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CCJ0009-WL-RA-03-TP na Narrativa Jurídica-Características da Narrativa Jurídica _10-08-2012_

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Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Narrativa Jurídica 
Prof.: Francysco Pablo Feitosa Gonçalves 
Disciplina: 
CCJ0009 
Aula: 
003 
Assunto: 
Características da Narrativa Jurídica 
Folha: 
1 de 13 
Data: 
10/08/2012 
 
MD/Direito/Estácio/Período-02/CCJ0009/Aula-003/WLAJ/DP 
Plano de Aula: 3 - Teoria e Prática da Narrativa Jurídica 
TEORIA E PRÁTICA DA NARRATIVA JURÍDICA 
Título 
3 - Teoria e Prática da Narrativa Jurídica 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 
3 
Tema 
Narrativa jurídica simples e narrativa jurídica valorada. 
Objetivos 
O aluno deverá ser capaz de: 
- Distinguir a narrativa jurídica simples da narrativa jurídica valorada; 
- Identificar as características que marcam esses dois tipos de narrativa; 
- Compreender a relação entre o tipo de narrativa e a peça processual produzida; 
- Conhecer as principais características da narrativa jurídica. 
Estrutura do Conteúdo 
1. Algumas características da narrativa jurídica 
1.1. Impessoalidade 
1.2. Verbos no passado 
1.3. Paragrafação 
1.4. Elementos constitutivos da demanda (Quem quer? O quê? De quem? Por quê?) 
1.5. Correta identificação do fato gerador 
2. Narrativa jurídica simples 
3. Narrativa jurídica valorada 
4. A construção de versões 
Aplicação Prática Teórica 
Como vimos anteriormente, as peças processuais têm um denominador comum: precisam, em primeiro 
lugar, narrar os fatos importantes do caso concreto, tendo em vista que o reconhecimento de um direito passa pela 
análise do fato gerador do conflito e das circunstâncias em que ocorreu. Ainda assim, vale dizer que essa 
narrativa será imparcial ou parcial, podendo ser tratada como simples ou valorada, a depender da peça que se 
pretende redigir. 
Pode-se entender, portanto, que valorizar ou não palavras e expressões merece atenção acurada, pois 
poderá influenciar na compreensão e persuasão do auditório.[1] Essa valoração das informações depende dos 
mecanismos de controle social que influenciam a compreensão do fato jurídico. 
É preciso lembrar que são diferentes os objetivos de cada operador do direito; sendo assim, o representante 
de uma parte envolvida não poderá narrar os fatos de um caso concreto com a mesma versão da parte contrária. 
Por conta disso, não se poderia dizer que todas as narrativas presentes no discurso jurídico são idênticas no 
formato e no objetivo, visto que dependem da intencionalidade de cada um. 
 
NARRATIVA SIMPLES DOS FATOS NARRATIVA VALORADA DOS FATOS 
É uma narrativa sem compromisso de representar 
qualquer das partes. Deve apresentar todo e 
qualquer fato importante para a compreensão da 
lide, de forma imparcial. 
É uma narrativa marcada pelo compromisso de expor os 
fatos de acordo com a versão da parte que se representa 
em juízo. Por essa razão, apresenta o pedido (pretensão 
da parte autora) e recorre a modalizadores. 
Sugerimos iniciar por “trata-se de questão sobre...” Sugerimos iniciar por “Fulano ajuizou ação de ... em face 
de Beltrano, na qual pleiteia ...” 
 
Para o exercício desta semana, recorremos a um trecho de importante romance da literatura jurídica – Em 
segredo de Justiça[2] – cujo enredo versa sobre o possível assédio sexual praticado por um conhecido advogado 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Narrativa Jurídica 
Prof.: Francysco Pablo Feitosa Gonçalves 
Disciplina: 
CCJ0009 
Aula: 
003 
Assunto: 
Características da Narrativa Jurídica 
Folha: 
2 de 13 
Data: 
10/08/2012 
 
MD/Direito/Estácio/Período-02/CCJ0009/Aula-003/WLAJ/DP 
carioca contra sua jovem secretária. Sugerimos a leitura do livro. 
 
Leiamos a narrativa extraída desse romance. 
 
