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Abdome agudo → Dor abdominal súbita, não traumática, de grande intensidade → 10% dos atendimentos em PS → Causas cirúrgicas, clínicas, abdominais e extra abdominais o Cardíaca – dissecção de aorta, IAM, IC (hepatomegalia) o Pulmonar – PNM o Esofágica – esofagite, espasmos esofágicos (esôfago em quebra-nozes) o Genito-urinária (pielonefrite, ITU, cistite) o Hematológica (anemia falciforme) o Infecciosa (faringite, dengue adenite mesentérica) o Metabólica (cetoacidose diabética, uremia, hipertrigliceremia, hipertireoidismo, hiperpara) o Intoxicação (chumbo) o Neurológica (compressão radicular) o Parede muscular (HZ, espasmo muscular) o Oftalmológica (glaucoma) o Psiquiátrica (esquizofrenia) → Cirúrgico? Dor abdominal >6h → Abordagem sindrômica o AA inflamatório febre, sintomas sistêmicos, sintomas obstrutivos (vômitos, distensão abdominal) o AA obstrutivo dor em cólica, que vai piorando, aparecimento dos sintomas associados - náuseas, vômitos, parada da eliminação de gazes e fezes o AA perfurativo história súbita, dor de rápida evolução, peritonite precoce (ar/sangue é irritativo ao peritônio!), rigidez abdominal (abdome em tábua) o AA vascular colite isquêmica, isquemia mesentérica; alterações de vasoespasmo que geram dor abdominal, a dor abdominal intensa é incompatível com o exame físico (barriga flácida) o AA hemorrágico ruptura de aneurisma de aorta, rotura de cisto ovariano/gravidez ectópica; dor súbita, choque, alteração hemodinâmica CARACTERIZAÇÃO DA DOR → Onde? → Como? → Desde quando? → Quanto? → Irradia? → Melhora? Piora? → Evolução? → Outras manifestações? ANAMNESE → Sintomas associados – hemorragia digestiva? Amenorreia? Icterícia → Patologias pregressas, medicações → Cirurgias anteriores – obstrução (bridas, aderências) → História familiar, social EXAME FÍSICO → Inspeção / ectoscopia – cicatrizes? abaulamento? Distensão? Tumorações? INCISÕES o Mediana (supra/infra/transumbilical) o Xifopúbica (laparotomia exploratória) o Paramediana (antigamente) o Mcburney (apendicectomia) o Inguinotomia o Pfannestiel (acessar pelve, cesariana) o Lombotomia o Kocher/subcostal direita (colecistec) o Mercedes/Chevron/subcostal esquerda → Ausculta (1-2’) – peristalse de luta? RHA diminuídos? RHA abolidos? Sopro em AA? → Percussão – sinal de Jobert (hipertimpanismo em HD perfuração de víscera oca) → Palpação contralateral a região com dor; pesquisa de DB → Toque retal o Fezes/sangue em ampola retal → Dor visceral – irrigação – dermátomo da dor; não compromete nervos sensitivos o Tronco celíaco epigástrio o Mesentérica superior mesogástro o Mesentérica inferior hipogástrio → Dor parietal – inflamação alcançou a parede; peritônio – nervos sensitivos → AA inflamatório – apendicite, diverticulite – diarreia → AA obstrutivo – pct inquieto; dor vem ANTES de náuseas e vômitos, intensos, que tem relação com a localização da obstrução – bilioso, não bilioso, fecaloide *Náuseas e vômitos antes da dor GECA *Alcalose metabólica – perda de Cl e K → AA perfurativo – dor parietal de evolução rápida (irritação dos nervos peritoneais); pct quieto (abdome em tábua); evolui rapidamente para choque séptico; vômitos por íleo paralítico → AA hemorrágico – choque é o 1º sintoma, dor vem um pouco depois/pode nem haver (sangramento retroabdominal) → AA vascular – dor inespecífica (visceral), claudicação (2h após refeição), sepse