Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Contusões cerebrais são bastante comuns (presentes em cerca de 20% a 30% dos traumas cranioencefálicos graves). A maioria das contusões ocorre nos lobos frontal e temporal, embora possam ocorrer em qualquer parte do cérebro. As contusões podem, em um período de horas ou dias, evoluir para formar um hematoma intracerebral ou uma contusão coalescente com efeito de massa suficiente para exigir evacuação cirúrgica imediata. Isso ocorre em aproximadamente 20% dos doentes que apresentam contusão na TC de crânio inicial. Por esta razão, doentes com contusão devem ser submetidos a TC repetidas para avaliar as mudanças nos padrões da contusão nas 24 horas após a TC de crânio inicial.” ########A TC deve ser realizada em todos os doentes com suspeita de lesão cerebral que apresentem suspeita clínica de fratura exposta de crânio, nos que apresentem qualquer sinal de fratura de base de crânio, ou naqueles que apresentem mais do que dois episódios de vômito, ou nos que apresentam idade superior a 65 anos. ⇒ TCE Leve (ECG de 13-15):história de desorientação, amnésia, ou perda transitória da consciência em um doente que está consciente e falando. Isso correlaciona com um escore de 13 a 15 na GCS. # maioria dos pacientes com TCEL evolui para para recuperação sem intercorrências. Mas mesmo assim o paciente deve ser avaliado com cuidado ( avaliar mecanismo de lesão, fazer boa avaliação secundária. Verificar a ocorrência de qualquer perda da consciência, incluindo o tempo de duração de estado não responsivo, qualquer episódio de convulsão e o nível subsequente do estado de consciência. Determine a duração da amnésia tanto antes (retrógrada) quanto depois ( anterógrada) do evento traumático. O exame seriado e a documentação do escore na GCS é importante em todos os doentes com escore < 15 na GCS. ⇒ A realização da TC não deve retardar a transferência do doente. No caso de se observarem anormalidades na TC, ou se o doente continua sintomático ou neurologicamente anormal, ele deve ser hospitalizado e um neurocirurgião deve ser consultado. Se o doente estiver assintomático, completamente acordado e alerta, e neurologicamente normal, ele poderá ser observado por algumas horas, reexaminado, e se estiver ainda normal, receber alta com segurança.doente recebe alta devendo ficar aos cuidados de um acompanhante que possa ficar junto dele e observá-lo durante as próximas 24 horas. Tanto o doente como o seu acompanhante são orientados de acordo com um protocolo de instruções de manter o doente sob observação cuidadosa e de trazê-lo de volta ao serviço de emergência se aparecer cefaleia, se houver declínio no estado mental ou déficits neurológicos. #### Pacientes em uso de anticoagulante oral ou naqueles com sinais focais ou convulsões ==> TC deve ser solicitada sempre. ##TCE pode causar perda da auto regulação cerebrovascular ⇒ os vasos arteriais do encéfalo são incapazes de se acomodar a diminuições ou aumentos súbitos da Pressão Arterial Média. Pressão de Perfusão Cerebral (PPC) = Pressão arterial média (PAM) - PIC #### Doutrina de Monro-Kellie ⇒ conceito simples usado para explicar a dinâmica da Pressão intracraniana (PIC) ⇒ volume total do conteúdo intracraniano deve permanecer constante (Crânio = caixa rígida). ⇒ Pacientes comatosos com TCE grave (Glasgow ≤ 8) e alterações na TC de crânio ⇒ Monitorização da PIC. ⇒ Aumento da PIC > 20 mmHg por mais de cinco minutos ⇒ hipertensão intracraniana ⇒ terapia imediata. ⇒ TCE Moderado (ECG de 9-12): Pacientes são ainda capazes de obedecer ordens simples, mas em geral estão confusos ou sonolentos e podem apresentar déficit neurológico focal como hemiparesia. Aproximadamente 10 a 20% destes doentes apresentam piora e entram em coma. ##A TC do crânio é realizada e um neurocirurgião é contatado. ###Todos esses doentes necessitam de hospitalização para observação numa UTI ou unidade semelhante capaz de observação rigorosa de cuidados de enfermagem e frequente reavaliação neurológica nas primeiras 12 a 24 hrs. Seguimento com TC em 12 a 24 horas se a TC inicial for anormal ou se há piora das condições neurológicas do doente. ⇒ TCE Grave (ECG de 3-8): Paciente não é capaz de obedecer ordens simples mesmo após estabilização cardiopulmonar. Apresenta ao menos um dos seguintes achados: -Pupilas assimétricas. -Assimetria motora. -Fratura de crânio aberto com perda de líquor ou exposição de tecido cerebral. -Fratura de crânio com afundamento. ###Não retarde a transferência do doente para realizar uma TC. ====>TTO de TCE Grave ⇒ Cabeceira elevada a 30°. ⇒ Em caso de PIC elevada (podendo ser “visto” por parâmetros de reação pupilar) ⇒ se paciente não estiver hipotenso pode ser feito uso de manitol, 0,25 a 1 g/kg a cada quatro a seis horas ( necessário controle de osmolaridade- caso > 320 mOsm/kg nao usar) ####A solução salina hipertônica também é usada para reduzir a PIC elevada. São usadas concentrações de 3% a 23,4% e esse pode ser o agente preferido para ser usado em doentes hipertensos pois ela não age como diurético. ⇒ Solução salina a 3% (usar de 3-5 ml/kg) = para preparar usar 900 ml de SF 0,9% + 10 ampolas de NaCl a 20% A PIC permanecendo elevada mesmo após todas essas intervenções ⇒ pode-se usar hiperventilação ####A hiperventilação age reduzindo a PaC02 e produzindo vasoconstrição cerebral (quando abaixo de 30 pode causar isquemia cerebral). A hiperventilação deve ser usada somente com moderação e, tanto quanto possível, por período de tempo limitado. Em geral é preferível manter a PaC02 em 35 mm Hg , o limite inferior do intervalo de normalidade ( 35 mm Hg a 45 mmHg). Curtos períodos de hiperventilação ( PaC02 de 25 a 30 mm Hg [3,3 a 4, 7 kPa] ) são aceitáveis, se necessários, em casos de défice neurológico agudo, enquanto outras medidas terapêuticas são iniciadas. A hiperventilação reduz a PIC em doentes que estão deteriorando com hematoma intracraniano em expansão até que a craniotomia de emergência seja realizada. ####Os barbitúricos são eficientes na redução da pressão intracraniana refratária a outras medidas. Estas drogas não devem ser usadas na presença de hipotensão ou hipovolemia. Além disso, o uso desses agentes frequentemente produz hipotensão. Portanto o seu uso não está indicado na fase aguda de reanimação do trauma. ****A epilepsia pós-traumática ocorre em cerca de 5% de todos os doentes admitidos no hospital com traumatismos craniencefálicos fechados e em 15% daqueles com traumatismos craniencefálicos graves. ####Os anticonvulsivantes também podem inibir a .recuperação do cérebro, portanto eles só devem ser usados quando absolutamente necessários. Atualmente a fenitoína ou fosfenitoína são os agentes habitualmente empregados na fase aguda. A dose de ataque habitual para adultos é 1 g administrado por via endovenosa com velocidade não superior a 50 mg/minuto. A dose de manutenção habitual é 100 mg/8 horas, com titulação da dose para obter níveis séricos terapêuticos.
Compartilhar