1- A autora, conforme se verifica de sua própria qualificação, detém o grau de bacharel em administração 
de empresas. 
2- Esse diploma foi conquistado não sem esforço, melhor se diria até, com grande sacrifício. Órfã de pai aos 
nove anos de idade, mais velha de três irmãs, teve a autora muito cedo que começar a trabalhar, para ajudar sua 
mãe no orçamento doméstico; ainda adolescente, menor de idade, aceitava pequenas tarefas remuneradas, 
posando para comerciais de televisão, ocasionalmente desempenhando pequenos papéis dramáticos em 
telenovelas. 
3- Terminado o curso colegial, procurou e encontrou emprego estável, indo trabalhar como secretária em 
conhecida empresa industrial. 
4- Foi progredindo em suas funções e logo, mercê de seu esforço e competência, já atendia a um dos mais 
graduados diretores da empresa. 
5- Trabalhava há algum tempo, quando, desejosa de ter formação superior, ingressou, após passar no 
concurso vestibular, na faculdade de administração. 
6- Foram mais quatro anos e meio de luta árdua e a autora, trabalhando durante o dia e estudando. à noite, 
conseguiu finalmente o ambicionado diploma. 
7- Faltava-lhe agora trabalhar na profissão que escolhera e para a qual se capacitara. Era, porém, uma 
opção difícil. Como secretária, era uma profissional experiente, tendo atingido o topo da carreira; como 
administradora, tinha um diploma de curso superior completo, mas nenhuma experiência. Onde quer que fosse 
trabalhar, provavelmente deveria começar com uma remuneração inferior àquela que auferia na empresa 
industrial. 
8- Uma tarde, a autora foi procurada por seu então chefe, Sr. Horácio de Melo Alencar, que lhe perguntou 
se ela gostaria de ir trabalhar como administradora em um escritório de advocacia, por um salário igual ao que 
então percebia como secretária. 
9- A autora, de início, manifestou surpresa, chegando a duvidar do que julgava ser tanta sorte. O Sr. 
Alencar, porém, tranqüilizou-a: tinha um amigo - o Sr. Ranulfo Azevedo - homem sério, advogado conceituado, 
que procurava justamente uma administradora profissional para seu escritório de advocacia. 
10- Como se tratava de firma ainda pequena, não fazia questão o Sr. Ranulfo de um ou de uma profissional 
experiente: queria alguém que tivesse um diploma, bom senso, disposição para trabalhar, e, sobretudo, vontade 
de crescer junto com a organização. 
11- Lembra-se a autora de que, já naquela ocasião, comentara com o Sr. Alencar que “pobre quando vê 
muita esmola, desconfia" e que estava achando a oportunidade "boa demais para ser “verdade”. 
12- O Sr. Alencar disse , contudo, que já tinha conversado a respeito com o Sr. Ranulfo e que tinha sido, 
aliás, o próprio Sr. Ranulfo o primeiro a dizer que estava procurando alguém para administrar seu escritório e que 
se manifestara entusiasmado, ao saber que ela, autora, a secretária de seu amigo Alencar, tinha recentemente se 
formado em administração. 
13- O ex-chefe da autora chegou' até a acrescentar que fora o próprio Sr. Ranulfo que, ao mesmo tempo 
em que elogiava os atributos físicos da autora, perguntara quanto ela ganhava e pedira permissão ao Sr. Alencar 
para convidá-la para trabalhar com ele, Ranulfo. 
14- Por aí já se vê, desde o primeiro momento, quais fossem as intenções do réu, misturando 
indevidamente, como qualificações para preencher o cargo vago em sua empresa, dotes de beleza física e 
aptidões profissionais. 
15- Permite-se a autora, nesse passo, a bem da precisão da narrativa dos fatos, transcrever a expressão 
exata que teria sido usada pelo réu: de fato, segundo o Sr. Alencar, seu amigo Ranulfo teria dito: 
“_ você quer me dizer que sua secretária é formada em administração? Mas ela é 'gostosa demais'! Você ia 
ficar muito chateado se eu convidasse ela para trabalhar comigo?" 
16- A frase desrespeitosa foi transmitida ipsis litteris à autora pelo Sr. Alencar. A autora, porém, 
infelizmente, não a tomou devidamente em conta. 
17- A oportunidade que se apresentava era excepcional: atendia rigorosamente àquilo com que a autora 
vinha sonhando, desde que ingressara na faculdade. O réu, além disso, era amigo de longa data do Sr. Alencar, 
um profissional conhecido, muito bem sucedido na profissão, tinha reputação de homem sério. Usara por certo 
apenas por troça, "de brincadeira”, em conversa comum amigo, a expressão chula, mas certamente, em seu 
escritório, jamais ousaria ultrapassar os limites do respeito e da conveniência. 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Narrativa Jurídica 
Prof.: Francysco Pablo Feitosa Gonçalves 
Disciplina: 
CCJ0009 
Aula: 
003 
Assunto: 
Características da Narrativa Jurídica 
Folha: 
3 de 13 
Data: 
10/08/2012 
 
MD/Direito/Estácio/Período-02/CCJ0009/Aula-003/WLAJ/DP 
18- Assim pensando, e encorajada por seu chefe, a autora aceitou a oferta e, em fevereiro de 1990, foi 
contratada para o cargo de gerente administrativa da firma: "Escritório de Advocacia Ranulfo Azevedo". 
19- Os primeiros meses foram gratificantes. A autora dedicava-se com afinco .às tarefas que lhe eram 
cometidas. Sua posição era especialmente. delicada, cabendo-lhe gerenciar um grupo que incluía profissionais de 
nível superior, sobre os quais não tinha qualquer ascendência hierárquica. 
20- Mas a autora: parecia vencer o desafio: organizou novas rotinas, mudou a decoração do ambiente, pôs 
em dia e modernizou a cobrança de honorários aos clientes, imaginou e implantou métodos modernos e eficientes 
de administração. 
21- Em verdade, a despeito de sua pouca idade, a autora logo se impôs no ambiente de trabalho, ganhando 
o respeito e a consideração das cerca de trinta pessoas que trabalhavam na firma, entre advogados, estagiários, 
secretárias e funcionários. 
22- O próprio réu, de início, parecia encantado, mais com a competência profissional que com os alegados 
atributos físicos da autora, comportando-se geralmente de forma respeitosa, formal,quase cerimoniosa. 
23- A seriedade do réu, contudo, era apenas hipócrita máscara, atrás da qual se escondia um verdadeiro e 
imoral sátiro, um autêntico maníaco sexual. 
24- Essa faceta começou a ficar clara em uma ocasião muito marcante. 
25- Ao final de junho, o Escritório de Advocacia Ranulfo Azevedo organizou, como fazia todos os anos, uma 
convenção em um hotel fora da cidade. 
26- Era reunião de dois dias, congregando advogados e estagiários e respectivas famílias. Saíam todos do 
escritório em uma sexta-feira à tarde, em um ônibus fretado. Durante todo o dia de sábado e na manhã de 
domingo os advogados e estagiários debatiam temas profissionais, ligados à gestão do escritório ou a assuntos 
propriamente jurídicos. As noites de sexta-feira e de sábado, porém, eram puramente sociais, dedicadas à 
confraternização. 
27- A autora foi convidada para o seminário. De início, teve dúvidas em aceitar o convite. Sabia que era a 
primeira vez que alguém, não diretamente ligado às atividades profissionais da firma, participava de uma 
convenção daquele tipo. Finalmente, face à insistência do réu, sentindo-se honrada, aceitou. 
28- Não levou, porém, acompanhante. Nem a autora, nem o réu, cuja esposa estava, na ocasião, ao que foi 
dito, em viagem ao exterior. 
29- Na noite de sexta-feira houve de fato uma grande confraternização. Todos conversavam 
animadamente; o jantar foi agradável e havia muita amizade e alegria. Mas nada de anormal ou grave aconteceu 
e, por volta das onze horas da noite, já todos estavam recolhidos. 
30- Aconteceu, isto sim, na noite de sábado. Nessa noite, após o jantar, um conjunto tocava música de 
dança. Sem acompanhante, o réu tirou a autora várias vezes para dançar. À medida que a noite se desenvolvia, 
cada vez mais procurava o réu a proximidade corporal com a autora. 
31- Os outros casais aos poucos iam se recolhendo aos respectivos aposentos até que, cerca de uma hora 
da madrugada, só restavam dançando autora e réu, este último, a essa altura, completamente embriagado. 
32- Tocado pelo álcool, o réu perdeu o controle de si mesmo e começou a tentar seduzir a autora, com 
palavras eloqüentes ,carregadas de sensualidade imoral. 
33- A autora, é claro, resistiu sempre, até que, finalmente, desvencilhou-se do réu e saiu andando 
apressadamente até seu quarto. 
34- O réu, porém, seguiu-a e, com o pé, impediu-a de trancar a porta, dizendo cruamente, em alto e bom 
som: 
"- Esta noite eu vou dormir aqui com você". 
35- O constrangimento era total e invencível., No silencioso hotel de fim de semana, todos estavam 
recolhidos. O réu, completamente embriagado, deixava desenganadamente claras suas lascivas intenções. 
Somente com grande escândalo, do qual todos os demais hóspedes do hotel e, principalmente, os profissionais 
integrantes do escritório por certo tomariam conhecimento, poderia a autora ter resistido a suas lúbricas 
investidas. 
36- Não restou à autora senão aceder e passar a noite com o réu. Enojada, vencendo a repugnância, por 
várias vezes permitiu que ele a possuísse, sempre para evitar o escândalo. 
37- Manhã bem cedo, retirou-se o réu para seu próprio quarto e, algumas horas depois, de cara lavada, 
como se nada tivesse acontecido, presidia a reunião da manhã de domingo. 
38- A autora cuidava que todo aquele pesadelo não duraria mais que uma noite e que, novamente sóbrio, o 
réu se desculparia ou, pelo menos, tentaria fingir que nada tinha acontecido. 
39- De fato, foi assim que procedeu o réu durante todo o domingo, no hotel, e na viagem de volta. 
40- Na segunda-feira a autora apresentou-se ao trabalho, ainda desconfiada, mas pronta a iniciar esforço 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Narrativa Jurídica 
Prof.: Francysco Pablo Feitosa Gonçalves 
Disciplina: 
CCJ0009 
Aula: 
003 
Assunto: 
Características da Narrativa Jurídica 
Folha: 
4 de 13 
Data: 
10/08/2012 
 
