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Apostila UNIJUÍ - Sistema integrado de informações

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EaD
1
SISTEMA INTEGRADO DE INFORMAÇÕESUNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL – UNIJUÍ
VICE-REITORIA DE GRADUAÇÃO – VRG
COORDENADORIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – CEaD
Coleção Educação a Distância
Série Livro-Texto
Ijuí, Rio Grande do Sul, Brasil
2009
Sikberto Renaldo Marks
SISTEMA INTEGRADO
DE INFORMAÇÕES
EaD Si kberto Renaldo Marks
2
 2009, Editora Unijuí
Rua do Comércio, 1364
98700-000 - Ijuí - RS - Brasil
Fone: (0__55) 3332-0217
Fax: (0__55) 3332-0216
E-mail: editora@unijui.edu.br
www.editoraunijui.com.br
Editor: Gilmar Antonio Bedin
Editor-adjunto: Joel Corso
Capa: Elias Ricardo Schüssler
Designer Educacional: Mari Sandra Lazzarotto
Responsabilidade Editorial, Gráfica e Administrativa:
Editora Unijuí da Universidade Regional do Noroeste
do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí; Ijuí, RS, Brasil)
Catalogação na Publicação:
Biblioteca Universitária Mario Osorio Marques – Unijuí
M346s Marks, Sikberto R.
Sistema integrado de informações / Sikberto R. Marks.
– Ijuí : Ed. Unijuí, 2009. – 174 p. – (Coleção educação a
distância. Série livro-texto).
1. Sistema de informações. 2. Tecnologia da informa-
ção. 3. Gestão da informação. 4. Globalização. I. Título.
II. Série.
CDU : 004:658
 658:004
EaD
3
SISTEMA INTEGRADO DE INFORMAÇÕES
SumárioSumárioSumárioSumário
Boas-vindas .......................................................................................................................................5
Conhecendo o Professor ..................................................................................................................7
Dados Gerais do Componente ........................................................................................................9
Unidade 1 – Introdução ao estudo da administração da informação .................................11
Seção 1 – Conceitos de sistema de informação .............................................................12
Seção 2 – A importância de um sistema de informação ...............................................17
Seção 3 – Evolução dos sistemas de informação ..........................................................20
Seção 4 – Abordagem sistêmica .......................................................................................23
Seção 5 – Ecologia da informação ..................................................................................26
Seção 6 – Dado, informação, conhecimento, inteligência e sabedoria .....................28
Seção 7 – Fontes de informações da autoridade pública .............................................32
Seção 8 – Internet, Intranet e Extranet .............................................................................34
Seção 9 – Informação como recurso estratégico de políticas públicas ......................35
Seção 10 – Sinergia da informação e desinformação ...................................................38
Seção 11 – Integração da informação .............................................................................40
Seção 12 – Classificação de sistemas de informação ....................................................42
Unidade 2 – Tecnologia da Informação ....................................................................................51
Seção 1 – Conceito de Tecnologia da Informação ........................................................52
Seção 2 – O profissional de Tecnologia da Informação ...............................................55
Seção 3 – Componentes da Tecnologia da Informação ................................................59
Seção 4 – Gestão da Tecnologia da Informação ............................................................61
Unidade 3 – Sistemas de informação e estratégia .................................................................65
Seção 1 – Objetivos dos sistemas de informação para a Gestão Pública ..................66
Seção 2 – Planejamento Estratégico Público ................................................................70
Seção 3 – Potencial estratégico na gestão da informação ...........................................72
Seção 4 – Planejamento estratégico de informações ....................................................74
Seção 5 – Alinhamento dos planos estratégicos na Gestão Pública ..........................76
EaD Si kberto Renaldo Marks
4
Unidade 4 – Projeto de sistema de informação .......................................................................79
Seção 1 – Elaboração de um projeto de sistema de informação .................................80
Seção 2 – Implementação do sistema de informação ...................................................93
Seção 3 – Segurança e controle em sistemas de informação ......................................94
Seção 4 – Exemplos de sistema integrado de informação ............................................97
Unidade 5 – Inteligência organizacional I .......................................................................... 107
Seção 1 – Data Warehouse, Data Mart e Data Mining ............................................... 108
Seção 2 – Enterprise Resource Planning (ERP) ......................................................... 110
Seção 3 – Business Intelligence ..................................................................................... 112
Seção 4 – O conhecimento artificial na Gestão Pública ........................................... 117
Unidade 6 – Inteligência organizacional II ........................................................................ 121
Seção 1 – Capital intelectual ......................................................................................... 122
Seção 2 – Sistemas de conhecimento ........................................................................... 124
Seção 3 – Inteligência organizacional ......................................................................... 126
Seção 4 – Inteligência social e inteligência competitiva .......................................... 127
Seção 5 – Como se gera conhecimento no indivíduo ................................................ 128
Seção 6 – Como se gera conhecimento na organização:
 as learning organizations .............................................................................. 132
Seção 7 – Os sistemas de informação e seu relacionamento
 com a inteligência nas organizações ......................................................... 135
Seção 8 – Gerenciamento de equipes inteligentes:
 administração do conhecimento ................................................................ 136
Seção 9 – Sistemas de inteligência estratégica governamental ............................... 139
Seção 10 – Formação do conhecimento estratégico governamental ....................... 143
Seção 11 – Administração pública eletrônica ............................................................. 148
Unidade 7 – Competição na globalização da informação .................................................. 155
Seção 1 – Nova ordem mundial .................................................................................... 155
Seção 2 – Globalização e formação do poder global supranacional ....................... 163
Seção 3 – Globalização, processo decisório e poder político .................................... 165
Conclusão geral ao estudo deste componente ..................................................................... 171
Referências .................................................................................................................................. 173
EaD
5
SISTEMA INTEGRADO DE INFORMAÇÕES
Boas-vindasBoas-vindasBoas-vindasBoas-vindas
Saúdo a todos os alunos deste componente. Sejam bem-vindos.
Vamos trabalhar juntos em busca de conhecimento. Trocaremos idéias e aprenderemos
por meio da troca de informações. A Educação a Distância é uma forma dinâmica para se
aprender com grande intensidade. Tanto o professorquanto os alunos necessitam dedicar-
se com disciplina. Precisam ler bastante e também trocar idéias entre si. E isso é ótimo para
a aprendizagem profunda e duradoura.
Quero aproveitar esse espaço para convidá-los a buscarmos novidades no conheci-
mento relacionado ao assunto desse componente. Buscaremos assim informações além
das que se encontram neste livro didático. Procuraremos também fazer aplicações práti-
cas. Deveremos estar atentos às situações reais nas prefeituras e outras organizações de
natureza pública que conhecemos, principalmente naquelas em que trabalhamos, para
assim podermos comparar a teoria que estudarmos com as situações práticas do dia-a-dia
nas empresas.
Chamo sua atenção para o seguinte: este componente nos oportuniza aprendermos e
a refletirmos sobre a inteligência estratégica nas instituições públicas e nas empresas e so-
bre a inteligência individual nas pessoas. Teremos, portanto, a grande oportunidade de es-
tudar como as pessoas e como as organizações aprendem. E iremos, principalmente, buscar
refletir sobre como as organizações, atualmente, no contexto de severa competição e desafios
sociais imensos, podem valer-se dos sistemas de informação para desenvolverem competência
na geração de soluções por meio da transformação das informações em conhecimento.
Desta forma, sejam bem-vindos e sintam-se bem durante o tempo em que estivermos
juntos para aprender sobre temas interessantes, atraentes e muito importantes para nossa
vida profissional. Que até o final de nossos estudos tenhamos crescido na sabedoria da
capacidade para a gestão pública e na geração de políticas e estratégias adequadas aos
tempos de globalização em que estamos vivendo.
EaD
7
SISTEMA INTEGRADO DE INFORMAÇÕES
Conhecendo o ProfessorConhecendo o ProfessorConhecendo o ProfessorConhecendo o Professor
Quero me apresentar a vocês, alunos de EaD. Ao nascer
deram-me um nome que serve para que as pessoas se refiram a
mim, e para que eu mesmo me apresente. Sou o professor Sikberto
Renaldo Marks. Meus ancestrais eram russos e alemães. Faço
parte do quadro de professores da Unijuí desde que completei 28
anos de idade. E veja só que interessante: em 1968 havia nascido
há 18 anos e ainda faltavam 11 para me casar com a minha linda
e eterna esposa.
Sou administrador de empresas, formado na Unijuí. Fiz Pós-
Graduação a distância na Universidade Federal do Rio de Janei-
ro, e Mestrado em Administração na Universidade Federal do Rio
Grande do Sul. Tenho feito ao longo da vida diversos cursos pela
modalidade a distância. Gosto de estudar em casa desde jovem
(aliás, o que ainda sou, ao menos em espírito e disposição).
Tenho feito muitas coisas na vida. E gostei de tudo o que
fiz. Aliás, nada fiz que fosse caso de polícia. Fui vendedor, geren-
te de loja, empresário, consultor de empresas, vice-reitor na Unijuí,
diretor executivo na Fidene, diretor na AHCI, e uma quantidade
de atividades mais. Atualmente, de tudo isso, selecionei para me
satisfazer com o que mais aprecio: dar aulas, principalmente em
EaD, e proferir palestras por esse grande Brasil afora.
Tenho meus gostos pessoais, como acampar e estar com os
amigos. Aprecio por demais a minha família, com o qual me sinto
sempre muito feliz. Por passatempo tenho me dedicado a uma
horta e jardim, confeccionar peças em madeira, escrever e ler.
Seremos bons amigos durante esse componente, depois
dele, e para sempre. Contem comigo, conto com vocês!
