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Pancreatite aguda Conteúdo Pancreatite aguda 1 Definição 1 Epidemiologia 1 Etiologia 1 Fisiopatologia 2 Manifestações clínicas 2 Diagnóstico 3 Tratamento 3 Prognostico 4 Pancreatite crônica: 4 Referencias 4 Definição Inflamação aguda do pâncreas (e, algumas vezes, dos tecidos adjacentes). Processo inflamatório reversível dos acinos pancreáticos. Lembrando que pâncreas é retroperitoneal. Classificação pancreatite aguda Pancreatite aguda pode ser classificada em aguda, moderada ou grave. 01. Leve: inflamação se limita ao pâncreas e regiões adjacentes. Não tem falência orgânica. 02. Moderadamente grave: complicações locais e sistêmicas. Mas não apresentam insuficiência do órgão. 03. Grave: falha persistente de um ou múltiplos órgãos. Falência orgânica avaliar: · Cardiovascular: PA<90, choque. · Pulmonar: SATO22< 90%; PaO2<60 · Renal: creat >2; oligurico Pancreatite intersticial: Suprimento sanguíneo do pâncreas mantido. Aumento do pâncreas no exame de imagem. Sinal de inflamação. Autolimitada. Pancreatite necrosante: suprimento sanguíneo do pâncreas interrompido. Necrose pancreática e/ou peripancreática. Associada a um curso prolongado e mais grave da doença. Epidemiologia As taxas de hospitalização aumentam com a idade, são 88% maiores em negros e mais altas em homens. (Harrison) Nos Estados Unidos, a incidência de pancreatite aguda varia de 5 a 30 casos por 100.000 habitantes, resultando em cerca de 250.000 internações hospitalares por ano. (Cecil e Goldman). . Esse fato faz da pancreatite aguda a segunda patologia do trato gastrointestinal diagnosticada com mais frequência em hospitais americanos. Etiologia Fatores desencadeantes (causas): · Cálculos biliares; (litíase biliar) · Ingestão de álcool; · Hipertrigliceridemia; · Fármacos (inibidores de ECA; furosemida); · Infeccioso (citomegalovírus; hepatite A e E; caxumba); · Hereditária (mutações gênicas múltiplas); · Metabólica (hipercalcemia); · Traumatismos (em particular o traumatismo abdominal fechado); · Pós- operatório (cirurgias abdominais e não abdominais); Existem muitas causas da pancreatite aguda, porem is mecanismos pelos quais essas condições desencadeiam a inflamação pancreática ainda não são totalmente específicos. (Cálculos biliares e ingestão de álcool representam mais que 70% dos casos de pancreatite aguda) Cálculos biliares representam 30% a 60% (Harrison) dos casos de pancreatite aguda. Mecanismo é desconhecido, mas provavelmente envolve o aumento da pressão no ducto pancreático causado pela obstrução da ampola Calculo -> obstrução da ampola -> aumento da pressão no ducto pancreático -> pancreatite aguda. Álcool é a segunda causa mais comum. Causa cerca de 30% dos casos de pancreatite aguda. Células acinares pancreáticas metabolizam o álcool em metabolitos tóxicos. Para o desenvolvimento da pancreatite alcoólica, são necessários mais de 5 anos de ingestão de álcool, com uma média de cinco a oito drinques por dia. (Cecil e Goldman) Fisiopatologia Ativação intra acinar das enzimas pancreáticas (como tripsina, fosfolipase A2 e elastase), levando a glândula a se autodigerir. Autodigestão: pelo refluxo nos canalículos. Por causa da obstrução das vias biliares por cálculos e a obstrução do ducto pancreático, exemplos. Aparentemente, o processo começa com a ativação da tripsina. (tripsinogênio é transformado em tripsina/ enzima digestiva). Depois de ser ativada, essa enzima ativa várias enzimas digestivas que causam danos ao pâncreas e uma reação inflamatória intensa. (apoptose + inflamação) Enzimas podem danificar os tecidos e ativar o sistema complementar e a cascata inflamatória, produzindo citocinas e causando inflamação e edema. A pancreatite aguda pode aumentar o risco de infecção, por comprometer a barreira intestinal. As bactérias do lúmen intestinal se translocam até a circulação sanguínea. (vasos sanguíneos do pâncreas são prejudicados pela autodigestão das enzimas) Obs. Pode estender-se para fora do pâncreas e produzir uma síndrome de resposta inflamatória sistêmica (SIRS) e como resultado, falência de múltiplos órgãos (pulmões, rins...) Importante: pancreatite aguda tem proporção grande. Manifestações clínicas · Dor abdominal persistente de cólica. Em faixa. Dor pode se irradias pelas costas; Alivio em posição sentada com pernas fletidas. A intensidade da dor não tem relação com a gravidade da pancreatite aguda. · Náuseas e vômitos; · Às vezes icterícia Icterícia vista nas escleras às vezes é por causa da obstrução do ducto biliar por um cálculo biliar ou inflamação e edema da cabeça do pâncreas. A ruptura do ducto pancreático causa ascite (ascite pancreática). · Sintomas e sinais de SIRS: FC > 70 | FR> 20| leucócitos> 12 · Febre alta é incomum. Porque apesar da pancreatite aguda ser uma inflamação, não é pra ter bactérias. Um pâncreas aumentado com coleção aguda de líquidos, necrose encapsulada ou pseudocisto pode ser palpável na parte superior do abdome em uma fase avançada da doença (i.e., 4 a 6 semanas). Em casos graves: sinais de choque e