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O aleitamento materno é fundamental para a saúde da criança A recomendação é que seja exclusivo por 6 meses e complementado até os 2 anos ou mais Desde o início da gestação devem haver políticas públicas promovendo o aleitamento materno (vantagens para a criança, mãe, família e sociedade) e fornecendo apoio à mulher Vantagens do leite materno: Fundamental para o crescimento e desenvolvimento da criança Previne doenças Evita mortes infantis Evita diarreias Evita infecções respiratórias Diminui o risco de alergias Diminui o risco de hipertensão, colesterol alto e diabetes Reduz as chances de obesidade Associado à melhor nutrição Efeito positivo na inteligência Promove um melhor desenvolvimento da cavidade bucal Protege contra o câncer de mama Evita nova gravidez Menores custos financeiros Promove vínculo afetivo entre a mãe e o filho Melhor qualidade de vida Particularidades imunológicas: Numerosos fatores imunológicos: proteção contra infecções IgA secretória: principal anticorpo Outros fatores de proteção: Anticorpos IgM e IgG Macrófagos Neutrófilos Linfócitos B e T Lactoferrina Lisozima Fator bífido O LEITE HUMANO Único, insubstituível e ideal (se adapta às necessidades do organismo nos primeiros dias de vida) Não existe outro leite semelhante O leite materno de todas as mulheres é semelhante Aleitamento materno AM poderia evitar 13% de mortes em < 5 anos A proteção é maior quanto menor a criança A mortalidade por doenças infecciosas é 6x > em crianças menores que 2 meses não amamentadas O AM na 1° hora de vida é um fator de proteção contra mortes neonatais Proteção: microrganismos superfícies mucosas Reflexo antígenos entéricos e respiratórios da mãe Concentração diminui no primeiro mês: constante após AM: favorece crescimento Lactobacilus bifidus Bactéria não patogênica que acidifica as fezes, dificultando a instalação de bactérias que causam diarréia: Shigella, Salmonella e Escherichia coli Apenas as com desnutrição grave podem ter o seu leite afetado na sua qualidade e quantidade! Composição: 1- Colostro: Produzido entre o 1° e o 7° dia após o parto Leite especial: aspecto espesso e amarelado Pequenas quantidades: rico em proteínas, minerais, vitaminas e fatores de defesa 2- Leite de transição: Período intermediário entre colostro e leite maduro Composição se modifica de forma gradual e progressiva Mama mais cheia, firme e pesada O ingurgitamento é aliviado com mamadas frequentes 3- Leite maduro: Produzido a partir da 2° semana de nascimento Contém todos os nutrientes necessários ao crescimento e desenvolvimento saudável do bebê Número de mamadas Sem restrições horários/permanência na mama Livre demanda Primeiros meses: normal não haver frequência/horários regulares Aleitamento materno exclusivo: 8 a 12x/dia Duração das mamadas Tempo não fixo Necessário esvaziar mama: varia conforme a fome da criança e ao volume de leite armazenado na mama Leite do final da mamada: + calórico (importante para o ganho de peso) Técnica das mamadas Leite anterior: rico em proteínas, vitaminas, minerais e água INÍCIO CONTINUAÇÃO MAMADA Leite posterior: passa a ter mais gorduras A cada mamada é indicado que o bebê esvazie toda a mama para que ele receba todos os nutrientes. Pega adequada: Abertura ampla boca: inclui > parte da aréola Formação do vácuo: indispensável para que mamilo e aréola se mantenham dentro boca Bochechas arredondadas; queixo encostado na mama; lábio inferior voltado para fora Mamilo ao fundo: bebê consegue fazer movimentos ritmados com língua contra superfície Processo deverá ser totalmente indolor para a mãe Pega adequada: principal fator para o ganho de peso adequado e para que não ocorram lesões mamas Pega inadequada: O queixo não toca a mama Boca pouco aberta Lábios apontados para frente, e o inferior para dentro Bochechas encovadas Sobra mais aréola abaixo ou acima