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Unidade V - Técnicas Alternativas de Gravação Colagrafia e Gipsografia

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Gravura
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Ms. Lídice Romano de Moura
Revisão Textual:
Prof. Ms. Claudio Brites
Técnicas Alternativas de Gravação: Colagrafia e Gipsografia
• Colagravura (collagraph)
• Gypsogravura
 · Compreender como as técnicas da colagravura e gipsogravura contem-
porâneas nasceram e observar suas principais características e possibili-
dades plásticas. Estudaremos também a história e pontuaremos alguns 
artistas gravadores que desenvolveram trabalhos nessas linguagens.
 · Conhecer os elementos fundamentais da linguagem e produção
da gravura.
 · Adquirir conhecimentos técnicos e procedimentos fundamentais da 
linguagem da gravura.
 · Conhecer o desenvolvimento e a evolução das técnicas de gravura 
em seus contextos históricos, sociais e estéticos.
 · Pesquisar individual e/ou coletivamente a utilização da linguagem 
gráfica nas manifestações artísticas.
 · Elaborar uma poética pessoal adequada à linguagem gráfica e às 
potencialidades próprias da gravura.
 · Produzir, executar e imprimir gravuras.
 · Desenvolver pesquisa de materiais, meios e procedimentos de gra-
vura adequados a situações de ensino.
 · Observar, analisar, comparar e criticar a produção contemporânea 
de gravura e outras produções artísticas
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Técnicas Alternativas de Gravação: 
Colagrafi a e Gipsografi a
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também 
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, 
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato 
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Técnicas Alternativas de Gravação: Colagrafia e Gipsografia
Contextualização
Na história da humanidade, percebemos a gravura percorrendo o tempo e se 
renovando a cada técnica: primeiro a xilografia, depois a calcografia, seguida da 
litografia e serigrafia. Pode parecer que essas técnicas abarcam todo o universo da 
gravura de forma pura e definitiva, mas isso não é verdade. 
A gravura continua apresentando novas possibilidades plásticas em resposta 
às inquietações dos artistas, e é nesse clima de pesquisa que surge a colagravura 
e a gipsogravura. Você poderá verificar que essas duas técnicas mais recentes de 
gravura partiram de técnicas já consagradas na história da arte e da associação de 
experimentos que os artistas desenvolveram.
Você já percebeu, na arte contemporânea, como a gravura se apresenta associada 
a outras linguagens? Já observou como artistas utilizam diferentes técnicas de 
gravura associadas em uma única obra?
Figura 1
Fonte: Wikimedia Commons
Observe a obra do artista Frank Stellla, A fonte, de 1992. Essa obra foi elaborada 
por meio de colagem, estêncil, gravura em côncavo e relevo. 
Vamos observar quais elementos do universo da gravura os artistas utilizaram e 
associaram para chegar à colagravura e gipsogravura?
8
9
Colagravura (collagraph) 
A princípio, podemos dizer que qualquer material sobre o qual seja possível pro-
duzir sulcos e relevos pode ser utilizado como matriz de gravura. Partindo dessa pre-
missa, podemos utilizar diferentes materiais para constituírem uma matriz de gravura. 
A colagravura é, portanto, uma técnica de gravura que se utiliza dessa possibilidade.
Importante!
Defi ne-se colagravura como uma técnica aditiva. Nessa matriz, não se subtrai material; 
de forma inversa, agregam-se materiais com diferentes texturas ao suporte. 
Importante!
Uma matriz de colagravura é elaborada a partir de uma base que pode ser de 
papelão, madeira, plástico ou até mesmo metal. Nessa base, com uso de cola 
adequada ao suporte escolhido, colam-se materiais com texturas táteis, como 
rendas, lixas, areia, folhas secas, dentre outros. 
A palavra colagravura é uma interpretação da palavra inglesa Collagraph. 
Collagraph deriva do grego Kolla, que significa cola, e da palavra Graphic, que 
significa gráfico ou impresso. 
Importante!
A colagravura consiste em uma estampa que foi gerada por uma matriz efetuada através 
da colagem de diferentes materiais. Na matriz, temos a existência de sulcos e relevos pro-
duzidos pelos diversos materiais agregados; na estampa, as impressões dessas texturas. 