EaD
9
SISTEMA INTEGRADO DE INFORMAÇÕES
Dados gerais do componenteDados gerais do componenteDados gerais do componenteDados gerais do componente
Esse componente, Sistema Integrado de Informações, modalidade EaD, é deveras
atraente, abrangente e desafiante. Estude a ementa dele:
Globalização, processo decisório e poder político. Formação do conhecimento es-
tratégico governamental. Projeto de desenvolvimento de sistemas de informações.
Tecnologias e exemplos de sistemas de informações governamentais. Sistemas de inteli-
gência estratégica governamentais. Informações, conhecimento e políticas públicas.
O objetivo geral é:
Estudar os assuntos pertinentes às tecnologias relacionadas com a informação em
gestão pública. A ênfase será no estudo da utilização estratégica da informação, visando à
geração de políticas públicas, à condução do processo decisório participativo e comprometi-
do, bem como o desenvolvimento da inteligência individual e organizacional.
Os objetivos específicos são:
a) proporcionar entendimento de como dados e informações são transformados em conheci-
mento e como este é utilizado no processo decisório e na geração de mais conhecimento;
b) desenvolver a capacidade de associar conhecimento com as demandas sociais e empresariais;
c) proporcionar entendimento sobre como se forma a inteligência organizacional;
d) proporcionar oportunidades para debater sobre o gerenciamento do conhecimento nas
organizações públicas;
e) estudar como se elabora um projeto de sistemas de informação, seja para entidades públi-
cas, seja para entidades privadas;
f) estudar o processo decisório nas organizações públicas;
g) desenvolver o discernimento sobre o sistema de informação como ferramenta para a orga-
nização no contexto competitivo da globalização e da nova ordem mundial que se forma.
EaD
11
SISTEMA INTEGRADO DE INFORMAÇÕES
Unidade 1Unidade 1Unidade 1Unidade 1
INTRODUÇÃO AO ESTUDO
DA ADMINISTRAÇÃO DA INFORMAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DESTA UNIDADE:
– Entender conceitualmente o que é um sistema de informação
– Compreender a sua importância para as organizações em geral
– Conhecer o contexto da informação nas organizações
– Conhecer como as informações devem ser utilizadas produtivamente nas organizações
– Conhecer a classificação mais adequada para sistemas de informação nas organizações
SEÇÕES DESTA UNIDADE
Seção 1 – Conceitos de sistema de informação
Seção 2 – A importância de um sistema de informação
Seção 3 – Evolução dos sistemas de informação
Seção 4 – Abordagem sistêmica
Seção 5 – Ecologia da informação
Seção 6 – Dado, informação, conhecimento, inteligência e sabedoria
Seção 7 – Fontes de informações da autoridade pública
Seção 8 – Internet, intranet e extranet
Seção 9 – Informação como recurso estratégico de políticas públicas
Seção 10 – Sinergia da informação e desinformação
Seção 11 – Integração da informação
Seção 12 – Classificação de sistemas de informação
EaD Si kberto Renaldo Marks
12
Seção 1
Conceitos de sistema de informação
Vamos iniciar pelo modo mais fácil de entender nosso assunto, certo? Traremos para
você as primeiras definições. E nada mais oportuno que definir o que é um sistema de infor-
mação, que é o assunto deste componente. Para isto, utilizaremos alguns respeitáveis auto-
res, e também nós mesmos faremos as nossas definições.
Laudon e Laudon (2004, p. 4) definem assim: “Um sistema de informação pode ser
definido tecnicamente como um conjunto de componentes inter-relacionados que coleta
(ou recupera), processa, armazena e distribui informações destinadas a apoiar a tomada
de decisões, a coordenação e o controle de uma organização.” Os autores acrescentam
ainda que “esses sistemas também auxiliam os gerentes e trabalhadores a analisar proble-
mas, visualizar assuntos complexos e criar novos produtos.”
O’Brien (2004, p. 7) define “como um grupo de elementos inter-relacionados ou em
interação que formam um todo unificado. ... é um grupo de componentes inter-relacio-
nados que trabalham rumo a uma meta comum, recebendo insumos [que são dados e
informações que entram] e produzindo resultados [que são informações que saem] em
um processo organizado de transformação [que é o processamento dos dados e informa-
ções].” Ele explica que um sistema assim possui três funções básicas:
• entrada: que capta os dados e as informações;
• processamento: que transforma os dados e as informações;
• saída: que transfere o produto do processamento aos usuários.
Um sistema de informação deveagregar também o feedback, que são dados sobre o
desempenho do sistema, e o controle, que segundo o autor, “envolve monitoração e avalia-
ção de sua meta.” Por exemplo, um sistema de produção deve ter itens de controle para
saber como vai o desempenho, a produtividade, os desperdícios, a qualidade, e assim por
diante.
EaD
13
SISTEMA INTEGRADO DE INFORMAÇÕES
Para Albertão (2005, p. 67), sistema de informação “é uma
série de elementos ou componentes inter-relacionados, numa
ordem especí fica , que coletam (entrada), manipulam
(processamento), disseminam (saída) os dados, informações, e
fornecem um mecanismo de feedback (retroalimentação). Es-
sas informações são então utilizadas pelos usuários para a to-
mada de decisões.”
Um sistema de informação que utiliza computador conta
com os seguintes elementos inter-relacionados:
• Hardware, que é o computador que realiza as atividades de
entrada, processamento e saída.
• Software, que são os programas do computador e dos usuários.
• Banco de dados, que consta de um conjunto de informações
devidamente organizadas.
• Telecomunicações, que são os sistemas de redes de trabalho
ligadas entre si.
• As pessoas que usam os sistemas de informação;
• Os procedimentos, que consta das regras, métodos, políticas e
estratégias que orientam o funcionamento de um sistema de
informação e as relações dos usuários com ele.
Entendeu tudo certinho? Penso
que talvez tenham restado algumas dú-
vidas. Por isso, vamos discutir um pou-
co sobre as definições anteriormente
apresentadas, digeri-las e assimilá-las.
Depois faremos algo interessante, elabo-
raremos as nossas próprias definições. Eu elaboro a minha e você
a sua, pode ser?
Feedback
É o retorno em informação a
uma pessoa que desejamos
ajudar, dando uma resposta a
sua pergunta, ou mesmo
auxiliando-a no que esteja
fazendo. Ao darmos um
feedback estamos buscando
que a outra pessoa se dê bem
em algo que está fazendo.
Feedback também é a
resposta a uma pergunta, um
conselho, um estímulo, uma
orientação para que a pessoa
mude de atitude.
Feedback também pode
ocorrer em máquinas, equipa-
mentos e sistemas. Nesses
casos há uma entrada de
informações, há um
processamento e um resulta-
do, que é a saída. O feedback
é a avaliação da saída para o
próprio sistema saber se está
cumprindo com seus objetivos.
Pelo feedback o sistema pode
auto-regular-se, ou dar um
sinal de que algo deve ser
providenciado.
Itens de controle
São indicadores para se saber
como está o desempenho de
um processo. Por exemplo, a
quantidade produzida por hora
no caso de uma equipe de
trabalho pode ser um de seus
itens de controle. Para que
realmente haja o controle deve-
se medir a cada tempo regular.
No caso do exemplo, poderia
ser diariamente.
EaD Si kberto Renaldo Marks
14
O que os autores citados nos escreveram? Notou que todos eles afirmaram inicialmen-
te que um sistema de informação é um conjunto de componentes, ou de elementos que
estão inter-relacionados entre si? O que eles não disseram, porém, é o que são esses com-
ponentes ou elementos. E você sabe de que se compõe esse conjunto? Pois certamente sabe,
e é bem simples: computador (hardware), muitas vezes mais de um; programas de compu-
tador para fazer o processamento (software); banco de dados, para armazenamento dos
dados e informações; rede de comunicação como a Intranet e a Internet, para a captação
de dados e sua transmissão; e os periféricos dos computadores, como scanners, impresso-
ras, etc.
Em segundo lugar, eles disseram que esse conjunto faz quatro atividade. São elas:
coletar, processar, armazenar e disponibilizar informações. Essa parte é bem fácil de en-
tender, não vai me dizer que ficou com dúvida.
Eles seguem para um ponto importante. Veja bem, tudo isso deve ter alguma finalida-
de, e eles chegam ao ponto da utilidade desse sistema. Qual é ele? Aquilo que um sistema
de informação produz serve para o processo decisório na organização, ou seja, para que
gestores, pessoas de responsabilidade social e econômica possam administrar a organi-
zação com os pés no chão, cientes do que estão fazendo. Vamos traduzir isso em palavras
mais simples, para que eles errem menos, não acha? Aqui entre nós, como o pessoal que
administra erra, não é assim? Quantas empresas falindo! Quantas pessoas perdendo o em-
prego! Quantas crises financeiras e econômicas acontecem! Quantos erros na administra-
ção pública! Quanta omissão na gestão dos interesses políticos de uma sociedade! Tudo
porque pessoas cometeram erros.
Pois bem, administrar é algo complexo. Há competição, há muitas informações, as
coisas mudam constantemente, o mercado está cheio de surpresas, e os seres humanos são
falhos. Então, um sistema de informação existe, em grande parte, para tornar a difícil res-
ponsabilidade dos gestores mais bem fundamentada, sabem em quê? Em informações bem
trabalhadas, ora essa.
Percebeu algo a mais nessas definições? Notou o que afirmou o nosso amigo O´Brien?
Ele disse algo fantástico. Que um sistema de informação deve ajudar os gestores a trabalha-
rem “rumo a uma meta comum”. Toda organização que se preza deve ter metas, fruto de
EaD
15
SISTEMA INTEGRADO DE INFORMAÇÕES
planejamento. Pois bem, um sistema de informação deve ajudar os gestores a alcançarem
essas metas. Preste atenção, por menor que seja um município, ele precisa de planejamento,
mas isso não basta. Precisa ser administrado para que o planejamento se torne realidade. E
isso, por sua vez, significa que metas precisam ser atingidas, afinal, você consegue imaginar
um plano sem alguma meta? Pois é, o sistema de informação deve ajudar os gestores a
verem se estão indo em direção do cumprimento das metas da instituição que dirigem.
