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EaD 1 ADMINISTRAÇÃO DA INFORMAÇÃOUNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL – UNIJUÍ VICE-REITORIA DE GRADUAÇÃO – VRG DEPARTAMENTO DE ESTUDOS DA ADMINISTRAÇÃO – DEAd COORDENADORIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – CEaD Coleção Educação a Distância Série Livro-Texto Ijuí, Rio Grande do Sul, Brasil 2009 Sikberto Renaldo Marks ADMINISTRAÇÃO DA INFORMAÇÃO EaD Sikberto Marks 2 2009, Editora Unijuí Rua do Comércio, 1364 98700-000 - Ijuí - RS - Brasil Fone: (0__55) 3332-0217 Fax: (0__55) 3332-0216 E-mail: editora@unijui.edu.br www.editoraunijui.com.br Editor: Gilmar Antonio Bedin Editor-adjunto: Joel Corso Capa: Elias Ricardo Schüssler Designer Educacional: Mari Sandra Lazzarotto Responsabilidade Editorial, Gráfica e Administrativa: Editora Unijuí da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí; Ijuí, RS, Brasil) Catalogação na Publicação: Biblioteca Universitária Mario Osorio Marques – Unijuí M346a Marks, Sikberto. Administração de informação / Sikberto Marks. – Ijuí : Ed. Unijuí, 2009. – 162 p. – (Coleção educação a distân- cia. Série livro-texto). ISBN 978-85-7429-826-9 1. Sistema de informações. 2. Tecnologia da informa- ção. 3. Análise da informação. 4. Ambientes virtuais. I. Título. II. Série. CDU : 004:658 658:004 EaD 3 ADMINISTRAÇÃO DA INFORMAÇÃO SumárioSumárioSumárioSumário BOAS-VINDAS .................................................................................................................................7 CONHECENDO O PROFESSOR .................................................................................................9 DADOS GERAIS DO COMPONENTE ..................................................................................... 11 UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ADMINISTRAÇÃO DA INFORMAÇÃO .................................................. 13 Seção 1 – Conceitos de Sistema de Informação ....................................................................... 14 Seção 2 – A Importância de um Sistema de Informação ........................................................ 19 Seção 3 – Evolução dos Sistemas de Informação .................................................................... 21 Seção 4 – Abordagem Sistêmica ................................................................................................. 23 Seção 5 – Ecologia da Informação ............................................................................................. 26 Seção 6 – Dado, Informação, Conhecimento, Inteligência e Sabedoria .............................. 28 Seção 7 – Fontes de Informações para os Executivos ............................................................. 31 Seção 8 – Informação como Recurso Estratégico .................................................................... 32 Seção 9 – Sinergia da Informação e Desinformação ............................................................... 35 Seção 10 – Integração da Informação ....................................................................................... 36 Seção 11 – Classificação de Sistemas de Informação .............................................................. 38 UNIDADE 2 – AMBIENTES VIRTUAIS................................................................................... 45 Seção 1 – A Empresa Interconectada ........................................................................................ 45 Seção 2 – Internet, Intranet e Extranet .................................................................................... 47 Seção 3 – Negócios Eletrônicos, Empresas Digitais e Empresas Virtuais ............................ 49 Seção 4 – Criando Empresas na Internet .................................................................................. 51 UNIDADE 3 – TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ................................................................ 55 Seção 1 – Conceito de Tecnologia da Informação ................................................................... 55 Seção 2 – O Profissional de Tecnologia da Informação .......................................................... 59 Seção 3 – Componentes da Tecnologia da Informação ........................................................... 62 Seção 4 – Gestão da Tecnologia da Informação....................................................................... 63 EaD Sikberto Marks 4 UNIDADE 4 – SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E ESTRATÉGIA .........................................67 Seção 1 – Objetivos dos Sistemas de Informação .....................................................................68 Seção 2 – Sistemas de Informação como Diferenciais ..............................................................72 Seção 3 – Planejamento Estratégico Organizacional ..............................................................75 Seção 4 – Planejamento Estratégico de Informações ...............................................................77 Seção 5 – Sistema Estratégico de Informação ...........................................................................79 Seção 6 – Alinhamento dos Planos Estratégicos ......................................................................82 UNIDADE 5 – GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO ...............................................85 Seção 1 – Potencial Estratégico da Gestão da Informação .....................................................85 Seção 2 – Sistemas de Informação nas Empresas Brasileiras .................................................90 UNIDADE 6 – PROJETO DE SISTEMA DE INFORMAÇÃO ...............................................93 Seção 1 – Elaboração de um Projeto de Sistema de Informação ............................................93 Seção 2 – Implementação do Sistema de Informação ........................................................... 103 Seção 3 – Segurança e Controle em Sistemas de Informação ............................................. 104 UNIDADE 7 – INTELIGÊNCIA ORGANIZACIONAL I ........................................................ 109 Seção 1 – Data Warehouse, Data Mart e Data Mining ........................................................... 109 Seção 2 – Enterprise Resource Planning – ERP ....................................................................... 111 Seção 3 – Business Intelligence ................................................................................................. 113 Seção 4 – O Conhecimento Artificial na Empresa ................................................................. 117 UNIDADE 8 – INTELIGÊNCIA ORGANIZACIONAL II ...................................................... 121 Seção 1 – Capital Intelectual .................................................................................................... 122 Seção 2 – Sistemas de Conhecimento ...................................................................................... 123 Seção 3 – Inteligência Organizacional ................................................................................... 125 Seção 4 – Inteligência Social e Inteligência Competitiva .................................................... 125 Seção 5 – Como se Gera Conhecimento no Indivíduo .......................................................... 126 Seção 6 – Como se Gera Conhecimento na Organização. As learning organizations ...... 130 Seção 7 – Os Sistemas de Informação e seu Relacionamento com a Inteligência nas Organizações ..................................................................... 132 Seção 8 – Gerenciamento de Equipes Inteligentes: administração do conhecimento ..... 133 Seção 9 – A Inteligência na Empresa e sua Capacidade Competitiva ................................ 135 UNIDADE 9 – COMPETIÇÃO NA GLOBALIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO ...................... 139 Seção 1 – Nova Ordem Mundial .............................................................................................. 139 Seção 2 – Globalização e Formação do Poder Global Supranacional ................................145 Seção 3 – A Importância Estratégica da Informação para a Competitividade Global ..... 147 CONCLUSÃO GERAL AO ESTUDO DESTE COMPONENTE .......................................... 153 REFERÊNCIAS ........................................................................................................................... 155 ANEXO ......................................................................................................................................... 