insuficiência orgânica. Sinais de hemorragia retroperitoneal Enzimas rompem os vasos sanguíneos na autodigestão. Incomum. · Sinal de Grey Turner · Sinal de Cullen Complicações O processo patológico pode ficar limitado aos tecidos pancreáticos, mas também pode afetar os tecidos peripancreaticos ou órgãos mais distantes. Diagnóstico Apresentação clinica + dosagem da amilase e lipase séricas + exames de imagem Deve-se suspeitar da pancreatite quando houver dor abdominal intensa, em especial nos indivíduos com história de uso abusivo de álcool ou de cálculos biliares. O diagnostico de pancreatite aguda é estabelecido pela presença de pelo menos 2 fatores seguintes: · Dor abdominal compatível com a doença; · Dosagem sérica da amilase ou/e da lipase >3 vezes o limite superior do normal; · Achados característicos em exames de imagem com contraste. Exames laboratoriais Amilase e a lipase séricas > 3x do que normal. Elas aumentam no 1° dia. Voltam ao normal em 3 a 7 dias. Amilase eleva-se em 6 a 12 horas após o inicio e se normaliza em 3 a 5 dias. Lipase se eleva com 4 a 8 horas de quadro, permanecendo elevadas por 7 a 14 dias. Lipase mais especifica para pancreatite* Um teste com tira reagente de urina para tripsinogênio-2 tem sensibilidade e especificidade de > 90% para pancreatite aguda. Hemograma. A contagem de leucócitos geralmente aumenta até 12.000 a 20.000/mcL . Os pacientes podem ter resultados anormais no teste da função hepática, incluindo hiperbilirrubinemia, devido à retenção de cálculos no ducto biliar ou à compressão do ducto biliar pelo edema pancreático. Exames de imagem · TC com contraste para investigar necrose; · Ultrassonografia abdominal: suspeita de pancreatite por cálculo biliar; · Radiografia simples do abdome; · Radiografia do tórax; Radiografias importantes para destacar outras patologias. Diagnostico diferencial · Ulcera gástrica ou duodenal; · Aneurisma aórtico; · Cólica biliar; (colecistite e colangite) · Apendicite; · Diverticulite; · Infarto do miocárdio de parede inferior. · Pneumonia; Tratamento Tratamento de suporte. Com líquidos IV analgésicos e suporte nutricional. Na maioria dos casos a doença é auto limitada (85 a 90% - Harrison) e regride de modo espontâneo. (3- 7 dias). Inicialmente, é iniciada a ressuscitação agressiva com fluidos, são administrados analgésicos intravenosos. Caso paciente não responda, é necessário considerar para a internação. Monitorando o hemodinâmico e manejo de necrose e falência de órgãos. O que é ressuscitação com fluidos? Intervenção terapêutica mais importante para pancreatite aguda. Administração de analgesia com narcóticos intravenosos para controle da dor abdominal e oxigênio suplementar (2 L) por cânula nasal. Inicia-se com fluidos intravenosos na forma de RINGER LACTATO ou soro fisiológico em bolos de 15 a 20 mL/kg. Depois infusão de 3mL/kg por hora para manter debito urinário> 0,5 mL/kg por hora Avaliação à beira do leito a cada6 a 8 horas para avaliação de sinais vitais, saturação de oxigênio e mudanças no exame físico Recomenda-se uma estratégia de ressuscitação dirigida com medidas do hematócrito e da uréia a cada 8 a 12 horas para garantir que a ressuscitação com fluidos é adequada e para monitorar a resposta à terapia. Obs. Uma uréia crescente durante a hospitalização está não apenas associada com hidratação inadequada, mas também com maior mortalidade hospitalar. Deve-se fazer coloangiopancreatografia endoscópica retrógrada (CPRE) para aliviar a obstrução do ducto biliar em pacientes com pancreatite biliar que apresentam aumento da bilirrubina sérica e sinais de colangite. Prognostico A gravidade da pancreatite aguda deve ser determinada no setor de emergência com o objetivo de auxiliar na triagem para uma enfermaria ou unidade intermediária ou na admissão direta para uma unidade de terapia intensiva Critérios de Atlanta (1992) marcadores de gravidade: · PAS< 90 mmHg · PaO2 <60 · Cr> 2 · Sangramento GI> 500 ml/24h Critérios de Ranson Analise de admissão · Idade> 55 · Glicemia > 200 mg/100 ml · LDH> 350 · TGO > 250 Após 48 h · Queda hematócrito > 10% · Nitrogênio ureico> 5 mg/100 ml · Ca< 8 mg/ 100 ml · PaO2< 60 · BE >4 Critérios de Balthazar Pancreatite crônica: Caracteriza-se por destruição progressiva do pâncreas exócrino, fibrose e destruição do pâncreas exócrino nos estágios mais avançados. A diferença principal da aguda é a irreversibilidade da perda da função pancreática, que é típica da pancreatite crônica. Nos países ocidentais, a causa mais comum de pancreatite crônica certamente é alcoolismo de longa duração. A pancreatite crônica é definida pela presença de anormalidades histológicas como inflamação crônica, fibrose e destruição progressiva dos tecidos exócrinos e, por fim, endócrinos (atrofia). Referencias https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-gastrointestinais/pancreatite/pancreatite-aguda#v892752_pt https://www.youtube.com/watch?v=9y4myq0XFrI Harrison - Medicina Interna -19ª Ed.pdf Cecil e Goldman Medicina - 24ª ed.pdf
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