MD/Direito/Estácio/Período-02/CCJ0009/Aula-003/WLAJ/DP 
consciente para relegar o episódio- a merecido esquecimento. O emprego ainda era um bom emprego; a autora 
precisava dele; agora mais que nunca, pois sua mãe, já idosa, estava prestes a submeter-se a uma delicada 
intervenção cirúrgica. O réu, até ali, tinha sido um bom patrão. Tudo afinal não passara de uma noite de 
bebedeira. 
41- Ao final do expediente, porém, o réu chamou a autora, dizendo que precisava conversar com ela e 
oferecendo uma carona. Cuidando, ingenuamente, que receberia o tão esperado pedido de desculpas, a autora 
aceitou o convite. 
42- Mais uma vez, porém, para sua desgraça, enganou-se. O réu desejava, isto sim, reiterar que apreciara 
imenso a noite passada com ela, que insistia em chamar “uma noite de amor"; que não tinha deixado de pensar 
nela um só minuto e que queria repetir a experiência. 
43- Agora não havia mais a desculpa da embriaguez. O réu estava sóbrio e sua voz, firme, decidida; 
simplesmente, com estarrecedor cinismo e despudor, convidava a autora a ser sua amante fixa, a ter “um caso" 
com ele. 
44- A autora não sabia o que. fazer: aceitar não podia; não queria envolver-se com o réu, um homem 
casado e, ao que se dizia, bem casado; por outro lado, estava implícito no convite que a recusa significaria para a 
autora a demissão do emprego. 45- Procurou a autora, em desespero, ganhar tempo. Pediu uma semana para 
pensar, ao que o réu, surpreendentemente, respondeu que esperaria... 
"_ ...porque tinha certeza que ela ia ser 'boazinha' e aceitar sua proposta". 
46- Durante uma semana, o réu nada disse. Manteve-se discreto, absolutamente frio, com o cinismo 
impávido e arrogante do conquistador profissional. 
47- Não deixou, porém, de sinalizar, indireta e ofensivamente, as vantagens que adviriam para a autora de 
aceitar suas propostas indecorosas; interessou-se mais por seu trabalho, sugeriu a contratação de um auxiliar para 
suas funções, acenou com a perspectiva de um aumento de seus vencimentos. 
48- Passada a semana de prazo, voltou o réu novamente à carga de modo direto: perto do final do 
expediente, como sete dias antes, ofereceu à autora uma carona, que esta não teve como recusar. 
49- Conversavam no trajeto; a autora, hesitante, relutante, com medo de negar, sentindo-se coagida, 
ameaçada de perder o emprego. O réu, gentil, polido, falsamente sedutor, mas deixando clara a opção: ou a 
autora se transformava em sua amante fixa ou teriaque procurar rapidamente um novo emprego. 
50- A autora, nervosa, entretida na conversa difícil, não observava para onde estavam se dirigindo. De 
repente, em uma curva, o réu saiu com o carro da estrada e entrou em um motel, pedindo imediatamente a chave 
da suíte presidencial. 
51- Novamente o constrangimento; novamente o envolvimento, as insinuações, a criação de situações sem 
saída. E novamente a autora é forçada a aceder aos caprichos sexuais do réu. 
52- F0rmava-se assim uma situação irreversível. autora e réu, agora, eram amantes. Não havia como voltar 
atrás. 
53- Irremediavelmente enredada pelo patrão, era agora prostituída, obrigada a entregar seu corpo para não 
perder o emprego. Nada mais restava agora à autora senão manter as aparências e associar-se ao réu no 
negregando esforço de manter desconhecido o espúrio conúbio. 
54- A rel.ação, vivida às ocultas, durou alguns meses. A autora, porém, sofria muito; não saía mais de casa. 
Sua condição de amante fixa de um homem casado, ainda por cima seu patrão, tornava-a uma pessoa amarga, 
dissimulada. 
55- O único lugar que freqüentava, além do trabalho, era o motel, sempre o mesmo, uma ou duas vezes por 
semana pelo menos, ao final do expediente. De vez em quando, quando o réu tinha o.pretexto de alguma viagem, 
exigia que a autora o acompanhasse ou que, antes ou depois, passasse com ele uma noite inteira, o que a 
obrigava a inventar mentiras constrangedoras para sua velha mãe, com quem ainda morava. 
56- Mas não paravam aí os sofrimentos. Também por um outro particular a situação era cruel: além de seus 
sonhos profissionais, a autora evidentemente tinha também sonhos como mulher, os sonhos de toda moça: ter 
uma relação afetiva normal, sólida, casar-se, gerar e criar os próprios filhos. 
57- Aos poucos esses sonhos iam se frustrando. Como poderia ela, sentindo-se como se sentia, uma 
prostituta, entregando-se a práticas sexuais com um homem que não amava, conseguir desenvolver um outro tipo 
de relação, mais puro e mais saudável? 
58- Um dia, porém, apesar de tudo, a autora apaixonou-se por um rapaz solteiro, um jovem médico, dois 
anos mais velho que ela, que conheceu na festa de casamento de sua irmã. 
59- Sua paixão, para sua felicidade ou desgraça, foi correspondida e logo iniciava ela, cheia de esperanças, 
um namoro saudável. 
60- Estava, porém, carregada de culpas. Não podia continuar nem mais um minuto levando uma vida dupla: 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Narrativa Jurídica 
Prof.: Francysco Pablo Feitosa Gonçalves 
Disciplina: 
CCJ0009 
Aula: 
003 
Assunto: 
Características da Narrativa Jurídica 
Folha: 
5 de 13 
Data: 
10/08/2012 
 