Albertão referiu-se a mais um elemento importante. Ele falou de um tal de feedback,
lembra? O que esse autor quer dizer? Bem fácil, feedback é retroalimentação, ou seja,
ocorre quando um sistema toma informações de sua saída, que já foram processadas, e as
faz entrar outra vez no próprio sistema de informação. Procede assim tendo por objetivo
fazer o sistema funcionar melhor, ou funcionar diferente, ou ainda, fazer correções em al-
gum lugar no sistema. É pelo feedback que todo o sistema de aperfeiçoa, ou pelo menos se
mantém estável.
Vamos a um exemplo simples. Você por certo conhece uma geladeira, não é? Pois é, a
geladeira tem um motor e um compressor que faz o seu interior gerar frio. E ela possui um
botão pelo qual nós podemos definir a intensidade da sua temperatura interna. Aí ela funci-
ona mantendo sempre aquela temperatura. Como ela consegue isso? Ela tem um termostato,
que é o feedback dela. Esse termostato liga e desliga o motor, conforme a necessidade da
manutenção da temperatura assim como nós determinamos naquele botão. Que tal se não
tivessem inventado esse termostato? Nós teríamos que ligar e desligar o motor manualmen-
te, a cada pouco. Você já se imaginou sentado o tempo todo dentro da geladeira fazendo
isso? Viu como os feedbacks são importantes para os sistemas?
Pois o que numa prefeitura, por exemplo, é feedback? É um conjunto de coisas que ela
precisa ter. São os indicadores de desempenho para saber como vai indo, como os munícipes
estão vivendo e quais seus problemas, como a economia vai indo, e assim por diante. Con-
forme o caso, pessoas tomam decisões para fazerem correções de percurso. Os gestores pú-
blicos precisam, então, cientes do que se passa, bem informados, tomar decisões adequadas
visando a correções de rumo. Essas são ações de feedback.
EaD Si kberto Renaldo Marks
16
Um sistema de informação tem seus sistemas de feedback próprios e automáticos. Eles
são previstos no software e entram em ação sempre que isso for determinado. Por exemplo,
em determinadas circunstâncias o sistema pode bloquear algo, pode realizar uma outra
tarefa de processamento, pode chamar a atenção do executivo e assim por diante.
Vamos visualizar um sistema de informação por meio de uma figura? Estudeo que
desenhamos dentro da figura a seguir.
Figura 1: Componentes básicos de um sistema de informação
Meu amigo e minha amiga, temos uma tarefa pela frente, lembra? Eu não esqueci.
Vamos elaborar a nossa própria definição de sistema de informação? O desafio é fazê-la de
tal modo que indique que entendemos o que é um sistema de informação, certo? Lá vai a
minha:
Um sistema de informação é um conjunto de elementos compostos por computadores,
programas, banco de dados, pessoas e regras, que capta dados e informações na organiza-
ção e de fora dela, faz o processamento desses dados e informações e os disponibiliza de
forma bem ordenada para que sejam úteis à administração da entidade pública, do ponto de
vista dos interesses dos cidadãos. Todo sistema dispõe de um elemento especial, o feedback,
que serve para fazer com que o próprio sistema se auto-regule, conforme as determinações
das pessoas que controlam o sistema.
 
D
A
D
O
S 
 
I 
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E
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I 
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O
R
M
A
Ç
Õ
E
S 
Processamento 
(transformação) 
Armazenamento 
Feedback 
entradas saídas 
EaD
17
SISTEMA INTEGRADO DE INFORMAÇÕES
Gostou dessa definição? Pelo sim, pelo não, faça também a sua. Registre-a no espaço
a seguir, para completar o seu livro de estudos. Aí você, de certa forma, participará de sua
autoria. Ao menos neste seu volume. Mas não faça cópias, seja original, ta?
Para concluir essa seção, tenho algumas perguntas para refletirmos.
a) O que você acha, para termos um sistema de informação, sem-
pre precisamos ter computador? Ou podemos tê-lo apenas com papel
e lápis?
b) Empresas muito pequenas, como uma sapataria ou borracharia,
onde só o dono trabalha, precisa ter um sistema de informação?
c) E numa prefeitura, qual a importância de um sistema de infor-
mação para a sua gestão? E qual a importância para os munícipes?
Como deve um sistema de informação ser utilizado no planeja-
mento de longo prazo num município?
d) Você entendeu mesmo o que é feedback? Então explique no es-
paço a seguir, e mantenha esse registro para a sua memória.
Curiosidade: entradas também são conhecidas como “input”; saídas como “output”,
o processamento ou transformação como “processing”, “throutput” e a retro-alimenta-
ção, já sabemos, como “feedback”.
Seção 2
A importância de um sistema de informação
Sistemas de informação sempre existiram. O ser humano não vive sem eles. Mesmo
nos tempos em que não existiam empresas nem Estados, as pessoas usavam informações de
forma organizada, e isso já é um sistema de informação. Para se ter um sistema de informa-
EaD Si kberto Renaldo Marks
18
ção não se necessita, obviamente, de computador, programas especiais, etc. Isso é necessá-
rio para sistemas muito complexos e que necessitam processar grande quantidade de dados
e informações, com agilidade e exatidão. É evidente que sistemas manuais dão muito mais
trabalho para se obter as saídas que desejamos, e jamais conseguem competir com os siste-
mas informatizados, mas a informação sempre foi importante para o ser humano, em todos
os tempos.
Note que o elemento principal de um sistema de informação é, veja só, a INFOR-
MAÇÃO. E informação é aquilo que o ser humano mais necessita. Quanto mais comple-
xas as atividades em que os seres humanos se envolvem, maior é a necessidade de informa-
ções. E quanto mais competitivas essas atividades, maior é a quantidade das informações
necessárias. E, ainda, quanto mais tecnologia envolvida nas atividades dos seres humanos,
mais complexas serão as informações requeridas. Isso quer dizer o seguinte: quanto mais o
tempo passa, mais e mais todos nós vamos necessitar das informações, e maior será a neces-
sidade de elas serem confiáveis. Assim sendo, um sistema de informação tornou-se um
“instrumento de trabalho” de quase todos que atuam em qualquer organização. Deve
atender às necessidades de informação dos gestores, que são: agilidade, confiabilidade e
precisão.
Um sistema de informação compõe-se de dois grandes subsistemas: o social e o
automatizado. O automatizado estudamos na seção anterior. O sub-sistema social é aquele
que usa o subsistema automatizado. São as pessoas que usam as informações que ele pro-
duz para tomar decisões e dirigir as organizações, como prefeituras, Estados, nações, em-
presas, igrejas, clubes sociais, famílias, etc. O funcionamento dessas organizações depende
do que os sistemas de informação informam e do que as pessoas fazem com as informações
que têm a sua disposição.
Veja a seguir um quadro com o que se pode fazer com as informações disponibilizadas.
Estude bem esse quadro e veja se nele não estão condensados os pontos que dizem respeito
à importância dos sistemas de informação.
EaD
19
SISTEMA INTEGRADO DE INFORMAÇÕES
O que as empresas podem obter usando com inteligência bons sistemas de informação?
1. Rápido acesso a informações, relatórios, tabelas, gráficos, comparativos, indicadores,
simulações etc.
2. Precisão, confiabilidade e amplitude em informações.
3. Redução nos custos e melhoria na produtividade.
4. Comparações com outras entidades públicas, e até empresas.
5. Melhorias nos serviços públicos realizados e oferecidos.
6. Aperfeiçoamento e melhor fundamentação no processo decisório.
7. Processo decisório mais ágil.
8. Facilitação e maior motivação para a interatividade entre as pessoas que tomam deci-
sões, o que gera o desenvolvimento de maior experiência nelas.
9. Possibilidade de realização de planos e projeções mais confiáveis.
10. Possibilidade de análise mais profunda e segura do mercado e repercussões na coleti-
vidade.
11. Facilitação do fluxo de informações.
12. Modernização e simplificação da estrutura organizacional.
13. Democratização da estrutura de poder nas organizações públicas e nas empresas.
14. Maior capacidade do gestor público para se adaptar às contingências do mercado, da
demanda da coletividade, das situações inesperadas e assim por diante.
15. Possibilidade de geração de conhecimento, teoria, inteligência e sabedoria na organi-
zação, buscando posição de liderança quanto à capacidade inovadora.
Quadro 1: A importância de um sistema de informação para as empresas
Essa é uma lista de sugestões. Há muito mais aspectos de importância para os siste-
mas de informação nas organizações e nas empresas. Sugiro que você se esforce e inclua ao
menos mais cinco itens que denotam a importância desses sistemas. Imagine a organização
em que você atua, ou a que você melhor conheça. Pode ser a sua igreja, a organização em
que trabalha, como desejar. É importante fazer essas pequenas atividades em seu livro, pois
assim estabelecerá uma espécie de diálogo com ele.
EaD Si kberto Renaldo Marks
20
Minhas sugestões de mais itens sobre a importância dos
sistemas de informação para as empresas:
1.
2.
3.
4.
5.
Seção 3
Evolução dos sistemas de informação
Antes da invenção da escrita a informação era transmitida
oralmente de geração a geração. É de se crer que muito se perdia.
Mesmo naqueles tempos registros se faziam por meio de dese-
nhos. Com a escrita a informação pôde ser mais bem armazena-
da, com maior fidelidade, e por mais tempo. Ou seja, criou-se a
capacidade de o ser humano acumular conhecimento anotando
seu saber, ao longo do tempo. A escrita permitiu o armazenamento
da informação, elemento vital para todo e qualquer sistema de
informação. A escrita foi uma grande revolução para os antigos
sistemas de informação.
