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Doenças do Esôfago

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Isabella Pessanha M5
Clínica Médica I
 FASES DA DEGLUTIÇÃO 
 
• OROFARÍNGEA:  transfere  o  alimento 
da boca ao  esôfago. Coordenação  entre língua, 
palato mole,  faringe, laringe e EES. E tem alguns 
n e r v o s c r a n i a n o s e n v o l v i d o s , a l g u m a s 
musculaturas envolvidas -> Mediação pelos pares 
NC IX, X, XII.  
• ESOFÁGICA:  conduz  o  alimento até o 
es tômago.  Coordenação do  re laxamento 
esfincteriano (EES e EEI) e da peristalse no corpo 
do esôfago.  
 DISFAGIA 
- É a dificuldade em fazer a deglutição.
• CLASSIFICAÇÃO
- Quando a disfagia for mais alta, vai ser chamada 
de orofaríngea e se for mais baixa, esofágica.
 OROFARINGEA PROPULSIVA 
- Desconforto  cervical,  igual  para líquidos e 
s ó l i d o s d e s d e o  i n í c i o , a s s o c i a d a 
a engasgos frequentes.
- É  c o m u m  h a v e r a c e s s o s d e t o s s e 
e broncoaspirações. 
• PRINCIPAIS CAUSAS
- AVCs, doenças  neurológicas degenerativas 
(Parkinson,  Alzheimer), Esclerose Múltipla, 
Miastenia  Gravis,  Polimiosite, Distrofias e 
outras miopatias. 
 OROFARINGEA ESTRUTURAL 
- Desconforto  cervical, fixa ou  progressiva 
(sólidos  -> líquidos), associada a sensação 
de entalo. 
- É comum  haver halitose (mau hálito) e 
regurgitação nasal. 
Doenças do Esôfago
COMO EU FAÇO PRA SABER QUEM É 
QUEM?
- Três perguntas essenciais na anamnese:
1. A disfagia é igual p/ líquidos e sólidos? É fixa 
ou progressiva?
2. Localiza-se na região cervical ou torácica?
3. A sensação é de "entalo" ou de "engasgo"?
• MAIORES CAUSAS 
- Divertículo de Zenker;
- Fibrose (Cáustica, Actínica);
- Tumores;
- Compressão Extrínseca;
- Infecções de VAS. 
 ESOFAGEANA PROPULSIVA 
- Desconforto torácico, igual para  líquidos e 
sólidos desde o início, associada a sensação 
de entalo. 
- É comum haver desconforto torácico. 
- Em casos  avançados, pode haver halitose e 
regurgitação nasal. 
• MAIORES CAUSAS
- Acalasia;
- Espasmo Esofageano Difuso;
- Esclerodermia;
- Doença de Chagas. 
 ESOFAGEANA ESTRUTURAL 
- Desconforto  cervical ou torácico  (depende do 
n í v e l d a l e s ã o o b s t r u t i v a ) , fi x a o u 
progressiva  (sólidos ->  líquidos), associada a 
sensação de entalo. 
- É comum   haver desconforto torácico. Em casos 
avançados, pode haver  halitose e regurgitação 
nasal. 
• MAIORES CAUSAS 
- Tumores;
- Estenose Péptica;
- Esofagites Infecciosas;
- Anel de Schatzki;
- Compressões extrínsecas;
- Anéis e Membranas do esôfago. 
 PSEUDO-DISFAGIA 
- Sensação de “pressão” ou “aperto” na região 
cervical anterior – “Globo Faríngeo” 
• Como determinar? 
  
- Não se relaciona com a alimentação, não há 
dificuldade para deglutir quaisquer alimentos. 
Não há outros sintomas. 
  
- Os exames complementares, quando realizados 
são todos normais. 
- É um distúrbio funcional, extremamente 
comum e relacionado a situações de ansiedade e 
estresse. 
CASOS CLÍNICOS 
(UNICAMP – 2015) 
Homem de 50 anos apresenta queixas  de disfagia 
cervical, tosse, salivação  excessiva, regurgitação de 
alimentos  mal digeridos e halitose há 5 anos, 
c o m  p i o r a n o s ú l t i m o s m e s e s . N e g a 
anorexia,  odinofagia e rouquidão. Qual a 
hipótese diagnóstica e o exame indicado? 
  
