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Ana Victoria Soares 2021.2 Ana Victoria Soares 2021.2 EOSINOFILIA Introdução: Eosinofilia ≥ 500 eosinofilos/microl Leve: 500 a 1500 Moderada: 1500 a 5000 Grave: >5000 OBS: o nível de eosinófilos não prediz acometimento de órgãos. Ou seja, não é pra ter medo do nível de eosinófilos, o importante é se o paciente apresenta sintomas de lesão de órgão alvo: Dispneia por acometimento cardíaco, pulmonar Diarreia, perda de peso por acometimento do TGI. Lesões de pele difusas Acometimentos orgânicos independentemente do nível de eosinófilos. Hipereosinofilia ≥ 1500 +/- envolvimento de órgão alvo Hipereosinofilia de significado indeterminado Causa? Toda vez que estiver diante de eosinofilia ou hipereosinofilia é preciso saber se existe causa que justifique Se achar a causa – tratar doença de base quando for possível Não achou nenhuma causa benigna- referencia para ao hematologista Diagnóstico diferencial: 90% das causas de Policitemia não vão ser problemas da MO, elas vão ser causas por estado de hipoxemia crônica – consuta inicial é pedir Epo pra saber se a causa é primária ou secundária. Países desenvolvidos – doenças alérgicas (dermatite, ASMA) Subdesenvolvidos (Brasil) – doença por parasita : suspeita de eosinofilia – pede pra repetir exame após antiparasitário. Geralmente os pacientes que possuem dermatite atópica e asma apresentam eosinofilia em todos os hemogramas. Em uma crise alérgica aumenta e em seguida baixa ao valor basal – que já é acima do normal. Medicamentos que podem induzir eosinofilia: cefalosporinas, AINES, alopurinol Parasitas mais comuns no Brasil geradores de eosinofilia: Strongyloides, Toxocara, Ancylostoma, Fialria, Schistossoma. Outras infecções: HTLV II Doenças hematológicas e neoplásicas: leucemias, linfomas B e T, adenocarcinoma de TGI, pulmão. Doenças que causem desenvolvimento orgânico: intestinais, reumatológicas, inflamatórias pulmonares... qualquer doença que pode levar acometimento de um órgão pode causar eosinofilia. Hipoadrenalismo – pacientes que tem hipocortisolismo podem ter eosinofilia por falta do cortisol. Mecanismos de Eosinofilia: Mecanismos: Policiclonal: tem várias células produzindo interleucina 5 que estimula produção e liberação na corrente sanguínea de eosinófilos, essas causas geralmente são secundárias ou reacionais (doenças alérgicas, doenças parasitarias...) A maior parte está nesse grupo Monoclonal: células doentes produzindo e estimulando a produção desses eosinófilos. Existe o clone de uma célula doente se proliferando desordenadamente – grupo das doenças hematológicas. Leucemia eosinofílica crônica e diversas linhagens de LMMC. Síndrome Hipereosinofílica: São aqueles pacientes que possuem eosinófilos > 1500 e órgãos acometidos. É um grupo muito heterogêneo Não necessariamente as causas são hematológicas/neoplásicas Diag: pacientes que chegam mostrando pelo menos 2 hemogramas com eosinófilos acima de 1500 com sinal de acometimento de órgão: ECG que mostra função de ejeção reduzida, tomografia de tórax com alteração, colonoscopia ou endoscopia acometida. Hipereosinofilia (2 ocasiões) Sinais de lesão em órgão-alvo Todo paciente com suspeita de síndrome hipereosinofílica tem que ser investigado. Subtipos: Mieloplroliferativa Linfoproliferativa Familiar (cromossomo 5) Idiopática Sobreposição Secundária Abordagem da eosinofilia: Saber os níveis Ana Victoria Soares 2021.2 Ana Victoria Soares 2021.2 Saber as principais causas -Instalação aguda: requer hospitalização ou eosinófilos muito elevados – pacientes que tem eosinófilos alto e sinais e sintomas -Sinais de acometimento orgânico sem apresentação aguda/que necessite de internação – pacientes com eosinofilia com acometimento de órgão alvo (pele, intestino) mas nada muito grave. Tratamento ambulatorial -Achado incidental em indivíduo saudável – paciente assintomático, apenas com presença de eosinófilos no sangue periférico. Paciente GRAVE: Paciente que chega hipoxemico, dispineico, hipotenso, diarreia forte, sem conseguir se alimentar, pele infiltrada com muito prurido, descamando, alteração do nível de consciência... Ex: ≥ 100.000 Internar Hidratação + Corticoides – controla a produção dos eosinófilos. Investigação Paciente MODERADO Paciente com eosinófilo ≥ 2000 Queixa de diarreia crônica, tosse crônica, pele acometida ou alteração no fígado. Alteração em órgão alvo não descompensada. Realiza teste terapêutico anti-parasitário Repete hemograma Investiga história + manifestações pra indicação de exame complementar. Tratamento ambulatorial Paciente ASINTOMÁTICO: Paciente sem queixas, realizou hemograma e suspeitou de eosinofilia. Realiza teste terapêutico Repete hemograma com 2-3 semanas Reavaliação a cada 6 meses Quem avaliar? – referenciar ao hematologista Eosinofiloc ≥ 1500 (2 ocasiões) ≥500 persistente + órgão acometido Rash, Rx alterado, troponina elevada Como avaliar: Hemograma completo Lâmina de sangue periférico: células imaturas? Displásicas? Sumário de urina, bioquímica – avaliar rins B12 sérica: SMD Função hepática Troponina: ECG +ECO Rx de tórax Citometria de fluxo: linfócitos, síndrome hipereosinofílica linfocítica, malignidade linfóide, síndromes de imunodeficiência – manda o sangue do paciente pra imunofenotipagem, pra marcar as células dele. As vezes o diagnóstico de leucemia é dado através desses achados. É comum achar crianças com imunodeficiência com infecções de repetição e eosinofilia. Exames adicionais: Sorologias virais Sorologia para Stongyloides, Toxocara (mais comum fazer teste terapêutico com antiparasitário) ANCA TCS de estadiamento/biopsia Dosagem de cortisol Eosinofilia – quando avaliar medula óssea: -Acometimento agudo ou eosinófilos > 100.000 sem outra causa evidente -Eosinófilos ≥ 1500 ou sinais de envolvimento orgânico sem outra causa evidente Anormalidades em sangue periférico que sugerem doença hematológica: anemia, plaquetopenia, displasia. Diag diferencial em massa de mediastino anterior: linfoma de Hodking, teratoma, timoma e bócio da tireoide.
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