Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Ana Victoria Soares 2021.2 Ana Victoria Soares 2021.2 ANEMIA DE DOENÇA CRÔNICA Introdução: 2 maior causa de anemia no mundo. Anemia da inflamação (crônica) Hipoferritinemia da inflamação. Prevalência vai sempre aumentar pelo envelhecimento da população. Principais doenças que causam anemia: Infecção, neoplasia, DM, obesidade, ICC, trauma severo, AR (artrite reumatóide), LES, DII (doença inflamatória intestinal), vasculites. Qualquer doença que leva a inflamação crônica pode levar a anemia crônica. Na maioria das vezes, os pacientes com doenças crônicas possuem causas multifatoriais de anemia, tendo componente de forma inflamatória, componente ferroprivo, pode existir dialise com perda de sangue. Doença com produção de citocinas, inflamadas – podem causar anemia. Fisiopatologia: Existe o processo infeccioso, inflamatório, uma doença oncológica...e esse processo infeccioso vai levar a uma ativação de macrófagos. Esses macrófagos produzem citocinas inflamatórias que estimulam para o fígado a produção de hepcidina, quando mais hepcicida, maior o estímulo para produção de outras citocinas inflamatórias. A hepcidina tem uma ação bem complexa: No TGI ela reduz a absorção de ferro Estimulação de IL1, TNF que causam efeitos depressores tanto na medula óssea quanto no rim. Resumindo: macrófagos estimulam a produção de hepcidina e deprimem a liberação de eritropoietina pelos rins, além de deprimir a produção medular de fatores que vão levar aos percussores da linhagem eritroide (vermelha) Atuação da Hepcidina: Essa molécula está diretamente ligada a liberação de citocinas inflamatórias. Porém, algumas vezes, antes de ter citocinas inflamatórias, se tem peptídeos bacterianos em processos inflamatórios muito graves. Isso leva ao processo de anemia de doença crônica. Quando se tem qualquer coisa inflamatória, a ferritina sobe e não consegue avaliar somente com a ferritina o estoque de ferro. – resultado não fidedigno. Hepcidina no nível intestinal: Enterócito. A molécula (Fe) Ferroportina é responsável por transportar o ferro do interior do enterócito para corrente sanguínea. Quando cai na corrente sanguínea, a tarnsferrina capta e leva para os tecidos. A ferroportina é como se fosse o meio, o elo entre o ferro que é absorvido e o ferro que é transmitido aos tecidos. Existe um sítio de ligação da ferroportina na hepcidina. Então, quato mais hepcidina eu tenho no sangue, maior vai ser a internalização e de gradação da ferroportina. Como consegue traensportar o ferro pra corrente sanguínea já que o transportador (ferroportina) foi perdido? – NÃO TEM COMO. Quando a hepcidina é bloqueada, a ferroportina é liberada e o ferro consegue ser liberado na corrente sanguínea. Toda vez que o meu estoque de ferro corporal está baixo, nós aumentamos os receptores do intestino, aumentamos ferroportina e aumentamos transferrina, na tentativa de transportar o máximo de ferro que conseguir absorver pra corrente sanguínea. Porém, nesse caso, a hepcidina tem ação bloqueadora. Além da internalização. Inicialmente vai ter muita transferrina livre, só que com o passar do tempo, a hepcidina vai estimulando cada vez mais uma produção menor de transferrina, então até a trasnferrina a longo prazo fica reduzida. Papel da Hepcidina: A ferritina é um reagente + de fase aguda! Ana Victoria Soares 2021.2 Ana Victoria Soares 2021.2 Redução da absorção intestinal – a hepcidina estimula que o ferro fique retiro na forma de ferritina nos macrófagos Redução da liberação por macrófagos Hematopoiese – seja na ação depressora na medula através de citocinas como IL-1, TNF Redução transporte placentário Perfil de anemia da doença crônica: Ferro sérico baixo Ferritina elevada – acumula Saturação de transferrina baixa -Atenção: transferrina muito baixa: em pacientes muito desnutridos pode ter uma transferrina muito baixa devido ao processo de desnutrição. Então, as vezes, no paciente com desnutrição, a saturação de transferrina pode ficar muito baixa a nível similar de anemia de doença crônica. TIBIC baixo Se eu tenho hepcidina, eu não absorvo ferro, não libero ferro do macrófago pra corrente sanguínea. Então a ferritina fica elevada já que se está acumulando ferro sem conseguir liberar ele, ela sobe. Se o ferro não é liberado do macrófago pra corrente sanguínea, eu tenho pouco ferro sérico circulando e eu tenho uma saturação de transferrina baixa. O grande divisor de águas entre a anemia ferropriva e a doença crônica é o TIBIC (mede a capacidade de ligação do ferro, mede indiretamente a quantidade de transferrina circulante). Se na anemia de doença crônica a longo prazo essa transferrina vai sendo estimulada cada vez menos a não ser produzida, o TIBIC vai estar baixo. Na anemia ferropriva, o organismo produz muita transferrina na tentativa de circular com aquele ferro. Aqui, a hepcidina bloqueia a transferrina. Se eu tenho pouca transferrina e pouco ferro, eu tenho uma capacidade total de ligação de ferro baixa. Características: Normocrômica (concentração de ferro dentro da hemácia é normal) e normocítica (volume corpuscular está entre 80-100). Pode ser hipocrômica e microcítica – (Diag diferencial: ferropriva, doença crônica, talassemia, sideroblástica) Raciocínio: se eu não tenho matéria prima pra produzir as células vermelhas, como é que eu vou ter reticulocitose? Então, a anemia de doença crônica é hipoproliferativa, tem reticulócito baixo. Reticulocitopenia Como as doenças crônicas se manifestam de forma crônica, tem tempo do organismo se adaptar e, geralmente, essesmpacientes tem um nível de anemia entre leve a moderada, ou seja, entre 8 a 10. *Paciente com doença crônica e anemia abaixo de 7 é sinal de alerta, pode ser sinal de um sangramento um pouco mais grave. Rdw normal a aumentado PCR elevada Associação com ferropriva: Microcitose Hipoferritinemia/Normal Teste terapêutico*- reposição de ferro pra ver se melhora o nível de Hb Ferritina <30 = Ferropenia <100 e <200 se DRC com diálise = ferropenia Perfil de cada uma das anemias microcíticas: HB baixo em todas VCM pode estar baixo e na anemia de doença crônica pode ser normal. O que vai ajudar a diferenciar uma da outra vai ser o TIBIC – que vai ta aumentado na ferropriva, baixo na doença crônica e normal na talassemia. Ferritina – se é ferropenia não tem estoque de ferro então ta baixo na ferropriva, aumentado na doença crônica e na talassemia pode estar normal ou aumentado (aumentado porque os pacientes com talassemia tendem a fazer muita transfusão de sangue, então pode gerar incremento de ferritina por excesso de transfusão) PCR:alterado somente na anemia de doença crônica. Objetivo Terapêutico: Tratar doença de base – reduz inflamação, reduz hepcidina e reduz excesso de bloqueio da absorção de ferro. A maioria dos pacientes tem anemia de 7-10, em caso de anemia muito grave, a conduta vai ser guiada através na melhoria dos sintomas e não normalizar a Hb. Em pacientes com suspeita de ferropenia: suplementação de Fe. Em pacientes com neoplasia e Doença renal crônica é preciso fazer suporte também com Epo. Principal: abordagem da doença de base + avaliação da anemia compensada ou descompensada.
Compartilhar