157 EaD 7 ADMINISTRAÇÃO DA INFORMAÇÃO Boas-VindasBoas-VindasBoas-VindasBoas-Vindas Saúdo a todos os alunos deste componente. Sejam bem-vindos. Vamos trabalhar juntos em busca de conhecimento. Trocaremos idéias e aprenderemos por meio da troca de informações. A Educação a Distância é uma forma dinâmica para se aprender com grande intensidade. Tanto o professor quanto os alunos necessitam dedicar- se com disciplina. Precisam ler bastante e também trocar idéias entre si. E isso é ótimo para uma aprendizagem profunda e duradoura. Quero aproveitar esse espaço para convidá-los a, comigo, buscarmos novidades no conhecimento relacionado ao assunto deste componente. Buscaremos informações além das que se encontram neste livro didático. Procuraremos também fazer aplicações práticas. De- veremos estar atentos às situações reais nas empresas que conhecemos, principalmente nas que trabalhamos, para assim podermos comparar a teoria que estudarmos com as situações práticas do dia-a-dia nas empresas. Chamo a atenção para o seguinte: este componente nos oportuniza aprendermos e refletirmos sobre a inteligência estratégica nas empresas e sobre a inteligência individual nas pessoas, portanto, teremos a grande oportunidade de estudar como as pessoas e como as empresas aprendem. E iremos, principalmente, buscar refletir sobre como as empresas, atualmente, num contexto de severa competição, podem valer-se dos sistemas de informa- ção para desenvolverem poder competitivo por meio da transformação das informações em conhecimento. Então, sejam bem-vindos e sintam-se bem durante o tempo em que estivermos juntos para aprender sobre temas interessantes, atraentes e muito importantes para nossa vida profissional. Que até o final de nossos estudos tenhamos crescido na sabedoria dos negócios e respectivas estratégias competitivas. EaD 9 ADMINISTRAÇÃO DA INFORMAÇÃO Conhecendo o ProfessorConhecendo o ProfessorConhecendo o ProfessorConhecendo o Professor Quero me apresentar a vocês, alunos de EaD. Ao nascer, de- ram-me um nome, que serve para que as pessoas se refiram a mim e para que eu mesmo me apresente. Sou o professor Sikberto Renaldo Marks. Meus ancestrais eram russos e alemães. Faço par- te do quadro de professores da Unijuí desde que completei 28 anos de idade. E veja só que interessante, em 1968 havia nascido há 18 anos e ainda faltavam 11 para me casar com a minha linda e eter- na esposa. Sou administrador de empresas, formado na Unijuí. Fiz Pós- Graduação a distância na Universidade Federal do Rio de Janeiro e Mestrado em Administração na Universidade Federal do Rio Gran- de do Sul. Tenho feito ao longo da vida diversos cursos pela moda- lidade a distância. Gosto de estudar em casa desde jovem (aliás, o que ainda sou, ao menos em espírito e disposição). Tenho feito muitas coisas na vida. E gostei de tudo o que fiz. Aliás, nada fiz que fosse caso de polícia. Fui vendedor, gerente de loja, empresário, consultor de empresas, vice-reitor na Unijuí, di- retor executivo na Fidene, diretor na AHCI e uma quantidade de atividades mais. Atualmente, de tudo isso, selecionei para me sa- tisfazer com o que mais aprecio: dar aulas, principalmente em EaD, e proferir palestras por esse grande Brasil afora. Tenho meus gostos pessoais, como acampar e estar com os amigos. Aprecio por demais a minha família, com a qual me sinto sempre muito feliz. Por passatempo tenho me dedicado a uma hor- ta e jardim, confeccionar peças em madeira, escrever e ler. Seremos bons amigos durante esse componente, depois dele e para sempre. Contem comigo, conto com vocês! EaD 11 ADMINISTRAÇÃO DA INFORMAÇÃO Dados Gerais do ComponenteDados Gerais do ComponenteDados Gerais do ComponenteDados Gerais do Componente Esse componente, Sistemas de Informação, modalidade EaD, é muito interessante. Veja só a ementa dele: Tecnologia da informação. Sistemas de informação. Ambientes virtuais. Geração e análise da informação. Integração organizacional por sistemas de informação. Segurança da informação. Sistemas de apoio à decisão. Administração da tecnologia da informação. Tecnologia e competitividade. Gestão do conhecimento. O objetivo geral é: Estudar os assuntos pertinentes às tecnologias relacionadas com a informação empre- sarial. A ênfase será voltado ao estudo da utilização estratégica da informação, seja para as tomadas de decisão, seja para a gestão em busca do desenvolvimento de poder competitivo. Os objetivos específicos são: a) Proporcionar entendimento de como dados e informações são transformados em conheci- mento e como este é aplicado no processo decisório e na geração de mais conhecimento. b) Desenvolver a capacidade de associar conhecimento com as demandas administrativas organizacionais. c) Proporcionar entendimento sobre como se forma a inteligência organizacional. d) Oportunizar o debate sobre o gerenciamento do conhecimento nas organizações. e) Analisar como se elabora um projeto de sistemas de informação. f) Estudar o processo decisório nas organizações; g) Desenvolver o discernimento sobre o sistema de informação como ferramenta para a em- presa no contexto competitivo da globalização e da nova ordem mundial que se forma. EaD 13 ADMINISTRAÇÃO DA INFORMAÇÃO Unidade 1Unidade 1Unidade 1Unidade 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ADMINISTRAÇÃO DA INFORMAÇÃO Objetivos de aprendizagem desta unidade a) Entender conceitualmente o que é um sistema de infor- mação. b) Compreender a sua importância para as empresas. c)..Conhecer o contexto da informação nas empresas. d) Conhecer como as informações devem ser utilizadas produtivamente nas empresas. e) Conhecer a classificação mais adequada para sistemas de informação em empresas. Seções desta unidade Seção 1 – Conceitos de Sistema de Informação Seção 2 – A Importância de um Sistema de Informação Seção 3 – Evolução dos Sistemas de Informação Seção 4 – Abordagem Sistêmica Seção 5 – Ecologia da Informação Seção 6 – Dado, Informação Conhecimento, Inteligência e Sabedoria Seção 7 – Fontes de Informações para os Executivos Seção 8 – Informação como Recurso Estratégico Seção 9 – Sinergia da Informação e Desinformação Seção 10 – Integração da Informação Seção 11 – Classificação de Sistemas de Informação EaD Sikberto Marks 14 Seção 1 Conceitos de Sistema de Informação Vamos iniciar pelo modo mais fácil de entender nosso as- sunto, certo? Trataremos de trazer para você as primeiras defini- ções. E nada mais oportuno que definir o que é um sistema de informação, que é o assunto deste componente. Para isto utiliza- remos alguns respeitáveis autores, e também nós mesmos fare- mos as nossas definições. Laudon e Laudon (2004, p. 4) apresentam a seguinte defini- ção: “Um sistema de informação pode ser definido tecnicamente como um conjunto de componentes inter-relacionados que coleta (ou recupera), processa, armazena e distribui informações desti- nadas a apoiar a tomada de decisões, a coordenação e o controle de uma organização.” Os autores acrescentam ainda que “esses sistemas também auxiliam os gerentes e trabalhadores a analisar problemas, visualizar assuntos complexos e criar novos produtos.” O’Brien (2004, p. 7) define “como um grupo de elementos inter-relacionados ou em interação que formam um todo unifi- cado. ... é um grupo de componentes inter-relacionados que tra- balham rumo a uma meta comum, recebendo insumos [que são dados e informações que entram] e produzindo resultados [que são informações que saem] em um processo organizadode trans- formação [que é o processamento dos dados e informações].” Ele explica que um sistema assim possui três funções básicas: • entrada: que capta os dados e as informações; • processamento: que transforma os dados e as informações; • saída: que transfere o produto do processamento aos usuários. Um sistema de informação deve agregar também o feedback, que são dados sobre o desempenho do sistema, e o controle, que segundo o autor, “envolve monitoração e avaliação de sua meta.” Por exemplo, um sistema de produção deve ter itens de controle para saber como está o desempenho, a produtividade, os desper- dícios, a qualidade, e assim por diante. Feedback É o retorno em informação a uma pessoa que desejamos ajudar, dando uma resposta a sua pergunta, ou mesmo auxiliando-a no que esteja fazendo. Ao darmos um feedback estamos buscando que a outra pessoa se dê bem em algo que está realizando. Feedback também é a resposta a uma pergunta, um conselho, um estímulo, uma orientação para que a pessoa mude de atitude. Feedback também pode ocorrer em máquinas, equipamentos e sistemas. Nesses casos há uma entrada de informações, há um processamento e um resulta- do, que é a saída. O feedback é a avaliação da saída para o próprio sistema saber se está Alcançando seus objetivos. Pelo feedback o sistema pode auto-regular-se ou dar um sinal de que algo deve ser providenciado. Itens de controle São indicadores para descobrir como está o desempenho de um processo. Por exemplo, a quantidade produzida por hora no caso de uma equipe de trabalho pode ser um de seus itens de controle. Para que realmente haja o controle deve-se medir a cada tempo regular. No caso do exemplo, poderia ser diariamente. EaD 15 ADMINISTRAÇÃO DA INFORMAÇÃO Para Albertão (2005, p. 67), sistema de informação “é uma série de elementos ou componentes inter-relacionados, numa ordem específica, que coletam (entrada), mani- pulam (processamento), disseminam (saída) os dados, informações, e fornecem um meca- nismo de feedback (retroalimentação). Essas informações são então utilizadas pelos usu- ários para a tomada de decisões.” Um sistema de informação que utiliza computador conta com os seguintes elementos inter-relacionados: • Hardware, que é a máquina que realiza as atividades de entrada, processamento e saída. • Software, que são os programas do computador e dos usuários. • Banco de dados, ou seja, de um conjunto de informações devidamente organizadas. • Telecomunicações, que são os sistemas de redes de trabalho ligadas entre si. • As pessoas que usam os sistemas de informação. • Os procedimentos, que engloba as regras, métodos, políticas e estratégias que orien- tam o funcionamento de um sistema de informação e as relações dos usuários com ele. Entendeu tudo certinho? Penso que talvez tenham restado al- gumas dúvidas. Por isso, vamos discutir um pouco sobre as defini- ções anteriormente apresentadas, digeri-las e assimilá-las. Depois faremos algo interessante, elaboraremos as nossas próprias defini- ções. Eu elaboro a minha e você a sua, pode ser? O que os autores citados escreveram? Notou que todos eles afirmaram inicialmente que um sistema de informação é um conjunto de componentes, ou de elementos que estão inter-relacionados entre si? O que eles não explicaram, porém, é o que são esses componentes ou elementos. E você sabe de que se compõe esse conjunto? Certamente sabe, e é bem simples: computador (hardware), muitas vezes mais de um; programas de compu- tador para fazer o processamento (software); banco de dados, para armazenamento dos dados e informações; rede de comunicação como a Intranet e a Internet, para a captação de dados e sua transmissão; e os periféricos dos computadores, como scanners, impresso- ras, etc. Em segundo lugar, eles afirmaram que esse conjunto executa