a) Acalásia e manometria do esôfago 
b) Divertículo de Zenker e esofagografia 
c) Doença do Refluxo e  pHmetria (não é porque 
geralmente o paciente vai ter uma queimação 
retroesternal, chamada de pirose e vai ter 
regurgitação)
d) Hérnia Hiatal e Endoscopia Digestiva 
Resposta: Opção B 
OBS: Prender-se a idade do paciente, o tempo de 
evolução da historia, se tem emagrecimento ou 
não.
(UFRJ – 2015) 
Homem de 62 
anos tem dificuldades para engolir alguns alimentos 
há cerca de 4 anos. Nega perda de 
peso, pirose ou demais sintomas. Deglute bem os  
líquidos, mas tem preferido ingerir carne moída, 
para facilitar a deglutição desse alimento. 
O diagnóstico provável é: 
  
a) Dismotilidade esofageana por Esclerodermia 
b) Carcinoma de Esôfago 
c) Anel de Schatzki no  terço  inferior do  esôfago (é 
um defeito embriologia onde tem um estreitamento 
do terço inferior do esofago, e com isso o paciente 
vai fazendo uma adaptação e vai cada vez comendo 
pouco para noa ter a dificuldade de deglutir, que é a 
disfagia) 
d) Peristalse comprometida por Acalasia 
Resposta: Opção C 
 OBS: Vai afastar as causas neurológicas e 
motoras pois há algo obstruindo a passagem.
 DOENÇAS MOTORAS DO ESÔFAGO 
 ACALASIA 
• MECANISMO E CAUSAS
- Tem um déficit de relaxamento do EEI (esfincter 
esofagiano inferior) + Hipertonia (aumento 
anormal do tônus muscular) do EEI + Peristalses 
atípicas do corpo esofágico (em vez de serem 
organizadas, elas são completamente 
bagunçadas, e faz com que o alimento não 
consiga descer bem pelo esôfago).
- Causada por disfunção do plexo neuronal 
de Auerbach que coordena a motilidade 
do esôfago. 
- A doença primária é mais comum. Pode ser 
também secundária a Doença de Chagas, 
Amiloidose e Esclerodermia. 
• SINAIS E SINTOMAS 
- Disfagia esofageana propulsiva (sólidos e 
líquidos) pois o EEI não abre bem, com 
piora progressiva. 
- Pode evoluir com tosse crônica, regurgitação e 
halitose, pelo alto volume de resíduo. 
- O megaesôfago é uma complicação tardia. 
- Causa emagrecimento leve (pois está difícil de 
se nutrir) e, às vezes, dor retroesternal. 
- Não há odinofagia ou pirose. O EEI 
hipertônico impede o refluxo. 
• INVESTIGAÇÃO 
1. Padrão-ouro: manometria de 24 horas. 
- Avalia o tônus e o relaxamento do EEI, além da 
amplitude das peristalses. 
- Passa uma sonda pelo nariz, o paciente deglute a 
sonda, precisa estar acordado e totalmente 
cooperativo e da um pouco de agua e pede p/ 
deglutir. Quando ele deglute a água, a sonda é 
capaz de avaliar o tônus, o relaxamento e a 
amplitude das peristalses.
- Se avaliar peristalses bobas, hipertonia do 
esfíncter e não relaxamento do esfíncter à 
deglutição, fecha o diagnostico de acalasia. 
2. EDA
- Mostra a dilatação do corpo e, por vezes, 
esofagite pelo contato prolongado com o 
bolo alimentar.
3. Esofagografia: 
- Mostra o estreitamento distal, mede o 
esvaziamento do esôfago e avalia o grau do 
megaesôfago.
• TRATAMENTO 
1. Casos leves (megaesôfago I-II) 
- Medicamentos para relaxar o EEI (nitratos, 
nifedipina) 
- Toxina botulínica 
2. Casos avançados (megaesôfago III-IV) 
- Dilatação endoscópica do EEI com balão 
CASO CLÍNICO 
(UFMG – 2014)  Mulher de 67 anos,  tabagista de 
44 maços.ano  e etilista moderada, relata que há 1 
mês teve início de disfagia progressiva: inicialmente 
para sólidos e agora para alimentos pastosos. 
 Trouxe à consulta esta imagem: 
  
