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Neurologia Gaby Alfaro Semiologia dos Nervos Cranianos INTRODUÇĀO • Existem 12 pares de nervos cranianos; • Primeiro nervo (olfatório) e o segundo nervo (óptico) nāo sāo, de fato, nervos de origem; sāo tratos do SNC; I. Nervo Olfatório • Responsável pelo sentido do olfato; • Sentir os cheiros; • Alterações no olfato: Hiposmia: redução do sentido do olfato; Anosmia: completa perca do sentido do olfato; utiliza-se substâncias que apresentem cheiros fortes e reconhecíveis pelo paciente; testa as narinas individualmente; • Nem todas as causas de hiposmia e anosmia sāo causas neurológicas; podem ser causadas por rinite; compressão da via olfatória; desvio de septo; trauma; tumores; covid; II. Nervo Óptico • Apresentam 4 testes na avaliação da visão; • Função: levar as imagens visualizadas através da retina, captadas pelo nervo óptico; • Sāo levadas até o córtex occipital (atrás da cabeça) que é a área responsável pela intepretaçāo das imagens; • Nem toda perca visual está relacionado com problemas oftalmológicos ou neurológicos do nervo; as vezes as lesões ocorrem no trato ou no córtex; • Lesões no córtex, como no AVC ou tumores, podem causar cegueira; • Lesão no TRATO OU NERVO óptico: perca visual ou uma amaurose (perca visual abolida, cegueira); • Testes para avaliação do nervo óptico: 1. Acuidade visual: tabela de Snellen; 2. Avaliação dos campos visuais ou campimetria: através do teste de confrontação (paciente na sua frente com o olhar dele na altura do seu olhar e pede pra que nāo mexa os olhos e a cabeça, em certa distância entre o paciente e o examinador, no meio caminho entre os dois, realiza-se o teste de todos os campos); realiza nos 4 quadrantes (superior direito e esquerdo e inferior direito e esquerdo); Trajeto: - Através do campo interno leva-se a luz da parte externa para dentro; - Região aonde há o cruzamento das fibras: quiasma óptico; - Antes do quiasma: nervo; ou seja; - Nervo-quiasma-trato; - Depois do quiasma: encontra-se o trato óptico (após o cruzamento); - Trato óptico ou região retroquiasmática; mais abaixo encontra-se as radiações ópticas; - Até a chegada no córtex; - Qualquer lesão nesse trajeto responsável por levar a imagem até o córtex pode haver amaurose ou déficit sensitivo; - Via visual: nervo óptico - quiasma - trato óptico - corpo geniculado lateral- radiações terminais- lábio fissura calcarina; Lesão do nervo óptico no lado esquerdo: • Amaurose do lado esquerdo; • Amaurose total; Lesāo no quiasma óptico: causa mais comum é o tumor de hipófise; adenoma hipofisário; perde a visão esquerda do olho esquerdo e a visão direita no olho direito; perda da visão periférica; visão em túnel; teste do campo visual; • Hemianopsia heterônima: perca da metade do campo visual (hemianopsia) e perca de campos visuais diferentes (heterônima); lesão de quiasma; Lesão no trato óptico ou lesão retroquiasmática: lesão depois do quiasma, no lado esquerdo perde a visão do lado direito dos 2 lados; • Lesão do trato óptico a esquerda causam hemianopsia homônimas à direita; • Lesāo do trato óptico a direita causam hemianopsia homônimas à esquerda; 3. Fundo de olho ou fundoscopia; Visualização da papila; Margem da papila; edema ou alteração de vaso; sangramento óptico; Atrofia da papila devido a lesões de nervo óptico; • Alteração de nervo óptico: acuidade visual (tabela de snellen), campo visual (teste de confrontação para 1 TESTES DO NERVO ÓPTICO Ø Medida de acuidade visual: o Avalia a capacidade de visualização geral. o Usa-se a tabela de Snellen. Neurologia Gaby Alfaro avaliação de hemianopsia) e fundoscopia (avaliar a papila óptica); 4. Reflexo fotomotor: pupila realiza uma miose após o estímulo de luz; contração em resposta a