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TÉCNICAS OPERATÓRIAS VETERINÁRIA – 04/05/2021 CARACTERÍSTICAS DE REAÇÃO TECIDUAL · Todo fio de suturo é um corpo estranho ao tecido vivo, corpo do animal · Quanto maior o fio, maior a reação, então quanto mais grosso o fio, mais reação pode causar · A reação tecidual inicia-se no ato da passagem da agulha com o fio · A reação ao fio propriamente dita aparece entre o 2º e 7º dia após a sutura · Reações intensas e prolongadas provocam infecção e deiscência da sutura (ruptura do nó, abertura da incisão) REAÇÃO AO FIO 1. Catgut simples: reação exsudativa mais intensa com presença de células polimorfonucleares (responsáveis pela absorção do fio através da fagocitose) 2. Catgut cromado: reação proliferativa com presença de células polimorfonucleares, possuindo uma exsudação menor que o simples, e possui a presença de células gigantes 3. Ácido Poliglicólico vs. Poligalactina 910: reações teciduais discretas, logo a reação ao ácido Poliglicólico é sensivelmente maior e, por isso, sua absorção é mais demorada 4. Aço: reação tecidual com formação de uma capsula fibrosa que reveste o fio 5. Nylon: considerado inerte, apresentando baixíssima reação tecidual, depende de cada organismo e cada paciente de manifestar de formas diferentes ou não, podendo causar capsulas fibrosas ao redor do nó da sutura · Fios inabsorvíveis possuem resistência tênsil menos comprometida pela exsudação inicial e causam reação inflamatória crônica, com formação de granuloma de tipo coro estranho, onde o fio é envolto por tecido fibroso · Fios constituídos de proteína natural causam maior reação comparativamente àqueles de fibras sintéticas, assim como os multifilamentados são mais reativos que os monofilamentados ESCOLHA DO FIO – FATORES A SEREM CONSIDERADOS · Conhecimento das propriedades do fio e sua interação com os tecidos · Os fios devem ser finos, já que não devem e nem precisam ser mais fortes do que os tecidos que aproximam (escolha o calibre adequado) · O fio escolhido deve ter adequada resistência tênsil, medida em função do objetivo a se atingir e não pela força física do cirurgião · Deve ser sempre considerada a perda de resistência tênsil, principalmente nos fios absorvíveis, em função de sua metabolização · A experiencia e o habito do cirurgião também conta, porque dependendo do que é normal pra ele, opta pelo o mesmo · Quando a presença do fio, além de sua finalidade primária, puder trazer complicações, a indicação será para o fio absorvível · Nos casos de locais que tenham uma cicatrização lenta, deve-se optar pelos fios não absorvíveis · Fios absorvíveis sintéticos por serem degradados por hidrolise, não são afetados pelos sucos gástricos e entéricos · A presença de infecção, consequentemente tem amolecimento dos tecidos, degeneração do colágeno e ter cuidado com a utilização do fio, porque pode haver ruptura da linha de sutura, tendo deiscência ou defeito de cicatrização sendo que as vezes é preciso fazer nova intervenção cirúrgica para correção AGULHA · Haste de aço inoxidável, com uma extremidade afilada e a outra possuindo um orifício por onde se posiciona o fio · Conduzem os fios através dos tecidos · Podem variar de conformação, de acordo com as necessidades dos tecidos a serem suturados, tipo de fio a ser conduzido e a localização da área a ser suturada · As agulhas podem possuir uma secção geométrica cilíndrica ou prismática · Podem ser retas, curvas ou mistas · As agulhas curvas podem apresentar comprimento de ¼ de círculo, de meio círculo, 3/8 de círculo e 5/8 de circulo · A agulha mista, sua extremidade apresenta ¼ de círculo · A agulha em forma de S, geralmente seu manuseio é com a mão e não com o porta-agulha e mais utilizada em grandes animais · Na pele é preferível uma agulha cortante, já na região do intestino para fechar algo interno, é melhor uma atraumática · Agulha com curvatura de ¼ geralmente é pra cirurgias oftálmicas, já para cirurgias gerais geralmente é utilizado de 3/8 ou 1/4 , sendo de 2 a 3cm no máximo no seu comprimento CORPO DA AGULHA 1. Cilíndrico: · Oferece pouca resistência · Comum em agulhas tidas como atraumáticas · Não oferece boa fixação para o porta-agulha 2. Achatado: · Oferece pouca resistência · Comum em agulhas tidas como atraumáticas · Oferece boa fixação para o porta-agulha 3. Forma de trapézio: · Agulha cortante · Utilizada em tecidos que oferecem mais