Qual é o diagnóstico mais provável?  
a) Esclerodermia 
b) Megaesôfago chagásico 
c) Estenose péptica do esôfago 
d) Carcinoma escamoso do Esôfago 
Resposta: Opção D
OBS: Mulher com 2 fatores de risco importantes 
(fuma e bebe), a história dela tem 1 mas de 
evolução e a disfagia progressiva mostra que já 
está bem avançada.
- Cirurgia 
 ESPASMO ESOFAGEANO DIFUSO 
(EED) 
- São contrações vigorosas e desordenadas da 
musculatura lisa que substituem a  peristalse. A 
peristalse existe para empurrar o alimento p/ 
baixo, se a peristalse não faz a sua função, o 
alimento acaba não descendo. 
- Surgem em repouso ou após “gatilhos” 
- São mais comuns em mulheres e associam-se a 
ansiedade e depressão. 
- Dor retrosternal que alivia com nitrato. E o 
grande diagnostico diferencial é coronariopatia.
• INVESTIGAÇÃO
1. Manometria: melhor exame 
2. Esofagografia: mostra o aspecto 
de esôfago em saca-rolha  
• TRATAMENTO
1. Casos leves = tratamento clínico 
2. Casos graves = cirurgia  
 OBSTRUÇÕES BENIGNAS DO 
ESOFAGO 
ANEIS E MEMBRANAS 
- São defeitos na recanalização embrionária da luz 
do esôfago.  
- Causam disfagia mecânica fixa, para sólidos. 
1. Anel de Schatzki: lesão do esôfago distal que 
causa crises esporádicas de disfagia em face a 
libações alimentares. 
2. Sd. Plummer-Vinson: membrana “alta” que 
pode surgir em facea anemia ferropriva grave. 
Essa membrana pode causar disfagia pré 
solido.
DIVERTICULOS 
- Causam obstrução se volumosos; 
- Halitose, regurgitação e broncoespasmo; 
- Exemplo: divertículo de  Zenker  (disfunção 
cricofaríngea);
- Mais comum no idoso;
- Pode-se considerar o tratamento endoscópico ou 
até cirúrgico se volumoso.
 
- O alimento mal digerido fica “guardado" nesse 
saco.
 COMPRESSÕES EXTRINSECAS 
- Não tem nada na luz do esôfago causando 
obstrução 
• CAUSAS 
- Aumento do AE na estenose mitral 
- Aneurisma de aorta torácica 
- Tumores ou linfonodomegalias de pulmão 
e mediastino 
- Anomalias do arco aórtico (art. Pulmonar E, art. 
Subclávia D) 
 ESOFAGITES INFECCIOSAS 
• ASPECTOS GERAIS 
- Diagnóstico diferencial importante da Esofagite 
de Refluxo 
- Mais comum em imunodeprimidos. 
- Sintomas: odinofagia, dor retroesternal, disfagia 
e sintomas constitucionais (febre, adinamia) 
- Causas mais comuns: CMV, 
Herpes simples, Candida albicans. 
1. Candida: lesões esbranquiçadas, com leve 
hiperemia de permeio.
2. Herpes: múltiplas vesículas e ulcerações 
superficiais. 
3. CMV (citomegalovirus): úlcera grande e 
isolada.  
A - Candida 
B- Herpes 
C – CMV 
D- Esofagite Péptica 
 SÍNDROME DE MALLORY-WEISS 
• ASPECTOS PRINCIPAIS 
- Laceração do esôfago distal. 
- Mais comum em etilistas e portadores de 
distúrbios alimentares (anorexia, 
bulimia): provocada por vômitos de repetição. 
- Quase sempre superficial, causando 
hematêmese.  
 DOENÇA DO REFLUXO GASTRO-
ESOFÁGICO (DRGE) 
- É o refluxo patológico de conteúdo gástrico para 
o esôfago, em raros casos, vias aéreas superiores. 
- É a doença esofágica mais comum.  
• Possui três mecanismos básicos: 
1. Relaxamento excessivo do EEI
2. Hipotonia do EEI  
3. Hérnias de Hiato 
• FATORES DE RISCO 
- Idade, obesidade, gestação e tabagismo 
- Dieta: refeições volumosas e ricas em gorduras e 
em certos alimentos (cafeína, chocolate, cítricos, 
bebidas alcoólicas,  refrigerantes, condimentos – 
alho, cebola, molho de tomate) 
- Uso de medicações que relaxam o 
EEI: bloqueadores de cálcio, 
nitratos, opióides, ansiolíticos. 
• POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES 
1. Esofagite Erosiva com odinofagia, ulcerações 
e sangramento crônico 
2. Estenose Péptica com disfagia mecânica por 
obstrução distal 
- Se o acido do estômago fica refluindo p/ esôfago 
toda hora, a pessoa não muda os hábitos de vida, 
a mucosa do esôfago inflama e desinflama, e 
CASOS CLÍNICOS 
(UFCE – 2015)  
Um paciente masculino, de 38 anos, está em 
investigação de disfagia há 2 anos. A endoscopia 
mostra sinais de megaesôfago grau IV, com parede 
tortuosa e dilatação de 11cm. 
A manometria evidencia contrações peristálticas 
muito fracas e irregulares, além de importante 
aumento na pressão do EEI. Qual seria a terapêutica 
mais recomendada? 
  