Em Síntese
Essa técnica possui diversas qualidades: é extremamente versátil, pois sua base 
pode ser um material flexível como um papelão, o que facilita o corte da matriz, 
possibilitando matrizes de formatos inusitados; pode ser confeccionada com a 
colagem de uma grande variedade de materiais, muitos dos quais baratos, até 
mesmo sucatas; e oferece diversas possibilidades no processo de impressão. Assim 
a estampa de uma colagravura é caracterizada por texturas variadas, decorrentes 
do resultado da impressão dos materiais utilizados na matriz.
Não devemos confundir a colagravura com a Collotype, que consiste em um processo 
fotomecânico de impressão, desenvolvido no fi nal do século XIX, cuja matriz consiste em 
uma placa de vidro com gelatina em sua superfície. Essa placa carrega uma imagem com 
defi nição de detalhes para a reprodução de fotografi as. 
Ex
pl
or
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UNIDADE Técnicas Alternativas de Gravação: Colagrafia e Gipsografia
Breve histórico
O artista é um ser inquieto e por isso mesmo busca constantemente inovar. É 
difícil precisar quem foi o primeiro a fazer uma colagravura ou de qual técnica ela 
descende. Diferentes artistas trabalharam com locais, ideias e materiais diversos, 
mas tentaremos aqui apontar algumas relações no nascimento do que consideramos 
hoje uma das mais recentes técnicas de gravura. 
Segundo DaSilva (1976), na segunda metade do séc. XVIII, foi desenvolvida a 
técnica do verniz mole sobre matrizes de metal com o objetivo de imitar o traço 
do lápis, o que se ampliou na modernidade com a captura da aparência de outras 
superfícies, evidenciando assim o desejo dos artistas gráficos de imitarem as diversas 
texturas de outros meios.
Assemblages é um termo francês usado para definir colagens com objetos 
e materiais tridimensionais. Ex
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Artistas como Picasso (1881-1973), Georges Braque (1882-1963), Paul Klee 
(1879-1940) e Juan Gris (1887-1927), dentre outros, no início do século XX utili-
zaram de colagens e assemblages para preparar o caminho para outras inovações. 
Foi desses dois pensamentos expressivos acima: a preocupação com a 
representação de texturas e a utilização do próprio objeto colado que surgiram 
pesquisas no campo da gravura que resultaramna colagavura.
Rolf Nesch, (1893-1975) artista norueguês, desenvolveu uma técnica a qual 
chamou de metal printing. Seu primeiro trabalho com essa técnica foi Elbe Bridge, 
que consistia em uma placa de zinco trabalhada com fios de cobre transpassados 
por furos.
Figura 1 − metal printing. NESCH, Rolf. Elbe Bridge. 1932
Fonte: Wikimedia Commons
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O artista russo Boris Margo (1902-1995) também contribuiu para a colagravura 
atual quando desenvolveu sua Cellocut. Em 1932, Margo criou essa técnica na 
qual utilizava celulóide, que consiste em material plástico, dissolvido com acetona 
sobre um suporte que é utilizado como base para uma matriz de gravura. Nessa 
técnica, ele também imprimia texturas e encaixava outros materiais, fundindo-os à 
matriz. Na impressão, utilizou métodos de relevo e côncavo assim como método 
de impressão com e sem prensa. No Brasil, Margo apresentou três gravuras nessa 
técnica na primeira Bienal de São Paulo em 1951.
Figura 2 − Cellocut. MARGO, Boris. ‘Corralled’ 1945
Fonte: Wikimedia Commons
Outra técnica aditiva conhecida por gravura à carborundum foi desenvolvida 
pelo artista Henri Goetzs (1909- 1989) e consiste no uso de carborundum, ou 
seja, carboneto de silício, que é fixado na matriz com o uso de verniz. Uma vez 
fixado a matriz, essa sílica gera texturas semelhantes ao da água-tinta, uma das 
vertentes possíveis na gravura em metal. 
Outro americano, Roland Ginzel (1921), após ter seu ateliê incendiado, perdendo 
todas suas matrizes de zinco, iniciou trabalhos com matrizes de papelão colados e 
massa. Nesses trabalhos, explorou o verniz e as texturas que ele podia adicionar à 
placa, assim como utilizou sobre ela também o carborundum. 