resistência · Oferece boa fixação para o porta-agulha 4. Triangular: · Agulha mais cortante · Utilizada em tecidos que oferecem mais resistência PONTAS DA AGULHA · Encontra agulhas de ponta cilíndricas, romba e cortante · Ponta rombas são atraumáticas, e as cilíndricas também · Ponta cortante é que irá cortar o tecido de fato · Quando houver um símbolo de triângulo no fio, será cortante. Em caso de símbolo de bolinha com um ponto no meio será romba, e com a bola preta é cilíndrica SUTURAS Classificação quanto a continuidade 1. Contínuas: · Feita com um só fio, sem interrupção · Todas iniciam com um ponto simples e terminam com um ponto simples no final da sutura também · Vantagens ~> possui menor tempo cirúrgico · Desvantagens ~> quando um ponto sofre uma ruptura, toda a sutura se desfaz e maior quantidade de fio na ferida 2. Interrompidas ou descontínuas: · A cada ponto se aplica um nó e o fio é cortado · Vantagens ~> Maior segurança na sutura tendo menos risco de ter deiscência da sutura, menor quantidade de fio na ferida e contribui para drenagem de seroma · Desvantagens ~> Maior tempo para execução, maior quantidade de nós aumentando a reação inflamatória e maior gasto de fio SUTURAS INTERROMPIDAS 1. Simples interrompido: · Um tipo de ponto de sutura · A agulha entra por uma borda e sai pela a outra · Boa acomodação dos tecidos · Rápido e simples execução · É importante que os nós fiquem todos na lateral do ponto, evitando de ficar por cima da ferida, para evitar uma reação tecidual e ajudando no processo de cicatrização · Indicação do ponto é na pele, fáscia muscular, vaso sanguíneo, intestino, capsula renal, ureter, uretra, córnea, linha média, traqueia, nervo e diafragma 2. Wolff, ponto em U ou colchoeiro horizontal: · Um tipo de ponto · Os fios não passam sobre as bordas da ferida · São realizadas duas passagens paralelas e equidistantes através da ferida · Boa sustentação da ferida · Não comprime as bordas da ferida · Indicado para pele, suturas de hernias e aponeuroses 3. Donatti, ponto em U ou colchoeiro vertical: · Um tipo de ponto · Os fios não passam sobre as bordas da ferida · Boa sustentação da ferida · Não comprime as bordas 4. Wolff e Donatti captonadas: · Um tipo de ponto · Iguais as suturas do Wolf e Donatti, porém agora utiliza captons para diminuir a tensão da sutura · Captons = tubos de plástico onde passará o fio na pele, cortando por exemplo, equipos, onde passa o soro e também sondas uretrais 5. Swift: · Um tipo de ponto · Semelhante a sutura simples interrompido · O nó neste caso fica para o interior da ferida · Muito indicada para o esôfago cervical · É indicado o nó ficar pra dentro, porque dessa forma a ponto do no não ficará futricando o nervo da região do esôfago, ou outros locais para evitar a aderência de tecido por cima 6. Sultan ou ponto em X: · Um tipo de ponto · Ajuda a espalhar a tensão localizada · É uma sutura indicada para locais com tensão 7. Perto-longe-longe-perto: · Utilizados para locais com muita tensão · Um tipo de ponto · Não consegue ter boa aproximação da borda da ferida · Passa como se fosse dois pontos, então um fica mais próximo a borda e o outro passa por cima, um pouco mais longe · Podemos entrar longe, e saindo longe, entrando perto e saindo perto, sendo longe-longe-perto-perto · Podemos entrar longe, sai perto da borda, entra com ele perto, e sai com ele longe, sendo o longe-perto-perto-longe · Tem essas duas maneiras citadas acima para realizar a sutura · Muito utilizado em cirurgias oncológicas, porque retira uma boa parte da pele, sendo difícil pra suturar, ai eleé usado por causa da tensão 8. Lembert interrompida: · Um tipo de ponto · É como se estivéssemos fazendo uma invaginação das bordas da ferida · É como se fosse um U vertical · Entra longe com o fio da borda, volta com ele perto, chego na outra borda perto e sai longe, e na hora de apertar o fio, a borda fica invaginada, indo para dentro uma da outra · Pode ser feita na forma contínua também · Não é indicado para locais de muita tensão, podendo rasgar o tecido 9. Jaquetão ou sobreposição: · É quando fazemos a sobreposição das bordas · É colocada uma borda sob a outra · É mais utilizada para cirurgias articulares, para suturar a capsula articular, para ter uma capsula mais justa segurando a patela · Não é indicado para locais de muita tensão, podendo rasgar o tecido SUTURAS CONTÍNUAS 1. Simples contínua: · A agulha sempre