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Isabella Pessanha M5 Clínica Médica I FASES DA DEGLUTIÇÃO • OROFARÍNGEA: transfere o alimento da boca ao esôfago. Coordenação entre língua, palato mole, faringe, laringe e EES. E tem alguns n e r v o s c r a n i a n o s e n v o l v i d o s , a l g u m a s musculaturas envolvidas -> Mediação pelos pares NC IX, X, XII. • ESOFÁGICA: conduz o alimento até o es tômago. Coordenação do re laxamento esfincteriano (EES e EEI) e da peristalse no corpo do esôfago. DISFAGIA - É a dificuldade em fazer a deglutição. • CLASSIFICAÇÃO - Quando a disfagia for mais alta, vai ser chamada de orofaríngea e se for mais baixa, esofágica. OROFARINGEA PROPULSIVA - Desconforto cervical, igual para líquidos e s ó l i d o s d e s d e o i n í c i o , a s s o c i a d a a engasgos frequentes. - É c o m u m h a v e r a c e s s o s d e t o s s e e broncoaspirações. • PRINCIPAIS CAUSAS - AVCs, doenças neurológicas degenerativas (Parkinson, Alzheimer), Esclerose Múltipla, Miastenia Gravis, Polimiosite, Distrofias e outras miopatias. OROFARINGEA ESTRUTURAL - Desconforto cervical, fixa ou progressiva (sólidos -> líquidos), associada a sensação de entalo. - É comum haver halitose (mau hálito) e regurgitação nasal. Doenças do Esôfago COMO EU FAÇO PRA SABER QUEM É QUEM? - Três perguntas essenciais na anamnese: 1. A disfagia é igual p/ líquidos e sólidos? É fixa ou progressiva? 2. Localiza-se na região cervical ou torácica? 3. A sensação é de "entalo" ou de "engasgo"? • MAIORES CAUSAS - Divertículo de Zenker; - Fibrose (Cáustica, Actínica); - Tumores; - Compressão Extrínseca; - Infecções de VAS. ESOFAGEANA PROPULSIVA - Desconforto torácico, igual para líquidos e sólidos desde o início, associada a sensação de entalo. - É comum haver desconforto torácico. - Em casos avançados, pode haver halitose e regurgitação nasal. • MAIORES CAUSAS - Acalasia; - Espasmo Esofageano Difuso; - Esclerodermia; - Doença de Chagas. ESOFAGEANA ESTRUTURAL - Desconforto cervical ou torácico (depende do n í v e l d a l e s ã o o b s t r u t i v a ) , fi x a o u progressiva (sólidos -> líquidos), associada a sensação de entalo. - É comum haver desconforto torácico. Em casos avançados, pode haver halitose e regurgitação nasal. • MAIORES CAUSAS - Tumores; - Estenose Péptica; - Esofagites Infecciosas; - Anel de Schatzki; - Compressões extrínsecas; - Anéis e Membranas do esôfago. PSEUDO-DISFAGIA - Sensação de “pressão” ou “aperto” na região cervical anterior – “Globo Faríngeo” • Como determinar? - Não se relaciona com a alimentação, não há dificuldade para deglutir quaisquer alimentos. Não há outros sintomas. - Os exames complementares, quando realizados são todos normais. - É um distúrbio funcional, extremamente comum e relacionado a situações de ansiedade e estresse. CASOS CLÍNICOS (UNICAMP – 2015) Homem de 50 anos apresenta queixas de disfagia cervical, tosse, salivação excessiva, regurgitação de alimentos mal digeridos e halitose há 5 anos, c o m p i o r a n o s ú l t i m o s m e s e s . N e g a anorexia, odinofagia e rouquidão. Qual a hipótese diagnóstica e o exame indicado? a) Acalásia e manometria do esôfago b) Divertículo de Zenker e esofagografia c) Doença do Refluxo e pHmetria (não é porque geralmente o paciente vai ter uma queimação retroesternal, chamada de pirose e vai ter regurgitação) d) Hérnia Hiatal e Endoscopia Digestiva Resposta: Opção B OBS: Prender-se