MD/Direito/Estácio/Período-02/CCJ0009/Aula-003/WLAJ/DP 
amando com pureza o jovem médico, ao mesmo tempo em que mantinha com o patrão uma relação adúltera e 
pecaminosa. O rompimento com o réu, nas circunstâncias, tornou-se inevitável. 
61- O réu, porém, inconformado, insistia, prometia, ameaçava, gritava; chegou mesmo, certa vez, a agredir 
fisicamente a autora. 
62- Finalmente, deixou-a ir. Mas, no dia seguinte, como era de se esperar, a autora estava demitida. 
63- Não parou aí a baixeza do réu. Vingativo, contou ao namorado da autora o caso que tivera com ela, 
mostrando-lhe, inclusive, fotografias suas em posições obscenas. 
64- A mãe da autora, por sua vez, mal recuperada da cirurgia a que se submetera, não resistiu à sucessão 
de crises emocionais da filha e faleceu pouco depois. 
65- A própria autora adoeceu seriamente. Não conseguia arranjar emprego; tinha vergonha. O réu, pessoa 
conhecida e influente na sociedade, cuja separação recente era assunto das crônicas de intrigas, provavelmente 
denegrira seu nome. 
66- Poderia a autora alongar-se ainda, por páginas e páginas no relato de seus tormentos. Não o faz. Não é 
preciso. V. Exa. saberá, com sua sensibilidade de magistrado, avaliar com precisão quão duros foram esses 
tempos de tormento e humilhação que o comportamento reprovável do réu causou à autora. 
 
Questões 
a) Resuma, em até cinco linhas, qual a versão narrada pela parte autora. 
b) Identifique, na transcrição desse segmento, pelo menos três informações que a parte ré não teria narrado. 
Justifique por quê. 
C) Identifique pelo menos dois recursos linguísticos que visem a valorar os fatos a favor da parte autora. 
 
 
[1] Barros, Orlando Mara. Comunicação & Oratória. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2001, p. 138. 
[2] LACERDA, Gabriel. Em segredo de justiça. Rio de Janeiro: Xenon, 1995, p. 10-20. 
 
 
==XXX== 
 
 
RESUMO DE AULA (WALDECK LEMOS) 
 
3ª AULA – Características da Narrativa Jurídica 
Características da Narrativa Jurídica 
 
-impessoalidade: Utilizar a linguagem impessoal, na 3ª pessoa do singular (característico do Discurso Científico), 
tem uma tendência a uma maior credibilidade, também é possível utilizar a 1ª pessoa do plural, sem o pronome 
nós, começando pelo verbo: ex. sabemos. 
 
-Verbos no Passado: A Narrativa Jurídica é marcada com os Verbos no Passado. 
 
-Paragrafação: Dividir o texto em parágrafos. Escrever os parágrafos em torno de 6 linhas. 
 
-Elementos Constitutivos da Demanda (Quem quer? O quê? De quem? Por quê? Quando quer? Como 
quer?....). 
 
-Correta identificação do Fato Gerador: Ver processo Civil. É o fato que da origem a LIDE. 
 
Narrativa Jurídica Simples: Normativa com o compromisso de representar qualquer das partes, deve apresentar 
todos os fatos relevantes para a compreensão da LIDE. (Narrativa do Juiz - Relatório). 
 
Narrativa Jurídica Valorada: Normativa comprometida com a defesa dos interesses de uma das partes do 
processo. (Narrativa dos Advogados – Dos Fatos). 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Narrativa Jurídica 
Prof.: Francysco Pablo Feitosa Gonçalves 
Disciplina: 
CCJ0009 
Aula: 
003 
Assunto: 
Características da Narrativa Jurídica 
Folha: 
6 de 13 
Data: 
10/08/2012 
 
MD/Direito/Estácio/Período-02/CCJ0009/Aula-003/WLAJ/DP 
FAZER Ler: Capítulo: Características da Narrativa Jurídica – Néli Luiz Cavalieri Fetzner, do livro 
Interpretação e Produção de Textos Aplicadas ao Direito (Néli Luiz Cavalieri Fetzner). 
FAZER Ler: Capítulo: Narrativa Jurídica Simples e Narrativa Jurídica Valorada – Néli Luiz Cavalieri Fetzner, 
do livro Interpretação e Produção de Textos Aplicadas ao Direito (Néli Luiz Cavalieri Fetzner). 
 
 
==XXX== 
 
 
RESUMO DE AULA (PROFESSOR - AULA MAIS - ESTÁCIO) 
 
3ª AULA – Narrativa Jurídica Simples e Narrativa Jurídica Valorada 
 
Teoria e Prática da Narrativa Jurídica 
Professor Nelson Tavares 
Aula 03 
 
Como vimos anteriormente, as peças processuais têm um denominador comum: precisam, em primeiro 
lugar, narrar os fatos importantes do caso concreto, tendo em vista que o reconhecimento de um direito passa pela 
análise do fato gerador do conflito e das circunstâncias em que ocorreu. Ainda assim, vale dizer que essa 
narrativa será imparcial ou parcial, podendo ser tratada como simples ou valorada, a depender da peça que se 
pretende redigir. 
Pode-se entender, portanto, que valorizar ou não palavras e expressões merece atenção acurada, pois 
poderá influenciar na compreensão e persuasão do auditório.1 Essa valoração das informações depende dos 
mecanismos de controle social que influenciam a compreensão do fato jurídico. 
É preciso lembrar que são diferentes os objetivos de cada operador do direito; sendo assim, o representante 
de uma parte envolvida não poderá narrar os fatos de um caso concreto com a mesma versão da parte contrária. 
Por conta disso, não se poderia dizer que todas as narrativas presentes no discurso jurídico são idênticas no 
formato e no objetivo, visto que dependem da intencionalidade de cada um. 
 