a) Administração de toxina botulínica 
b) Início de nifedipina 20mg VO 8/8h 
e monocordil 20mg VO 12/12h 
c) Miotomia do esôfago distal por laparotomia 
d) Dilatação endoscópica do EEI 
Resposta: Opção C 
OBS: É um quadro de acalasia grave
CASOS CLÍNICOS 
(UERJ – 2014) 
  
Uma mulher de 40 anos queixa-se de dor  torácica e 
disfagia há alguns meses. A esofagografia é normal e 
a manometria mostra contrações de diversos pontos 
da  parede do esôfago de caráter simultâneo  e 
repetitivo, de moderada amplitude. O relaxamento do 
EEI é normal. Qual é a maior hipótese diagnóstica? 
  
a) Espasmo Esofageano Difuso 
b) Acalasia (O EEI não vai estar normal)
c) Esclerodermia (A causa é acalasia)
d) Refluxo Esôfago-Gástrico (O EEI é frouxo) 
Resposta: Opção A
acaba ficando estreita, ou seja, é causada por 
repetidos refluxos ácidos do estômago p/ 
esôfago.
 
3. Esôfago de Barrett – lesão precursora 
de Adenocarcinoma Esofágico
- É uma lesão pré neoplasica
• SINAIS E SINTOMAS 
1. Pirose
- É a queimação retroesternal (e não epigástrica). 
Sintoma mais comum. 
2. Regurgitação alimentar 
  
Mais raramente... 
1. Dor precordial (simulando doença coronariana) 
2. Sintomas de  refluxo atípico  para vias  aéreas 
superiores: rouquidão, tosse,  broncoespasmo 
(“ASMA” intratável...),  irritação na garganta, 
sinusites, laringoespasmo. 
• SINAIS DE ALERTA 
- Sugerem a existência de complicações do 
refluxo (que antes era benigna está tendo alguma 
complicação).
1. Emagrecimento 
2. Hemorragia e sinais de anemia (palidez, 
taquicardia, cansaço) 
3. Disfagia e Odinofagia 
4. Dor retroesternal intensa 
• DIAGNOSTICOS DIFERENCIAIS 
- Outras esofagites: infecciosas, eosinofílicas 
1. Dispepsia funcional 
2. Úlcera péptica 
3. Doenças biliares 
4. Transtornos motores do esôfago 
(acalasia, EED) 
5. Doença coronariana 
• INVESTIGAÇÃO DIAGNÓSTICA 
- Apenas em casos selecionados. 
- Na maioria dos casos, o diagnóstico é 
clínico: queixas compatíveis por 4-8 semanas, 
ausência de sinais de alerta e melhora com uma 
prova terapêutica de inibidores de bomba de 
prótons (IBPs) por algumas semanas .....  
Mas então, quando investigar??? 
• ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA
1. Na presença de sinais de alerta;
2. A partir de 45-55 anos;
3. Doença refratária, prolongada ou altamente 
sintomática.
  
- A endoscopia digestiva alta não identifica o 
refluxo em si e sim as complicações do refluxo, 
como erosões, ulcerações, estenoses, displasias, 
tumores. 
- Também pode identificar hérnias de hiato (HH)
• PH-METRIA DE 24 HORAS
- É o padrão ouro para o diagnostico do refluxo.
- Identifica e quantifica o refluxo gástrico no 
esôfago.  
- É disponível em poucos centros e raramente é 
necessária.
• DRGE - PRINCIPIOS DE TRATAMENTO 
- Medidas anti-refluxo: SEMPRE INDICADAS! 
- Elevar a cabeceira da cama e não se deitar logo 
após uma refeição. 
- A figura 1 mostra um esôfago normal, o esfíncter 
está na transição do diafragma.
- Uma hérnia hiatal tipo 1 (hérnia hiatal por 
deslizamento), há um desvio do esfíncter para 
cima, dessa forma tem um pouco de estômago na 
cavidade torácica. Não tem mais um esfíncter 
esofagiano inferior capaz de impedir ou não o 
refluxo ácido. Ou seja, ter uma hérnia propicia 
muito ter um refluxo do estômago p/ esôfago.
- Fracionar as refeições e evitar alimentos que 
agravem o quadro. 
- Perder peso e parar de fumar.                           
• MEDICAÇÕES 
1. Inibidores da bomba de protons (IBPs)
- Omeprazol, pantoprazol, lanzoprazol, rabeprazo;
  