da boca Mama estirada (pode ser que a criança esteja longe da mama, causando estiramento) Todos estes fatores podem causar lesões no mamilo, fazendo fissuras e sangramentos Restrições do aleitamento materno Aleitamento materno não recomendado: Mães infectadas: HIV, HTLV1 e HTLV2 Mães em uso de medicamentos antineoplásicos e radiofármacos Em crianças portadoras de galactosemia Interrupção temporária do aleitamento materno: Infecção herpética, quando há vesículas localizadas na pele da mama. A amamentação deve ser mantida na mama sadia Doença de Chagas, na fase aguda da doença ou quando houver sangramento mamilar evidente Varicela: mãe com vesículas na pele 5 dias antes do parto ou até 2 dias após o parto − Isolamento da mãe até que as lesões adquiram forma de crosta − Criança: Imunoglobulina Humana Antivaricela Zoster (Ighavz), até 96 horas nascimento - aplicada + precocemente possível Tuberculose: mães não tratadas ou ainda bacilíferas (2 primeiras semanas após início do tratamento) → uso de máscaras + restrição de contato próximo − RN: isoniazida 10 mg/kg/dia, por três meses − Após período: PPD − Reator: pesquisa doença/isoniazida por mais três meses − Não reator: suspenção + vacina BCG Restrições quanto ao uso de drogas de abuso: MANEJO DAS DIFICULDADES NO ALEITAMENTO MATERNO Problemas devem ser precocemente identificados e tratados São importantes causas interrupção amamentação Os profissionais de saúde têm um papel importante na prevenção e no manejo dessas dificuldades 1- Sucção fraca: Mãe orientada estimular mama regularmente (mínimo 5x/dia): ordenha manual ou bomba de sucção Garantia na produção de leite Atenção à correta técnica de posição mãe/bebê A sucção fraca é aquela do bebê “preguiçoso” 2- Demora na descida do leite: Desenvolver confiança na mãe Orientar medidas estimulação: sucção frequente pelo bebê e ordenha Sistema de nutrição suplementar (translactação) 3- Mamilos planos/invertidos: Dificuldade no início da amamentação Favorecer a pega: bebê abocanhar mamilo e parte aréola Tentar diferentes posições Manobras para aumentar o mamilo: − Toque ou compressas frias − Sucção com bomba manual ou seringa 10-20mL adaptada Técnica: Antes das mamadas e nos intervalos Mamilo mantido em sucção por 30 a 60s Não deve ser muito vigorosa Ordenhar leite enquanto bebê não sugar: manter produção leite, mamas macias, facilitando a pega Leite ordenhado oferecido ao bebê no copinho 4- Ingurgitamento: Congestão/aumento da vascularização Retenção de leite alvéolos Edema decorrente da obstrução na drenagem do sistema linfático Resultado: compressão dos ductos lactíferos, o que dificulta ou impede a saída do leite dos alvéolos Reabsorção do leite represado: “leite empedrado” Mama excessivamente distendida: grande desconforto, febre e mal-estar Áreas difusas avermelhadas, edemaciadas e brilhantes Mamilos achatados Primíparas: três a cinco dias após Fatores promotores do surgimento: Leite em abundância Início tardio da amamentação Mamadas infrequentes Restrição da duração e da frequência das mamadas Sucção ineficaz 5- Dor/mamilo machucado: Causas: Pega inadequada (+ comum) Mamilos curtos, planos ou invertidos Disfunções orais: freio da língua curto Sucção não nutritiva prolongada Uso impróprio de bombas de extração de leite Interrupção inadequada da sucção Uso de cremes e óleos: reações alérgicas Uso de protetores de mamilo (intermediários) Exposição prolongada a forros úmidos Manejo: Amamentação com técnica adequada Mamilos secos (exposição ao ar livre ou à luz solar) Trocas frequentes dos forros Não uso de produtos que retiram proteção natural do mamilo: sabões, álcool ou qualquer produto secante Amamentação em livre demanda Evitar ingurgitamento mamário Introdução do dedo indicador ou mínimo pela comissura labial (canto) da boca do bebê, se for preciso interromper a mamada Não uso de protetores de mamilo: causa trauma mamilar Início