NARRATIVA SIMPLES DOS FATOS NARRATIVA VALORADA DOS FATOS 
É uma narrativa sem compromisso de representar 
qualquer das partes. Deve apresentar todo e qualquer 
fato importante para a compreensão da lide, de forma 
imparcial. 
É uma narrativa marcada pelo compromissode expor 
os fatos de acordo com a versão da parte que se 
representa em juízo. Por essa razão, apresenta o 
pedido (pretensão da parte autora) e recorre a 
modalizadores. 
Sugerimos iniciar por “trata-se de questão sobre...” Sugerimos iniciar por “Fulano ajuizou ação de .___ em 
face de Beltrano, na qual pleiteia .____.” 
 
O aluno deverá ser capaz de: 
- Distinguir a narrativa jurídica simples da narrativa jurídica valorada; 
- Identificar as características que marcam esses dois tipos de narrativa; 
- - Compreender a relação entre o tipo de narrativa e a peça processual produzida; 
- - Conhecer as principais características da narrativa jurídica. 
 
 
1 Barros, Orlando Mara. Comunicação & Oratória. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2001, p. 138. 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Narrativa Jurídica 
Prof.: Francysco Pablo Feitosa Gonçalves 
Disciplina: 
CCJ0009 
Aula: 
003 
Assunto: 
Características da Narrativa Jurídica 
Folha: 
7 de 13 
Data: 
10/08/2012 
 
MD/Direito/Estácio/Período-02/CCJ0009/Aula-003/WLAJ/DP 
 
 
Situação 1: André reside em certo imóvel, localizado na Zona Sul do Rio de Janeiro, de propriedade de João. 
André deixa de pagar o aluguel e João pretende ajuizar ação de cobrança cumulada com despejo. 
Situação 2: Maurício é filho de Marcos, que registrou a criança assim que essa nasceu. Aos quatro anos do 
menor, Maurício constitui nova família e cessa o pagamento da pensão alimentícia. Marcos, representado em 
juízo pela mãe, pretende ajuizar ação de alimentos em face do pai. 
Situação 3: Alexandre Conduzia seu veículo pela Avenida Presidente Vargas, no Rio de Janeiro, quando parou no 
semáforo da esquina com a Avenida Rio Branco. Estela, dirigindo desatenta, porque acabara de terminar seu 
namoro com Antônio, abalroou a traseira do automóvel de Alexandre, causando-lhe dano material computado em 
R$ 3.300,00 (três mil e trezentos reais). Alexandre pretende ser ressarcido em juízo. 
Situação 4: Morador do apartamento 105 de certo condomínio, que comprou o imóvel há um ano, tem problemas 
constantes com vazamentos provenientes do apartamento 205. Em fevereiro de 2007, além da constante umidade 
e do cheiro de mofo, o morador do apartamento 105 viu seu teto de gesso do banheiro cair e destruir o box de 
vidro. O prejuízo (contando mão-de-obra e material) foi orçado em R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais). 
Situação 5: Albertina, durante as férias no Rio de Janeiro, é atingida por disparo de arma de fogo, de origem 
desconhecida, e procura hospital público municipal para receber atendimento. Chega andando e conversando 
normalmente com seus familiares. Duas horas depois, ainda não havia sido atendida. Uma enfermeira informa 
que não há cirurgião de plantão, razão da demora. Transferida para outro hospital, chega já em estado grave e 
morre logo depois, em decorrência de anemia aguda. 
 
SITUAÇÃO DE CONFLITO 
João (locador) André (locatário) 
Direito Dever Direito Dever 
receber o aluguel possibilitar o uso pacífico do 
bem 
usar de forma pacífica o 
bem 
pagar o aluguel 
Tem o direito de receber o aluguel, pois o locatário 
não honra com essa obrigação há 3 meses 
Descumpriu a obrigação de pagar os aluguéis e, assim, 
motivou o locador a buscar a tutela do Judiciário para 
garantir esse direito. 
SUJEITO PASSIVO SUJEITO ATIVO 
 
 
SITUAÇÃO DE CONFLITO 
João (locador) André (locatário) 
 
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Teoria e Prática da Narrativa Jurídica 
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Disciplina: 
CCJ0009 
Aula: 
003 
Assunto: 
Características da Narrativa Jurídica 
Folha: 
8 de 13 
Data: 
10/08/2012 
 
MD/Direito/Estácio/Período-02/CCJ0009/Aula-003/WLAJ/DP 
SUJEITO PASSIVO SUJEITO ATIVO 
PROCESSO 
SUJEITO ATIVO SUJEITO PASSIVO 
Autor Réu 
Suposto titular do direito violado Suposto titular de dever descumprido 
PEDIDO CONTESTAÇÃO 
Pagamento dos aluguéis 
em atraso e despejo 
Não pode pagar os aluguéis porque passa por 
dificuldades financeiras 
 
 
Como vimos na primeira aula, as peças processuais têm um denominador comum: precisam narrar os 
fatos importantes do caso concreto, tendo em vista que o reconhecimento do direito subjetivo da parte passa pela 
análise dos fatos importantes do conflito e das circunstâncias em que ocorreram. 
 
NARRATIVA SIMPLES DOS FATOS NARRATIVA VALORADA DOS FATOS 
É uma narrativa sem compromisso de representar 
qualquer das partes. Deve apresentar todo e qualquer 
fato importante para a compreensão da lide, de forma 
imparcial. 
É uma narrativa marcada pelo compromisso de expor os 
fatos de acordo com a versão da parte que se representa 
em juízo. Por essa razão, apresenta o pedido (pretensão 
da parte autora) e recorre a modalizadores. 
Sugerimos iniciar por “trata-se de questão sobre...” Sugerimos iniciar por “Fulano ajuizou ação de ... em 
face de Beltrano, na qual pleiteia ...” 
 
 
VISTOS, relatos e discutidos estes autos de APELAÇÃO CÍVEL N° 1.172/96, em que é apelante CASA DE 
SAÚDE SANTA HELENA LTDA e apelado HAMILTON DA PAIXÃO AMARÃO E S/MULHER. 
ACORDAM os Desembargadores que integram a 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de 
Janeiro, por maioria, em dar provimento parcial ao recurso para restringir a indenização ao dano moral e despesas 
com funeral, vencido o Des. João Wehhi Dib que julgava a ação improcedente. 
Ação de responsabilidade civil, pelo rito sumaríssimo, em razão da morte de criança recém-nascida. Apontou-se 
como fato gerador da responsabilidade da ré o fato de ter sido dado alta hospitalar ao filho dos autores logo após o 
seu nascimento quando ainda não tinha condições físicas para tal. É o relatório. 
A sentença (fls.30/35), acolhendo parcialmente o pedido, condenou a ré a pagar aos autores indenização por dano 
moral – 100 salários mínimos – despesas com funeral e pensões vincendas, a serem apuradas em liquidação, 
durante nove anos, compreendidos entre os 16 e os 25 anos do filho dos autores. 
Recorre a vencida (fls.37/41) sustentando que não existe nos autos prova da culpa da apelante, hão podendo esta 
ser presumida, mormente em se tratando de criança nascida de mãe desnutrida e fumante. Assim, prossegue, 
culpar a apelante pelo infeliz acontecimento importa em imputar-lhe responsabilidade pelo procedimento dos 
próprios pais que, sem condições, resolveram ter mais um filho. 
Aduz não ter a sentença considerado a baixa situação social-financeira dos apelados, causa principal da 
mortalidade infantil, e que a introdução da sonda não foi a causa-mortis da criança. Pede a reforma da sentença. 
Ao responder o recurso (fls. 46/47), pugnam os apelados pelo seu desprovimento. 
 