Com o surgimento das nações e dos grandes impérios, das
guerras, do comércio, o desenvolvimento da tecnologia ao longo
do tempo, a utilização de informações tornou-se cada vez mais
importante. Era necessário principalmente registrar a informa-
ção para poder recuperá-la depois, como acontece, por exemplo,
nos contratos. O seu processamento intermediário, como fazem
hoje os computadores, era algo impensável. O que se fazia era a
Acumular conhecimento
A sociedade humana é muito
criativa e inventiva. Está
sempre desenvolvendonovos
conhecimentos ou aperfeiço-
ando e expandindo os já
existentes. Pois de alguma
forma esse conhecimento
precisa ser registrado para que
não se perca. Isso vem sendo
feito por meio de livros, filmes
e outros registros, e recente-
mente pela informática. Assim
fica fácil acumular conheci-
mento, transformando-o em
informação registrada de
alguma maneira. Essa informa-
ções podem ser resgatadas
por qualquer pessoa que
deseje assimilá-lo, e assim,
outra vez transformá-lo em
conhecimento. Por esse
processo a humanidade vai
acumulando conhecimento, ou
seja, tendo a sua disposição
cada vez mais conhecimento.
EaD
21
SISTEMA INTEGRADO DE INFORMAÇÕES
atualização de fichas e livros, como os antigos arquivos e seus
fichários. Não demorou para aparecer um profissional que se tor-
nou famoso: o guarda-livros, sucedido pelo contabilista. Aquele
guarda-livros era responsável pelo armazenamento e atualiza-
ção das informações das empresas e organizações. Este era o
processamento que ele fazia. A interpretação daquelas informa-
ções nem era muito importante, mas ela era realizada pela pes-
soa que administrava a organização. E muitos se limitavam a
saber quanto estavam vendendo, quanto tinham a receber e quan-
to deveriam pagar.
A concorrência, no entanto, se intensificou, e muito. E con-
tinua se intensificando cada vez mais. Já estamos nos tempos de
globalização dos negócios, isto é, o comércio se torna mundial,
bem como o desenvolvimento da tecnologia e as transações de
informações assim se intensificam.
Enfim, a sociedade econômica nos leva a uma nova situa-
ção, a revolução da informação. Antes deu-se a revolução agrí-
cola, que modernizou a produção primária. Depois tivemos a re-
volução industrial, que modernizou a produção nas fábricas.
Agora temos a revolução da informação, que tem outros nomes,
como revolução do conhecimento, revolução tecnológica, revo-
lução da informática, etc. Outros a chamam de Terceira Revolu-
ção Industrial, ou Revolução Técnico-Científica-Informacional.
Com ela estamos entrando na chamada “sociedade do conheci-
mento”.
Os primeiros computadores, na década de 50, eram à vál-
vula, com quilômetros de fios. Eram lentos, serviam para cálcu-
los, feitos apenas algumas vezes mais rápidos que à mão. Neces-
sitavam de consertos freqüentes. Eles ocupavam grandes espa-
Sociedade do conhecimento
Há alguns anos a produção e o
enriquecimento eram baseados
em três fatores fundamentais:
a terra, o capital e o trabalho.
Nos últimos anos, porém,
outro fator entrou em cena e
tornou-se mais importante que
os demais. Esse fator é o
conhecimento. Produz-se tanto
conhecimento nessas últimas
décadas que ele se tornou vital
para a humanidade. Sem
conhecimento já não se pode
existir. Ou, sem produzir
conhecimento a humanidade
entraria em colapso. Assim,
produzimos cada vez mais
conhecimento e necessitamos
produzi-lo. Estamos na
sociedade do conhecimento,
vivemos dele e não sobrevive-
mos mais sem ele.
EaD Si kberto Renaldo Marks
22
ços, faziam barulho com o ligar e desligar dos relés. Quando surgiram os transistores, redu-
ziu-se a quantidade de fios e a velocidade do processamento aumentou significativamente.
Após o transistor surgiu o microcircuito, que mais tarde resultou no microprocessador, um
sistema integrado de grande quantidade de transistores numa só placa.
O armazenamento de informações deu um salto, com a invenção das fitas e tambores
magnéticos. A velocidade do processamento estava na casa dos milionésimos de segundos,
algo incrível naqueles tempos.
Na década de 60 do século 20 foi criada uma nova técnica de circuitos integrados, o
SLT (Solid Logic Technoloy). Permitia processamentos simultâneos. As técnicas de integração
dos cirquitos evoluíram e o processamento chegou aos bilionésimos de segundos. Na cécada
de 70 os microprocessadores evoluíram muito, dando um salto no processamento de dados.
Também nessa época surgiram as primeiras transmissões de dados entre computadores, por
meio de redes.
De 1980 em diante o mundo presenciou o surgimento da inteligência artificial com
altíssima velocidade, programas de elevado grau de interatividade com o usuário. Também a
Internet foi ganhando espaço, e poderiamos dizer, explodiu mundo afora na década de 90.
Hoje os sistemas de informação informatizados são utilizados tanto em grandes orga-
nizações como nas bem pequenas. O mundo e as pessoas não vivem mais sem esses recur-
sos. A informação tornou-se a matéria-prima do conhecimento, fácil de ser utilizada.
Sistemas de informação atualmente não são mais apenas para informar, mas para desen-
volver estratégias de getão pública, para gerar conhecimento, desenvolver ciência, de-
senvolver as pessoas, gerar conhecimento organizacional, e assim por diante. Não há
nenhum exagero em afirmar que atualmente o maior patrimônio da humanidade é a
informação e o conhecimento.
EaD
23
SISTEMA INTEGRADO DE INFORMAÇÕES
Seção 4
Abordagem sistêmica
Vamos estudar algo sobre a Teoria Geral dos Sistemas. Uma
vez que nosso foco é estudar sobre administração da informação,
e como já sabemos que a informação é processada por um siste-
ma, agora vamos refletir um pouco sobre sistemas.
E o que é um sistema? Vamos a uma definição. Conforme
Oliveira (1996, p. 34), a Teoria Geral dos Sistemas define siste-
ma como um conjunto de e lementos ou componentes
interdependentes, que interagem para se atingir determinado
objetivo comum, formando um todo unitário e complexo.
Vamos refletir sobre essa definição? Acompanhe o raciocí-
nio. Em primeiro lugar, sistema é um conjunto de elementos,
certo? Quantos elementos? Pelo menos dois. É que um elemento
não forma um conjunto, isso é óbvio! Há, porém, uma caracterís-
tica nesse conjunto: eles são interdependentes, e interagem
entre si. Esse ponto é importante para se entender um sistema:
interação interdependente. Nunca esqueça isto. Essas partes,
pela sua interação interdependente, têm ao menos um objeti-
vo, mas podem ser mais. E uma última coisa: eles formam um
todo complexo.
Entendeu? Mais ou menos? Então está bom, vamos enten-
der isso melhor, afinal, um estudante de curso superior que não
souber explicar um sistema passa vergonha.
Toda organização é um sistema. Ela possui elementos que
a compõem. E que elementos são esses? São, por exemplo: pes-
soas, em suas diversas funções; prédios com suas salas; compu-
Elementos ou componentes
interdependentes
São as partes de algo que se
necessitam mutuamente, e que
também se relacionam
mutuamente. Por exemplo, o
nosso corpo é composto de
elementos interdependentes.
Os braços necessitam dos
ombros, do cérebro, do
estômago, e assim por diante.
O cérebro necessita dos braços
e do estômago. E este, por sua
vez, necessita dos braços e do
cérebro. As peças de um
automóvel também são assim,
mas não em tanta intensidade
de interdependência como os
órgãos de nosso corpo.
Perceba o seguinte: o exemplo
que demos sobre o corpo é
limitado a alguns órgãos. Na
verdade todos dependem de
todos. Faltando um, há
deficiência, e dependendo de
que órgão faltar, há prejuízo
sério ou há interrupção da
vida.
Numa empresa os departamen-
tos, setores, etc., são
interdependentes entre si. É
importante que os gestores
vejam a empresa dessa forma.
Interação interdependente
É o relacionamento entre
partes que se necessitam
mutuamente. Numa empresa,
por exemplo, o departamento
financeiro necessita de vendas,
de produção, de contabilidade,
etc., assim como estes também
necessitam do departamento
financeiro. Por isso precisam
trocar informações entre si, ou
seja, precisam relacionar-se,
pois um depende do outro.
EaD Si kberto Renaldo Marks
24
tadores e seus programas; telefones; recursos financeiros; recursos materiais; muitas anota-
ções em diversos lugares; uma estrutura organizacional hierárquica; fluxo de informações,
entre as pessoas dentro da organização, e com pessoas de fora dela, e muito mais.
Pois bem, essas partes são interdependentes entre si, ouseja, todas elas necessitam
umas das outras, não conseguem funcionar de modo totalmente independente. Por exem-
plo, os programas de computadores necessitam das pessoas para funcionar, e as pessoas
precisam dos programas para fazerem seu trabalho. Assim também o fluxo de informações
necessita dos telefones, e outros recursos, e as pessoas os usam.
E esse sistema todo, como já se pode perceber, torna-se bem complexo para descrever,
não é mesmo? É só tentar descrever por completo o conjunto das partes de uma organização
pequena e explicar como se relacionam entre si, e verá como isso é difícil.
E esse sistema todo, que chamamos organização, que poderia ser uma prefeitura, ou
uma autarquia, tem seus objetivos. Se não os tivesse, para quê teríamos um sistema? Quais
são os objetivos de uma organização? Podem ser vários, e entre os mais comuns temos: para
as empresas pode ser a obtenção de resultados positivos; crescer no mercado; obter estabili-
dade financeira e econômica; melhorar a qualificação; produzir tecnologia, e assim por di-
ante. Para uma prefeitura pode ser a obtenção de condições para que as empresas sejam
bem-sucedidas, que os cidadãos tenham estabilidade em seus empregos, com qualidade de
vida, que tenham educação e participem do desenvolvimento econômico.