Glen Alps (1914-1996) foi o gravador e escultor que utilizou pela primeira vez o 
nome collograph para designar seus trabalhos. Esse professor da universidade de 
Washington desenvolveu trabalhos usando verniz queimado sobre madeira, assim 
como impressões sobre placas de vidro.
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UNIDADE Técnicas Alternativas de Gravação: Colagrafia e Gipsografia
Figura 3 − Colagravura A. ALPS, Glen. Space Tensions. 1956
Fonte: Ross, 1990
Edmond Casarella, (1920-1996) foi um artista americano que iniciou uma 
pesquisa com matrizes de papelão colado e massa, às quais deu o nome de papers 
cut. Elas eram impressas com relevo e sem o uso de prensa. 
Outros artistas como Clare Romano e John Ross a partir de 1950 iniciaram 
trabalhos com colagens de papelão, tecidos, areia e uso de massa acrílica na captura 
de texturas em suas colagravuras, trabalhos que a princípio foram impressos em 
técnica de relevo e posteriormente em técnica de côncavo. 
Figura 4 − Colagravura B. ROMANO Clare. Night Canyon. 1976
Fonte: Ross, 1990
Perceba que mesmo que cada artista tenha nomeado suas pesquisas de formas diversas, 
podemos notar que os trabalhos mostrados até o momento são decorrentes de matrizes 
concebidas pela adição de diferentes materiais, ou seja, matrizes aditivas, colográficas.
Ex
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No Brasil, também encontramos artistas trabalhando com colagens em matrizes 
de gravura. O artista brasileiro Odetto Guersoni (1924-2007) desenvolveu duas 
vertentes nesse caminho: a filigrafia e a plastigrafia – sendo que esta última será 
abordada quando tratarmos de gravura em gesso. Sua amizade com Aldo Bonadei 
(1906- 1974), o qual trabalhou com costuras e bordados, levou Guersoni a explorar 
o que chamou de filigrafia, ou seja, matrizes executadas com fios costurados 
impressos em relevo. 
Outro artista brasileiro, Orlando DaSIlva, (1923-2012) desenvolveu o que 
chamou de papelogravura. Essa técnica consiste na colagem de diferentes papéis, 
explorando texturas e diversas alturas e impressas em relevo. 
Figura 5 − Papelogravura. DaSilva, Orlando. Sem título. s/d. 
Fonte: Da Silva, 1990
Importante!
Observamos que diante de diferentes nomes aplicados aos trabalhos anteriormente 
citados todos comungam características comuns: a adição de materiais e a captura de 
texturas para a confecção de uma matriz de gravura. 
Em Síntese
Técnica 
Suporte para a matriz:
A matriz de colagravura pode, a princípio, ser feita em qualquer material rígido, 
como: acrílico, madeira, compensado, metal, papelão, etc. Recomendamos a 
você o uso de papelão couro que oferece rigidez suficiente como matriz, mas não 
possui o risco de quebrar-se durante a impressão na prensa como um acrílico, 
por exemplo. O papelão tem um custo reduzido e ainda poderá ser cortado com 
facilidade em qualquer formato. 
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UNIDADE Técnicas Alternativas de Gravação: Colagrafia e Gipsografia
Ruth Leaf (1976) aconselha fazer um chanfro no suporte, mesmo que seja um 
suporte macio como o papelão. No suporte de papelão, essa autora sugere passar 
sobre o chanfro verniz, para enrijecê-lo, facilitando a entrada da matriz na prensa 
de côncavo e obtendo-se o efeito sugestivo do bisel, como na gravura em metal. 
De forma geral, o corte das bordas a 45º é também recomendado para matrizes 
de qualquer material. 
Figura 6 − Esquema de perfil de matriz com chanfro
Fonte: Acervo do Conteudista
No caso da utilização de madeira como suporte da matriz, sugere-se o uso de 
espessuras finas, facilitando a impressão em côncavo. Deve-se também evitar 
aglomerado que tenha uma tendência a se desfazer durante o processo de impressão. 
Matrizes de metal podem ser trabalhadas com solda para se agregar a outras 
peças metálicas. Essas matrizes podem ser ainda perfuradas como fez o artista Rolf 
Nesch na obra apresentada na Figura 1.