 
PEÇAS PROCESSUAIS 
 
NARRATIVA SIMPLES OU 
VALORADA? 
SE VALORADA, A FAVOR DE QUEM? 
 
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Assunto: 
Características da Narrativa Jurídica 
Folha: 
9 de 13 
Data: 
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Petição inicial 
Contestação 
Apelação 
Sentença 
Parecer 
Acórdão 
Observação: não se trata de dizer que a PEÇA seja imparcial (simples) ou valorada, mas que a NARRATIVA 
assim possa ser classificada. 
 
 
Para o exercício desta semana, recorremos a um trecho de importante romance da literatura jurídica – Em 
segredo de Justiça2 – cujo enredo versa sobre o possível assédio sexual praticado por um conhecido advogado 
carioca contra sua jovem secretária. Sugerimos a leitura do livro. 
 
Leiamos a narrativa extraída desse romance. 
 
1- A autora, conforme se verifica de sua própria qualificação, detém o grau de bacharel em administração 
de empresas. 
2- Esse diploma foi conquistado não sem esforço, melhor se diria até, com grande sacrifício. Órfã de pai aos 
nove anos de idade, mais velha de três irmãs, teve a autoramuito cedo que começar a trabalhar, para ajudar sua 
mãe no orçamento doméstico; ainda adolescente, menor de idade, aceitava pequenas tarefas remuneradas, 
posando para comerciais de televisão, ocasionalmente desempenhando pequenos papéis dramáticos em 
telenovelas. 
3- Terminado o curso colegial, procurou e encontrou emprego estável, indo trabalhar como secretária em 
conhecida empresa industrial. 
4- Foi progredindo em suas funções e logo, mercê de seu esforço e competência, já atendia a um dos mais 
graduados diretores da empresa. 
5- Trabalhava há algum tempo, quando, desejosa de ter formação superior, ingressou, após passar no 
concurso vestibular, na faculdade de administração. 
6- Foram mais quatro anos e meio de luta árdua e a autora, trabalhando durante o dia e estudando. à noite, 
 
2 LACERDA, Gabriel. Em segredo de justiça. Rio de Janeiro: Xenon, 1995, p. 10-20. 
 
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conseguiu finalmente o ambicionado diploma. 
7- Faltava-lhe agora trabalhar na profissão que escolhera e para a qual se capacitara. Era, porém, uma 
opção difícil. Como secretária, era uma profissional experiente, tendo atingido o topo da carreira; como 
administradora, tinha um diploma de curso superior completo, mas nenhuma experiência. Onde quer que fosse 
trabalhar, provavelmente deveria começar com uma remuneração inferior àquela que auferia na empresa 
industrial. 
8- Uma tarde, a autora foi procurada por seu então chefe, Sr. Horácio de Melo Alencar, que lhe perguntou 
se ela gostaria de ir trabalhar como administradora em um escritório de advocacia, por um salário igual ao que 
então percebia como secretária. 
9- A autora, de início, manifestou surpresa, chegando a duvidar do que julgava ser tanta sorte. O Sr. 
Alencar, porém, tranqüilizou-a: tinha um amigo - o Sr. Ranulfo Azevedo - homem sério, advogado conceituado, 
que procurava justamente uma administradora profissional para seu escritório de advocacia. 
10- Como se tratava de firma ainda pequena, não fazia questão o Sr. Ranulfo de um ou de uma profissional 
experiente: queria alguém que tivesse um diploma, bom senso, disposição para trabalhar, e, sobretudo, vontade 
de crescer junto com a organização. 
11- Lembra-se a autora de que, já naquela ocasião, comentara com o Sr. Alencar que “pobre quando vê 
muita esmola, desconfia" e que estava achando a oportunidade "boa demais para ser “verdade”. 
12-O Sr. Alencar disse, contudo, que já tinha conversado a respeito com o Sr. Ranulfo e que tinha sido, 
aliás, o próprio Sr. Ranulfo o primeiro a dizer que estava procurando alguém para administrar seu escritório e que 
se manifestara entusiasmado, ao saber que ela, autora, a secretária de seu amigo Alencar, tinha recentemente se 
formado em administração. 
13- O ex-chefe da autora chegou' até a acrescentar que fora o próprio Sr. Ranulfo que, ao mesmo tempo 
em que elogiava os atributos físicos da autora, perguntara quanto ela ganhava e pedira permissão ao Sr. Alencar 
para convidá-la para trabalhar com ele, Ranulfo. 
14- Por aí já se vê, desde o primeiro momento, quais fossem as intenções do réu, misturando 
indevidamente, como qualificações para preencher o cargo vago em sua empresa, dotes de beleza física e 
aptidões profissionais. 
15- Permite-se a autora, nesse passo, a bem da precisão da narrativa dos fatos, transcrever a expressão 
exata que teria sido usada pelo réu: de fato, segundo o Sr. Alencar, seu amigo Ranulfo teria dito: 
 “_ você quer me dizer que sua secretária é formada em administração? Mas ela é 'gostosa demais'! Você ia 
ficar muito chateado se eu convidasse ela para trabalhar comigo?" 
16- A frase desrespeitosa foi transmitida ipsis litteris à autora pelo Sr. Alencar. A autora, porém, 
infelizmente, não a tomou devidamente em conta. 
17- A oportunidade que se apresentava era excepcional: atendia rigorosamente àquilo com que a autora 
vinha sonhando, desde que ingressara na faculdade. O réu, além disso, era amigo de longa data do Sr. Alencar, 
um profissional conhecido, muito bem sucedido na profissão, tinha reputação de homem sério. Usara por certo 
apenas por troça, "de brincadeira”, em conversa com um amigo, a expressão chula, mas certamente, em seu 
escritório, jamais ousaria ultrapassar os limites do respeito e da conveniência. 
18- Assim pensando, e encorajada por seu chefe, a autora aceitou a oferta e, em fevereiro de 1990, foi 
contratada para o cargo de gerente administrativa da firma: "Escritório de Advocacia Ranulfo Azevedo". 
19- Os primeiros meses foram gratificantes. A autora dedicava-se com afinco .às tarefas que lhe eram 
cometidas. Sua posição era especialmente. delicada, cabendo-lhe gerenciar um grupo que incluía profissionais de 
nível superior, sobre os quais não tinha qualquer ascendência hierárquica. 
20- Mas a autora: parecia vencer o desafio: organizou novas rotinas, mudou a decoração do ambiente, pôs 
em dia e modernizou a cobrança de honorários aos clientes, imaginou e implantou métodos modernos e eficientes 
de administração. 
21- Em verdade, a despeito de sua pouca idade, a autora logo se impôs no ambiente de trabalho, ganhando 
o respeito e a consideração das cerca de trinta pessoas que trabalhavam na firma, entre advogados, estagiários, 
secretárias e funcionários. 
22- O próprio réu, de início, parecia encantado, mais com a competência profissional que com os alegados 
atributos físicos da autora, comportando-se geralmente de forma respeitosa, formal,quase cerimoniosa. 
23- A seriedade do réu, contudo, era apenas hipócrita máscara, atrás da qual se escondia um verdadeiro e 
imoral sátiro, um autêntico maníaco sexual. 
24- Essa faceta começou a ficar clara em uma ocasião muito marcante. 
25- Ao final de junho, o Escritório de Advocacia Ranulfo Azevedo organizou, como fazia todos os anos, uma 
convenção em um hotel fora da cidade. 
 