a idade do paciente, o tempo de evolução da historia, se tem emagrecimento ou não. (UFRJ – 2015) Homem de 62 anos tem dificuldades para engolir alguns alimentos há cerca de 4 anos. Nega perda de peso, pirose ou demais sintomas. Deglute bem os líquidos, mas tem preferido ingerir carne moída, para facilitar a deglutição desse alimento. O diagnóstico provável é: a) Dismotilidade esofageana por Esclerodermia b) Carcinoma de Esôfago c) Anel de Schatzki no terço inferior do esôfago (é um defeito embriologia onde tem um estreitamento do terço inferior do esofago, e com isso o paciente vai fazendo uma adaptação e vai cada vez comendo pouco para noa ter a dificuldade de deglutir, que é a disfagia) d) Peristalse comprometida por Acalasia Resposta: Opção C OBS: Vai afastar as causas neurológicas e motoras pois há algo obstruindo a passagem. DOENÇAS MOTORAS DO ESÔFAGO ACALASIA • MECANISMO E CAUSAS - Tem um déficit de relaxamento do EEI (esfincter esofagiano inferior) + Hipertonia (aumento anormal do tônus muscular) do EEI + Peristalses atípicas do corpo esofágico (em vez de serem organizadas, elas são completamente bagunçadas, e faz com que o alimento não consiga descer bem pelo esôfago). - Causada por disfunção do plexo neuronal de Auerbach que coordena a motilidade do esôfago. - A doença primária é mais comum. Pode ser também secundária a Doença de Chagas, Amiloidose e Esclerodermia. • SINAIS E SINTOMAS - Disfagia esofageana propulsiva (sólidos e líquidos) pois o EEI não abre bem, com piora progressiva. - Pode evoluir com tosse crônica, regurgitação e halitose, pelo alto volume de resíduo. - O megaesôfago é uma complicação tardia. - Causa emagrecimento leve (pois está difícil de se nutrir) e, às vezes, dor retroesternal. - Não há odinofagia ou pirose. O EEI hipertônico impede o refluxo. • INVESTIGAÇÃO 1. Padrão-ouro: manometria de 24 horas. - Avalia o tônus e o relaxamento do EEI, além da amplitude das peristalses. - Passa uma sonda pelo nariz, o paciente deglute a sonda, precisa estar acordado e totalmente cooperativo e da um pouco de agua e pede p/ deglutir. Quando ele deglute a água, a sonda é capaz de avaliar o tônus, o relaxamento e a amplitude das peristalses. - Se avaliar peristalses bobas, hipertonia do esfíncter e não relaxamento do esfíncter à deglutição, fecha o diagnostico de acalasia. 2. EDA - Mostra a dilatação do corpo e, por vezes, esofagite pelo contato prolongado com o bolo alimentar. 3. Esofagografia: - Mostra o estreitamento distal, mede o esvaziamento do esôfago e avalia o grau do megaesôfago. • TRATAMENTO 1. Casos leves (megaesôfago I-II) - Medicamentos para relaxar o EEI (nitratos, nifedipina) - Toxina botulínica 2. Casos avançados (megaesôfago III-IV) - Dilatação endoscópica do EEI com balão CASO CLÍNICO (UFMG – 2014) Mulher de 67 anos, tabagista de 44 maços.ano e etilista moderada, relata que há 1 mês teve início de disfagia progressiva: inicialmente para sólidos e agora para alimentos pastosos. Trouxe à consulta esta imagem: Qual é o diagnóstico mais provável? a) Esclerodermia b) Megaesôfago chagásico c) Estenose péptica do esôfago d) Carcinoma escamoso do Esôfago Resposta: Opção D OBS: Mulher com 2 fatores de risco importantes (fuma e bebe), a história dela tem 1 mas de evolução e a disfagia progressiva mostra que já está bem avançada. - Cirurgia ESPASMO ESOFAGEANO DIFUSO (EED) - São contrações vigorosas e desordenadas da musculatura