De forma geral, o suporte de matriz necessita ser resistente para não empenar, 
rasgar, deformar, mas ao mesmo tempo ter certa flexibilidade. Segundo Catalfi 
(2003), a matriz ideal gira em torno de 2 a 4 mm de espessura, alcançando um 
máximo de 9 mm e um mínimo de 1 mm. 
Materiais
Sobre o suporte escolhido, adicionam-se diferentes materiais, utilizando-se, de 
maneira geral, a cola branca (tipo PVA).
Posso utilizar outra espécie de cola? Se a matriz for de metal, que cola poderei utilizar? Para 
matrizes de colagravura, pode-se utilizar uma vasta gama de colas ou bases aditivas líquidas 
ou pastosas, como cola de madeira, de contato, colas rápidas, vernizes, solda, etc. Para escolher 
a cola, deve-se levar em consideração a adequação a dois fatores: adequação à matriz e aos 
materiais adicionados. Por exemplo, uma matriz de plástico requer um adesivo mais potente, 
um adesivo para plástico como araldite ou super bonder; uma matriz de metal necessitará ter 
os materiais soldados ou fixados com verniz, como na técnica do carborundum.
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Os materiais a serem agregados a uma matriz podem ser os mais diversos 
possíveis, sendo que a principal característica para a escolha deles é a textura tátil 
desses: lixas, tecidos texturizados, areia, grãos, cascas de árvores, rendas, serragem, 
papéis amassados ou texturizados, linhas e lãs, espumas, pó de carborundum, 
folhas secas, peças de metal finas, penas, etc. 
A textura resultante desses materiais está relacionada à sua porosidade do 
material e ao método de impressão. Na impressão em côncavo, quanto mais 
poroso – texturizado – for o material, mais ele terá a capacidade de reter tinta. 
Quanto menor for essa porosidade, mais liso o material será, e menos ele reterá 
a tinta, proporcionado tonalidades mais claras. Na impressão em relevo, teremos 
o material poroso com um registro muito próximo à sua textura real, e o material 
menos poroso, mais escuro. 
Outro recurso utilizado na colagravura são as bases cremosas nas quais se 
desenham ou imprimem texturas, e que depois de secas tornam-se rígidas. Sobre 
materiais muito porosos como lixas grossas, por exemplo, pode-se passar a base 
cremosa para minimizar texturas muito fortes. Dentre essas bases cremosas, a mais 
usual é a pasta de modelagem para tela que, misturada a um pouco de cola, torna-
se flexível o suficiente para a impressão. Pode-se utilizar ainda massa plástica, pasta 
de gesso também misturado à cola, resinas epóxi eoutras variações. 
Figura 7 − Utilizando pasta de modelagem para amenizar textura do material
Fonte: Ross, 1990
Essas bases podem ser gravadas ainda moles quando se deseja imprimir alguma 
textura, como as de folhas, tecidos, moedas, botões, etc.; ou gravadas quando 
secas com instrumentos para produzir sulcos, ferir e moldar – como ponta seca, 
pregos, estiletes, lixas, etc. As bases cremosas também são úteis para diminuir 
diferenças de níveis muito grandes entre um material e outro na mesma matriz.
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UNIDADE Técnicas Alternativas de Gravação: Colagrafia e Gipsografia
Figura 8 − Capturando texturas com pasta de modelagem
Fonte: Ross, 1990
Na utilização de pastas, é necessário respeitar o tempo de secagem recomendado 
pelo fabricante e, no caso da aplicação de mais de uma demão do produto, você 
deve respeitar o tempo de secagem entre a aplicação de cada camada. 
A espessura dos materiais utilizados para matrizes de colagravura deve ser estu-
dada com cautela. Materiais espessos diretamente agregados à matriz – como clipes, 
moedas, grãos muito espessos, palitos de fósforos ou de dente ou de sorvete, botões, 
etc. – necessitam de menor pressão, pois podem gerar três problemas distintos: 
• Grãos e botões podem quebrar-se durante a impressão por excesso de pressão, 
estragando a matriz e rasgando o papel; 
• Metais e madeiras podem quebrar o acrílico da prensa durante a impressão 
devido à sua rigidez, ou rasgar o papel ou feltro da prensa;
• Todos os materiais espessos utilizados próximos a materiais de pouca espessura 
e textura suave em uma mesma matriz encobrem a textura dos outros, pois, 
durante a impressão, a pressão será única em toda a matriz e baseada na 
superfície mais alta, derivada dos materiais mais espessos, gerando predomínio 
dessas texturas.