quatro atividade. São elas: coletar, processar, armazenar e disponibilizar informações. Essa parte é bem fácil de entender, não vai me dizer que ficou com dúvida. EaD Sikberto Marks 16 Eles prosseguem para um ponto importante. Veja bem, tudo isso deve ter alguma fina- lidade, e eles chegam ao ponto da utilidade desse sistema. Qual é ele? Aquilo que um siste- ma de informação produz serve para o processo decisório na organização, ou seja, para que gestores, pessoas de responsabilidade social e econômica possam administrar a or- ganização com os pés no chão, cientes do que estão fazendo. Vamos traduzir isso em pala- vras mais simples, para que os gestores errem menos, não acha? Aqui entre nós, como o pessoal que administra erra, não é assim? Quantas empresas falindo! Quantas pessoas per- dendo o emprego! Quantas crises financeiras e econômicas acontecem! Tudo porque pesso- as cometeram erros. Pois bem, administrar é tarefa complexa. Há competição, há muitas informações, as coisas mudam constantemente, o mercado está cheio de surpresas, e os seres humanos são falíveis. Então, um sistema de informação existe, em grande parte, para tornar a difícil res- ponsabilidade dos gestores mais bem fundamentada, sabem em quê? Em informações bem trabalhadas, ora essa. Percebeu algo a mais nessas definições? Notou o que afirmou o nosso amigo O´Brien? Ele escreveu algo fantástico: que um sistema de informação deve ajudar os gestores a traba- lharem “rumo a uma meta comum”. Toda organização que se preza deve ter metas, fruto de planejamento. Pois bem, um sistema de informação deve ajudar os gestores a alcançarem essas metas. Preste atenção, por menor que seja um município, ele precisa de planejamento, mas isso não basta. Precisa ser administrado para que o planejamento se torne realidade. E isso, por sua vez, significa que metas precisam ser atingidas, afinal, você consegue imaginar um plano sem alguma meta? Pois é, o sistema de informação deve ajudar os executivos a perceberem se estão indo em direção ao cumprimento das metas da empresa. Albertão referiu-se a mais um elemento importante. Ele mencionou de um tal de feedback, lembra? O que esse autor quer dizer? Bem fácil, feedback é retroalimentação, ou seja, ocorre quando um sistema toma informações de sua saída, que já foram proces- sadas, e as faz entrar outra vez no próprio sistema de informação. Procede assim tendo por objetivo fazer o sistema funcionar melhor, ou funcionar diferente, ou ainda, fazer corre- ções em algum ponto no sistema. É pelo feedback que todo o sistema de aperfeiçoa, ou pelo menos se mantém estável. Vamos a um exemplo simples. Você por certo conhece uma geladeira, não é? Pois é, a geladeira tem um motor e um compressor que faz o seu interior gerar frio. E ela possui um botão com o qual nós podemos definir a intensidade da sua temperatura interna. Então o refrigerador funciona mantendo sempre aquela temperatura. Como ela consegue isso? Ela tem um termostato, que é o feedback dela. Esse termostato liga e desliga o motor, conforme a necessidade da manutenção da temperatura, assim como nós determinamos naquele bo- EaD 17 ADMINISTRAÇÃO DA INFORMAÇÃO tão. Que tal se não tivessem inventado esse termostato? Nós teríamos de ligar e desligar o motor manualmente, inúmeras vezes. Você já se imaginou sentado o tempo todo dentro da geladeira fazendo isso? Viu como os feedbacks são importantes para os sistemas? E numa empresa, o que é feedback? É um conjunto de elementos que ela precisa ter. São os indicadores de desempenho para saber como a empresa vai indo. Conforme o caso, pessoas tomam decisões para fazer correções de percurso. Por exemplo, percebendo que as vendas estão diminuindo, descobrem o poder crescente de competição dos concorrentes. Então, os executivos realizam estudos sobre como superar esse poder dos concorrentes. Es- sas são ações de feedback. Um sistema de informação tem seus sistemas de feedback próprios e automáticos. Eles são previstos no software e entram em ação sempre que isso for definidos. Por exemplo, em determinadas circunstâncias o sistema pode bloquear algo, pode realizar uma outratarefa de processamento, pode chamar a atenção do executivo e assim por diante. Vamos visualizar um sistema de informação por meio de uma figura? Atente para o que desenhamos dentro da figura a seguir. Figura 1: Componentes básicos de um sistema de informação Fonte: Elaboração do autor. Meu amigo e minha amiga, temos uma tarefa pela frente, lembra? Eu não esqueci. Vamos construir a nossa própria definição de sistema de informação? O desafio é elaborá-la de tal modo que indique que entendemos o que é um sistema de informação, certo? Lá vai a minha: Elementos fundamentais de um sistema de informação D A D O S I N F O R M A Ç Õ E S D A D O S I N F O R M A Ç Õ E S Processamento (transformação) Armazenamento Feedback entradas saídas EaD Sikberto Marks 18 Um sistema de informação é um conjunto de elementos composto por computadores, programas, banco de dados, pessoas e regras, que capta dados e informações na empresa e de fora dela, faz o processamento desses dados e informações e os disponibiliza de forma bem organizada para que sejam úteis à administração da empresa. Todo sistema dispõe de um elemento especial, o feedback, que serve para fazer com que o próprio sistema se auto- regule, conforme as determinações das pessoas que controlam o sistema. Gostou dessa definição? Pelo sim, pelo não, faça também a sua. Registre-a no espaço a seguir, para completar o seu livro de estudos. Aí você, de certa forma, participará de sua autoria. Ao menos neste seu volume. Um lembrete: não faça cópias, seja original, tá? Para concluir essa seção, tenho algumas perguntas para refletirmos. a) O que você acha: para termos um sistema de informação sempre precisamos dispor de um computador? Ou podemos tê-lo apenas com papel e lápis? b) Empresas muito pequenas, como uma sapataria ou borracharia, no qual só o dono traba- lha, precisa ter um sistema de informação? c) E numa empresa, qual a importância de um sistema de informação para a sua gestão? E qual a importância para os sócios? Como deve um sistema de informação ser utilizado no planejamento de longo prazo? d) Você entendeu mesmo o que é feedback? Então explique no espaço a seguir, e mantenha esse registro para a sua memória. EaD 19 ADMINISTRAÇÃO DA INFORMAÇÃO Curiosidade: entradas também são conhecidas como “input”; saídas como “output”, o processamento ou transformação como “processing”, “throutput” e a retro- alimentação, já sabemos, como “feedback”. Seção 2 A Importância de um Sistema de Informação Sistemas de informação sempre existiram. O ser humano não vive sem eles. Mesmo nos tempos em que não existiam empresas, as pessoas usavam informações de forma organi- zada, e isso já é um sistema de informação. Para se ter um sistema de informação não se necessita, obviamente, de computador, programas especiais, etc. Isso é necessário para sis- temas muito complexos e que precisam processar grande quantidade de dados e informa- ções, com agilidade e exatidão. É evidente que sistemas manuais dão muito mais trabalho para se obter as saídas que desejamos, e jamais conseguem competir com os sistemas informatizados, mas a informação sempre foi importante para o ser humano, em todos os tempos. Note que o elemento principal de um sistema de informação é, veja só, a informa- ção. E informação é aquilo que o ser humano mais necessita. Quanto mais complexas as atividades em que os seres humanos se envolvem, maior é a necessidade de informações. E quanto mais competitivas essas atividades, maior é a quantidade das informações necessá- rias. E, ainda, quanto mais tecnologia envolvida nas atividades dos seres humanos, mais complexas serão as informações requeridas. Isso quer dizer o seguinte: enquanto o tempo passa, mais e mais todos nós iremos necessitar de informações, e maior será a necessidade de elas serem confiáveis. Assim sendo, um sistema de informação tornou-se um “instru- mento de trabalho” de quase todos que atuam em empresas. Deve atender às necessidades de informação dos gestores, que são: agilidade, confiabilidade e precisão. EaD Sikberto Marks 20 Um sistema de informação compõe-se de dois grandes subsistemas: o social e o automatizado. O automatizado estudamos na seção anterior. O subsistema social é aquele que usa o subsistema automatizado. São as pessoas que se servem das informações que ele produz para tomar decisões e dirigir as organizações, como empresas, igrejas, clubes sociais, famílias, etc. O funcionamento dessas organizações depende do que os sistemas de informa- ção informam e do que as pessoas fazem com as informações que têm a sua disposição. Veja a seguir um quadro que apresenta o que se pode fazer com as informações disponibilizadas. Estude bem esse quadro e veja se nele não estão condensados os pontos que dizem respeito à importância dos sistemas de informação. O que as empresas podem obter usando com inteligência bons sistemas de informação? 1. Rápido acesso a informações, relatórios, tabelas, gráficos, comparativos, indicado- res, simulações, etc. 2. Precisão, confiabilidade e amplitude em informações. 3. Redução nos custos e melhoria na produtividade. 4. Comparações com outras empresas. 5. Melhorias nos serviços realizados e produtos oferecidos. 6. Aperfeiçoamento e melhor fundamentação no processo decisório. 7. Processo decisório mais ágil. 8. Facilitação e maior motivação para a interatividade entre as pessoas que tomam de- cisões, o que possibilita a geração e o desenvolvimento de maior experiência nelas. 9. Possibilidade de elaboração de planos e projeções mais confiáveis. 10.Possibilidade de análise mais profunda e segura do mercado e repercussões na cole- tividade. 11.Facilitação do fluxo de informações. 12.Modernização e simplificação da estrutura organizacional. 13.Democratização da estrutura de poder nas organizações públicas e nas empresas. 