lisa que substituem a peristalse. A peristalse existe para empurrar o alimento p/ baixo, se a peristalse não faz a sua função, o alimento acaba não descendo. - Surgem em repouso ou após “gatilhos” - São mais comuns em mulheres e associam-se a ansiedade e depressão. - Dor retrosternal que alivia com nitrato. E o grande diagnostico diferencial é coronariopatia. • INVESTIGAÇÃO 1. Manometria: melhor exame 2. Esofagografia: mostra o aspecto de esôfago em saca-rolha • TRATAMENTO 1. Casos leves = tratamento clínico 2. Casos graves = cirurgia OBSTRUÇÕES BENIGNAS DO ESOFAGO ANEIS E MEMBRANAS - São defeitos na recanalização embrionária da luz do esôfago. - Causam disfagia mecânica fixa, para sólidos. 1. Anel de Schatzki: lesão do esôfago distal que causa crises esporádicas de disfagia em face a libações alimentares. 2. Sd. Plummer-Vinson: membrana “alta” que pode surgir em facea anemia ferropriva grave. Essa membrana pode causar disfagia pré solido. DIVERTICULOS - Causam obstrução se volumosos; - Halitose, regurgitação e broncoespasmo; - Exemplo: divertículo de Zenker (disfunção cricofaríngea); - Mais comum no idoso; - Pode-se considerar o tratamento endoscópico ou até cirúrgico se volumoso. - O alimento mal digerido fica “guardado" nesse saco. COMPRESSÕES EXTRINSECAS - Não tem nada na luz do esôfago causando obstrução • CAUSAS - Aumento do AE na estenose mitral - Aneurisma de aorta torácica - Tumores ou linfonodomegalias de pulmão e mediastino - Anomalias do arco aórtico (art. Pulmonar E, art. Subclávia D) ESOFAGITES INFECCIOSAS • ASPECTOS GERAIS - Diagnóstico diferencial importante da Esofagite de Refluxo - Mais comum em imunodeprimidos. - Sintomas: odinofagia, dor retroesternal, disfagia e sintomas constitucionais (febre, adinamia) - Causas mais comuns: CMV, Herpes simples, Candida albicans. 1. Candida: lesões esbranquiçadas, com leve hiperemia de permeio. 2. Herpes: múltiplas vesículas e ulcerações superficiais. 3. CMV (citomegalovirus): úlcera grande e isolada. A - Candida B- Herpes C – CMV D- Esofagite Péptica SÍNDROME DE MALLORY-WEISS • ASPECTOS PRINCIPAIS - Laceração do esôfago distal. - Mais comum em etilistas e portadores de distúrbios alimentares (anorexia, bulimia): provocada por vômitos de repetição. - Quase sempre superficial, causando hematêmese. DOENÇA DO REFLUXO GASTRO- ESOFÁGICO (DRGE) - É o refluxo patológico de conteúdo gástrico para o esôfago, em raros casos, vias aéreas superiores. - É a doença esofágica mais comum. • Possui três mecanismos básicos: 1. Relaxamento excessivo do EEI 2. Hipotonia do EEI 3. Hérnias de Hiato • FATORES DE RISCO - Idade, obesidade, gestação e tabagismo - Dieta: refeições volumosas e ricas em gorduras e em certos alimentos (cafeína, chocolate, cítricos, bebidas alcoólicas, refrigerantes, condimentos – alho, cebola, molho de tomate) - Uso de medicações que relaxam o EEI: bloqueadores de cálcio, nitratos, opióides, ansiolíticos. • POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES 1. Esofagite Erosiva com odinofagia, ulcerações e sangramento crônico 2. Estenose Péptica com disfagia mecânica por obstrução distal - Se o acido do estômago fica refluindo p/ esôfago toda hora, a pessoa não muda os hábitos de vida, a mucosa do esôfago inflama e desinflama, e CASOS CLÍNICOS (UFCE – 2015) Um paciente masculino, de 38 anos, está em investigação de disfagia há 2 anos. A endoscopia mostra sinais de megaesôfago grau