Gravação
Pronto o projeto e selecionados os materiais, transferimos o desenho desejado 
para a matriz, invertendo-o. Partindo da ideia de trabalho sobre um suporte de 
papelão, devemos primeiramente chanfrar suas bordas com o auxílio de uma lixa de 
madeira colada a uma madeira rígida, de forma a se obter um rebaixado uniforme. 
Estamos agora diante de uma etapa importante: identificar os planos do projeto, 
pois, como obteremos um relevo, devemos observar que tudo o que estiver mais 
baixo na matriz resultará na estampa, como a parte mais ressaltada do papel, e 
vice-versa. 
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Utilize as espessuras dos materiais para cada plano específico, isso significa que 
os materiais mais espessos devem ser colados na matriz nas áreas correspondentes 
à impressão, que resultarão nos últimos planos, os mais distantes de seu projeto. De 
igual forma, os materiais mais finos colados na matriz corresponderão na estampa 
às áreas mais próximas, aos primeiros planos do projeto.
Observe que a diferença sobre a qual estamos falando é muito sutil, pois uma 
matriz com grandes diferenças de níveis entre um material e outro resultará no não 
aparecimento das texturas mais rebaixadas, conforme explicado anteriormente. 
Isso acontece por conta de que, durante o processo de impressão, a pressão tem 
que ser adequada à parte mais alta da matriz.
Figura 9 − Colagravura e relação planos e espessuras de materiais.
Autorretrato quando criança. Márcia Santtos. 2007
Fonte: Acervo do Conteudista
Certifi que-se sempre, ao produzir uma matriz de colagravura, que os materiais 
utilizados na matriz não possuam uma diferença grande entre baixo e alto relevo. A 
matriz deve resultar quase uniforme e com texturas suavizadas, se necessário, com 
massa acrílica. 
Colados os materiais, segundo esses critérios, devemos impermeabilizar a matriz 
com vedante, que poderá ser verniz spray automotivo, náutico, cola diluída em 
água, ou até diversas camadas de óleo com secagem intercalada a cada demão. 
Esse acabamento garante maior durabilidade da matriz e permite uma edição maior. 
A artista Selma Daffré (1951) utiliza em suas colagravuras 3 demãos de cola 
PVA misturada com água, na proporção de 1 para 4, ou seja, se utilizar uma colher 
de café de cola, acrescentar 4 de água, intercalando a secagem. 
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UNIDADE Técnicas Alternativas de Gravação: Colagrafia e Gipsografia
Depois de completa a secagem, segundo o produto utilizado, recomenda-se, 
antes de iniciar a impressão, passar a matriz na prensa sem tinta para nivelá-la 
e acertar a pressão adequada. Recomendamos também que você passe uma fina 
camada de óleo de linhaça na matriz, esse procedimento não deixará o papel se 
grudar na matriz durante o processo de impressão. Na medida em que o tempo 
passa, o óleo aplicado à matriz, devido a seu processo de maturação, torna a matriz 
mais resistente.
Ruth Leaf (1976), outra autora e artista gravadora, também recomenda vedar o 
verso da matriz com verniz ou papel contact.
O papel para impressão
O papel para colagravura deve ser encorpado com gramatura alta para acomodar-
se nas texturas durante o processo de impressão, registrando-as na estampa. 
O papel deve estar úmido no momento da impressão, mas sem poças d’água – 
sendo que alguns autores, como Catafal (2003), recomendam a imersão prolongada 
dos papéis antes da impressão. Selma Daffré recomenda borrifar água mineral ou 
passar estopa úmida nos dois lados de cada folha e, na sequência, empilhar um 
papel úmido sobre o outro e colocar dentro de um plástico, no qual eles aguardarão 
pelo momento da impressão. 
Mais uma vez observamos que a cozinha de cada gravador nos traz uma receita a 
ser pesquisada, ou seja, você deve fazer suas experimentações e escolher a melhor 
forma de fazer o seu trabalho.