14.Maior capacidade do executivo para se adaptar às contingências do mercado, da demanda da coletividade, das situações inesperadas e assim por diante. 15.Possibilidade de geração de conhecimento, teoria, inteligência e sabedoria na orga- nização, buscando posição de liderança quanto à capacidade inovadora. Quadro 1: A importância de um sistema de informação para as empresas Fonte: Elaboração do autor. EaD 21 ADMINISTRAÇÃO DA INFORMAÇÃO Esta é uma lista de sugestões. Há muito mais aspectos de importância para os sistemas de informação nas organizações e nas empresas. Sugiro que você se esforce e inclua ao menos mais cinco itens que mostrem a importância desses sistemas. Imagine a organização em que você atua, ou a que você melhor conheça. Pode ser a sua igreja, a empresa em que trabalha, como desejar. É importante fazer essas pequenas atividades em seu livro, pois assim estabelecerá uma espécie de diálogo com ele. Minhas sugestões de mais itens sobre a importância dos sis- temas de informação para as empresas: 1. 2. 3. 4. 5. Resumindo essa seção: quanto maior for a competição entre as empresas, quanto mais exigentes se tornarem os cli- entes, quanto mais sofisticada se tornar a tecnologia, quanto maiores forem as empresas, mais necessário será aos executi- vos disporem de informações para conduzirem com êxito seu empreendimento. Seção 3 Evolução dos Sistemas de Informação Antes da invenção da escrita a informação era transmitida oralmente de geração a geração. É de se crer que muito se per- dia. Mesmo naqueles tempos registros eram feitos por meio de desenhos. Com a escrita a informação pôde ser mais bem armaze- nada, com maior fidelidade, e por mais tempo. Ou seja, criou-se a capacidade de o ser humano acumular conhecimento anotan- Competição entre as empresas Competição entre as empresas é o esforço que elas fazem para conquistar a preferência dos clientes. No caso, cada empresa no mercado busca persuadir que é melhor realizar suas aquisições com ela. Quando a competição se torna muito acirrada há o risco de algumas empresas menos preparadasnão suportarem e virem a falir, saindo do mercado, e incorrendo em graves prejuízos econômicos e sociais. A competição é salutar desde que não se torne uma guerra comercial. Os governos devem estar atentos para que a competição não resulte em damos à economia e à sociedade, mas que mantenha os preços honestos e incentive a busca de melhor qualidade nos produtos e melhoria no atendimento. Acumular conhecimento A sociedade humana é muito criativa e inventiva. Está sempre desenvolvendo novos conhecimentos ou aperfeiçoan- do e expandindo o já existente. De alguma forma esse conhecimento precisa ser registrado para que não se perca. Isso vem sendo feito por meio de livros, filmes e outros registros, e recente- mente pela informática. Assim fica fácil acumular conhecimen- to, transformando-o em informação registrada de alguma maneira. Essas informações podem ser resgatadas por qualquer pessoa que deseje assimilá-los, e assim, outra vez transformá- las em conhecimento. Por esse processo a humanidade vai acumulando conhecimento, ou seja, tendo a sua disposição cada vez mais conhecimento. EaD Sikberto Marks 22 do seu saber ao longo do tempo. A escrita permitiu o armazenamento da informação, elemento vital para todo e qual- quer sistema de informação. A escrita foi uma grande revolução para os antigos sistemas de informação. Com o surgimento das nações e dos grandes impérios, das guerras, do comércio, o desenvolvimento da tecnologia ao longo do tempo, a utilização de informações tornou-se cada vez mais importante. Era necessário principalmente registrar a informa- ção para poder recuperá-la depois, como acontece, por exemplo, nos contratos. O seu processamento intermediário, como fazem hoje os computadores, era algo impensável. O que se fazia era a atualização de fichas e livros, como os antigos arquivos e seus fichários. Não demorou para aparecer um profissional que se tor- nou famoso, o guarda-livros, sucedido pelo contabilista. Aquele guarda-livros era responsável pelo armazenamento e atualização das informações das empresas e organizações. Este era o processamento que ele fazia. A interpretação daquelas informa- ções nem era muito importante, mas ela era realizada pela pes- soa que administrava a organização. E muitos se limitavam ape- nas a saber quanto estavam vendendo, quanto tinham a receber e quanto deveriam pagar. A concorrência, no entanto, se intensificou, e muito. E con- tinua se intensificando cada vez mais. Já estamos nos tempos da globalização dos negócios, isto é, o comércio se torna mundial; com isso, o desenvolvimento da tecnologia e as transações de informações se intensificam. Enfim, a sociedade econômica nos leva a uma nova situa- ção, a revolução da informação. Antes deu-se a revolução agrí- cola, que modernizou a produção primária. Depois tivemos a re- volução industrial, que modernizou a produção nas fábricas. Agora temos a revolução da informação, que é conhecida tam- bém por outros nomes, como revolução do conhecimento, revolu- ção tecnológica, revolução da informática, etc. Outros a chamam de Terceira Revolução Industrial, ou Revolução Técnico-Científi- ca-Informacional. Com ela estamos entrando na chamada “socie- dade do conhecimento”. Sociedade do conhecimento Até há alguns anos a produção e o enriquecimento eram baseados em três fatores fundamentais: a terra, o capital e o trabalho. Nesses últimos anos, porém, outro fator entrou em cena e tornou-se mais importante que os demais. Esse fator é o conhecimento. Vem se produzindo tanto conhecimen- to nessas últimas décadas que ele se tornou vital para a humanidade. Sem conheci- mento já não se pode existir. Ou, sem produzir conhecimen- to a humanidade entraria em colapso. Assim, produzimos cada vez mais conhecimento e necessitamos produzi-lo. Estamos na sociedade do conhecimento, vivemos dele e não vivemos mais sem ele. EaD 23 ADMINISTRAÇÃO DA INFORMAÇÃO Os primeiros computadores, na década de 50 do século 20, eram à válvula, com quilô- metros de fios. Eram lentos, serviam para cálculos, feitos apenas algumas vezes mais rápido que à mão. Necessitavam de consertos freqüentes. Eles ocupavam grandes espaços, faziam barulho com o ligar e desligar dos relés. Quando surgiram os transistores, reduziu-se a quan- tidade de fios e a velocidade do processamento aumentou significativamente. Depois do transistor surgiu o microcircuito, que mais tarde resultou no microprocessador, um sistema integrado de grande quantidade de transistores numa só placa. O armazenamento de informações deu um salto com a invenção das fitas e tambores magnéticos. A velocidade do processamento estava na casa dos milionésimos de segundo, algo incrível naqueles tempos. Na década de 60 do século 20 foi criada uma nova técnica de circuitos integrados, o SLT (Solid Logic Technoloy), que permitia processamentos simultâneos. As técnicas de integração dos cirquitos evoluíram e o processamento chegou aos bilionésimos de segundo. Na cécada de 70 os microprocessadores evoluíram muito, dando um salto no processamento de dados. Também nessa época surgiram as primeiras transmissões de dados entre computa- dores, por meio de redes. De 1980 em diante o mundo presenciou o surgimento da inteligência artificial com altíssima velocidade e programas de elevado grau de interatividade com o usuário. Também a Internet foi ganhando espaço, e poderiamos dizer, explodiu mundo afora na década de 90. Hoje os sistemas de informação informatizados são utilizados tanto em grandes orga- nizações quanto nas bem pequenas. O mundo e as pessoas não vivem mais sem esses recur- sos. A informação tornou-se a matéria-prima do conhecimento, fácil de ser utilizada. Sistemas de informação atualmente não existem mais apenas para informar, mas para desenvolver estratégias de gestão pública, para gerar conhecimento, desenvolver ciên- cia, qualificar as pessoas, gerar conhecimento organizacional, e assim por diante. Não há nenhum exagero em afirmar que atualmente o maior patrimônio da humanidade é a informação e o conhecimento. Seção 4 Abordagem Sistêmica Nesta seção vamos abordar a Teoria Geral dos Sistemas. Uma vez que nosso foco é estudar sobre administração da informação, e como já sabemos que a informação é proces- sada por um sistema, vamos então refletir um pouco sobre sistemas. EaD Sikberto Marks 24 E o que é um sistema? Vamos a uma definição. Conforme Oliveira (1996, p. 34), a Teoria Geral dos Sistemas define siste- ma como um conjunto de elementos ou componentes interdependentes, que interagem para atingir determinado objetivo comum, formando um todo unitário e complexo. Vamos refletir sobre essa definição? Acompanhe o raciocí- nio. Em primeiro lugar, sistema é um conjunto de elementos, certo? Quantos elementos? Pelo menos dois. É que um elemento não forma um conjunto, isso é óbvio! Há, porém, uma caracterís- tica nesse conjunto: eles são interdependentes, e interagem entre si. Esse ponto é importante para se entender um sistema: interação interdependente. Nunca esqueça isto. Essas partes, pela sua interação interdependente, têm ao menos um objeti- vo, mas podem ter mais. E um último lembrete: eles formam um todo complexo. Entendeu? Mais ou menos? Então está bom, vamos enten- der isso melhor, afinal, um estudante de curso superior que não souber explicar um sistema passa vergonha. Toda organização é um sistema. Ela possui elementos que a compõem. E que elementos são esses? São, por exemplo: pessoas, em suas diversas fun- ções; prédios com suas salas; computa- dores e seus programas; telefones; recur- sos financeiros; recursos materiais; mui- tas anotações em diversos lugares; uma estrutura organizacional hierárquica; fluxo de informações entre as pessoas dentro da organização e com pessoas de fora dela, e muito mais. Pois bem, essas partes são interdependentes entre si, ou seja, todas elas