- Primeira escolha, e obrigatórios na  presença 
de complicações do DRGE. Altamente eficazes; 
- Uma dose em jejum (30 minutos antes  de se 
alimentar), acrescentar uma segunda dose antes 
do jantar em caso de resposta  inicial (2-4 
semanas) insatisfatória. 
-> Efeitos adversos 
- Agudos: cefaleia, náuseas, fadiga 
- Crônicos: má absorção de cálcio  (osteoporose), 
vitamina B12 (anemia perniciosa), ferro (anemia 
ferropriva) e magnésio. 
  
Assim, é essencial o seu USO RACIONAL!
2. Inibidores do receptor histamínico H2
- Ranitidina, cimetidina. São a segunda opção. 
  
3. Anti-ácidos
- Sais de magnésio,  alumínio e carbonato de 
cálcio.  Aliviam os sintomas, mas não 
agem sobre o processo patológico. 
  
4.Procinéticos
- Bromoprida, cisaprida, domperidona;
- Não são mais  recomendados. Devem ser 
prescritos se  houver outras indicações 
pertinentes. 
• CIRURGICA - INDICAÇÕES 
1. Doença refratária ou muito sintomática 
2. Complicações da DRGE 
3. Dependência de IBP 
  
- A eficácia é alta, mas é realizada de preferência 
em pacientes jovens, de baixo risco cirúrgico. 
• CIRURGIA ANTI-REFLUXO 
 
-> Fundoplicaturas 
- “Reforçam” o EEI ao usar o fundo gástrico para 
criar uma válvula que “abraça” o esfíncter.  
- Podem ser parciais ou totais. 
 ESÔFAGO DE BARRETT 
- É uma aplicação da doença do refluxo
- Subst i tuição do epi té l io escamoso do 
esôfago pelo epitélio colunar do intestino, mais 
resistente  à acidez gástrica (metaplasia 
intestinal). Com  isso, os sintomas do DRGE 
podem até reduzir.  
- O epitélio colunar se agride menos com a acidez
- O paciente começa a melhorar dos sintomas, 
você acha que o tratamentoestá dando certo mas 
de tanto o refluxo acontecer a mucosa trocou e 
agora a acidez não causa mais dor e o grande 
perigo é que o Barrett é uma grande precursora 
do câncer, do adenocarcinoma esofágico.
• FATORES DE RISCO
- Homens, raça branca, idade entre 45 e 60 anos. 
• DIAGNÓSTICO
 
- A endoscopia deve ser associada a  biópsia das 
erosões distais. 
OBS: Acompanhamento por endoscopias seriadas 
é mandatório! 
• TRATAMENTO 
- Medidas  anti-refluxo  e os  IBPs  estão  sempre 
indicados.  
- Tratamentos por endoscopia ou cirúrgicos 
 TUMORES DE ESÔFAGO 
- Câncer de Esôfago: sexta neoplasia mais 
prevalente no Brasil 
- Dois tipos com características bem distintas: CA 
escamoso e adenocarcinoma 
- Prevalência do adenocarcinoma em elevação, do 
CA escamoso em queda 
 CA ESCAMOSO 
- Origina-se na mucosa normal do  esôfago, 
prevalecendo no 1/3 médio.
• FATORES DE RISCO
- Sexo masculino, Idade e Raça Negra 
- Etilismo e Tabagismo 
- Bebidas quentes (chimarrão, mate,  chá): 
endêmico na Ásia Central 
- Alimentos ricos em  nitrosaminas.  Ex: 
defumados (presunto, bacon) 
- Doenças esofágicas: acalasia, estenose cáustica 
- Tilose Palmo-Plantar (alteração genética)
 
 ADENOCARCINOMA 
- Deriva do Epitélio de Barrett –  metaplasia 
intestinal. Prevalece no 1/3 distal. 
- Passa pelo Barrett, e o Barrett é uma lesão 
precursora do adenocarcinoma.
  
• FATORES DE RISCO
- Esôfago de Barrett 
- Tabagismo e Obesidade 
- Bisfosfonados (suspeita)
• CANCER DE ESOFAGO - SINTOMAS 
São bastante semelhantes,  independentemente do 
tipo. 
1. Disfagia mecânica de condução, progressiva 
2. Emagrecimento 
QUESTÕES 
(UFRGS – 2015)  
Analise as seguintes afirmativas a respeito do 
Esôfago de Barrett. Quais são corretas? 
  