sem causa aparente (translocação bacteriana); pode ter vômitos por íleo/contraperistaltismo (fecaloides) LABORATORIAIS → HMG → Eletrólitos → Função retal → Amilase – /TC orientam o diagnóstico nas primeiras 24h *Amilase urinária inicialmente (não utilizada na prática) → Lipase – seguimento de pancreatite / >24h → Bilirrubinas → FA → GGT → TGP → EAS → Beta-hCG (fem, idade fértil) → Gasometria EXAMES DE IMAGEM → Rx (RRAA – simples, ortostático, tórax ortostático cúpulas diafragmáticas - pneumoperitônio) *Pct acamado – DLE (ar entre o fígado e a parede abdominal) → US – vias biliares, AA ginecológico, renal → TC – se RX não esclarecer diagnóstico → RNM – pelve/colangioRNM → Laparoscopia (diagnóstica, terapêutica) ABORDAGEM → Instabilidade? Emergência (pct grave – pancreatite, isquemia, obstrução, rotura) vs urgência → Sintomáticos (dipirona, antieméticos, volume) → Gestação? → Clínico ou cirúrgico? → Operar – emergência? o Peritonite (irritação peritoneal) o Obstrução* o Isquemia → Laparotomia vs laparoscopia? o Cx anteriores? Aderências o Instabilidade? Pneumoperitônio, tempo> o Distensão abdominal? Risco de perfuração AA Inflamatório → Principal causa de AA inflamatório em adultos, cças e gestantes → 10-30 anos → Homem (3:2) → Pediátrico/idoso – dor arrastada, potencial de gravidade > → Gestante – topografia da dor é diferente → Obeso – camada de gordura na parede abdominal atrapalha o diagnóstico FISIOPATOLOGIA → Obstrução do apêndice o Fecalito/apendicolito o Hiperplasia linfoide (cça) o Resíduos alimentares (sementes) o Cicatriz intra-luminal o Tumor carcinoide de apêndice o Patógenos (vírus, protozoários) o Corpos estranhos → Flora bacteriana normal do cólon – gram+, gram-, anaeróbio e. coli, bacterioides fragilis → Obstrução do lúmen apendicular (p. visceral) o Atrapalha a drenagem super crescimento bacteriano inflamação apendicular (sinais flogísticos) o Distensão luminal hipertensão intra- luminal inibição do fluxo linfático diminuição do fluxo arterial e isquemia de parede trombose vascular + necrose isquêmica perfuração → Perfuração o 82% crianças <5 anos APENDICITE o 95% <2 anos o Lactentes – exame físico c/ midazolam (pct relaxado, analgesia) o 50% fecalito (principalmente se >48h de dor) → Perfuração vazamento para omento e tecidos adjacentes complicações... o Abscesso local o Obstrução intestinal o Peritonite generalizada o Desidratação, dor intensa e progressiva, sepse → Fase edematosa – edema e distensão → Fase flegmonosa – fibrina, pus → Fase de abscesso – muito pus e microperfurações → Fase de peritonite generalizada – perfurado e fezes na cavidade SINAIS SEMIOLÓGICOS → Blumberg (dor à DB no ponto de Mcburney – terço distal da linha umbigo - espinha ilíaca antero-superior em FID) → Rovsing (palpação profunda de FIE > flanco > HE dor em FID) → Obturador (rotação interna da coxa dor em FID) → Psoas (dor em FID à contração do psoas – DL, contramovimentação do examinador à hiperextensão da perna direita) → Aaron (dor epigástrica à compressão do ponto de Mcburney) → Dunphy (dor em FID à tosse) → Markle (dor em FID à aterrissagem em calcanhar) → Lenander* (∆t 2ºC entre a temperatura axilar e retal) → Ten horn (dor abdominal à mobilização do escroto) Escala de Alvarado → Não fecha diagnóstico → Probabilidade de apendicite Sintomas Dor migratória para FID (1) Náuseas e vômitos (1) Anorexia (1) Sinais Dor à palpação em FID (2) DB em FID (Sinal de Blumberg) (1) Febre >37,3ºC (1) Laboratório Leucocitose >10.000 (2) Desvio para esquerda (neutrofilia>75%) (1) DIAGNÓSTICO → Clínico (exames p/ excluir outros diagnósticos e perfuração) → Laboratorial – HMG (infecção?), PCR (cças), urina 1 (ITU?) → Imagem – US (E 90% / S 85%) – d>7mm, não compressível, excluir dçs ginecológicas o Sinal do alvo (espessamento >7mm) o Visível - D<5mm e compressível EXCLUI apendicite o Não visualizado não exclui → TC – visão global do abdome o Sinal da seta (espessamento do apêndice, devido ao edema) Fluxograma WSES → Baixo risco (Alv <5) o Sem sinais de alarme alta com orientações o Com sinais de alarme internar e reexaminar6-8h (observação clínica) → Intermediário (Alv 5-8) o US positivo Cx o US negativo e <60 anos observar o US negativo e >60 anos TC (positiva Cx / negativa alta) → Alto risco (Alv >8) o Considerar US/TC para diagnósticos diferenciais positivo Cx o Clínica suficiente/não precisa de imagem Cx Obs. Sabiston → Apendicite precoce vs tardia → Precoce (<48h) o Feminino sempre solicitar imagem para esclarecimento o Masculino solicitar imagem apenas se for duvidoso → Tardia (>48h) imagem para ambos os sexos → TTO não-op = pequeno abscesso (<4cm) ATB + cx eletiva (6-8 sem) → >4cm = drenagem, ATB, reavaliação sem sinais de sepse alta + cx eletiva (6-8 sem) → Se sinais de sepse Cx CX LAPAROSCÓPICA VS ABERTA → Casos duvidosos, idosos, mulheres, obesos – laparoscopia → Dor → Tempo cirúrgico, internação, retorno as atividades → Infecção de ferida → Curva de aprendizagem → Custo da cirurgia vs internação vs social → Abscesso intra-cavitários (abordar por VLP) → Cólon sigmoide tem um lúmen menor alta pressão divertículos diminuição da espessura da parede vasos mais expostos → Doença diverticular do cólon = principal causa de sangramento digestivo baixo → Divertículo obstruído com fezes inflamação e infecção, dor em QIE = diverticulite → Sinais clínicos de complicação TC Classificação de Hinchey • Hinchey I – abscesso pericólico localizado o ATB (cipro + MTZ; ampicilina + genta/amica + MTZ; ceftriaxona + MTZ) • Hinchey II – abscesso mesentérico grande, peritonite localizada o >5cm drenagem percutânea (guiada por US/TC) • Hinchey III – perfuração do abscesso, com peritonite purulenta generalizada (perfuração livre) o Cirurgia (Anastomose 1ária/Hartmann) • Hinchey IV – perfuração do cólon, peritonite fecal o Cirurgia de Hartmann Tratamento → Hinchey I – preferencialmente ATB VO, tto ambulatorial → Hinchey II, III, IV – internar, ATB EV → Cirurgia de Hartmann (sigmoidectomia + colostomia terminal/colostomia à Hartmann) o Hinchey III instável, séptico o Hinchey IV → Anastomose primária + colostomia em alça (proteção da anastomose) o Hinchey III + estabilidade hemodinâmica, s/ sinais de sepse, nutricionalmente bem DIVERTICULITE → Def – qualquer processo inflamatório do pâncreas, ocasionado por ação enzimática indevidamente ativada, levando desde edema até necrose pancreática o Aguda – biliar, alcoólica, medicamentosa (azatioprina, didanosina, valproato, QT), idiopáticas, trauma, hipertrigliceridemia, infecções etc o Crônica FISIOPATOLOGIA → Pâncreas exócrino – enzimas que são ativadas no duodeno → Aumento da pressão intraductal do pâncreas catepsinas B se aproximam das coenzimas e são ativadas tripsonogênio é transformado em tripsina no pâncreas autodigestão pancreática → Amilase e lipase NÃO se relacionam com a