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Direito E Legislação Aérea

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INSTITUTO DE ESTUDOS SUPERIORES MILITARES
CURSO DE PROMOÇÃO A OFICIAL SUPERIOR
2010/2011
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DIREITO E LEGISLAÇÃO AÉREA
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TRABALHO INDIVIDUAL
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JOÃO CARLOS MATEUS FARINHA
CAP/ENGEL
O espaço aéreo é um recurso finito e partilhado, pelo que é essencial que seja gerido e utilizado de forma a servir eficientemente as necessidades concorrentes da aviação comercial, geral e militar.
Logo após a 1.ª Guerra Mundial, foram percepcionadas as potencialidades da aviação não só como arma militar, como também para o transporte aéreo de passageiros e mercadorias, o que levou à criação de uma ordem jurídica internacional que assegurasse o movimento eficiente e seguro das aeronaves. Em 1919 foi assinada a Convenção de Paris, que constituiu a primeira tentativa de regulação da navegação aérea.
Para fazer face às evoluções da aviação decorrentes da 2.ª Guerra Mundial, em 7 de Dezembro de 1944 a Convenção de Paris é substituída pela Convenção de Chicago, que constitui até aos dias de hoje a principal fonte de regulamentação do uso do espaço aéreo, actualmente em vigor em 190 Estados. Constituiu também a base da criação da Organização da Aeronáutica Civil Internacional (OACI), à qual é atribuída a missão de desenvolver os princípios e técnicas da navegação aérea, sendo hoje o principal órgão regulador da utilização do espaço aéreo a nível mundial, através da sua Assembleia, do Conselho e do Secretariado. De acordo com a Convenção, o uso do espaço aéreo depende directamente de vigorar um estado de paz ou de conflito, de se tratarem de aeronaves civis ou de estado e do espaço aéreo em questão ser nacional ou internacional. Exclui do seu âmbito as aeronaves de estado, salvaguardando apenas que os Estados deverão assegurar que a sua operação leva em linha de conta a segurança de voo do restante tráfego. 
Como referido, o espaço aéreo sub-divide-se em nacional e internacional. O espaço aéreo nacional é formado pela camada aérea subjacente ao território terrestre de cada Estado, tendo como limites horizontais a recta com fulcro no centro ideal do globo terrestre e tangentes aos limites laterais do território terrestre e marítimo de cada Estado. Todo o espaço aéreo que não seja classificado como nacional é considerado espaço aéreo internacional.
O uso do espaço aéreo por aeronaves de estado, está interdita no espaço aéreo de outro Estado sem que lhe seja concedida autorização para tal.
Em tempo de conflito ou guerra, cada Estado detém a soberania completa e exclusiva sobre todas as actividades realizadas no seu espaço aéreo nacional. Os Estados beligerantes podem manter o seu espaço aéreo aberto ao tráfego civil. Caso entenda não conseguir assegurar as condições de segurança adequadas, restringe o uso do espaço aéreo, podendo até declarar a suspensão da aplicação das normas da Convenção de Chicago e encerrar o seu espaço aéreo ao tráfego civil. Os Estados neutros deverão garantir que o seu espaço aéreo não é utilizado por nenhum dos beligerantes para preparar ou executar acções militares. Quando um Estado neutro não consiga de forma efectiva negar o uso do seu espaço aéreo a aeronaves militares de um dos beligerantes, o outro beligerante poderá tomar as medidas necessárias a efectivar essa negação do uso desse espaço aéreo. O espaço aéreo internacional é de utilização livre, aberto a todos os Estados e de utilização para fins civis. Apenas poderão ser realizadas acções militares que possam ser enquadradas como de legítima defesa, quer ao território do próprio Estado, quer a aeronaves ou navios em trânsito.
Em tempo de paz e sem invalidar a noção de soberania sobre o seu espaço aéreo, a gestão do espaço aéreo nacional de cada Estado pressupõe a liberdade de operação a aeronaves civis nacionais de países de outros Estados signatários da Convenção de Chicago. Cada Estado é responsável por definir o grau de aplicação das recomendações da OACI dentro do seu espaço aéreo nacional e compromete-se a garantir que as aeronaves que voem no seu território ou que nele estejam registadas as cumpram. 