necessitam umas das outras, não conseguem funcionar de modo totalmente independente. Porexemplo, os programas de computadores necessitam das pessoas para funcio- nar, e as pessoas precisam dos programas para fazerem seu traba- lho. Da mesma forma o fluxo de informações necessita dos telefo- nes, e outros recursos, e as pessoas os usam. Elementos ou componentes interdependentes São as partes de algo que se necessitam mutuamente, e que também se relacionam mutuamente. Por exemplo, o nosso corpo é composto de elementos interdependentes. Os braços necessitam dos ombros, do cérebro, do estômago, e assim por diante. O cérebro necessita dos braços e do estômago. E este, por sua vez, necessita dos braços e do cérebro. As peças de uma automóvel também são assim, mas não em tanta intensidade de interdependência como os órgãos de nosso corpo. Perceba o seguinte: o exemplo que demos sobre o corpo é limitado a alguns órgãos. Na verdade todos dependem de todos. Faltando um, há deficiência, e dependendo de que órgão faltar, há prejuízo sério ou ocorre interrupção da vida. Numa empresa os departa- mentos, setores, etc., são interdependentes entre si. É importante que os gestores vejam a empresa dessa forma. Interação interdependente É o relacionamento entre partes que se necessitam mutuamente. Numa empresa, por exemplo, o departamento financeiro necessita do de vendas, de produção, de contabilidade, etc., assim como estes também necessi- tam do departamento financei- ro. Por isso precisam trocar informações entre si, ou seja, precisam relacionar-se, pois um depende do outro. EaD 25 ADMINISTRAÇÃO DA INFORMAÇÃO E esse sistema todo, como já se pode perceber, torna-se bem complexo para descrever, não é mesmo? É só tentar descrever por completo o conjunto das partes de uma organização pequena e explicar como se relacionam entre si, e verá como isso é difícil. E esse sistema todo, que chamamos empresa, tem seus objetivos. Se não tivesse, para que teríamos um sistema? Quais são os objetivos de uma empresa? Podem ser vários, mas entre os mais comuns temos: obter resultados positivos; crescer no mercado; obter estabilida- de financeira e econômica; melhorar a qualificação; produzir tecnologia, e assim por diante. É possível lembrar de outros sistemas para ilustrar, além do sistema das empresas? Sim, estamos rodeados por sistemas. Aliás, nós mesmos, nosso corpo, é um sistema. Um relógio é um sistema, um automóvel também. O que você acha, uma caneta é um sistema? E uma caneta em sua mão escrevendo, é um sistema? Faça o teste utilizando a definição anterior, e vai conseguir responder. Lembre- se, apenas um conjunto de partes ainda não é um sistema, mas pode vir a ser, se completar- mos a definição. Sistema tem de ter partes interdependentes, que interagem entre si visando a alcançar um objetivo. Agora pense numa organização que cuida do saneamento numa determinada cidade. Isso é um sistema? Vamos aprofundar mais a compreensão dos sistemas. Eles têm, como abordamos na seção em que estudamos os sistemas de informação, quatro elementos: entrada, processamento, saída e feedback. Entrada consta da captação dos dados primários. Pode ser de forma manual ou por meio de recursos de informática. Exemplo: a computação das horas trabalhadas, tempo pa- rado, etc., numa folha de pagamentos. Processamento é a transformação de dados em saídas úteis. Isso também pode ser realizado manualmente ou por computador. Exemplo: a realização dos cálculos da folha de pagamento para a definição do valor a pagar. Saída é o fornecimento de informações úteis, por meio de gráficos, relatórios, tabelas, e outras formas. No caso em pauta, a saída podem ser os contracheques. Feedback é uma saída especial que todo sistema necessita. Ela é útil para realizar correções e ajustes no processamento e na entrada do sistema, e também na saída. Por exemplo, se ocorrem problemas nos contracheques, ou se o processamento atrasa, ou se ocorrem outras disfunções, essas são informações de saída que dão a entender que algo precisa ser corrigido para que não ocorra mais. As causas das situações podem estar tanto no processamento quanto na entrada, ou até mesmo nos fornecedores do sistema. Então, identificadas as causas, serão tomadas medidas corretivas. O feedback, contudo, não é só para correções, também serve para avaliações, aperfeiçoamentos, prevenção e muito mais. EaD Sikberto Marks 26 Veja agora uma ilustração de um sistema geral. Figura 2: Componentes de um sistema geral Fonte: Elaborado pelo autor. Estude a Figura anterior. Ela representa qualquer sistema. Note então que um siste- ma de informação tem esse sistema geral por modelo, com pequenas adaptações. É assim que se pode representar todo e qualquer sistema, com adaptações a partir do sistema geral, que sempre é retratado da mesma maneira, como na Figura 2. Desenhe e redesenhe esse fácil modelo, e não o esqueça nunca mais, pois é o modelo básico para todos os demais sistemas. Identifique as diferenças desse modelo geral para com os sistemas de informação. Compare com a Figura 1. Seção 5 Ecologia da Informação Os profissionais que lidam com informações têm-se restringido por demais aos aspec- tos técnicos do hardware e dos software. Gerenciar a informação era, e em muitos caso ainda é, realizar investimentos em equipamentos e desenvolver software. Além disso, tem incluído o treinamento e a qualificação de pessoas para atuarem bem nas funções de fazer esses equipamentos funcionarem. Acontece que os avanços tecnológicos têm ocorrido em velocidade acelerada, o que de certa forma justifica essa postura. Você que lê essa seção está sendo convidado a meditar um pouquinho. Fica evidente que tal postura não é suficiente, não é mesmo? Imagine a situação: uma empresa bem equi- pada com computadores, uma quantidade de programas recém-desenvolvidos e de alto de- entrada processamento saída feedback EaD 27 ADMINISTRAÇÃO DA INFORMAÇÃO sempenho. Essa empresa, supõe-se, está na vanguarda do que de mais avançado existe em informática para sistemas de informação. Agora lançamos três perguntas: ela está realmen- te bem suprida com informações? Ela é estrategicamente bem gerenciada? As pessoas que nela trabalham sabem desenvolver estratégias competitivas a partir das saídas de seu siste- ma de informação? A prática tem comprovado que não. Apenas dispor de bom equipamen- to e bons programas é o mesmo que ter uma fábrica com boas máquinas e boa matéria- prima, mas cujos colaboradores não sabem bem o que fazer com tudo isso. Davenport e Prusak (1998) criaram uma nova abordagem para obtermos maior provei- to dos sistemas de informação. Vamos explicar em poucas palavras. Essa nova abordagem eles chamam de “ecologia da informação”. Isso diz algo para você? Deve dizer o seguinte: a ênfase é no ambiente da informação. Não mais nos equipamentos e nos programas. Pro- gramas e equipamentos sempre serão necessários, porém a informação e o que com ela se faz na empresa é ainda muito mais importante, não acha? Na ecologia da informação estão incluídos até mesmo os valores da empresa e sua cultura quanto à informação, ou seja, o que costumam fazer com ela. Agora você já deve estar pensando que considerando os valores e a cultura da empresa quanto à utilização da informação de imediato chama a atenção para o gerenciamento desses aspectos, não é mes- mo? E é exatamente isso, mas tem mais. Ecologia da informação também inclui as forças e armadi- lhas que interferem no intercâmbio de informações na organi- zação. Isso significa que em todas as organizações há políticas de uso das informações, costumes consagrados que são seguidos por todas as pessoas. Há situações em que são estabelecidas regras rígidas para o uso das informações. Isso tudo, e muito mais, afeta a eficácia, para melhor ou para pior, do desempenho de um siste- ma de informação numa empresa ou numa entidade pública. Vejamos por outra ótica. Uma empresa bem estruturada, com um bom sistema de infor- mação, terá bom proveito desse sistema secapacitar as pessoas que nela trabalham para fazerem bom uso das saídas geradas. Isso, porém, é só o início. As pessoas devem sentir-se à vontade para criar alternativas, devem sentir-se motivadas a inventar, propor, analisar e desenvolver novas idéias. Elas precisam ter motivos para, com um poderoso sistema de informação ao seu dispor, buscar desenvolver conhecimento sobre a empresa, sobre os clientes, sobre os concorrentes, e assim por diante. Consegue agora imaginar o potencial dessa simples expressão “ecologia da informação?” Pois prepare-se, a ênfase de nosso estu- do será nessa direção: a sábia utilização desses sistemas. EaD Sikberto Marks 28 Seção 6 Dado, Informação, Conhecimento, Inteligência e Sabedoria Vamos nesta seção assimilar mais cinco conceitos vitais para o gerenciamento da in- formação numa organização. São os conceitos de dado, informação, conhecimento, inte- ligência e sabedoria. Você vai gostar de entender esses conceitos, pois têm a ver com você mesmo, com a organização e com todas as pessoas. Agora vamos nos aprofundar no concei- to de ecologia da informação. Venha comigo, lendo com atenção, pois o assunto está fican- do cada vez mais importante. • O que é dado? Côrtes (2008, p. 26) ensina que “são sucessões de fatos brutos, que não foram organizados, processados, relacionados, avaliados ou interpretados, represen- tando apenas partes isoladas de eventos, situações ou ocorrências.” Os dados são as “unidades básicas” das informações, segundo o autor. Imagine uma construção civil. A pilha de tijolos depositados no chão, para serem dispostos organizadamente formando uma parede, são os dados. Ou, em outro exemplo, o número 30 é um dado. Ele não nos diz nada, senão um valor, mas de quê? • O que é informação? Côrtes (2008, p. 26) afirma que “quando os dados passam por algum tipo de relacionamento, avaliação, interpretação ou organização, tem-se a geração de informação.” No caso