Impressão
Antes de iniciar a impressão, recomenda-se passar óleo de linhaça, de uma 
forma bem suave, na matriz. Se você utilizar muito óleo durante a impressão, a 
tinta irá se misturar ao óleo que está na matriz e ficará muito diluída, resultando em 
uma estampa borrada. 
A impressão da colagravura pode ser feita de maneiras distintas: relevo seco, 
relevo ou côncavo. 
Gravura em relevo (sem tinta) 
Essa impressão consiste no relevo seco, ou seja, no embosing. Leva-se a matriz sem 
tinta à prensa de cilindro, utiliza-se o papel molhado para obter o relevo da mesma.
Gravura em relevo (com tinta) 
Selma Daffré recomenda que a primeira prova de uma colagravura seja sempre 
feita em relevo com tinta, pois, segundo a experiência dessa artista, em uma matriz 
na qual esse tipo de impressão saia satisfatória, a prova de côncavo também sairá.
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Tinta-se a matriz com o rolo de borracha como na técnica de xilo ou linóleo, 
obtendo-se a gravura em relevo com tinta. A folha de papel também deve estar 
úmida para a impressão em prensa de cilindro ou rosca. 
Gravura em côncavo
A tinta para esse tipo de impressão deve ser mais fluida, portanto deve ser 
misturada ao óleo. A quantidade de óleo misturada a tinta deve ser testada com 
antecedência, pois uma tinta muito espessa não penetra nos sulcos, e uma muito 
diluída oxida com e tempo gerando manchas amareladas no papel.
Na colagravura, “as matrizes não se devem aquecer, porque muitas destas, pela 
sua própria natureza ficam alteradas” (CATALFI,2003, p. 103).
Tinta-se a matriz com a técnica de gravura em côncavo, espalhando-se a tinta 
com o auxílio de uma espátula ou pincel de pelos duros e curtos, ou ainda com 
o auxílio de uma escova de dente, deixando a tinta nas partes baixas da gravura. 
Limpe com entretela escócia desengomada no sentido vertical e novamente na 
horizontal. Em seguida, com entretela mais limpa em movimentos circulares, até 
visualizar a imagem. Passar suavemente com a palma da mão uma folha de páginas 
amarelas para limpeza final.
Côncavo e relevo juntas
Após fazer a impressão em côncavo, rola-se um rolo com uma segunda cor 
sobre a matriz. Você poderá utilizar um rolo pouco carregado com tinta branca 
tonalizada, ou seja, meio “suja” em uma passada rápida sobre a matriz já entintada 
em côncavo, para criar uma veladura. 
Limpeza da matriz
A limpeza da matriz é feita com o óleo de linhaça, que ajudará a mantê-laíntegra. 
Gypsogravura
Da palavra Gypsum do latim, que significa gesso, criou-se o nome gipsogravura 
para nomear uma técnica de gravura realizada com uma matriz que consiste em 
uma placa de gesso. O gesso como o conhecemos deriva da Gipsita, um sulfato 
de cálcio que é desidratado de forma total ou parcial. Esse aglomerante já era 
conhecido no Egito, utilizado pela humanidade há mais de 4.500 anos. 
Assim como na história da colagravura, não podemos precisar o início exato 
dessa técnica da forma como ela é atualmente utilizada. O primeiro registro do uso 
desse aglomerante na gravura foi em 1893, quando Pierre Roche (1855-1922), 
escultor francês, realizou uma matriz onde capturou a textura de uma alga marinha 
sobre uma superfície de gesso, criando assim a gypsogravura ou gypsotype.
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UNIDADE Técnicas Alternativas de Gravação: Colagrafia e Gipsografia
Figura 10 − Gypsogravura. ROCHE, Pierre. Alga marinha. 1893
Fonte: Ross, 1972
Conforme dissemos anteriormente, o artista brasileiro Odetto Guersoni 
desenvolveu a plastigrafia. Utilizando gesso, alvaiade, óleo, terebintina e secante, 
criava uma pasta que aplicava à madeira, onde, com gestos rápidos e incisões 
livres, gravava na superfície pastosa, utilizando-se de pentes, canetas, etc. Nessa 
técnica, oferece como resultado estampas com características muito gestuais. 