IV, com parede tortuosa e dilatação de 11cm. A manometria evidencia contrações peristálticas muito fracas e irregulares, além de importante aumento na pressão do EEI. Qual seria a terapêutica mais recomendada? a) Administração de toxina botulínica b) Início de nifedipina 20mg VO 8/8h e monocordil 20mg VO 12/12h c) Miotomia do esôfago distal por laparotomia d) Dilatação endoscópica do EEI Resposta: Opção C OBS: É um quadro de acalasia grave CASOS CLÍNICOS (UERJ – 2014) Uma mulher de 40 anos queixa-se de dor torácica e disfagia há alguns meses. A esofagografia é normal e a manometria mostra contrações de diversos pontos da parede do esôfago de caráter simultâneo e repetitivo, de moderada amplitude. O relaxamento do EEI é normal. Qual é a maior hipótese diagnóstica? a) Espasmo Esofageano Difuso b) Acalasia (O EEI não vai estar normal) c) Esclerodermia (A causa é acalasia) d) Refluxo Esôfago-Gástrico (O EEI é frouxo) Resposta: Opção A acaba ficando estreita, ou seja, é causada por repetidos refluxos ácidos do estômago p/ esôfago. 3. Esôfago de Barrett – lesão precursora de Adenocarcinoma Esofágico - É uma lesão pré neoplasica • SINAIS E SINTOMAS 1. Pirose - É a queimação retroesternal (e não epigástrica). Sintoma mais comum. 2. Regurgitação alimentar Mais raramente... 1. Dor precordial (simulando doença coronariana) 2. Sintomas de refluxo atípico para vias aéreas superiores: rouquidão, tosse, broncoespasmo (“ASMA” intratável...), irritação na garganta, sinusites, laringoespasmo. • SINAIS DE ALERTA - Sugerem a existência de complicações do refluxo (que antes era benigna está tendo alguma complicação). 1. Emagrecimento 2. Hemorragia e sinais de anemia (palidez, taquicardia, cansaço) 3. Disfagia e Odinofagia 4. Dor retroesternal intensa • DIAGNOSTICOS DIFERENCIAIS - Outras esofagites: infecciosas, eosinofílicas 1. Dispepsia funcional 2. Úlcera péptica 3. Doenças biliares 4. Transtornos motores do esôfago (acalasia, EED) 5. Doença coronariana • INVESTIGAÇÃO DIAGNÓSTICA - Apenas em casos selecionados. - Na maioria dos casos, o diagnóstico é clínico: queixas compatíveis por 4-8 semanas, ausência de sinais de alerta e melhora com uma prova terapêutica de inibidores de bomba de prótons (IBPs) por algumas semanas ..... Mas então, quando investigar??? • ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA 1. Na presença de sinais de alerta; 2. A partir de 45-55 anos; 3. Doença refratária, prolongada ou altamente sintomática. - A endoscopia digestiva alta não identifica o refluxo em si e sim as complicações do refluxo, como erosões, ulcerações, estenoses, displasias, tumores. - Também pode identificar hérnias de hiato (HH) • PH-METRIA DE 24 HORAS - É o padrão ouro para o diagnostico do refluxo. - Identifica e quantifica o refluxo gástrico no esôfago. - É disponível em poucos centros e raramente é necessária. • DRGE - PRINCIPIOS DE TRATAMENTO - Medidas anti-refluxo: SEMPRE INDICADAS! - Elevar a cabeceira da cama e não se deitar logo após uma refeição. - A figura 1 mostra um esôfago normal, o esfíncter está na transição do diafragma. - Uma hérnia hiatal tipo 1 (hérnia hiatal por deslizamento), há um desvio do esfíncter para cima, dessa forma tem um pouco de estômago na cavidade torácica. Não tem mais um esfíncter esofagiano inferior capaz de impedir ou não o refluxo ácido. Ou seja, ter uma hérnia propicia muito ter um refluxo do estômago p/ esôfago. - Fracionar as