dos nossos exemplos, quando o pedreiro organizou os tijolos na forma de uma parede, o conjunto desses tijolos adquiriu um significado, e a parede seria a informa- ção. Ou, lembra daquele número 30? Que tal dizer assim: um homem andando de bicicleta a 30 quilômetros por hora. Isso já é uma informação, pois temos aí um relacionamento entre um número, velocidade, um ser humano e um veículo. Com dados não se pode tomar deci- sões, mas com informações isso já é possível. Por exemplo, um veículo a 130 quilômetros pode levar o guarda a tomar a decisão de aplicar uma multa. Uma observação: a qualidade e quantidade de informações mais a capacidade de quem decide qualificam as decisões. Conseguiu entender o que é informação? Dito de outra maneira, um dado relaciona- do a outros dados pode criar um significado, algo que nos serve como informação. Por exemplo, 16 horas, é uma informação? Não, é só um dado. Se dissermos, porém, que o ônibus partiu às 16 horas, então temos uma informação. Relacionamos esse valor a outros dois dados, o ônibus e a partida. São três dados que criam um significado, até bem impor- tante para quem perdeu o ônibus, não é mesmo? Vamos aproveitar o momento para aprender o que é um metadado. O conceito mais comum de metadado é pilha de dados, ou dado sobre dado, ou um conjunto de dados ligados entre si. Entendeu? Provavelmente não. Com um exemplo deixaremos tudo claro. EaD 29 ADMINISTRAÇÃO DA INFORMAÇÃO Imagine aquele número 30. É um dado, como já explicamos, mas é um dado simples. Agora 30 km, ainda é um dado, mas já é um metadado. E 30 km por hora. É um metadado, pois ainda não diz nada. Metadado é um dado composto de vários dados, mas que ainda não nos serve de informação, porém um cavalo a 30 km por hora, aí já é uma informação. Ou 38Cº, também é um metadado, e 38Cº na sala de reuniões quer dizer que lá está bem quen- te. Temos aí uma informação. Podemos até dizer: a coisa está quente lá dentro. • E o que é conhecimento? Será um conjunto de informações? O que acha? Grande parte dos sistemas de informação é isso mesmo: “sistemas de informação”, e mais nada. Não são capazes de gerar conhecimento, portanto têm pequena utilidade. Siga o raciocínio, vamos explicar com um exemplo, depois traremos a definição de geração de conhecimento. Voltemos ao número 30. É só um dado. Agora 30 km por hora, é um metadado. Um cavalo correndo a 30 km por hora é uma informação. Saber até que velocidade um cavalo pode correr; saber até quanto ele pode correr se bem treinado; saber por quanto tempo um cavalo pode correr nessa velocidade; saber por quanto tempo um cavalo pode correr até se cansar; saber qual a faixa de idade em que o cavalo mais rende para correr, isso já é conhecimento. Côrtes (2008, p. 40) observa que “ao dispormos de diferentes informações relaciona- das a um tema, é possível ascender ao estágio do conhecimento, no qual a tomada de decisões pode ser efetivada com maior adequação e em longo prazo.” Ou seja, com co- nhecimento pode-se decidir com maior precisão e até mesmo planejar. Por exemplo, um veículo a 135 km por hora, para o guarda de trânsito pode significar a necessidade de apli- car uma multa. Se ele souber, entretanto, que se trata de uma ambulância transportando um enfartado vai deixar passar, aliás, se puder, vai tentar ajudar bloqueando outros veícu- los para que a ambulância passe mais depressa. Para tomar essa decisão ele necessita de mais que uma simples informação, necessita de conhecimento. Aliás, veja bem o seguinte: conhecimento não é somente o conjunto de informações que ele pôde ver. Não é apenas perceber que se trata de uma ambulância com a sirene ligada. É conhecer as leis de trânsito para essa situação, e com isso tudo, decidir o que fazer. Velando a nossa comparação em forma de construção, dado é o tijolo, a parede é a informação e as dependências formadas com as paredes são o conhecimento. • E inteligência, o que é? A pergunta vital agora é: o que fazemos com as informações e com o conhecimento? Muito se pode fazer, você diria. E está certo. Podemos tomar deci- sões, o que é mais óbvio, mas também podemos planejar, replanejar, executar os pla- nos, podemos ainda refletir sobre o que está acontecendo. Podemos, principalmente, fazer perguntas. E, a partir das perguntas, podemos desenvolver novo conhecimento. Com o tempo, podemos desenvolver teorias e leis científicas. Para fazer todas essas coisas temos de ter inteligência. EaD Sikberto Marks 30 Inteligência é o quê, então? É a capacidade de usar o co- nhecimento e as informações de forma criativa, para fazer algo útil com elas, criar soluções, progredir, realizar, construir, e principalmente para desenvolver mais conhecimento. A inteligência é favorecida pela interação entre as pessoas. Quanto mais as pessoas trocarem idéias entre si, mais inteli- gência elas desenvolverão. E também mais conhecimento ge- rarão. A inteligência, portanto, é bem mais o fruto do esforço conjugado entre várias pessoas bem organizadas do que o mesmo número de pessoas agindo individualmente. Em nossa analogia com a construção, inteligência é a ca- pacidade de dispor as dependências da casa de forma que sirva melhor aos seus fins. Se for uma casa na praia as dependências certamente serão diferentes de outra num bairro de uma cidade grande. E certamente elas serão diferentes para o caso de a cons- trução ser um hotel ou um conjunto de escritórios. • E, finalmente, o que vem a ser a sabedoria? Côrtes (2008, p. 44) afirma que “a sabedoria é a capacidade de utilizar ade- quadamente e de maneira ampla a inteligência disponível sobre determinado assunto.” Vamos entender isso, pois é importante. A sabedoria é, digamos, uma inteligência superior, capaz de nos conduzir para melhor cumprir- mos nossas tarefas de modo a sermos bem-sucedidos. As pessoas sábias valem-se de princípios construtivos para conduzir a sua vida, assim elas obtêm sucesso mais facilmente. Utilizemos a ilustração da construção. Nela a forma como dispusemos as dependênciasera a inteligência. A sabedoria é como nós usamos tudo o que há na casa, buscando obter resultados que sejam favoráveis a todas as pessoas que dessa casa se ser- vem. Para isto nos utilizamos de princípios de vida, tais como honestidade, cordialidade, buscar agir com qualidade, busca do aperfeiçoamento, fazer logo o que tem de ser feito, assumir as Princípios construtivos São os conceitos que devemos seguir para que algo dê certo e seja bem-sucedido. Por exemplo, “sempre fazer algo bem-feito” é um princípio construtivo, mas ser desleixado não é. Nas empre- sas seus Planos Estratégicos geralmente prevêem um conjunto de princípios que as pessoas devem seguir para que elas alcancem os resulta- dos positivos desejados. Princípios de vida São conceitos que as pessoas seguem para alcançar sucesso em suas carreiras profissionais e em sua vida social e afetiva. Por exemplo, ser amável é um princípio básico para uma boa vida social. Há outros princípi- os, tais como: honestidade, pontualidade, esforço em fazer as coisas, busca da perfeição, e assim por diante. EaD 31 ADMINISTRAÇÃO DA INFORMAÇÃO responsabilidades, etc., principalmente amar as outras pessoas. Isso é sabedoria, a capacidade de agir com base nas informa- ções, conhecimento e inteligência de modo tal que os resulta- dos sejam positivos e bons para todos. Em contrapartida, em lugar da sabedoria poderíamos ter a astúcia, que seria a sabedoria negativa, prejudicial. Os astutos pensam mais em si mesmos, os sábios pensam em todos. Vamos meditar um pouco? Para que mesmo servem os pla- nos estratégicos nas empresas? Já parou para pensar sobre essa questão? Um plano estratégico deve ser o guia da empresa para orientar as pessoas que nela trabalham a fazê-lo com sabedo- ria, pensando na empresa, nas demais pessoas, nos clientes e também nos concorrentes. Parte do princípio de que todos ne- cessitamos uns dos outros, portanto, em lugar de nos destruir- mos mutuamente, sejamos sábios e construamos nossas empre- sas como empreendimentos em conjunto. Esse enfoque será retornado mais adiante. Seção 7 Fontes de Informações para os Executivos Esta seção, embora concisa, é importante. Refere-se aos lugares de onde vêm as entradas de nossos sistemas de informa- ção, ou seja, as fontes dos dados e das informações. Essas fontes podem ser de origem interna (da própria organização) ou do am- biente externo. De imediato podemos refletir sobre algo relevante. Sistemas de informação que só usam fontes internas são frágeis, e não podem contribuir muito para a formação de estratégias sociais. Não colaboram muito para a produção de conhecimento e para o desenvolvimento da inteligência e sabedoria. Possibilitam isso tudo, mas de forma bem mais limitada que aqueles sistemas que incluem fontes externas de dados e informações. Plano Estratégico É o plano de longo prazo de uma empresa ou de uma instituição. É o conjunto de ideais da alta administração que norteia os esforços de todos que assim logram alcançar objetivos de curto, médio e longo prazos. Resulta no estabelecimento de um direcionamento a ser seguido pela empresa para alcançar a missão por ela estabelecida. EaD Sikberto Marks 32 Como estamos em plena globalização dos negócios, não há mais como não processar em nossas organizações o que se passa fora delas, e que é de interesse para nossas estratégias. Ou seja, não há mais como ficar alheio sobre o que fazem os concor- rentes e que nos afete como empresa. Nem como ficar desinformado sobre o que pensam e como decidem os clientes. Nem sobre o que se passa na economia nacional e mundial. E assim por diante. Acha que esse raciocínio é importante? As fontes internas são bem óbvias. Elas vêm dos setores de vendas, produção, estoques, pessoas, qualidade, da própria con- tabilidade e muito mais. Originam-se também de reuniões, rela- tórios, estudos, análises feitas na empresa. As fontes externas vêm de