Na Europa, com a necessidade de aumentar a eficiência da gestão do espaço aéreo, tornou-se evidente que de forma a garantir a segurança e eficiência da navegação aérea era necessário adoptar medidas que iam para além do que estava previsto na Convenção de Chicago. Dessa necessidade surgiu o Eurocontrol, criado em 1960 com o objectivo de gerir e controlar o espaço aéreo superior da Bélgica, França, República Federal da Alemanha, Holanda e Reino Unido. A sua missão actual é a de “harmonizar e integrar os serviços de navegação aérea na Europa na procura de um sistema de gestão de tráfego aéreo uniforme para utilizadores civis e militares”. 
A necessidade de conciliar os requisitos específicos dos voos civis e militares no mesmo espaço aéreo deu origem ao aparecimento na Europa de conceitos como o Flexible Use of Airspace (FUA), em que já não há uma alocação de uma determinada área para uso exclusivo civil ou militar, sendo o espaço aéreo considerado como um bloco contínuo que é alocado de acordo com as necessidades imediatas de cada utilizador.
Uma outra iniciativa com vista a aumentar a eficiência da gestão do espaço aéreo foi levada a cabo e legislada pela Comissão Europeia sob a designação de “Céu Único Europeu”. O alcance desta iniciativa é ambicioso e pretende esbater o actual conceito da divisão da gestão do espaço aéreo europeu por blocos nacionais, criando blocos funcionais que poderão abranger o espaço aéreo de mais do que um Estado.
O exponencial crescimento da utilização do espaço aéreo a nível global e a necessidade de acomodar os requisitos da aviação comercial, geral e militar levam a uma constante actualização das normas, regulamentos e procedimentos por forma a assegurar a segurança de voo. Este papel é garantido por organizações como OACI, Eurocontrol, Comissão Europeia na procura de novas e mais eficientes formas de gerir a utilização do espaço aéreo a nível mundial.
BIBLIOGRAFIA
EUROCONTROL (2009a). Mission and Vision. [em linha] [em linha] [referência de 28 de Dezembro de 2010]. Disponível na Internet em http://www.eurocontrol.int/corporate/public/standard_page/org_mission.html
EUROCONTROL (2009b). The Single European Sky. [em linha] [em linha] [referência de 28 de Dezembro de 2010]. Disponível na Internet em http://www.eurocontrol.int/ses/public/standard_page/sk_ses.html
ICAO (2000). IMPLEMENTING SARPs - THE KEY TO AVIATION SAFETY AND EFFICIENCY. [em linha] [referência de 28 de Dezembro de 2010]. Disponível na Internet em http://www.icao.int/icao/en/nr/2000/pio200012_e.pdf
ICAO (2004). Making an ICAO Standard. [em linha] [referência de 28 de Dezembro de 2010]. Disponível na Internet em http://www.icao.int/icao/en/anb/mais/index.html
ICAO (2006). ICAO Convention, 9th edition – Doc 7300. [em linha] [referência de 28 de Dezembro de 2010]. Disponível na Internet em http://www.icao.int/icaonet/dcs/7300_cons.pdf
DEMPSEY, Dr. Paul S. (2008). The Chicago Convention as a Source of International Air Law [em linha] [referência de 28 de Dezembro de 2010]. Disponível na Internet em http://www.mcgill.ca/files/iasl/ASPL633-Chicago-Convention.pdf
Santos, J. Coelho (1996). O Direito Aéreo e a Aeronáutica Militar. [em linha] [referência de 26 de Dezembro de 2010]. Disponível na Internet em http://www.voardireito.com/ficheiros_artigos/O%20Direito%20Aéreo%20e%20a%20Aeronáutica%20Militar(2).pdf
Tópicos das aulas: Direito e Legislação Aérea. Por Maj. Renato Pinheiro e Dr. Coelho dos Santos. Instituto de Estudos Superiores Militares, Lisboa. Setembro a Novembro de 2010.

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