refeições e evitar alimentos que agravem o quadro. - Perder peso e parar de fumar. • MEDICAÇÕES 1. Inibidores da bomba de protons (IBPs) - Omeprazol, pantoprazol, lanzoprazol, rabeprazo; - Primeira escolha, e obrigatórios na presença de complicações do DRGE. Altamente eficazes; - Uma dose em jejum (30 minutos antes de se alimentar), acrescentar uma segunda dose antes do jantar em caso de resposta inicial (2-4 semanas) insatisfatória. -> Efeitos adversos - Agudos: cefaleia, náuseas, fadiga - Crônicos: má absorção de cálcio (osteoporose), vitamina B12 (anemia perniciosa), ferro (anemia ferropriva) e magnésio. Assim, é essencial o seu USO RACIONAL! 2. Inibidores do receptor histamínico H2 - Ranitidina, cimetidina. São a segunda opção. 3. Anti-ácidos - Sais de magnésio, alumínio e carbonato de cálcio. Aliviam os sintomas, mas não agem sobre o processo patológico. 4.Procinéticos - Bromoprida, cisaprida, domperidona; - Não são mais recomendados. Devem ser prescritos se houver outras indicações pertinentes. • CIRURGICA - INDICAÇÕES 1. Doença refratária ou muito sintomática 2. Complicações da DRGE 3. Dependência de IBP - A eficácia é alta, mas é realizada de preferência em pacientes jovens, de baixo risco cirúrgico. • CIRURGIA ANTI-REFLUXO -> Fundoplicaturas - “Reforçam” o EEI ao usar o fundo gástrico para criar uma válvula que “abraça” o esfíncter. - Podem ser parciais ou totais. ESÔFAGO DE BARRETT - É uma aplicação da doença do refluxo - Subst i tuição do epi té l io escamoso do esôfago pelo epitélio colunar do intestino, mais resistente à acidez gástrica (metaplasia intestinal). Com isso, os sintomas do DRGE podem até reduzir. - O epitélio colunar se agride menos com a acidez - O paciente começa a melhorar dos sintomas, você acha que o tratamentoestá dando certo mas de tanto o refluxo acontecer a mucosa trocou e agora a acidez não causa mais dor e o grande perigo é que o Barrett é uma grande precursora do câncer, do adenocarcinoma esofágico. • FATORES DE RISCO - Homens, raça branca, idade entre 45 e 60 anos. • DIAGNÓSTICO - A endoscopia deve ser associada a biópsia das erosões distais. OBS: Acompanhamento por endoscopias seriadas é mandatório! • TRATAMENTO - Medidas anti-refluxo e os IBPs estão sempre indicados. - Tratamentos por endoscopia ou cirúrgicos TUMORES DE ESÔFAGO - Câncer de Esôfago: sexta neoplasia mais prevalente no Brasil - Dois tipos com características bem distintas: CA escamoso e adenocarcinoma - Prevalência do adenocarcinoma em elevação, do CA escamoso em queda CA ESCAMOSO - Origina-se na mucosa normal do esôfago, prevalecendo no 1/3 médio. • FATORES DE RISCO - Sexo masculino, Idade e Raça Negra - Etilismo e Tabagismo - Bebidas quentes (chimarrão, mate, chá): endêmico na Ásia Central - Alimentos ricos em nitrosaminas. Ex: defumados (presunto, bacon) - Doenças esofágicas: acalasia, estenose cáustica - Tilose Palmo-Plantar (alteração genética) ADENOCARCINOMA - Deriva do Epitélio de Barrett – metaplasia intestinal. Prevalece no 1/3 distal. - Passa pelo Barrett, e o Barrett é uma lesão precursora do adenocarcinoma. • FATORES DE RISCO - Esôfago de Barrett - Tabagismo e Obesidade - Bisfosfonados (suspeita) • CANCER DE ESOFAGO - SINTOMAS São bastante semelhantes, independentemente do tipo. 1. Disfagia mecânica de condução, progressiva 2. Emagrecimento QUESTÕES (UFRGS – 2015) Analise as seguintes afirmativas a respeito do Esôfago de Barrett. Quais são