I) É complicação da DRGE e seu diagnóstico se 
baseia  no achado de esofagite erosiva intensa na 
EDA 
  
I I ) Carac ter iza-se , h is to logicamente , por 
metaplasia intestinal no esôfago distal 
  
III) É fator de risco para carcinoma escamoso 
de esôfago 
  
IV) A presença de displasia de alto grau 
exige tratamento cirúrgico ou endoscópico. 
Resposta: Opções II e IV
(Santa Casa – 2014) - Qual das afirmativas é correta? 
  
a) Disfagia, odinofagia, perda de peso e 
sangramento digestivo são manifestações comuns de 
DRGE (o que são comuns no refluxo é pirose e 
regurgitação)
  
b) O Esôfago de Barrett deve ser inicialmente 
tratado  com  IBPs, estando o acompanhamento 
endoscópico  regular indicado apenas em casos 
refratários à medicação 
  
c) A endoscopia digestiva alta  normal  não exclui 
o  diagnóstico de DRGE (o padrão ouro é PH-
METRIA, so vai ver na EDA as complicações)
  
d ) A s h é r n i a s d e h i a t o d e v e m s e r 
corrigidas cirurgicamente sempre que houver refluxo 
associado 
Resposta: Opção C
3. Odinofagia 
4. Mais raros: hemorragia digestiva alta, 
rouquidão;
5. Relacionados às principais metástases: 
pulmões, fígado, ossos.
• EXAMES NECESSÁRIOS AO 
DIAGNOSTICO E ESTADIAMENTO 
1. Endoscopia Digestiva: essencial para  a 
identificação e o diagnóstico histopatológico da 
lesão. 
2. TC de tórax e abdômen: investiga metástases à 
distância. 
3. US Endoscópico: melhor forma de estadiar os 
componentes “T” e “N”,  avaliando a 
profundidade do  acometimento da mucosa 
e identificando linfonodos afetados. 
• PRINCÍPIOS DO TRATAMENTO 
- Depende do estágio e das condições clínicas do 
paciente (estado nutricional,  comorbidades, 
idade);
- Ressecção endoscópica: pode ser  curativa em 
lesões limitadas à mucosa, sem metástases;
- Esofagectomia melhor opção para  lesões sem 
metástases e sem invasões para vasos sanguíneos 
ou estruturas adjacentes;
- QT e RT: podem ser  neoadjuvantes:  antes da 
cirurgia, para melhorar seus  resultados. 
Isoladamente, são indicadas  apenas no 
tratamento não-curativo, em lesões irressecáveis;
- Cuidados paliativos.
 TUMORES BENIGNOS DO ESOFAGO 
- Leiomioma: é o mais comum. Lesão originário 
da musculatura lisa  do esôfago, causando 
s intomas  compress ivos: d isfagia , dor. 
Lenta evolução. 
  
• DIAGNÓSTICO
- Endoscopia  
• TRATAMENTO
- Sempre cirúrgico. 
QUESTÕES
(USP – 2015) 
  
O adenocarcinoma e o 
carcinoma epidermóide são responsáveis por 
cerca de 95% dos casos de neoplasia maligna do 
esôfago. Assinale a alternativa que apresenta as 
associações mais encontradas no 
adenocarcinoma: 
  
a) obesidade, tabagismo e consumo de álcool 
b) sexo feminino, consumo de álcool e DRGE 
c) sexo masculino, tabagismo e esôfago de 
Barrett 
d) etilismo, tabagismo e infecção pelo HPV (o 
etilismo é fator de risco para o CA Escamoso)
Resposta: Opção C
(UFRGS – 2015) - Homem de 65 anos, tabagista 
e etilista, teve início de disfagia para alimentos 
sólidos e emagrecimento há alguns meses. 
Realizou EDA, que mostrou lesão ulcerada em 
terço médio do esôfago, impedindo a progressão 
do endoscópio. Assinale a alternativa correta: 
  
a) A disfagia causada por tumor de esôfago é 
uma manifestação precoce da doença. 
b) A associação de quimio e radioterapia pode 
ser tentada como terapia inicial curativa 
c) O tipo histológico mais provável é o 
adenocarcinoma 
d) US endoscópico é o exame mais preciso na 
avaliação do grau de penetração do  tumor na 
parede esofágica. 
Resposta: Opção D

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