É possível lembrar de outros sistemas para ilustrar, além do sistema de organização
pública? Sim, estamos rodeados por sistemas. Aliás, nós mesmos, nosso corpo, é um sistema.
Um relógio é um sistema, um automóvel também.
O que você acha, uma caneta é um sistema? E uma caneta em sua mão escrevendo, é
um sistema? Faça o teste utilizando a definição anterior, e vai conseguir responder. Lembre-
se, apenas um conjunto de partes ainda não é um sistema, mas pode vir a ser, se completar-
mos a definição. Sistema tem de ter partes interdependentes, que interagem entre si
visando a alcançar um objetivo. Agora pense numa organização que cuida do saneamento
numa determinada cidade. Isso é um sistema?
EaD
25
SISTEMA INTEGRADO DE INFORMAÇÕES
Vamos aprofundar mais a compreensão dos sistemas. Eles têm, como abordamos na
seção em que estudamos os sistemas de informação, quatro elementos: entrada,
processamento, saída e feedback.
Entrada consta da captação dos dados primários. Pode ser em forma manual ou por
meio de recurso de informática. Exemplo: a computação das horas trabalhadas, tempo para-
do, etc., numa folha de pagamentos.
Processamento é a transformação de dados em saídas úteis. Isso também pode ser
realizado manualmente ou por computador. Exemplo: a realização dos cálculos da folha de
pagamento para a definição do valor a pagar.
Saída é o fornecimento de informações úteis, por meio de gráficos, relatórios, tabelas,
e outras formas. No caso em pauta, a saída podem ser os contracheques.
Feedback é uma saída especial que todo sistema necessita. Ela é útil para realizar
correções e ajustes no processamento e na entrada do sistema, e também na saída. Por
exemplo, se ocorrem problemas nos contracheques, ou se o processamento atrasa, ou se
ocorrem outras disfunções, essas são informações de saída que dão a entender que algo
precisa ser feito para que não ocorra mais. As causas das situações podem estar tanto no
processamento quanto na entrada, como até mesmo nos fornecedores do sistema. Então,
identificadas as causas, serão tomadas medidas corretivas. O feedback, contudo, não é só
para correções, também serve para avaliações, aperfeiçoamentos, prevenção, e muito mais.
Veja agora uma ilustração de um sistema geral.
Figura 2: Componentes de um sistema geral
 
 
 
entrada processamento saída 
feedback 
EaD Si kberto Renaldo Marks
26
Estude a figura anterior. Ela representa qualquer sistema. Note então que um sistema
de informação tem esse sistema geral por modelo, com pequenas adaptações. É assim que se
pode representar todo e qualquer sistema, com adaptações a partir do sistema geral, que
sempre é representado da mesma maneira, como na Figura 2. Desenhe e redesenhe esse fácil
modelo, e não o esqueça nunca mais, pois é o modelo básico para todos os demais sistemas.
Identifique as diferenças desse modelo geral para com os sistemas de informação. Compare
com a Figura 1.
Seção 5
Ecologia da informação
Os profissionais que lidam com informações têm-se limitado essencialmente aos as-
pectos técnicos do hardware e do software. Gerenciar a informação era, e em muitos caso
ainda é, realizar investimentos em equipamentos e desenvolver softwares. Além disso, têm
incluído o treinamento e a qualificação de pessoas para fazerem esses equipamentos funci-
onar. Acontece que os avanços tecnológicos tem ocorrido em velocidade acelerada, o que de
certa forma justifica essa postura.
Você que lê essa seção, está sendo convidado a meditar um pouquinho. Fica evidente
que tal postura não é suficiente, não é mesmo? Imagine a situação: uma empresa bem equi-
pada com computadores, uma quantidade de programas recém-desenvolvidos e de alto de-
sempenho. Essa empresa, supõe-se, está na vanguarda do que de mais avançado existe em
informática para sistemas de informação. Agora vêm três perguntas: ela está realmente bem
suprida com informações? Ela é estrategicamente bem gerenciada? As pessoas que nela
trabalham sabem desenvolver estratégias competitivas a partir das saídas de seu sistema de
informação? A prática tem demonstrado que não. Apenas dispor de bom equipamento e
bons programas é o mesmo que ter uma fábrica com boas máquinas e boa matéria-prima,
mas cujos colaboradores não sabem bem o que fazer com tudo isso.
EaD
27
SISTEMA INTEGRADO DE INFORMAÇÕES
Davenport e Prusak (1998) criaram uma nova abordagem para melhor obtermos pro-
veito dos sistemas de informação. Vamos explicar em poucas palavras. Essa nova aborda-
gem eles chamam de “ecologia da informação”. Isso diz algo para você? Deve dizer o se-
guinte: a ênfase é no ambiente da informação. Não mais nos equipamentos e nos progra-
mas. Programas e equipamentos sempre serão necessários, porém a informação e o que com
ela se faz na empresa ou nas entidades públicas é ainda muito mais importante, você não
acha?
Na ecologia da informação estão incluídos até mesmo os valores das organizações
e sua cultura quanto à informação, ou seja, o que costumam fazer com a informação.
Agora você já deve estar pensando que considerando os valores e a cultura de uma prefeitu-
ra, por exemplo, quanto à utilização da informação, de imediato chama a atenção para o
gerenciamento desses aspectos, não é mesmo? E é exatamente isso. Há mais, porém.
Ecologia da informação também inclui as forças e armadilhas
que interferem no intercâmbio de informações na organização. Isso
significa que em todas as organizações há políticas de uso das infor-
mações, costumes consagrados que são seguidos para uso das infor-
mações. Há situações em que são estabelecidas regras rígidas para o
uso das informações. Isso tudo, e muito mais, afeta a eficácia, para
melhor ou para pior, do desempenho de um sistema de informação numa empresa ou numa
entidade pública.
Vejamos por outra ótica. Uma prefeitura, por exemplo, bem estruturada, com um bom
sistema de informação, terá bom proveito desse sistema se capacitar as pessoas que nela
trabalham para fazerem bom uso das saídas geradas. Isso, porém, é só o início. As pessoas
devem sentir-se à vontade para criar alternativas, devem sentir-se motivadas a inventar, pro-
por, analisar e desenvolver novas idéias. Elas precisam ter motivos para, com um poderoso
sistema de informação ao seu dispor, buscar desenvolver conhecimento sobre a prefeitu-
ra, sobre os munícipes, sobre o ambiente, e assim por diante. Consegue agora imaginar o
potencial dessa simples expressão “ecologia da informação?” Pois prepare-se, a ênfase de
nosso estudo será nessa direção: a sábia utilização desses sistemas.
EaD Si kberto Renaldo Marks
28
Seção 6
Dado, informação, conhecimento, inteligência e sabedoria
Vamos nesta seção assimilar maiscinco conceitos vitais para o gerenciamento da in-
formação numa organização. São os conceitos de dado, informação, conhecimento, inte-
ligência e sabedoria. Você vai gostar de entender esses conceitos, pois tem a ver com você
mesmo, com a organização e com todas as pessoas. Agora vamos nos aprofundar no concei-
to de ecologia da informação. Venha comigo, lendo com atenção, pois o assunto está fican-
do cada vez mais importante.
• O que é dado? Côrtes (2008, p. 26) ensina que “são sucessões de fatos brutos, que não
foram organizados, processados, relacionados, avaliados ou interpretados, represen-
tando apenas partes isoladas de eventos, situações ou ocorrências.” Os dados são as
“unidades básicas” das informações, segundo o autor. Imagine uma construção civil. A
pilha de tijolos encostados no chão, para serem colocados organizadamente na parede,
são os dados. Ou, em outro exemplo, o número 30 é um dado. Ele não nos diz nada, senão
um valor, mas de quê?
• O que é informação? Côrtes (2008, p. 26) afirma que “quando os dados passam por algum
tipo de relacionamento, avaliação, interpretação ou organização, tem-se a geração de
informação.” No caso dos nossos exemplos, quando o pedreiro organizou os tijolos em
forma de uma parede, o conjunto desses tijolos adquiriu um significado, e a parede seria a
informação. Ou, lembra daquele número 30? Que tal dizer assim: um homem andando de
bicicleta a 30 quilômetros por hora. Isso já é uma informação, pois temos aí um relaciona-
mento entre um número, velocidade, um ser humano e um veículo. Com dados não se
pode tomar decisões, mas com informações isso já é possível. Por exemplo, um veículo a
130 quilômetros pode levar o guarda a tomar a decisão de aplicar uma multa. Uma obser-
vação: a qualidade e quantidade de informações mais a capacidade de quem decide
qualificam as decisões.
Deu para entender o que é informação? Dito de outra maneira, por exemplo, um
dado relacionado a outros dados pode criar um significado, algo que nos serve como
informação. Por exemplo, 16 horas, é uma informação? Não, é só um dado. Se dissermos,
EaD
29
SISTEMA INTEGRADO DE INFORMAÇÕES
porém, que o ônibus partiu às 16 horas, então temos uma informação. Relacionamos esse
valor a outros dois dados, o ônibus e a partida. São três dados que criam um significado, até
bem importante para quem perdeu o ônibus, não é mesmo?
Vamos aproveitar o momento para aprender o que é um metadado. O conceito mais
comum de metadado é pilha de dados, ou dado sobre dado, ou um conjunto de dados
ligados entre si. Entendeu? Provavelmente não. Com um exemplo deixaremos tudo claro.
