em 
nome próprio, ou pelo 
ministério público. 
Poderá ser alegada pelas 
partes ou por um terceiro. 
Deve ser pronunciada de 
ofício pelo juiz. 
Não pode ser pronunciada de 
ofício. 
Seu efeito é ex tunc, pois 
retroage a data do negócio, 
para lhe negar efeito. 
Se efeito é ex nunc. 
Não se valida com decurso 
do tempo nem é suscetível 
de confirmação, podendo sua 
nulidade ser arguida a 
qualquer tempo. 
Ocorre decadência, ou seja, 
a invalidade deve ser arguida 
dentro do prazo. 
Nunca produz efeito. Produz efeitos até o 
momento em que é 
decretada a sua invalidade. 
 
Nulidade 
 Absoluta (ato nulo) art.168: pode ser alegada: 
1. Por qualquer interessado; 
2. Pelo ministério público; 
3. Pelo juiz de oficio. 
A declaração de nulidade fara o negócio jurídico não produzir 
efeito, e atingir todo as partes do contrato. 
 Relativa (ato anulável) art.177: somente poderá ser 
alegada pelo interessado e aproveitara somente a pessoa 
que a alegou, exceto se a obrigação do negócio for 
solidaria ou o objeto for indivisível, nesse caso aproveita 
também a parte que não alegou a invalidade. 
Confirmação 
 Confirmar um negócio jurídico significa manifestar a vontade de 
manter o negócio mesmo tendo consciência do vicio que incide 
sobre o negócio, ou seja, a pessoa sabe que o negócio jurídico 
possui um vício, mesmo assim manter decide manter o negócio. 
• Confirmação do ato nulo (art.169): por não surtir efeitos, o 
ato nulo não pode ser confirmado pelas partes e nem ser 
corrigido pelo juiz. 
• Confirmação do ato anulável: pode ser confirmado e, após 
ser confirmado, deixa de ter o vício que o inquinava. 
 Existe dois tipos de confirmação do ato anulável: 
- Expressa art.173: exige que a pessoa manifeste expressamente 
(por escrito ou verbalmente) a vontade de manter o negócio, 
mesmo sabendo do vicio existente, devendo ser clara e inequívoca 
no sentido de manter o negócio jurídico. 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10719466/artigo-171-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1035419/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
A confirmação expressa pode correr: 
1. Pelas partes (art.172); 
2. Pelo assistente da parte (relativamente incapaz); 
3. Por terceiro (art. 176). 
- Tácita art.174: no caso da confirmação tácita a parte não 
confirma expressamente que pretende manter o negócio jurídico, 
mas os atos dela pressupõe que ela pretende manter o negocio 
mesmo sabendo do vício, ou seja, a pessoa cumpre o contrato sem 
reclamar, mesmo sabendo que há um vício no negócio. 
Requisitos: 
Para que se configure a confirmação tácita será mister que haja: 
a) Voluntária execução parcial da obrigação; 
b) Conhecimento do vício que a torna anulável; 
c) Intenção de confirma-la. 
 
Consequências das confirmações tácita e expressa 
 (art.175) 
 Se a parte confirmar, expressa ou tacitamente, o negócio 
jurídico, não poderá mais requerer a anulação do contrato ou 
qualquer indenização. Caso haja alguma ação judicial, essa será 
extinta após comprovada a confirmação. 
Tempo e a invalidade do negócio jurídico 
- Ato nulo (art.169): a pessoa poderá requer declaração de 
nulidade do negócio a qualquer tempo, pois o decurso de tempo 
não faz o ato torna-se válido. Importante salientar que a 
declaração de nulidade não está sujeita a prescrição e nem a 
decadência, no entanto a pretensão condenatória que resulta de 
um ato nulo sofre os efeitos da prescrição. 
- Ato anulável (art.178): sofre os efeitos da decadência de 4 
anos, ou seja, a pessoa deverá requerer a anulabilidade do ato no 
prazo previsto em lei. 
Conversão do ato nulo 
 Converter significa transformar uma coisa em outra coisa. 
 O art. 170 do CC, trata da conversão própria, significa que :se 
as partes assinaram um contrato, por exemplo, e esse contrato é 
nulo, porque não obedeceu aos requisitos de validade exigidos por 
lei, esse contrato nulo poderá ser convertido (aproveitado; 
transformado) em um outro contrato de natureza diversa, caso 
ele atenda aos requisitos desse outro contrato. 
Requisitos da conversão 
1. O negocio jurídico nulo deverá conter os requisitos do 
outro negocio jurídico para o qual ele vai ser 
convertido. 
2. Precisa manter o mesmo objeto material e os mesmos 
elementos fáticos do negócio jurídico nulo. 
3. Deve ser mantida a vontade das partes, que se 
soubesse da nulidade teriam realizado o negocio 
jurídico da forma válida. 
Diferença entre simulação e dissimulação 
Negócio simulado: nulo - Simulação absoluta. 
 É o negócio jurídico fictício; que não existiu; cuja vontade real 
não corresponde com a vontade declarada no negócio jurídico. 
São requisitos do negócio simulado 
1. Divergência entre a vontade real e a vontade declarada; 
2. A colusão (combinação maliciosa) entre os contratantes; 
3. O intuito de enganar terceiros. 
Negócio dissimulado: subsistirá – Simulação relativa. 
 É o negócio que é realizado com a intenção de ocultar parte ou a 
totalidade de um outro negócio jurídico que existiu. As partes 
buscam um efeito jurídico que é disfarçar (ocultar) um negocio 
jurídico que realmente existiu, pretendendo demonstrar que foi 
realizado deuma maneira diferente daquela que realmente foi. 
Efeitos da invalidade do negocio jurídico 
O objetivo da invalidade é fazer o negócio jurídico não produzir 
efeitos. 
Ato anulo art. 182: Efeito ex tunc = a invalidade retroage á data 
da realização do negócio jurídico, atingindo o negocio jurídico 
desde a sua realização. 
Ato anulável art.177: efeito ex nunc = a invalidade somente 
surtirá efeitos após julgada por sentença, no entanto se 
respeitam os efeitos anteriores á sentença. 
ATO NULO 
Contrato sentença (ex tunc) 
Não produzirá mais efeitos desde a realização do contrato. 
 
Contrato sentença (ex nunc) 
Mantem-se os efeitos até a sentença. 
Invalidade parcial do negócio jurídico 
Invalidade instrumental: O instrumento é o documento por meio 
do qual foi realizado o negócio jurídico, por exemplo: contrato, 
um recibo, declaração. A falta de efeito do instrumento não 
implicará a do ato; se este se puder provar por outros modos, o 
negócio continuará eficaz. 
 
Nulidade parcial de um negócio: A nulidade parcial de um ato 
negocial não o atingirá na parte válida, se esta puder subsistir 
autonomamente. 
 
Nulidade da obrigação principal: A nulidade da obrigação 
principal implicará a da acessória, p. Ex., a nulidade de um 
contrato de locação acarretará a de fiança. 
 
Nulidade da obrigação acessória: A nulidade da obrigação 
acessória não atingirá a obrigação principal, que permanecerá 
válida e eficaz. Se numa locação for anulada a fiança, o pacto 
locatício subsistirá.

Outros materiais