gravidade da doença; apontam a presença → Critérios de Ranson – apontam a gravidade CLÍNICA → Dor típica o Em faixa o Epigástrica o Irradiação para o dorso o Eventualmente localiza-se + à esquerda (DP à esquerda) o Surgimento abrupto o Pode ter episódios semelhantes no passado → Sinal de Grey-Turner (equimose em flancos) → Sinal de Cullen (equimose periumbilical) CONDUTA → Definir diagnóstico – critérios → Definir causa e gravidade → Definir TTO → Acompanhar as possíveis complicações → Critérios de alta Critérios diagnósticos → Quadro clínico/exames (2 de 3) o Dor abdominal típica o Amilase (24h) ou lipase (72h) >3x VN o Imagem compatível em US ou TC Abordagem (enquanto investiga) → RV vigorosa, correção HE → Jejum → Analgésicos → Reavaliar 6/6h, por pelo menos 48h Definir a gravidade → Critérios de Ranson (PA biliar/não-biliar) o Critérios clínico-laboratoriais o Grave ≥ 3 o 0-2 = 0% mortalidade o >6 = 70-90% mortalidade o Apenas 10-20% dos casos são graves o 80-90% são leves e autolimitados o 5 a 7 dias de duração em média Admissão LEGAL • Leucocitose (>16.000) Biliar >18.000 • Enzimas hepáticas (TGP>250) • Glicose (>200) Biliar >220 • Anos (>55 anos) Biliar >70 anos • LDH (>350) Biliar >400 48h FECHOU • Fluídos (déficit de fluidos >6L) Biliar >4L • Excesso de base (BE<-5) Biliar <-4 • Cálcio (Ca<8) • Hematócrito (queda >10) • Oxigênio (PaO2<60mmHg) Biliar não checa • Ureia (>5mg/dl) Biliar >2 → Critério de Balthazar (TC) o Critérios radiológicos o Grave ≥ 7 o A – pâncreas normal o B – aumento focal ou difuso o C – alterações pancreáticas associadas a inflamação peripancreática PANCREATITE o D – coleção líquida em 1 localização o E – 2 ou + coleções e/ou presença de gás dentro ou adjacente ao pâncreas o Graus de necrose (%) → Apache (Grave ≥8) – pct grave; quantifica o grau de disfunção orgânica → Atlanta 2012 (Grave – disfunção orgânica persistente [>48h] = Marshall>2) TRATAMENTO Pancreatite leve → Clínico o Suporte, redução da inflamação o Internação hospitalar o Dieta oral zero o Reposição e suporte HE o Suporte nutricional o Alívio da dor o Redução da secreção pancreática (?) – análogos da somatostatina → Cirúrgico o Biliar - evitar novos episódios o Colecistectomia Paciente grave → Acompanhar possíveis complicações o Critérios clínicos + bioquímicos (Ranson) o TC (Balthazar) → Coleção fluida aguda (30-60%) o Babação da secreção pancreática o Maior parte reabsorve espontaneamente o Raramente infecta o Punção diagnóstica apenas se febre ou leucócitos associados → Pseudocisto (5-15%) o Coleção que não foi reabsorvida o Sem complicações ou sintomas = acompanhar com US (70% autoresolutivo) o Hemorragia, abscesso, ruptura = Cx o >6cm costuma ser sintomático o TTO cirúrgico – stents em Wirsumg via CPRE, drenagem percutânea/aberta → Necrose o >mortalidade o Sem ATB profilática; apenas se evidencia de infecção o Diagnóstico com TC o Febre >1 semana = punção o Necrose estéril = conservador (observar) → Pancreatite aguda grave infectada o Suspeitar de necrose infectada em pacientes sem melhora/PIORA clínica após 7-10 dias do início do quadro álgico, na presença de necrose o ATB largo espectro (carbapenêmicos – imipenem, meropenem, carbapenem) o Cirúrgico - necrosectomia – ÚLTIMA possibilidade (critérios de cirurgia) *Conduta o mais conservadora possível (melhor prognóstico): ATB > puncionar > cirurgia
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