periódicos, jornais, estatísticas, concorrentes, clientes, outros profissionais, agências de publici- dade, governo, universidades, centros de pesquisa, entre outros. Fontes externas há em quantidade incrível. A própria internet é uma fonte inesgotável de muitas informações importantes. E os executivos da empresa podem formar as suas próprias redes de informações externas, com outros profissionais e pessoas com quem possam trocar informações, muitas vezes privilegiadas. O importante é que nas empresas se desenvolva a atividade de prospecção de informações do ambiente externo. Podemos chamar isso de “serviço de inteligência”. Ou seja, a empresa hoje em dia precisa ter um olho voltado para fora dela e outro para dentro. Com isso ela deve buscar conhecimento do que se passa lá fora, desenvolver inteli- gência e sabedoria estratégica, para alcançar mais eficácia na gestão pública, inserida num mercado que cada vez mais se assemelha a uma guerra não declarada, na qual salve-se quem puder. Seção 8 Informação como Recurso Estratégico Hoje em dia, você há de concordar, não é fácil administrar uma empresa. Já foi mais fácil em tempos passados. Um dos moti- vos é a forte concorrência entre as empresas, mas há outros, por Globalização dos negócios É a intensificação e a facilitação da realização de negócios entre empresas e mesmo entre indivíduos de diferentes países. Serviço de inteligência É a atividade que se realiza principalmente no âmbito de governo e dos órgão de segurança, mas também nas empresas, visando a entender o modo de agir de pessoas, organizações e outros gover- nos. Tem por objetivo orientar os respectivos organismos para os quais esses serviços trabalham. Inteligência e sabedoria estratégica A inteligência é a capacidade de pessoas ou grupos de pessoas utilizarem conhecimento, de gerarem novo conhecimento e de realizarem coisas úteis com o conhecimento. A sabedoria é a capacidade, ou dom, de usar a inteligência para bons propósitos, que propiciem benefícios não somente a quem faz algo, mas a outras pessoas, e que não cause prejuízo a ninguém. Inteligência e sabedoria estratégica é uma competência que só pode ser encontrada em algumas empresas e organiza- ções. Tem por característica saber dirigir a empresa ou organização para que ela cresça com segurança e honestidade; produza bons resultados aos seus donos, colaboradores, clientes e sociedade. EaD 33 ADMINISTRAÇÃO DA INFORMAÇÃO exemplo, os clientes, de todos os tipos, tornaram-se mais exigen- tes. Os governos estão criando leis para que as empresas respeitem os clientes. E a tecnologia não pára de evoluir, jogando no merca- do novos produtos que desatualizam rapidamente os já existentes. Esse é um cenário bem real. No conjunto, torna a administração bastante complexa, inclusive para empresas de pequeno porte. Num contexto desses, de globalização, a informação, o conheci- mento, a inteligência e a sabedoria as- sumem importância cada vez maior. Meu amigo ou minha amiga: agora não dá mais para dirigir uma organização sem conhecer detalhadamente o que se passa com seus processos. E também não é mais possível desconsiderar o ambiente externo. Qual- quer sistema de informação que não considere o ambiente ex- terno não é completo, e tem pouca utilidade para a gestão es- tratégica da empresa. A informação é um recurso estratégico vital. Com ela os gestores das organizações em geral devem aprender a gerar co- nhecimento. Eles precisam agora ser infogestores, isto é, serem capazes de, com base em informações, desenvolver conhecimen- to útil para partilhar com seus pares. Entenda bem o seguinte: quem administra uma empresa atualmente precisa fazer mais que apenas tomar decisões e dirigir processos. Ele precisa de- senvolver conhecimento sobre a própria empresa. E deve de- senvolver conhecimento sobre os concorrentes, sobre os clien- tes, sobre o mercado em geral, sobre a economia, sobre as ten- dências da tecnologia em que a sua empresa atua, e muito mais. Resumindo, os executivostêm hoje enorme necessidade de con- duzir esforços em suas empresas para nelas as pessoas desenvol- verem conhecimento pertinente as suas atividades. Entendeu o drama? Em poucas décadas, todos aqueles que desempenham altas funções nas organizações precisam saber como conduzir seus liderados para que todos juntos saibam utilizar as informações que vêm dos sistemas de informação, e de outras origens, e transformar em conhecimento e resulta- dos positivos para a comunidade. Isso além do que já faziam, ou seja, tomar decisões. Executivos infogestores São executivos contemporâne- os capacitados a utilizarem as informações e os recursos da Tecnologia de Informação para motivar e desenvolver quem com eles trabalha. EaD Sikberto Marks 34 Então veja só, as organizações tornaram-se também cen- tros de pesquisa, de aprendizagem, de desenvolvimento da ci- ência administrativa. Isso é muito interessante para quem está entrando no mercado de gestores. É uma oportunidade para mu- dar a cultura de muitos gestores mais antigos, que mostram gran- de dificuldade em gerir o desenvolvimento de conhecimento e de inteligência, mais a sabedoria nas empresas e nas entidades públicas. Resumindo esta seção: os sistemas de informação, o que fazem mesmo? Bem, co- letam dados e os transformam em informa- ções, não é isso? E o que faziam as organi- zações há uma década com essas informa- ções? Tomavam decisões para conduzi-las. Hoje isso tudo está mudando, e rapidamente. Já não é mais su- ficiente decidir, é necessário muito mais. Para poder sobreviver nesse mundo de negócios cada vez mais competitivo, em que empresas buscam tirar outras do mercado, precisa desenvolver conhecimento. Lembra o que é conhecimento? Simples, é um conjunto sig- nificativo de informações que pessoas inteligentes e sábias são capazes de utilizar para conduzir a sua organização. Conheci- mento é formado de informações, e precisa estar ligado à mente das pessoas. O conhecimento escrito não tem valor algum se um grupo de pessoas não o utilizar para boas finalidades. O que se encontra escrito em livros não é conhecimento, é informação, que se estudada por pessoas inteligentes, se transforma em conheci- mento. Assim ocorre na empresa, os sistemas de informação de- vem ter agora função estratégica. Isso quer dizer o quê? Que as informações que esses sistemas fornecem em suas saídas devem envolver o que acontece no mercado, onde estão tanto os clien- tes quanto os concorrentes, e serem, pelas pessoas, transforma- das em conhecimento, e este ser transformado em poder compe- titivo estratégico. Poder competitivo estratégico. Capacidade de uma empresa organizada em grupos ou times internos de ação, devidamente apoiada pela Tecnologia da Informação, de desenolver conhecimento e inteligência em relação a seu negócio e ao mercado em que está inserida, para assim buscar vitórias na competição globalizada, a curto, a médio e a longo prazo. EaD 35 ADMINISTRAÇÃO DA INFORMAÇÃO Seção 9 Sinergia da Informação e Desinformação “O conceito genérico de sinergia é coerência e integração”, observa Rezende (2008, p. 11). Segue explicando que “a sinergia é a coerência de informações, idéias, planos, direcionamentos, ações, com relações efetivas entre os níveis superiores, médios e inferiores, bem como seus paralelos.” O que significa, então, sinergia da informação? Isso é bem fácil de entender, mas é algo que, com freqüência, nas organiza- ções não ocorre como deveria. Isso posto, preste atenção ao que vem a seguir. Imagine duas situações em empresas privadas. Na primei- ra, você dirige uma empresa e nela há um bom sistema de infor- mação. Os gestores empregam essas informações para a elabora- ção de planos coerentes entre si. Elaboraram um plano estratégi- co geral que orienta toda a organização. Todos os departamen- tos seguem esse plano, e agem de modo que um ajude o outro. Eles não competem entre si, mas se auxiliam e se complementam. O que você acha? Nessa empresa há ou não sinergia de informações? Sim, há, porque nela normalmente as pessoas cola- boram mutuamente e não ocorrem conflitos de idéias que levam a perdas de tempo, brigas, boicotes e outras situações lamentá- veis. É claro, isto pode acontecer, mas é exceção, não ocorre com freqüência. E são situações mais facilmente solucionadas. Agora imagine uma outra situação. Você dirige uma em- presa que também tem um bom sistema de informação, porém, nesse caso, os gestores agem de forma independente um do ou- tro. Cada departamento faz seus planos em separado. Na empre- sa até já elaboraram um plano estratégico, mas que não é devi- damente considerado. É como se nem existisse. Cada diretor age conforme ele mesmo acha ser o mais certo. Ocorrem conflitos entre os líderes e altos gestores. Eles não se entendem, e são freqüen- tes as brigas e boicotes entre os departamentos. Sinergia A palavra sinergia deriva do grego synergía, composta de sýn (cooperação) e érgon (juntamente). Significa, portanto, o esforço coordena- do e harmonioso de várias pessoas ou subsistemas na realização de uma tarefa, obtendo um efeito ou resultado superior do que se essas pessoas ou subsistemas atuassem em separado. EaD Sikberto Marks 36 Nessa empresa percebe-se freqüentemente a desinformação. Ou seja, eles não se entendem ali dentro. Falta um rumo para a empresa. Ela se parece com um cobertor curto e estreito em dia de frio: cada um puxa para um lado diferente, e nunca é suficiente para todos. É pro- vável que nessa empresa haja muita manipulação, um tentando en- ganar o outro, escondendo ou retardando informações, distorcendo- as. E sempre que puder, alguém tentará criar situações embaraçosas para outra pessoa que detesta. Num cenário desses uma empresa consegue competir facilmente com as melhores do mercado? Então, conseguiu entender o que é sinergia da informação? Vamos a uma definição diferente, para que possa entender me- lhor esse assunto. Sinergia da informação é o uso de um