Assim, verificamos que a plastigrafia de Guersoni possui elementos de colagravura 
e da gipsogravura.
A gipsogravura é feita na atualidade sobre uma placa de gesso. Existem artistas 
que fundem uma placa de gesso a partir do gesso em pó; entretanto, muitos fazem 
uso de placas de gesso prontas, comercializadas para forro de tetos.
O vídeo da UNArte - Universidade Nacional de Arte de Bucareste, mostra o Prof. Dr Florin 
Stoiciu fundindo uma placa de gesso para fazer uma gipsografia. Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=pIsEGue76UI
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Gravação e impressão
A gipsogravura tem seus processos de gravação e impressão da mesma forma 
que uma gravura em relevo como a xilografia ou linoleografia.
Na placa de gesso, o projeto pode ser elaborado diretamente com tinta preta ou 
somente delineado com um lápis. Para a gravação, utilizam-se goivas e formões, como 
na xilogravura, mas também podem ser improvisadas ferramentas com pregos, facas e 
colheres, com as quais vão se raspando a superfície até se conseguir sulcos.
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O processo de impressão é o mesmo da xilogravura com tinta gráfica transferida 
para a matriz com o rolo de borracha. A impressão se faz na colher com papel de 
baixa gramatura, pois o gesso, uma vez levado à prensa, irá se quebrar, dada sua 
fragilidade.
A matriz de gipsogravura não se limpa com nenhum tipo de solvente. Deixe a 
tinta secar sobre a matriz e, se for necessário, volte a imprimi-la e retome logo após 
a tinta estar completamente seca.
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UNIDADE Técnicas Alternativas de Gravação: Colagrafia e Gipsografia
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Leitura
Onde Habitam Pedras e Linhas Cruzadas
Recomendamos a leitura do artigo: Onde habitam pedras e linhas cruzadas. Ele traz 
a beleza sutil da obra gravada de David de Almeida, de autoria de Joanna Latka. No 
artigo, a autora faz um breve relato das possibilidades das técnicas aditivas a partir da 
obra do artista português David de Almeida.
https://goo.gl/F3ihkg
 Vídeos
Técnicas de Grabado - Cómo se Hace la Colografía
Um vídeo onde você visualizará as etapas explicadas no conteúdo teórico, desde a 
colagem dos elementos na matriz até a impressão em côncavo.
https://www.youtube.com/watch?v=TNIjL-KucVQ
1º Harvey McWilliams: Collagraph Technique in Printmaking
Assista ao vídeo realizado por Paul Canady na década de 1970, onde o artista Harvey 
McWilliams demonstra todo o seu processo de criação, desde o desenho, a confecção 
da matriz e impressão de uma colagravura. Observe o uso que o artista faz da cola em 
primeiro lugar na criação de desenhos que ganharam texturas com a adição da areia 
amarela e, posteriormente, para impermeabilizar a matriz. 
https://www.youtube.com/watch?v=g5TILDLp1Do
Gipsogravura / Plaster Relief Print
Assista ao artista Florin Stoiciu, da Universidade de Bucareste, efetuando uma gipso-
gravura. Observe quais recursos o artista utiliza e o resultado obtido através da estam-
pa, onde podemos observar as imperfeições características da placa de gesso. 
https://www.youtube.com/watch?v=xFGpCHhYRQo
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Referências
CATAFAL, Jordi; OLIVA, Clara. A Gravura. Lisboa: Editora Estampa, 2003.
DASILVA, Orlando. De Colecionismo Gráfica. Curitiba: Secretaria do Estado da 
Cultura do Governo do Paraná, 1990.
JOHNSON, Uma E. American prints and printmakers. New York: Doubleday & 
Company, 1980.
LEAF, Ruth. Etching, Engraving and other intaglio printmaking techniques. 
New York: Watson-Guptill, 1976. 
ROSS, John; ROMANO, Clare; ROSS, Tim. The Complete Printmaker. New 
York: Roundtable Press, 1990.
SANTOS, Márcia Campos dos. Gravura sobre policarbonato: uma experiência 
contemporânea. 2006. Dissertação (Mestrado) Universidade Estadual Paulista, 
Instituto de Artes, 2006.
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