Imagine aquele número 30. É um dado, como já dissemos, mas é um dado simples. Agora 30
km, ainda é um dado, mas já é um metadado. E 30 km por hora. É um metadado, pois ainda
não diz nada. Metadado é um dado composto de vários dados, mas que ainda não nos
serve de informação, porém um cavalo a 30 km por hora, aí já é uma informação. Ou
38Cº, também é um metadado, e 38Cº na sala de reuniões quer dizer que lá está bem quen-
te. Temos aí uma informação. Podemos até dizer: a coisa está quente lá dentro.
• E o que é conhecimento? Será um conjunto de informações? O que acha? Grande parte
dos sistemas de informação é isso mesmo: “sistemas de informação”, e mais nada. Não são
capazes de gerar conhecimento, portanto tem pequena utilidade.
Siga o raciocínio, vamos entender com um exemplo, depois traremos a
definição de geração de conhecimento. Voltemos ao número 30. É só um dado.
Agora 30 km por hora, é um metadado. Um cavalo correndo a 30 km por hora
é uma informação. Saber até que velocidade um cavalo pode correr; saber até
quanto ele pode correr se bem treinado, saber por quanto tempo um cavalo
pode correr nessa velocidade; saber por quanto tempo um cavalo pode correr
até se cansar; saber qual a faixa de idade em que o cavalo mais rende para correr, isso já é
conhecimento.
Diz Côrtes (2008, p. 40) que “ao dispormos de diferentes informações relacionadas a
um tema, é possível ascender ao estágio do conhecimento, no qual a tomada de decisões
pode ser efetivada com maior adequação e em longo prazo.” Ou seja, com conhecimento
pode-se decidir com maior precisão e até mesmo planejar. Por exemplo, um veículo a 135 km
por hora, para o guarda de trânsito pode significar a necessidade de aplicação de uma mul-
ta. Se ele souber, entretanto, que se trata de uma ambulância transportando um enfartado
 
EaD Si kberto Renaldo Marks
30
vai deixar passar, aliás, se puder, vai tentar ajudar bloqueando outros veículos para que a
ambulância passe mais depressa. Para tomar essa decisão ele necessita de mais que uma
simples informação, necessita de conhecimento. Aliás, veja bem o seguinte. Conhecimento
não é só o conjunto de informações que ele pôde ver. Não é só ver que se trata de uma
ambulância com a sirene ligada. É conhecer as leis de trânsito para essa situação, e com
isso tudo, decidir o que fazer.
Considerando a nossa comparação em forma de construção, dado é o tijolo, a parede
é a informação e as dependências formadas com as paredes são o conhecimento.
• E inteligência, o que é? A pergunta vital agora é: o que fazemos com as informações e
com o conhecimento? Muito se pode fazer, você diria. E está certo. Podemos tomar deci-
sões, o que é mais óbvio, mas também podemos planejar, replanejar, executar os pla-
nos, podemos ainda refletir sobre o que está acontecendo. Podemos, principalmente,
fazer perguntas. E, a partir das perguntas, podemos desenvolver novo conhecimento.
Com o tempo, podemos desenvolver teorias e leis científicas. Para fazer todas essas
coisas temos de ter inteligência.
Inteligência é o quê, então? É a capacidade de usar o conhecimento e as informa-
ções de forma criativa, para fazer algo útil com elas, criar soluções, progredir, realizar,
construir, e principalmente para desenvolver mais conhecimento.
A inteligência é favorecida pela interação entre as pessoas. Quanto mais as pessoas
trocarem idéias entre si, mais inteligência elas desenvolverão. E também mais conhe-
cimento gerarão. A inteligência, portanto, é bem mais um fruto do esforço conjugado
entre várias pessoas bem organizadas do que o mesmo número de pessoas agindo indivi-
dualmente.
Em nossa analogia com a construção, inteligência é a capacidade de dispor as depen-
dências da casa de forma que sirva melhor para os seus fins. Se for uma casa na praia as
dependências certamente serão diferentes de outra num bairro de uma cidade grande. E
certamente elas serão diferentes para o caso da construção ser um hotel ou um conjunto de
escritórios.
EaD
31
SISTEMA INTEGRADO DE INFORMAÇÕES
• E, finalmente, o que vem a ser a sabedoria? Côrtes (2008, p.
44) afirma que “a sabedoria é a capacidade de utilizar ade-
quadamente e de maneira ampla a inteligência disponível
sobre determinado assunto.”
Vamos entender isso, pois é importante. A sabedoria é, di-
gamos, uma inteligência superior, capaz de nos conduzir para
melhor chegarmos a realizar as coisas de modo a sermos bem-
sucedidos. As pessoas sábias valem-se de princípios construtivos
para conduzirem as suas vidas, assim elas obtêm sucesso mais
facilmente.
Utilizemos a ilustração da construção. Nela a forma como
dispusemos as dependências era a inteligência. A sabedoria é como
nós usamos tudo o que há na casa, buscando obter resultados
que sejam favoráveis a todas as pessoas que dessa casa se ser-
vem. Para isto nos utilizamos de princípios de vida, tais como
honestidade, cordialidade, buscar agir com qualidade, busca do
aperfeiçoamento, fazer logo o que tem de ser feito, assumir os
compromissos, etc, principalmente amar as outras pessoas. Isso
é sabedoria, a capacidade de agir com base nas informações,
conhecimento e inteligência de modo tal que os resultados
sejam positivos e bons para todos.
Em contrapartida, em lugar da sabedoria poderíamos ter a
astúcia, que seria a sabedoria negativa, prejudicial. Os astutos
pensam maisem si mesmos, os sábios pensam em todos.
Vamos meditar um pouco? Para quê mesmo
servem os planos estratégicos nas empresas? Já pa-
rou para pensar sobre essa questão? Um plano es-
tratégico deve ser o guia de uma prefeitura, de
um Estado, de uma empresa para que oriente as
Princípios construtivos
São os conceitos que devemos
seguir para que algo dê certo e
seja bem-sucedido. Por
exemplo, “sempre fazer algo
bem-feito” é um princípio
construtivo, mas ser
desleixado não é. Nas empre-
sas seus Planos Estratégicos
geralmente prevêem um
conjunto de princípios que as
pessoas devem seguir para
que ela alcance os resultados
positivos desejados.
Princípios de vida
São conceitos que as pessoas
seguem para alcançar sucesso
em suas carreiras profissionais
e em sua vida social e afetiva.
Por exemplo, ser amável é um
princípio básico para uma boa
vida social. Assim há outros
princípios, como: honestidade,
pontualidade, esforço em fazer
as coisas, busca da perfeição,
e assim por diante.
Plano Estratégico
É o plano de longo prazo de
uma empresa ou de uma
organização. É o conjunto de
ideais da alta administração
que norteia os esforços de
todos, que assim logram
alcançar objetivos de curto,
médio e longo prazos. Resulta
no estabelecimento de um
direcionamento a ser seguido
pela empresa para alcançar a
missão por ela estabelecida.
 
EaD Si kberto Renaldo Marks
32
pessoas que nelas trabalham, no sentido de que realizem esse
trabalho com sabedoria, pensando na sua organização, nas de-
mais pessoas, no povo em geral, nos clientes, nos concorrentes
e na economia como um todo. Parte do princípio de que todos
necessitamos uns dos outros, portanto, em lugar de nos destruir-
mos mutuamente, sejamos sábios e construamos nossa econo-
mia e sociedade como empreendimentos em conjunto. Esse
enfoque ainda retomaremos mais adiante.
Seção 7
Fontes de informações da autoridade pública
Esta seção, embora concisa, é importante. Refere-se aos
lugares de onde vêm as entradas de nossos sistemas de informa-
ção, ou seja, as fontes dos dados e das informações. Essas fontes
podem ser de origem interna (da própria organização) ou do am-
biente externo.
De imediato podemos refletir sobre algo relevante. Sistemas
de informação que só usam fontes internas são fracos, e não po-
dem contribuir muito para a formação de estratégias sociais. Não
contribuem muito para a produção de conhecimento e para o
desenvolvimento da inteligência e sabedoria. Possibilitam isso
tudo, mas de forma bem mais limitada que aqueles sistemas que
incluem fontes externas de dados e informações.
Como estamos em plena globalização dos negócios, não
há mais como não processar em nossas organizações o que se
passa fora delas, e que é de interesse para nossas estratégias. Ou
seja, não há mais como ficar alheio ao que se passa no contexto.
Globalização dos negócios
É a intensificação e a facilitação
da realização de negócios entre
empresas e mesmo entre
indivíduos de diferentes países.
EaD
33
SISTEMA INTEGRADO DE INFORMAÇÕES
Nem como ficar desinformado sobre o que pensam e como deci-
dem os empresários, as pessoas e as outras entidades, de tantas
que existem. Nem sobre o que se passa na economia nacional e
mundial. E assim por diante. Acha que esse raciocínio é impor-
tante?
As fontes internas são bem óbvias. Elas vêm dos setores de
serviços públicos, de obras, de produção, de estoques, de pesso-
as, da qualidade, e da própria contabilidade, e muito mais. Vêm
também de reuniões, relatórios, estudos, análises feitas na orga-
nização.
As fontes externas vêm de periódicos, jornais, estatísticas,
outros órgãos públicos, cidadãos, outros profissionais, agências
de publicidade, governo, universidades, centros de pesquisa, en-
tre outros. Fontes externas há em quantidade incrível. A própria
Internet é uma fonte inesgotável de muitas informações impor-
tantes. E os gestores dos órgãos da gestão pública podem formar
as suas próprias redes de informações externas, com outros pro-
fissionais e pessoas com quem possam trocar informações, mui-
tas vezes privilegiadas.