siste- ma de informação por parte dos líderes da empresa visando, em conjunto, colaborar uns com os outros, conduzindo a em- presa rumo ao sucesso no mercado. É isso aí, um colabora com o outro. Na medida em que uma pessoa tem dificuldade de compre- ender uma situação, outra a ajuda. E reúnem-se com freqüência para debater relatórios em conjunto. Reúnem-se também para desenvolver mais conhecimento em conjunto. Resumindo, traba- lham muito por meio de reuniões para assim poderem melhor co- laborar um com o outro, visando sempre ao bem comum e resul- tados positivos para a organização. Agora aí vai um desafio: faça uma descrição de como deveria ser a sinergia da informação em sua empresa, ou em uma empresa que você conhece. Faça isso mesmo, será bom para fixar esse im- portante conceito de administração nesses tempos turbulentos. Seção 10 Integração da Informação Rezende (2008, p. 123-124) observa que “não é mais pos- sível aceitar que os sistemas sejam isolados e completamente independentes nas organizações.” Ou seja, ele afirma que “as integrações dos sistemas de informação são as relações de interdependência entre os sistemas ou subsistemas existentes na organização e o seu meio ambiente interno e externo, que dinamizam a troca de dados e informações entre eles.” Desinformação É uma informação que não contribui, mas que confunde ou cria dúvidas. Pode também ser a manipulação da verdade para confundir a opinião pública. EaD 37 ADMINISTRAÇÃO DA INFORMAÇÃO A integração da informação é absolutamente necessária para que aquilo que estudamos na seção anterior, a sinergia da informação, possa efetivamente ocorrer. Veja bem, além de as pessoas colaborarem entre si, o próprio sistema deve estar cons- tituído de tal forma que ele seja íntegro, isto é, seus subsistemas dialoguem entre si. Você até pode estar pensando assim: mas isso todo mundo já sabe, que os sistemas numa empresa não podem agir isoladamen- te, que precisam funcionarde forma interdependente. Sim, claro, todos sabem, mas muitas empresas, por diversos motivos, ainda estão na situação que todo mundo já sabe que é prejudicial. Vamos a um exemplo, para entender melhor. Pense em uma organização na qual tudo está informatizado, como se diz. Imagi- ne, porém, que o sistema que controla os serviços não têm interface com o sistema contábil e o sistema de produção também não. Va- mos parar aí, certo? Que transtorno, não é mesmo? Tudo o que se processa em serviços e em produção precisa ser digitado outra vez para entrar no sistema contábil. É perda de tempo, erros que preci- sam ser procurados e corrigidos, e assim por diante. Tudo funciona mais devagar. O que acha, é possível haver sinergia num contexto desses? Coloque-se na seguinte situação: você precisa de um orça- mento rápido, para ter em mãos em dez minutos. Há uma demanda urgente requerendo informações importantes para elaborar um im- portante projeto. Você está literalmente “no mato sem cachorro”, isto é, perdido no meio de dados e informações que não colaboram entre si, por falta de integração.Tal situação é bem comum em em- presas que crescem, pois freqüentemente mudam de sistema ou ane- xam outros programas às novas atividades, e assim por diante. Em situações assim a organização terá baixa qualidade de informação, isto é, falta pres- teza, confiabilidade e conformidade com os fa- tos que ali ocorrem. Vai haver também falta de produtividade da informação, pois ela vem atra- sada ou nem é possível de ser obtida, mostran- do-se insuficiente. Também podemos concluir que temos uma situ- ação de falta de efetividade da informação, isto é, as informações que o sistema gera não são regulares, nem são práticas, nem durá- veis. A efetividade é o somatório da eficiência (desempenho) com a eficácia (resultado), como esclarece Rezende (2008, p. 124). Eficiência É a relação entre os resultados obtidos e os recursos aplica- dos. É, por exemplo, a medida de produtividade de uma pessoa ou equipe. É também fazer as coisas bem-feitas, conforme a boa técnica. Eficácia É a relação entre os resultados obtidos e os objetivos estabele- cidos. É saber fazer as cosias para que sejam úteis e tenham valor. Ou seja, não basta sermos apenas eficientes, devemos ser também eficazes. EaD Sikberto Marks 38 Tente imaginar uma situação dessas, se ela permite uma gestão estratégica estando a empresa inserida num contexto altamente competitivo. Faça uma comparação virtual com outra empresa, na qual os executivos dialogam entre si para o uso da informação, em que os sistemas estejam perfeitamente integrados. Seção 11 Classificação de Sistemas de Informação Há diversas classificações dos sistemas de informação, baseadas em Tecnologia da Informação. Aqui desenvolveremos uma classificação que se presta a entender melhor a importância da informação em todos os níveis nas empresas. Temos, portanto, as seguintes categorias: • Sistemas de Informação Operacional • Sistemas de Informação Gerencial • Sistemas de Informação Estratégicos • Sistemas Especialistas • Sistemas de Apoio à Decisão Vamos estudar uma por uma? Leia e reflita atentamente daqui por diante, pois é rele- vante para seus estudos posteriores. Vá devagar para entender bem. A pressa é inimiga do estudante. a) Sistemas de Informação Operacional (SIOs): tratam das informações rotineiras da orga- nização, necessárias para o controle operacional, geralmente no âmbito do trabalho. Atendem às seguintes áreas: • administrativo-financeira • folha de pagamento • contabilidade e custos • controle de estoques • controle de prestação de serviços • contas a pagar e a receber • bancos EaD 39 ADMINISTRAÇÃO DA INFORMAÇÃO • clientes • fornecedores • faturamento, entre outras Os dados desses sistemas são alimentados pela digitação, código de barras, leitores óticos, importados de outros sistemas e armazenados para processamento. Conforme as de- finições dos programas, os dados são ordenados e devidamente indexados, facilitando o acesso, permitindo consultas, elaboração de relatórios, gráficos e uso nos demais sistemas da organização. b) Sistemas de Informação Gerencial (SIGs): coletam dados e agrupam-nos ordenadamen- te com a finalidade de servir para as tomadas de decisão no âmbito da gerência média das empresas. São também chamados de “Management Information Systems” (MIS). Um SIG envolve a elaboração de relató- rios de atividades, análises de tendênci- as, custos e despesas, comparações en- tre orçamentos e realizações, e assim por diante. Geralmente o SIG tem por obje- tivos: • suprir os gerentes com informações com as quais consigam comparar o desempenho atual com o anterior e com o planejado; • reunir os dados históricos afins para que se tornem informações; • fornecer informações para as tomadas de decisão e elaboração de planos táticos e operacionais; • gerar relatórios para os gestores conduzirem seus departamentos e setores; • permitir a geração de conhecimento nas respectivas áreas de atuação de cada gestor. Perceba o seguinte: o SIG deve estar bem integrado com o SIO, porque os gestores precisam dirigir os supervisores nas atividades operacionais. É a partir da atuação dos gestores que uma organização terá ou não produtividade nos níveis operacionais, e eles, portanto, necessitam de um bom Sistema de Informação Gerencial para esse fim. c) Sistemas de Informação Estratégicos (SIEs) ou Executive Information Systems (EIS): esses sistemas são dirigidos aos altos níveis de gestão de uma organização. Para tanto, coletam dados e informações de origem interna e de origem externa à organização. Va- EaD Sikberto Marks 40 lem-se de programas de análise como o ERP, Data Warehouse, Data Minig, sistemas espe- cialistas e outros, para a elaboração de relatórios à alta direção. São sistemas que, por excelência, precisam integrar todos os demais, tanto para a agilidade quanto para a am- plitude de seus relatórios e devida confiabiliadade. Por meio do SIE os altos gestores têm acesso a toda informação que desejarem, mas principalmente a relatórios que englobam conjuntos de informações vindas dos níveis in- feriores, mostrando-se relevantes para a cúpula estratégica realizar sua gestão e conduzir o processo decisório. É nesse nível que os gestores acompanham a execução do plano estra- tégico, ficam atentos aos indicadores de desempenho, comparam a organização com o desem- penho de outras empresas, e até de empresas que podem servir de referência no desempenho, verificam como está o humor dos cidadãos e como estão os serviços prestados. Analisam o poder resolutivo da organização perante as demandas sociais, e assim por diante. Veja que é um nível realmente delicado e vital para todos na organização. Um bom SIE geralmente produz as seguintes saídas: • gerar relatórios relacionados ao passado, presente e tendências futuras relacionadas com as atividades da organização; • comparar o desempenho da organização com os parceiros ou similares, na medida do possível; • demonstrar os resultados das diferentes unidades da organização, se ela estiver assim estruturada; • permitir a obtenção de relatórios diversos, mapas, gráficos, tabelas, estatísticas, nos quais é possível realizar comparações as mais diversas; • fornecer informações do ambiente externo relacionadas à economia, política, negóci- os, etc., do que lhes interesse saber; • criar condições aos gestores para se comunicarem com seus parceiros externos; • possibilitar aos gestores organizarem suas agendas; • pode-se também gerenciar projetos, planos, serviços e atividades dentro da organiza- ção, e acompanhar o andamento deles; • enfim, muitas outras atividades são possíveis aos gestores, ou seja, tudo o que eles necessitarem e reivindicarem deve ser suprido pelos SIEs. d) Sistemas Especialistas (SEs) são programas que simulam a experiência de pessoas especializadas em algum assunto, e que possa ser transformado em rotina de computador
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