corretas? I) É complicação da DRGE e seu diagnóstico se baseia no achado de esofagite erosiva intensa na EDA I I ) Carac ter iza-se , h is to logicamente , por metaplasia intestinal no esôfago distal III) É fator de risco para carcinoma escamoso de esôfago IV) A presença de displasia de alto grau exige tratamento cirúrgico ou endoscópico. Resposta: Opções II e IV (Santa Casa – 2014) - Qual das afirmativas é correta? a) Disfagia, odinofagia, perda de peso e sangramento digestivo são manifestações comuns de DRGE (o que são comuns no refluxo é pirose e regurgitação) b) O Esôfago de Barrett deve ser inicialmente tratado com IBPs, estando o acompanhamento endoscópico regular indicado apenas em casos refratários à medicação c) A endoscopia digestiva alta normal não exclui o diagnóstico de DRGE (o padrão ouro é PH- METRIA, so vai ver na EDA as complicações) d ) A s h é r n i a s d e h i a t o d e v e m s e r corrigidas cirurgicamente sempre que houver refluxo associado Resposta: Opção C 3. Odinofagia 4. Mais raros: hemorragia digestiva alta, rouquidão; 5. Relacionados às principais metástases: pulmões, fígado, ossos. • EXAMES NECESSÁRIOS AO DIAGNOSTICO E ESTADIAMENTO 1. Endoscopia Digestiva: essencial para a identificação e o diagnóstico histopatológico da lesão. 2. TC de tórax e abdômen: investiga metástases à distância. 3. US Endoscópico: melhor forma de estadiar os componentes “T” e “N”, avaliando a profundidade do acometimento da mucosa e identificando linfonodos afetados. • PRINCÍPIOS DO TRATAMENTO - Depende do estágio e das condições clínicas do paciente (estado nutricional, comorbidades, idade); - Ressecção endoscópica: pode ser curativa em lesões limitadas à mucosa, sem metástases; - Esofagectomia melhor opção para lesões sem metástases e sem invasões para vasos sanguíneos ou estruturas adjacentes; - QT e RT: podem ser neoadjuvantes: antes da cirurgia, para melhorar seus resultados. Isoladamente, são indicadas apenas no tratamento não-curativo, em lesões irressecáveis; - Cuidados paliativos. TUMORES BENIGNOS DO ESOFAGO - Leiomioma: é o mais comum. Lesão originário da musculatura lisa do esôfago, causando s intomas compress ivos: d isfagia , dor. Lenta evolução. • DIAGNÓSTICO - Endoscopia • TRATAMENTO - Sempre cirúrgico. QUESTÕES (USP – 2015) O adenocarcinoma e o carcinoma epidermóide são responsáveis por cerca de 95% dos casos de neoplasia maligna do esôfago. Assinale a alternativa que apresenta as associações mais encontradas no adenocarcinoma: a) obesidade, tabagismo e consumo de álcool b) sexo feminino, consumo de álcool e DRGE c) sexo masculino, tabagismo e esôfago de Barrett d) etilismo, tabagismo e infecção pelo HPV (o etilismo é fator de risco para o CA Escamoso) Resposta: Opção C (UFRGS – 2015) - Homem de 65 anos, tabagista e etilista, teve início de disfagia para alimentos sólidos e emagrecimento há alguns meses. Realizou EDA, que mostrou lesão ulcerada em terço médio do esôfago, impedindo a progressão do endoscópio. Assinale a alternativa correta: a) A disfagia causada por tumor de esôfago é uma manifestação precoce da doença. b) A associação de quimio e radioterapia pode ser tentada como terapia inicial curativa c) O tipo histológico mais provável é o adenocarcinoma d) US endoscópico é o exame mais preciso na avaliação do grau de penetração do tumor na parede esofágica. Resposta: Opção D
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