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Disciplina: 
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Aula: 
003 
Assunto: 
Características da Narrativa Jurídica 
Folha: 
11 de 13 
Data: 
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26- Era reunião de dois dias, congregando advogados e estagiários e respectivas famílias. Saíam todos do 
escritório em uma sexta-feira à tarde, em um ônibus fretado. Durante todo o dia de sábado e na manhã de 
domingo os advogados e estagiários debatiam temas profissionais, ligados à gestão do escritório ou a assuntos 
propriamente jurídicos. As noites de sexta-feira e de sábado, porém, eram puramente sociais, dedicadas à 
confraternização. 
27- A autora foi convidada para o seminário. De início, teve dúvidas em aceitar o convite. Sabia que era a 
primeira vez que alguém, não diretamente ligado às atividades profissionais da firma, participava de uma 
convenção daquele tipo. Finalmente, face à insistência do réu, sentindo-se honrada, aceitou. 
28- Não levou, porém, acompanhante. Nem a autora, nem o réu, cuja esposa estava, na ocasião, ao que foi 
dito, em viagem ao exterior. 
29- Na noite de sexta-feira houve de fato uma grande confraternização. Todos conversavam 
animadamente; o jantar foi agradável e havia muita amizade e alegria. Mas nada de anormal ou grave aconteceu 
e, por volta das onze horas da noite, já todos estavam recolhidos. 
30- Aconteceu, isto sim, na noite de sábado. Nessa noite, após o jantar, um conjunto tocava música de 
dança. Sem acompanhante, o réu tirou a autora várias vezes para dançar. À medida que a noite se desenvolvia, 
cada vez mais procurava o réu a proximidade corporal com a autora. 
31- Os outros casais aos poucos iam se recolhendo aos respectivos aposentosaté que, cerca de uma hora 
da madrugada, só restavam dançando autora e réu, este último, a essa altura, completamente embriagado. 
32- Tocado pelo álcool, o réu perdeu o controle de si mesmo e começou a tentar seduzir a autora, com 
palavras eloqüentes ,carregadas de sensualidade imoral. 
33- A autora, é claro, resistiu sempre, até que, finalmente, desvencilhou-se do réu e saiu andando 
apressadamente até seu quarto. 
34- O réu, porém, seguiu-a e, com o pé, impediu-a de trancar a porta, dizendo cruamente, em alto e bom 
som: 
"- Esta noite eu vou dormir aqui com você". 
35- O constrangimento era total e invencível., No silencioso hotel de fim de semana, todos estavam 
recolhidos. O réu, completamente embriagado, deixava desenganadamente claras suas lascivas intenções. 
Somente com grande escândalo, do qual todos os demais hóspedes do hotel e, principalmente, os profissionais 
integrantes do escritório por certo tomariam conhecimento, poderia a autora ter resistido a suas lúbricas 
investidas. 
36- Não restou à autora senão aceder e passar a noite com o réu. Enojada, vencendo a repugnância, por 
várias vezes permitiu que ele a possuísse, sempre para evitar o escândalo. 
37- Manhã bem cedo, retirou-se o réu para seu próprio quarto e, algumas horas depois, de cara lavada, 
como se nada tivesse acontecido, presidia a reunião da manhã de domingo. 
38- A autora cuidava que todo aquele pesadelo não duraria mais que uma noite e que, novamente sóbrio, o 
réu se desculparia ou, pelo menos, tentaria fingir que nada tinha acontecido. 
39- De fato, foi assim que procedeu o réu durante todo o domingo, no hotel, e na viagem de volta. 
40- Na segunda-feira a autora apresentou-se ao trabalho, ainda desconfiada, mas pronta a iniciar esforço 
consciente para relegar o episódio- a merecido esquecimento. O emprego ainda era um bom emprego; a autora 
precisava dele; agora mais que nunca, pois sua mãe, já idosa, estava prestes a submeter-se a uma delicada 
intervenção cirúrgica. O réu, até ali, tinha sido um bom patrão. Tudo afinal não passara de uma noite de 
bebedeira. 
41- Ao final do expediente, porém, o réu chamou a autora, dizendo que precisava conversar com ela e 
oferecendo uma carona. Cuidando, ingenuamente, que receberia o tão esperado pedido de desculpas, a autora 
aceitou o convite. 
42- Mais uma vez, porém, para sua desgraça, enganou-se. O réu desejava, isto sim, reiterar que apreciara 
imenso a noite passada com ela, que insistia em chamar “uma noite de amor"; que não tinha deixado de pensar 
nela um só minuto e que queria repetir a experiência. 
43- Agora não havia mais a desculpa da embriaguez. O réu estava sóbrio e sua voz, firme, decidida; 
simplesmente, com estarrecedor cinismo e despudor, convidava a autora a ser sua amante fixa, a ter “um caso" 
com ele. 
44- A autora não sabia o que. fazer: aceitar não podia; não queria envolver-se com o réu, um homem 
casado e, ao que se dizia, bem casado; por outro lado, estava implícito no convite que a recusa significaria para a 
autora a demissão do emprego. 45- Procurou a autora, em desespero, ganhar tempo. Pediu uma semana para 
pensar, ao que o réu, surpreendentemente, respondeu que esperaria... 
"_ ...porque tinha certeza que ela ia ser 'boazinha' e aceitar sua proposta". 
 
