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SÍNDROME DE FOURNIER

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A síndrome ou gangrena de Fournier é uma infecção necrosante 
da região genital masculina e períneo, semelhante a outras 
fascites progressivas e infecções de tecidos moles. Atinge 
qualquer idade, principalmente > 50 anos. 
Em geral é uma infecção polimicrobiana, com organismos 
microaerófilos, anaeróbicos e organismos gram-positivo e 
negativo. 
1. Doença vascular periférica 
2. Diabetes melito 
3. Má nutrição 
4. Alcoolismo 
5. Imunocomprometimento 
6. Má higiene 
7. Obesidade 
 
Uma das principais origens é do trato urinário por estenose 
uretral com perfuração e infecção local. No trato digestório 
foram relatados focos originários em abscessos perianais, 
carcinomas do cólon e do reto, apendicites e diverticulites 
agudas, Doença de Crohn, hérnias encarceradas, e perfuração do 
reto por corpo estranho. 
Assim, podem atingir a pele, a camada muscular do escroto 
(dartos), fáscia de Colles e de Scarpa, mas poupa os testículos e 
os tecidos profundos do pênis devido à túnica vaginal e à fáscia 
de Buck. 
É caracterizada por um processo infeccioso que promove uma 
endarterite obliterante que leva à trombose dos vasos cutâneos 
e subcutâneos, causando necrose da pele. Além disso, essa 
destruição pode ocorrer também pela produção de 
hialuronidase, produzida por estreptococos, estafilococos e 
bacteróides. 
À medida que ocorre disseminação de bactérias aeróbias e 
anaeróbias, a concentração de oxigênio nos tecidos é reduzida; 
com a hipóxia e a isquemia tecidual, o metabolismo fica 
prejudicado, provocando maior disseminação .de 
microrganismos facultativos. 
 
Quando acomete os órgãos genitais pode apresentar: 
1. Dor e sensibilidade significativas; 
2. Edema escrotal e genital; 
3. Descoloração ou ampla necrose; 
4. Crepitação (manifestação tardia); 
5. Corrimento com odor fétido (às vezes) 
6. Febre alta 
7. Mal estar geral 
 
Pode se iniciar com um pequeno ferimento acidental ou cirúrgico 
na genitália ou períneo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É clínico. A radiografia e ultra-sonografia podem demonstrar a 
presença de gás e a tomografia é útil para fechar o diagnóstico, 
definir a causa, e demonstrar a extensão da infecção. 
 
Labortatorialmente pode apresentar: leucocitose (com exceção 
dos imunodeprimidos e idosos). Pode evoluir para sepse. 
 
É baseado na drenagem cirúrgica urgente com desbridamento 
radical do tecido necrótico, antibióticos de amplo espectro IV, e 
monitoramento intensivo com cuidados de suporte como a 
colocação de cateter urinário por via uretral. 
Deve ser feito a correção dos distúrbios hidroeletrolíticos, ácido-
base e hemodinâmico. 
A cistostomia suprapúbica pode ser necessária quando houver 
fístula, estenose ou lesão uretral para facilitar o tratamento da 
lesão perinea. 
No desbridamento, a fáscia de Buck e a túnica vaginal devem ser 
preservadas. Caso evidencie a inviabilidade dos testículos, deve 
proceder com orquiectomia. A colostomia foi indicada nos casos 
em que houve comprometimento de áreas adjacentes ao ânus. 
A antibioticoterapia empírica pode ser feita com: 
Penicilina + metronidazol ou clindamicina + cefalosporina de 3ª 
geração ou aminoglicosídeos 
Os cuidados locais com a ferida consistem na lavagem mecânica 
com soro fisiológico e clorexidina associada ao uso de 
colagenases liofilizada (enzima que digere tecido necrótico), 
carvão ativado, papaína ou hidróxido de magnésio. 
A oxigenoterapia hiperbárica é recomendada principalmente 
em caso de pacientes com infecção anaeróbica e que 
permanecem toxemiados mesmo com extenso desbridamento. 
Ela ajuda também na redução da extensão da necrose e facilita 
na cicatrização de feridas e acelera a recuperação após o 
desbridamento. Além disso, causa aumento da proliferação dos 
fibroblastos e da angiogênese, redução do edema devido à 
vasoconstricção, aumento do transporte intracelular de 
antibióticos e síntese de radicais livres de oxigênio.

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