O importante é que na gestão pública se desenvolva a ati-
vidade de prospecção de informações do ambiente externo. Pode-
mos chamar isso de ‘serviço de inteligência’. Ou seja, a empre-
sa hoje em dia precisa ter um olho voltado para fora dela e outro
para dentro. Com isso ela deve buscar conhecimento do que se
passa lá fora, desenvolver inteligência e sabedoria estratégica,
para conseguir mais eficácia na gestão pública, inserida num mer-
cado que cada vez mais se assemelha a uma guerra não declara-
da, onde salve-se quem puder.
Serviço de inteligência
É a atividade que se realiza
principalmente no âmbito de
governos e dos órgãos de
segurança, mas também nas
empresas, visando a entender
o modo de agir de pessoas,
organizações e outros gover-
nos. Tem por objetivo orientar
organismos governamentais
para os quais esses serviços
trabalham.
Inteligência e sabedoria
estratégica
A inteligência é a capacidade de
pessoas ou grupos de pessoas
utilizarem conhecimento, de
gerarem novo conhecimento e
de realizarem coisas úteis com
o conhecimento. A sabedoria é
a capacidade, ou dom, de usar
a inteligência para bons
propósitos, que propiciem
benefícios não somente a
quem faz algo, mas a outras
pessoas, e que não cause
prejuízo a ninguém.
Inteligência e sabedoria
estratégica são competências
que só podem ser encontradas
em algumas empresas e
organizações. Têm por
característica saber dirigir a
empresa ou organização para
que ela cresça com segurança
e honestidade, produza bons
resultados aos seus donos,
colaboradores, clientes e
sociedade.
EaD Si kberto Renaldo Marks
34
Seção 8
Internet, Intranet e Extranet
A Internet desenvolveu-se no tempo da guerra fria, nas décadas de 60 e 70 do século
passado. Os Estados Unidos desenvolveram uma rede para ligar computadores militares entre
si, para o caso de um ataque da União Soviética. Assim foi desenvolvida a ARPAnet, criado
pela Arpa (Advanced Research Projects Agency), que antecedeu a Internet. O sistema de rede,
com muitos nós de conexão, permitia que, caso um ou mais computadores fossem destruídos,
a comunicação assim mesmo funcionaria por outros nós com outros computadores.
O sucesso foi grande, a tal ponto que resolveram utilizar a rede tam-
bém para pesquisas científicas nas universidades. Como a quantidade de dados
aumentou consideravelmente, criou-se a MILnet (abreviatura de Military
Network), para fins militares, e a nova ARPAnet para fins não-militares.
A Internet desenvolveu-se pela criatividade de Tim Berners-Lee, um cientista, e pelo
CERN, Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire – Centro Europeu de Pesquisas Nucle-
ares – que criaram a World Wide Web – WWW. Inicialmente ela interligou as universidades e
centros de pesquisa científica. A partir do início dos anos 90 surgiu o HTML (HyperText
Markup Language, que significa Linguagem de Marcação de Hipertexto), liguagem utilizada
para produzir páginas na Internet, o HTTP (Hypertext Transfer Protocol, que significa
Protocolo de Transferência de Hipertexto), protocolo utilizado para transferir dados pela
WWW, que é parte da Internet.
A Internet na verdade é um conglomerado de redes, não apenas uma rede, com
milhões de computadores interligados pelo protocolo da Internet. Permite a transferência
de dados e informações, e tudo o que se puder transformar em ambiente virtual.
Atualmente a maior utilização da Internet é como correio eletrônico, esforços de cola-
boração remota (como a enciclopédia Wikipédia, pesquisas científicas, troca de informa-
ções, formação de redes pessoais de colaboração) e o compartilhamento de arquivos. A
criatividade, no entanto, cria a cada dia novas utilidades para o mundo virtual, especial-
mente no campo dos negócios.
EaD
35
SISTEMA INTEGRADO DE INFORMAÇÕES
Como uma conseqüência da Internet, não demorou muito para se desenvolverem as
intranets e as extranets. A Intranet constitui-se de umarede corporativa de computadores
tal como a Internet, porém ela é exclusiva para uma determinada organização, somente os
computadores da empresa ou entidade pública podem acessá-la. Seus computadores podem
ser facilmente acessados e dados compartilhados por pessoas autorizadas, de qualquer de-
partamento da organização, mesmo que estejam localizados distantes dela. É, portanto,
uma rede privada de troca de informações, cujo acesso é limitado aos computadores dessa
rede. Utiliza, no entanto, os mesmos protocolos e padrões da Internet. Permite acesso a
documentos, informação de departamentos, programas de computadores, notícias internas
e externas, interação de documentos, reuniões internas virtuais, calendários de eventos,
utilização de manuais de procedimento, políticas internas da instituição, informações sobre
o processamento de requisições e muito mais.
Por sua vez, a Extranet é organizada com os mesmos princípios da Intranet, com a
diferença de incluir colaboradores externos, representantes, cidadãos, fornecedores, ban-
cos, etc., que não fazem parte do quadro funcional da organização. Outras organizações e
entidades públicas podem ter acesso controlado e limitado ao sistema de informação de
uma determinada prefeitura ou Estado, por exemplo. A formulação de estratégias de gestão
pública e de políticas públicas pode ser acelerada por meio desses recursos da Tecnologia da
Informação. Há muitos municípios e Estados valendo-se desses recursos, modernizando a
sua gestão e assim obtendo melhores resultados.
Seção 9
Informação como recurso estratégico de Políticas Públicas
Hoje em dia, você há de concordar, não é fácil administrar uma empresa. Do mesmo
modo, é cada vez mais complexo administrar um município. E muito mais um país, não
acha? Já foi mais fácil tempos atrás. Um dos motivos é a forte concorrência entre as empre-
sas, a globalização dos negócios e a possibilidade de crises globais, além de perda de renda
EaD Si kberto Renaldo Marks
36
e de emprego. Isso pode acontecer de um trimestre para outro.
Há, no entanto, outros motivos, por exemplo, as pessoas torna-
ram-se mais exigentes. Os governos estão criando leis para que
as empresas respeitem os clientes. Os cidadãos querem mais se-
gurança e maior qualidade de vida. E a tecnologia não pára de
evoluir, jogando no mercado novos produtos que desatualizam
rapidamente outros produtos. Este é um cenário bem real. No
conjunto, torna a administração bastante complexa, inclusive em
municípios de pequeno porte, que geralmente enfrentam dificul-
dades em reter seus jovens no local.
Num contexto desses, de
globalização, a informação, o conheci-
mento, a inteligência e a sabedoria as-
sumem importância cada vez maior. Meu
amigo ou minha amiga: agora não dá
mais para dirigir uma o rganização sem conhecer
detalhadamente o que se passa com seus processos. E também
não dá mais para desconsiderar o ambiente externo. Qualquer
sistema de informação que não considere o ambiente externo
não é completo, e tem pouca utilidade para a gestão estratégi-
ca da empresa.
A informação é um recurso estratégico vital. Com ela os
gestores das organizações em geral devem aprender a desenvol-
ver conhecimento. Eles precisam agora ser infogestores, isto é,
serem capazes de, com base em informações, desenvolver conhe-
cimento útil para partilhar com seus pares. Entenda bem o se-
guinte: quem administra uma organização atualmente precisa
fazer mais que apenas tomar decisões e dirigir processos. Ele
precisa desenvolver conhecimento sobre a própria organiza-
ção. E precisa desenvolver conhecimento sobre o que se passa
na economia, no contexto ambiental da sociedade, sobre os ci-
Infogestores
São gestores contemporâneos
capacitados a utilizar as
informações bem como os
recursos da Tecnologia de
Informação para motivar e
desenvolver quem com eles
trabalha.
EaD
37
SISTEMA INTEGRADO DE INFORMAÇÕES
dadãos, sobre o mercado em geral, sobre as tendências da tecnologia e muito mais. Resu-
mindo, os gestores tem hoje extrema necessidade de empreender esforços em suas organiza-
ções para nelas as pessoas desenvolverem conhecimento pertinente as suas atividades.
Entendeu o drama? Em poucas décadas, todos aqueles que são revestidos de altas
funções nas organizações precisam saber como conduzir seus liderados para que todos
juntos saibam utilizar as informações que vêm dos sistemas de informação, e de outras
origens, e transformar em conhecimento e resultados positivos para a comunidade. Isso
além do que já faziam, que é tomar decisões.
Então veja só, as organizações tornaram-se também centros de pesquisa, de apren-
dizagem, de desenvolvimento da ciência administrativa. Isso é muito interessante para
quem está entrando no mercado de gestores. É uma oportunidade para mudar a cultura de
muitos gestores mais antigos, que têm grande dificuldade em gerir o desenvolvimento de
conhecimento e de inteligência, mais a sabedoria nas empresas e nas entidades públicas.
Resumindo esta seção: os sistemas de informação, o que fazem
mesmo? Bem, coletam dados e os transformam em informações, não é
isso? E o que faziam as organizações há uma década com essas infor-
mações? Tomavam decisões para conduzi-las. Hoje isso tudo está mu-
dando, e rapidamente. Já não é mais suficiente decidir, é necessário
muito mais. A gestão pública enfrenta maiores desafios em atender os cidadãos e as organi-
zações privadas. Por exemplo, para poder negociar nesse mundo de negócios cada vez mais
competitivo, em que empresas buscam tirar outras do mercado, é fundamental desenvolver
conhecimento.
Lembra o que é conhecimento? Simples, é um conjunto grande de informações que
pessoas inteligentes e sábias são capazes de utilizar para conduzir a sua organização. Co-
nhecimento é formado de informações, e precisa estar ligado às mentes das pessoas. O co-
nhecimento escrito não tem valor algum se um grupo de pessoas não o utilizar para boas
finalidades. O que se encontra escrito em livros não é conhecimento, é informação, que se
estudada por pessoas, em suas mentes se transforma em conhecimento. Assim é na empresa,
os sistemas de informação devem ter agora função estratégica. Isso quer dizer o quê? Que as
EaD Si kberto Renaldo Marks
38
informações que esses sistemas fornecem em suas saídas devem
envolver o que acontece no ambiente social e econômico, onde
estão tanto os cidadãos quanto as empresas, e serem, pelas pes-
soas, transformadas em conhecimento, e este ser transformado
em poder estratégico para soluções sociais.