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Aula: 
003 
Assunto: 
Características da Narrativa Jurídica 
Folha: 
12 de 13 
Data: 
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46- Durante uma semana, o réu nada disse. Manteve-se discreto, absolutamente frio, com o cinismo 
impávido e arrogante do conquistador profissional. 
47- Não deixou, porém, de sinalizar, indireta e ofensivamente, as vantagens que adviriam para a autora de 
aceitar suas propostas indecorosas; interessou-se mais por seu trabalho, sugeriu a contratação de um auxiliar para 
suas funções, acenou com a perspectiva de um aumento de seus vencimentos. 
48- Passada a semana de prazo, voltou o réu novamente à carga de modo direto: perto do final do 
expediente, como sete dias antes, ofereceu à autora uma carona, que esta não teve como recusar. 
49- Conversavam no trajeto; a autora, hesitante, relutante, com medo de negar, sentindo-se coagida, 
ameaçada de perder o emprego. O réu, gentil, polido, falsamente sedutor, mas deixando clara a opção: ou a 
autora se transformava em sua amante fixa ou teria que procurar rapidamente um novo emprego. 
50- A autora, nervosa, entretida na conversa difícil, não observava para onde estavam se dirigindo. De 
repente, em uma curva, o réu saiu com o carro da estrada e entrou em um motel, pedindo imediatamente a chave 
da suíte presidencial. 
51- Novamente o constrangimento; novamente o envolvimento, as insinuações, a criação de situações sem 
saída. E novamente a autora é forçada a aceder aos caprichos sexuais do réu. 
52- F0rmava-se assim uma situação irreversível. autora e réu, agora, eram amantes. Não havia como voltar 
atrás. 
53- Irremediavelmente enredada pelo patrão, era agora prostituída, obrigada a entregar seu corpo para não 
perder o emprego. Nada mais restava agora à autora senão manter as aparências e associar-se ao réu no 
negregando esforço de manter desconhecido o espúrio conúbio. 
54- A rel.ação, vivida às ocultas, durou alguns meses. A autora, porém, sofria muito; não saía mais de casa. 
Sua condição de amante fixa de um homem casado, ainda por cima seu patrão, tornava-a uma pessoa amarga, 
dissimulada. 
55- O único lugar que freqüentava, além do trabalho, era o motel, sempre o mesmo, uma ou duas vezes por 
semana pelo menos, ao final do expediente. De vez em quando, quando o réu tinha o.pretexto de alguma viagem, 
exigia que a autora o acompanhasse ou que, antes ou depois, passasse com ele uma noite inteira, o que a 
obrigava a inventar mentiras constrangedoras para sua velha mãe, com quem ainda morava. 
56- Mas não paravam aí os sofrimentos. Também por um outro particular a situação era cruel: além de seus 
sonhos profissionais, a autora evidentemente tinha também sonhos como mulher, os sonhos de toda moça: ter 
uma relação afetiva normal, sólida, casar-se, gerar e criar os próprios filhos. 
57- Aos poucos esses sonhos iam se frustrando. Como poderia ela, sentindo-se como se sentia, uma 
prostituta, entregando-se a práticas sexuais com um homem que não amava, conseguir desenvolver um outro tipo 
de relação, mais puro e mais saudável? 
58- Um dia, porém, apesar de tudo, a autora apaixonou-se por um rapaz solteiro, um jovem médico, dois 
anos mais velho que ela, que conheceu na festa de casamento de sua irmã. 
59- Sua paixão, para sua felicidade ou desgraça, foi correspondida e logo iniciava ela, cheia de esperanças, 
um namoro saudável. 
60- Estava, porém, carregada de culpas. Não podia continuar nem mais um minuto levando uma vida dupla: 
amando com pureza o jovem médico, ao mesmo tempo em que mantinha com o patrão uma relação adúltera e 
pecaminosa. O rompimento com o réu, nas circunstâncias, tornou-se inevitável. 
61- O réu, porém, inconformado, insistia, prometia, ameaçava, gritava; chegou mesmo, certa vez, a agredir 
fisicamente a autora. 
62- Finalmente, deixou-a ir. Mas, no dia seguinte, como era de se esperar, a autora estava demitida. 
63- Não parou aí a baixeza do réu. Vingativo, contou ao namorado da autora o caso que tivera com ela, 
mostrando-lhe, inclusive, fotografias suas em posições obscenas. 
64- A mãe da autora, por sua vez, mal recuperada da cirurgia a que se submetera, não resistiu à sucessão 
de crises emocionais da filha e faleceu pouco depois. 
65- A própria autora adoeceu seriamente. Não conseguia arranjar emprego; tinha vergonha. O réu, pessoa 
conhecida e influente na sociedade, cuja separação recente era assunto das crônicas de intrigas, provavelmente 
denegrira seu nome. 
66- Poderia a autora alongar-se ainda, por páginas e páginas no relato de seus tormentos. Não o faz.Não é 
preciso. V. Exa. saberá, com sua sensibilidade de magistrado, avaliar com precisão quão duros foram esses 
tempos de tormento e humilhação que o comportamento reprovável do réu causou à autora. 
 
Questões 
a) Resuma, em até cinco linhas, qual a versão narrada pela parte autora. 
 
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Aula: 
003 
Assunto: 
Características da Narrativa Jurídica 
Folha: 
13 de 13 
Data: 
10/08/2012 
 
MD/Direito/Estácio/Período-02/CCJ0009/Aula-003/WLAJ/DP 
b) Identifique, na transcrição desse segmento, pelo menos três informações que a parte ré não teria narrado. 
Justifique por quê. 
C) Identifique pelo menos dois recursos linguísticos que visem a valorar os fatos a favor da parte autora. 
 
 
 
 
==XXX== 
 
 
Capítulo: Características da Narrativa Jurídica 
Livro: Interpretação e Produção de Textos Aplicadas ao Direito 
(Néli Luiz Cavalieri Fetzner) 
 
 
 
 
 
 
==XXX== 
 
 
Capítulo: Narrativa Jurídica Simples e Narrativa Jurídica Valorada 
Livro: Interpretação e Produção de Textos Aplicadas ao Direito 
(Néli Luiz Cavalieri Fetzner) 
 
 
 
 
 
 
==XXX==

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