luz; • Avalia o nervo óptico por ser via aferente do reflexo fotomotor; III. Oculomotor IV. Troclear VI. Abducente • Nervo Troclear e Abducente: sāo responsáveis pela motricidade ocular extrínseca (basicamente realizam os movimentos dos olhos); - Há 6 músculos que realizam esses movimentos: • Reto medial: dentro; adutor; Nervo Oculomotor (3); • Reto lateral: fora; abdutor; Nervo Abducente (6); • Reto superior: cima; (3); • Reto inferior: baixo; (3); • Oblíquos Inferior: fora e cima; (3); • Oblíquos superior: baixo e dentro; Nervo Troclear (4); • Abducente: abdução do olho- “abrir”, ou seja, a única função é inervar o músculo reto lateral; - Quando olho pro lado direito: abdução do olho direito; - Quando olho pro lado esquerdo: abdução do olho esquerdo; • Troclear: função de olhar pra dentro e pra baixo; aduz o olho pra olhar pra ponta do nariz; descer a escada; inerva o músculo oblíquo superior; • Oculomotor: olha pra dentro, pra cima e pra baixo; pra fora e pra cima e pra fora e pra dentro; - Responsável por levantar a pálpebra; - Ao lado do oculomotor há fibras parassimpáticas responsáveis pela constrição da pupila; - Quando realiza-se o reflexo fotomotor: a luz entra p e l o n e r v o ó p t i c o e s a i p e l a s f i b r a s parassimpáticas que estāo junto do oculomotor que vāo inervar o constritor da pupila; miose; - Reflexo via aferente óptico; - Via eferente: fibras parassimpáticas juntas ao oculomotor; • Lesões em ambos os nervos: diplopia (visão dupla); pelo fato de nāo haver o olhar conjugado; captam imagens diferentes; • Diplopia nāo é patognomônico de lesāo de nervo; • Diplopia: causados por miopatias e por doenças que afetem a junção neuromuscular; • Lesāo no nervo oculomotor: paciente nāo consegue olhar pra cima, pra baixo e não consegue aducir o olho (pra dentro); Ptose palpebral (nāo levanta a pálpebra); pálpebra caída; Dificuldade dos movimentos pra cima, pra baixo e pra dentro; Estrabismo divergente: olho torto; Midríase: acomete as fibras parassimpáticas; nāo há resposta aferente; Pode haver alteração do oculomotor sem alteração das fibras parassimpáticas: diabetes; • Lesāo do nervo troclear: Paciente nāo consegue olhar pra baixo e pra dentro; Perceptível ao descer umas escadas; • Lesāo do nervo abducente: Estrabismo convergente; • As lesões do nervo oculomotor, troclear e abducente nāo causam amaurose; apenas diplopia; • As lesões do nervo óptico nāo causam diplopia; V. Trigêmio • Relação mista: motor e sensitivo; • Motor: músculos da mastigaçāo (temporal, masseter, pterigóide medial e lateral); Realiza-se a palpação do masseter pra que seja possível ver se há atrofia; Palpaçāo do temporal; • Sensitiva: apresenta 3 ramos (oftálmico, maxilar e mandibular); Algodão ou dedo nos ramos; comparação dos lados; • Inerva córnea e os 2\3 anteriores da língua; Queima, toque na língua da sensibilidade geral; • Reflexo corneano: importe pra suspeita de morte cerebral (disfunção de tronco); um pedaço de algodão toque na córnea e a resposta normal é piscar; Oculomotor abre a pálpebra; Facial (VII) fecha a pálpebra; Via aferente: trigêmeo; Via eferente: facial; VII. Nervo Facial • Motora: toda a função da mimica facial com exceção do elevador da pálpebra (oculomotor); • Assimetria da face, desvio da comissura labial, abertura ocular, sulcos nado-labiais e marcas fisionômicas; 2 5. NERVO TRIGÊMEO Ø Função motora: Mastigação. Ø Função sensitiva: Sensibilidade do rosto (3 ramos do trigêmeo) + sensibilidade nos 2/3 anteriores da língua + sensibilidade córneo palpebral. Ø Ramos: 1. Oftálmico 2. Maxilar 3. Mandibular Neurologia Gaby Alfaro • Execução de movimentos com a musculatura facial: enrugar a testa, abrir a boca amplamente, mostrar os dentes, assobiar; • Sensitivo: sensibilidade