Seção 10
Sinergia da informação e desinformação
“O conceito genérico de sinergia é coerência e integração”,
conforme Rezende (2008, p. 11). Segue explicando que “a sinergia
é a coerência de informações, idéias, planos, direcionamentos,
ações, com relações efetivas entre os níveis superiores, médios e
inferiores, bem como seus paralelos.”
O que significa, então, sinergia da informação? Isso é bem
fácil de entender, mas é algo que, com freqüência, nas organiza-
ções não ocorre como deveria. Assim, preste atenção ao que vem
a seguir.
Imagine duas situações em empre-
sas privadas. Na primeira, você dirige uma
empresa e nela há um bom sistema de in-
formação. Os gestores usam essas infor-
mações para a elaboração de planos coe-
rentes entre si. Elaboraram um Plano Estratégico geral que
orienta toda a organização. Todos os departamentos seguem
esse plano, e agem de modo que um ajude o outro. Eles não
competem entre si, mas se auxiliam e se complementam.
Sinergia
A palavra sinergia deriva do
grego synergía, composta de
sýn (cooperação) e érgon
(juntamente). Assim, significa
o esforço coordenado e
harmonioso de várias pessoas
ou subsistemas na realização
de uma tarefa, obtendo um
efeito ou resultado superior do
que se essas pessoas ou
subsistemas atuassem em
separado.
EaD
39
SISTEMA INTEGRADO DE INFORMAÇÕES
O que você acha? Nessa empresa há ou não sinergia de
informações? Sim, há, porque nelanormalmente as pessoas cola-
boram entre si e não ocorrem conflitos de idéias que levam a per-
das de tempo, brigas, boicotes e outras situações lamentáveis. É
claro, isto pode acontecer, mas é exceção, não ocorre com fre-
qüência. E são situações mais facilmente solucionadas.
Agora imagine uma outra situação. Você dirige uma em-
presa que também tem um bom sistema de informação, porém,
nesse caso, os gestores agem de forma independente um do ou-
tro. Cada departamento faz seus planos em separado. Na empre-
sa até já elaboraram um Plano Estratégico, mas que não é devi-
damente considerado. É como se nem existisse. Cada diretor age
conforme ele mesmo acha ser o mais certo. Ocorrem conflitos entre
os líderes e altos gestores. Eles não se entendem, e são freqüen-
tes as brigas e boicotes entre os departamentos.
Nessa empresa ocorre freqüentemente a desinformação. Ou
seja, eles não se entendem ali dentro. Falta um rumo para a em-
presa. Ela se parece com um cobertor curto e estreito em dia de
frio: cada um puxa para um lado diferente, e nunca é suficiente
para todos. Imagine que nessa situação na empresa haja muita
manipulação, um tentando enganar o outro, escondendo ou re-
tardando informações, distorcendo-as. E sempre que puder, al-
guém tentará criar situações embaraçosas para outra pessoa que
detesta. Numa situação dessas uma empresa consegue competir
facilmente com as melhores do mercado?
Então, conseguiu entender o que é sinergia da informa-
ção? Vamos a uma definição diferente, para que possa entender
melhor esse assunto. Sinergia da informação é o uso de um sis-
tema de informação por parte dos líderes da organização vi-
sando, em conjunto, colaborando um com o outro, a conduzir a
Desinformação
É uma informação que não
contribui, mas que confunde
ou cria dúvidas. Pode também
ser a manipulação da verdade
para confundir a opinião
pública.
EaD Si kberto Renaldo Marks
40
organização para que seja bem-sucedida em suas incumbências. Imagine o quanto a
sinergia é importante para a gestão pública. Sinergia é um colaborar com o outro para obter
resultado superior ao que obteriam atuando isoladamente. Sinergia é o efeito da colabora-
ção em equipe. Na medida em que uma pessoa tem dificuldade de compreender uma situa-
ção, outra a ajuda. E reúnem-se com freqüência para debater relatórios em conjunto. Reú-
nem-se também para desenvolver mais conhecimento em conjunto. Resumindo, trabalham
muito por meio de reuniões para assim poderem melhor colaborar um com o outro, visando
sempre ao bem comum e resultados como um todo para a organização.
Agora aí vai um desafio: faça uma descrição de como deveria ser a sinergia da informa-
ção em uma prefeitura, ou em um órgão público de prestação de serviços à comunidade, ou
mesmo numa empresa que conhece. Se for numa organização de natureza pública, não
esqueça o cidadão, a comunidade, as outras organizações. Perceba desde logo que é bem
mais complexo administrar instituições públicas do que privadas. As entidades públicas
envolvem o conjunto de interesses conflitantes entre si, de natureza política. Nas organiza-
ções privadas o interesse é de quem controla a empresa.
Seção 11
Integração da informação
Rezende (2008, p. 123-124) observa que “não é mais possível aceitar que os sistemas
sejam isolados e completamente independentes nas organizações.” Ou seja, ele afirma que
“as integrações dos sistemas de informação são as relações de interdependência entre os
sistemas ou subsistemas existentes na organização e o seu meio ambiente interno e exter-
no, que dinamizam a troca de dados e informações entre eles.”
A integração da informação é absolutamente necessária para que aquilo que estuda-
mos na seção anterior, a sinergia da informação, possa efetivamente ocorrer. Veja bem, além
de as pessoas colaborarem entre si, o próprio sistema deve estar de tal maneira constituído
para que ele seja íntegro, isto é, para que seus subsistemas dialoguem entre si. Tente imagi-
EaD
41
SISTEMA INTEGRADO DE INFORMAÇÕES
nar uma prefeitura com sistemas de informações não integrados, isto é, para que não se
comunicam entre si. Quais as conseqüências disso? E se a própria administração funcionar
em setores que se isolam entre si? O que acontece?
Você até pode estar pensando assim: mas isso todo mundo já sabe, que os sistemas
numa empresa não podem agir isoladamente, que precisam funcionar de forma
interdependente. Sim, claro, todos sabem, mas muitas empresas, por diversos motivos, ain-
da estão na situação que todo mundo já sabe que é prejudicial.
Vamos a um exemplo, para entender melhor. Imagine uma organização na qual tudo
está informatizado, como se diz. Imagine, porém, que o sistema que controla os serviços não
tem interface com o sistema contábil e o sistema de produção também não. Vamos parar aí,
certo? Que transtorno, não é mesmo? Tudo o que se processa em serviços e em produção
precisa ser digitado outra vez para entrar no sistema contábil. É perda de tempo, erros que
precisam ser procurados e corrigidos, e assim por diante. Tudo funciona mais devagar. O que
acha, é possível haver sinergia num contexto desses? Coloque-se na seguinte situação: você
precisa de um orçamento rápido, para ter em mãos em dez minutos. Há uma demanda ur-
gente requerendo informações importantes para elaborar um importante projeto. Você está
literalmente ‘no mato sem cachorro’, isto é, perdido no meio de dados e informações que
não colaboram entre si, por falta de integração. Tal situação é bem comum em prefeituras,
em empresas e em outras organizações, que estão em crescimento pois freqüentemente mu-
dam de sistema ou anexam outros programas às novas atividades, e assim por diante.
Em situações tais a organização terá baixa qualidade de in-
formação, isto é, falta presteza, confiabilidade e conformidade com
os fatos que ali ocorrem. Vai haver também falta de produtividade
da informação, pois ela vem atrasada ou nem é possível de ser obti-
da, sendo então insuficiente. Também podemos concluir que temos
uma situação de falta de efetividade da informação, isto é, as infor-
mações que o sistema gera não são regulares, nem são práticas, nem duráveis. A efetividade
é o somatório da eficiência (desempenho) com a eficácia (resultado) como esclarece Rezende
(2008, 124).
EaD Si kberto Renaldo Marks
42
Tente imaginar uma situação dessas, se ela
permite uma gestão estratégica estando, no caso
uma prefeitura, inserida num contexto em que as
empresas do município enfrentam alta competi-
ção. Imagine que nesse caso os sistemas de informação da prefei-
tura e das empresas não estejam integrados. Faça uma compara-
ção virtual com outro município, no qual os empresários e gestores
dialogam entre si e com o poder público para o uso da informa-
ção, em que os sistemas, tanto da prefeitura quanto das empre-
sas, estejam perfeitamente integrados. Pense como seriam os de-
safios de um e de outro caso para o planejamento estratégico de
cada município, bem como de cada empresa.
Seção 12
Classificação de sistemas de informação
Há diversas classificações dos sistemas de informação, ba-
seadas em Tecnologia da Informação. Aqui desenvolveremos uma
classificação que se presta a entender melhor a importância da
informação em todos os níveis nas organizações. Temos, então,
as seguintes categorias:
• Sistemas de Informação Operacional
• Sistemas de Informação Gerencial
• Sistemas de Informação Estratégicos
• Sistemas Especialistas
• Sistemas de Apoio à Decisão
Eficiência
É a relação entre os resultados
obtidos e os recursos aplica-
dos. É, por exemplo, a medida
de produtividade de uma
pessoa ou equipe. É também
fazer as coisas bem-feitas,
conforme a boa técnica.
Resumindo, é o desempenho
de um processo ou atividade.
Eficácia
É a relação entre os resultados
obtidos e os objetivos
estabelecidos. É também fazer
as coisas para que sejam úteis
e tenham valor. Ou seja, não
basta sermos apenas eficien-
tes, devemos ser

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