da mamada: mama menos afetada Ordenha antes da mamada: ejeção Uso de diferentes posições Uso de “conchas protetoras” entre as mamadas Analgésicos sistêmicos Uso LM ordenhado nas fissuras 6- Candidíase: Infecção comum Predisponentes: − Umidade e lesão dos mamilos − Antibióticos, contraceptivos orais e esteroides Maioria das vezes: transmissão pela criança Prurido, sensação de queimadura e dor em agulhadas nos mamilos: persiste após mamadas Pele dos mamilos e aréola: avermelhada, brilhante ou apenas irritada, fina descamação, raramente com placas esbranquiçadas Manejo: Mãe/bebê: tratados simultaneamente Local: Nistatina, Clotrimazol, Miconazol ou Cetoconazol por 2 semanas Violeta Genciana 0,5%: mamilos/aréolas e na boca criança uma vez/dia por três a quatro dias Oral: Cetoconazol 200 mg/dia, por 10 a 20 dias Enxaguar e secar após as mamadas e expô-los à luz por alguns minutos/dia 7- Fenômeno de Raynaud: Isquemia intermitente por vasoespasmo Resposta a exposição ao frio, compressão anormal do mamilo na boca da criança ou trauma mamilar importante Dor importante: antes, durante ou depois das mamadas Palidez seguida de cianose e vermelhidão Manejo: Identificar e tratar causa base Melhorar a técnica de amamentação (pega) Compressas mornas Dor importante: Nifedipina 5mg (3x/d – 1 a 2 sem) Evitar: drogas vasoconstritoras, cafeína e nicotina 8- Bloqueio dos ductos lactíferos: LM não drenado adequadamente: nódulos localizados, sensíveis e dolorosos, acompanhados de dor, vermelhidão e calor na área envolvida Prevenção: esvaziamento da mama Manejo: Mamadas frequentes Distintas posições para amamentar (primeiramente mama afetada) Calor local e massagens suaves Ordenha manual ou com bomba de extração Remoção do ponto esbranquiçado 9- Mastite: Quadrante superior esquerdo Unilateral Progressão infecção bacteriana 2° e 3° semanas (raramente após 12° semana) Staphylococcus (aureus e albus) Escherichia coli Streptococcus (α-,β- e não hemolítico) Infecção: mal-estar, febre alta, calafrios Alteração do sabor: + salgado Estase → Pressão intraductal → achatamento células alveolares → formação de espaços entre as células → componentes leite para o tecido intersticial → resposta inflamatória Manejo: Precoce: risco de abscesso Esvaziamento pelo bebê: + importante Retirada manual Antibioticoterapia: Em casos de sintomas graves, fissuras, ausência nem melhora após 12–24 horas Mínimo 10 dias − Cefalexina 500mg VO 6/6h − Amoxicilina 500mg VO 8/8h − Eritromicina 500mg VO 6/6h 10- Abcesso: Suporte emocional Repouso Analgésicos/antiinflamatórios Líquidos abundantes Amamentação na mama não afetada Sustentação firme Manejo: Intervenção rápida: drenagem cirúrgica Cultura da secreção purulenta Interrupção da amamentação na mama afetada até que o abscesso tenha sido drenado e a antibioticoterapia iniciada Manutenção da amamentação na mama sadia Na tentativa de a sucção mais forte do início da mamada desobstruir os ductos. 11- Reflexo anormal de ejeção do leite: Algumas mulheres têm reflexo de ejeção do leite exacerbado → engasgos na criança Ordenhar leite antes das mamadas 12- Pouco leite: Queixa comum: “pouco leite” ou “leite fraco” Insegurança materna/ansiedade Média: 800 mL/dia Sinais de insuficiência: Criança não ficar saciada após mamadas, chorar muito, querer mamar com frequência e ficar muito tempo no peito nas mamadas ↓ diurese: menos que 6 a 8x/dia Evacuações infrequentes: pequena quantidade, fezes secas e duras Melhor indicativo: ganho inadequado de peso Manejo: Melhorar o posicionamento e a pega do bebê Aumentar a frequência das mamadas Oferecer duas mamas em cada mamada Dar tempo para o bebê esvaziar bem as mamas Trocar de mama várias vezes numa mamada: criança sonolenta Evitar: mamadeiras, chupetas e protetores Dieta balanceada + líquidos suficientes Repouso Drogas: Domperidona e Metoclopramida
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