entra pela mesma borda da ferida e sai pelo lado oposto · Boa acomodação para tecidos elásticos · Proporciona boa vedação · Rápida execução · Fazemos o primeiro nó simples, e só finaliza o nó no final da borda cirúrgica · Para finalizar o nó sem cortar, puxamos um pouco a ultima passagem da linha para finalizar com o nó · Ajuda bastante em mastectomia, porque são muitos pontos em serem dados, e facilita, mas é preciso ter cuidado porque se romper o ponto já era · Pode fazer em segmentos, e dando nó nos meios, para que se romper, não perca toda a sutura 2. Festonada ou entrelaçamento ou Reverdin: · Semelhante a simples contínua, porém a medida que a linha de sutura progride, a extremidade da agulha é colocada através do laço oposto, resultando no entrelaçamento do laço · Indicada quando exige mais resistência · Maior gasto de fio · Promove hemostasia unilateral · Passa na borda da ferida, e antes de passar pro outro lado, encaixa ela por dentro do nó, como se entrasse dentro de um U, e entra no outro lado da borda 3. Cushing: · Invaginante · Não contaminante, trabalha apenas a camada seromuscular · Agulha penetra paralela a ferida · Não pegamos todas as camadas, apenas a serosa e a muscular · Segue exemplo na imagem: · · Utilizada em cirurgias de bexiga, trato gastrointestinal, cesárea, onde fechamos o local da incisão com um padrão de sutura e com outro tipo de sutura nós vamos vedar a sutura 4. Connell: · Semelhante à anterior · Ao contrário da Cushing, ela pega todas as camadas, da parede que estaremos suturando, inclusive a mucosa, sendo seromucosa o seu padrão · Não utilizamos para locais de alta tensão · Geralmente utilizada em locais como o intestino, porque usamos dois padrões de sutura, então primeiro fazemos uma simples continua ou separada, e um segundo padrão, sendo uma segunda camada de sutura, fazendo uma Cushing por cima 5. Lembert: · Invaginante · Não contaminante por ser seromuscular · Agulha entra perpendicular a ferida · Pode ser realizada como sutura separada ou contínua · Semelhante a sutura do colchoeiro vertical · Geralmente utilizamos ela para invaginação de órgãos, vísceras ocas, pregueamento de tecido · Inverte a borda da ferida, entrada para dentro 6. Bolsa de tabaco/fumo: · Realizada em círculo, circundando uma abertura ou um orifício · Indicada para pequenos orifícios em órgãos ocos e fixação de sondas percutâneas · Entradas iguais da agulha são realizadas ao redor do orifício em questão até que a agulha termine a volta, ou seja, chegue próximo do ponto de inicio · Pode ser utilizada em fechamento de orifícios naturais como o ânus, evitando contaminação e saída de líquidos para o campo operatório · Puxamos o fio, e ele vai entrando até fechar tudo · Segue imagem de exemplo: · NÓS CIRÚRGICOS · Conceito é o entrelaçamento, feito entre as extremidades do fio, a fim de uni-las e fixa-las · Partes componentes, são: Primeiro seminó que tem a função de contenção, segundo seminó que tem a função de fixação e o terceiro seminó que tem a função de segurança · Seja ele em uma interrompida ou continua, ou até mesmo de mão, é a junção das extremidades para unir as bordas das feridas REGRAS PARA CONFECCIONAR OS NÓS CIRÚRGICOS COM SEGURANÇA · Optar por materiais de sutura que apresentem diâmetros menores, pois estes tornam a ligadura mais segura · Não apertar muito o nó durante sua confecção, pois o fio de sutura poderá se romper, além de poder provocar isquemia nos tecidos, com exceção dos vasos sanguíneos · Cuidado para não deixá-lo muito frouxo · O nó poderá se soltar se o cirurgião tender a realizar o seminó apenas para um único lado, o que tornará o nó deslizante · Evitar a realização de vários nós, ou seja, excesso de fio, pois isso favorecerá uma reação inflamatória mais intensa, podendo formar granulomas, aderência e etc NÓ DE CIRURGIÃO · A diferença básica está na formação do primeiro seminó que é formado por dois entrecruzamentos ou laçadas sucessivas (em volta da pinça na hora de realizar o nó) · Utilizado quando não se deseja ou não pode haver o afrouxamento do primeiro seminó · É utilizado para aproximação de estruturas sob tensão TÉCNICAS PARA ELABORAÇÃO DE NÓS 1. Técnica manual: só com as mãos 2. Técnica instrumental: utilizamos material cirúrgico (pinça, porta agulha) para realização do nó 3. Técnica mista: realizada com os instrumentos e com as mãos
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