gustativa dos 2\3 anteriores da língua; térmica e dolorosa do conduto externo e tímpano; • Inerva uma parte sensitiva do ouvido e tímpano; • Funções vegetativas: secreção lagrimal e salivares; Paralisiafacial periférica (nervo) x paralisia facial central (trato): - Trato corticonuclear cruza (parte das fibras) em direção ao núcleo do nervo facial (tronco cerebral); - Partes da fibra vāo pro núcleo do andar superior da face (inerva a testa e olhos) e andar inferior da face (inerva a boca); - Lesāo de nervo periférico: hemiparesia facial (todo lado do rosto, ou seja, nāo há movimentação da testa, dos olhos e da boca); - Lesāo do lado cortical (AVC ou tumores): bilateralmente há fibras no cortéx que nāo cruzam e vem pro núcleo responsável pela inervação do andar superior da face; parte de fibras vāo estar mortas, porém há a inervação do andar superior; consegue piscar e mexer a testa, porém a boca fica paralisada; - Paralisia do nervo: por ser periférica, há perca de toda hemiface; - Paralisia facial central: paralisia só da boca; AVC ou tumor; VIII. Vestibulo-Coclear • Parte auditiva: ramo coclear; Percepção área do som: estímulos sonoros junto ao ouvido externo com oclusão do lado nāo examinado; Teste de Rinne: diapasāo (ponta posiciona no mastóideo); capaz de dizer se é de condução ou nāo; - Normal: rinne positivo, som mais alto no CAE; CA>CO; - Anormal: rinne negatico, som mais alto na mastóideo (CA <CO); Teste de Weber: diapasão na linha média da cabeça e pergunte para que lado escuta o som; capaz de ver se o problema é na condução ou no nervo; - Normal: som percebido na linha média ou ambos ouvidos, ou seja, mesma audição bilateral; - Anormal: som é mis alto de um lado; - Hipoacusia de condução: som mais alto no lado afetivo; - Hipoacusia sensorineural: afeta o nervo, parte coclear; lateraliza pro lado bom, ou seja, som mais alto no ouvido normal; • Parte vestibular: teste de equilíbrio estático Observar se o paciente apresenta teste de rumberg estereotipado (paciente sempre caí pro lado da lesão, pro mesmo lado); Nistagmo: movimentos oculares; associadas a vertigens; IX. Glossofaríngeo X. Vago XI. Acessório • Os três apresentam uma função em comum, porém uns com maior importância do que os outros; • Alteração: disfagia- dificuldade pra engolir; Glossofaríngeo: função de sensibilidade e paladar do terço posterior da língua; • 2\3 anterior da língua: nervo trigêmeo (5); • 2\3 anterior da língua (sensibilidade gustativa): nervo facial (7); • 1\3 posterior da língua: nervo glossofaríngeo (9); sensibilidade geral e paladar; Vago; deglutiçāo e ramo laringoaferente (cordas vocais); • Disfonia; • Condições do sistema nervoso parassimpático: síndrome vasovagal; disfunção do nervo vago que perde a consciência; • Desvio do véu palatino: Sinal da Cortina-causa disfagia, e o véu palatino desvia pro lado da lesão; • Nervo vago esquerdo acometido; • Lesão: disfagia, disfonia e alteração parassimpática (soluços, vômitos em jato) e sinal da cortina; Acessório: função motora; deglutição; • Inerva o esternocleidomastóide e trapézio; • Trapézio: eleva os ombros; • Esternocleidomastóide: rotação do pescoço; direito rota a cabeça pra esquerda e esquerdo rota a cabeça pra direita; movimentos de rotação; XII. Hipoglosso • Movimentação da língua; • Inspeção, palpação e exploração da motilidade; • Paralisia bilateral, unilateral (lado da lesão); • Disartria: dificuldade pra falar; • Disfagia: dificuldade do bolo alimentar; 3 10. NERVO VAGO Ø Fibras motoras do palato mole, faringe e laringe. Ø Lesão? Disfagia, sinal da cortina (desvio do véu palatino para o mesmo lado afetado), abolição do reflexo de vômito e irritação do sistema vagal (vomito em jato, soluço).
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