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Marcos Bagno, em seu livro Preconceito linguístico, nos apresenta como subtítulo de um de seus capítulos a seguinte frase: “O certo é falar assim, porque se escreve assim” (BAGNO, 2007, p. 52). BAGNO, M. Preconceito linguístico. São Paulo: Loyola, 2007. A partir dos conteúdos estudados até o momento, podemos entender que essa afirmação está correta ou incorreta? O mito que o autor desconstrói foi o de que o correto é falar da forma que escreve, sem regras que envolvem as variações linguísticas. Qual é a percepção que o autor transmite relacionado à língua, ortografia e variação linguística? Produza um texto dissertativo de até 10 linhas, em que você justifique sua resposta, analisando a afirmação mencionada anteriormente. Fato é que sempre houve uma supervalorização da língua escrita em contrapartida com o desprezo da língua falada, gerando assim o preconceito linguístico, posto que, ao ensinar um idioma requer-se que o aprendiz pronuncie a palavra “do jeito que esta escrita”, como se essa fosse a única maneira “correta” de falar uma determinada língua, tal qual ocorre com o estudante de língua Portuguesa. Convém sopesar a respeito dessa complexa relação entre língua falada e língua escrita, pois, embora seja preciso ensinar a escrever de acordo com a ortografia oficial, não se pode fazer isso tentando criar uma língua falada “artificial” considerando como “erradas” as pronúncias que cada individuo adquiriu dentro de sua especifica comunidade de fala em conjunto com a bagagem cultural inserida nela. Portanto, é válido destacar que a escrita é tão somente uma tentativa de representação, a medida que compreendemos a inexistência de alguma ortografia de qualquer língua no mundo que consiga reproduzir a fala fielmente.
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