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Sistema ventricular, meninges e líquor Amanda Gonçalves M2 2020.2/UFRJ Macaé - Os ventrículos laterais se comunicam com o terceiro ventrículo pelos forames interventriculares (forames de monro) - O teto do ventrículo lateral e a parede do corno anterior são formados pelo corpo caloso - Seu assoalho e sua parede lateral são formados pelo núcleo caudado - O assoalho da parte central é formado pelo tálamo - Os ventrículos laterais tem teto, assoalho, parede posterior, anterior e inferior, e são separados pelo septo pelúcido - Os plexos corióides dos ventrículos laterais produzem o líquor, localizando-se no corno inferior e no assoalho da parte central dos ventrículos - O III ventrículo, presente no diencéfalo, também tem teto, assoalho, parede lateral, anterior e posterior - O III ventrículo apresenta um plexo chamado de tela corióide (O teto do III ventrículo). Desse modo, o líquor presente dentro do III ventrículo, além de vir dos ventrículos laterais, também advém da tela corióide, que o produz - O líquor preenche os ventrículos estabelecendo uma pressão que impede o parênquima de comprimir para dentro - Aqueduto de Sylvius/cerebral comunica o III ventrículo com o IV ventrículo (fossa losangular encontrada na ponte e no bulbo) - O bulbo possui uma porção aberta (IV ventrículo) e uma porção fechada (canal central, que se continua com a medula espinal) - O canal central é mais fino e, por isso, tende a criar resistência à continuidade da circulação do líquor, criando um aumento de pressão que favorece o líquor a passar do IV ventrículo para o espaço subaracnóide - O IV ventrículo apresenta duas aberturas laterais (forames de luschka) e uma mediana (forame de magendie), que permitem que o líquor passe para o espaço subaracnóide - Cisterna subaracnóide: Cisterna cerebelo-pontina/sistema magno (maior de todas). É o espaço subaracnóide aumentado por conta da maior circulação de líquor nesse ponto (que vem do IV ventrículo) - O líquor torna o encéfalo um órgão bem mais leve, além de impedir que o encéfalo comprima as raízes nervosas contra o estojo ósseo de amortecer o deslocamento do encéfalo (evitando colisão dessa estrutura com o crânio). - Entre o folheto interno (camada meníngea) o e craniano (externo, camada endosteal) da dura-máter, há um espaço que contém sangue: o seio venoso da dura-máter (receptáculo de sangue venoso) - Em determinados pontos, esse compartimento de seio venoso recebe o líquor do compartimento que contém líquor. As estruturas que medeiam isso são as granulações aracnóides (líquor sai do seu compartimento e vai para o seio venoso pela diferença de pressão) - Nem todos os seios venosos são ricos em granulações - As trabéculas aracnóideas impedem o colabamento das meninges aracnoides e pia máter BARREIRAS ENCEFÁLICAS - São 3, sendo a mais forte a barreira hemato-encefálica, que é a estrutura do capilar - Os vasos cerebrais são diferentes dos vasos de outras partes do corpo. Suas células endoteliais são mais próximas uma das outras, visto que existem junções oclusivas que as unem, dificultando a passagem de elementos indesejáveis do sangue para o sistema nervoso - Além disso, os pés dos astrócitos, localizados do lado de fora dos vasos sanguíneos, também funciona como uma barreira - Há também a barreira hemato-liquórica (mais fraca), entre o sangue e o líquor - A barreira mais fraca de todas é a líquor-encefálica, que só depende da pia-máter HIDROCEFALIA - Aqueduto cerebral sofre obstrução (seu tamanho diminui), o que aumenta a pressão do líquor dentro dos ventrículos laterais e do III ventrículo - Como a pressão do líquor aumentou, o encéfalo acaba comprimindo os seios da dura-máter, o que dificulta a drenagem do sangue MENINGES - A pia-máter, junto com a aracnóide, é chamada de leptomeninges (significa frágil, delicada) - Dura-máter = paquimeninge (rígida, dura) - A dura-máter craniana apresenta 2 folhetos (externo - endosteal - e interno - camada meníngea), enquanto a da medula apresenta um só - O folheto externo periosteal da dura-máter craniana está colado diretamente no crânio - Na medula, entre a dura-máter espinal e o periósteo da vértebra há o espaço epidural/extradural/peridural (onde a anestesia peridural é aplicada) - Os seios venosos e as pregas são formados quando o folheto interno e externo da dura-máter se separam - A medula espinal termina a nível da vértebra L1 e, por conseguinte, a pia-máter também termina, continuando como um único filamento (filamento terminal) - Depois disso, dentro do espaço da medula só sobram os prolongamentos dos neurônios, que vão formar a cauda equina + dura-máter e aracnóide - Quando a dura-máter e a aracnóide chegam ao nível da segunda vértebra sacral, elas formam um fundo, cheio de líquido (saco dural), ao nível de S2 - Por isso, os médicos anestesistas preferem aplicar anestesias abaixo de L1, pois depois dessa região não há risco de a medula ser atingida, caso um erro seja cometido - Os prolongamentos da cauda equina vão começando a deixar o interior do saco dural, e a medida que eles chegam à estrutura óssea do sacro, dali para fora não é mais dura-máter, e sim o epineuro que reveste o nervo - A vascularização da dura-máter (artérias e veias meníngeas) é diferente da vascularização do encéfalo APLICAÇÃO CLÍNICA Traumatismo crânio-encefálico (TCE) que causa fratura do crânio - Dura-máter e vasos meníngeos podem sofrer ruptura, e o sangue de dentro dos vasos começa a se acumular entre a dura-máter e o crânio (com a presença de sangue, o espaço epidural é criado entre a dura-máter e o periósteo) - Ao crescer, esse hematoma peridural/extradural comprime o crânio, o que aumenta sua pressão interna (a pressão vai de cima para baixo) - O crescimento do hematoma pode causar, então, a compressão do tronco encefálico (onde ficam os centros respiratórios e cardíacos) - Outro tipo de hemorragia é a que acontece na margem entre a dura-máter e a aracnóide, provocado por ruptura das veias do espaço subaracnóide que se projetam para dentro dos seios venosos - Ocorre com sacudidas muito fortes e rápidas da cabeça (em lutas, por exemplo), que pode romper as veias do espaço subaracnóide - A ruptura dessas veias faz com que elas não sejam drenadas para os seios venosos, se acumulando entre a aracnóide e a dura-máter = hematoma da margem dural (imagem C) - Na imagem D, há um hematoma característico de um AVC hemorrágico ou em aneurisma, em que um aumento súbito de pressão faz a artéria se romper - O sangue se acumula entre o espaço subaracnóide e invade o tecido nervoso - - O ramo oftálmico do nervo trigêmio dá ramos meníngeos que inervam pregas da dura-máter (a foice do cérebro e a tenda do cerebelo) são inervadas principalmente por ramos do ramo oftálmico do nervo trigêmeo) - O ramo maxilar desse nervo também dá ramos que se entrelaçam às artérias meníngeas para detectar a distensão vascular - Então, quando essas artérias pulsam muito, dá a sensação de que a cabeça está pesada - Geralmente, quando essas artérias meníngeas estão coladas entre o folheto externo (camada endosteal) da dura-máter e o estojo ósseo, as artérias estiram a dura-máter ao pulsarem (pois o estojo ósseo não cede), o que dá dor de cabeça (médicos prescrevem analgésicos com cafeína, pois a cafeína é vasoconstritora) - O folheto interno da dura-máter cobre a glândula hipófise, deixando apenas um orifício para que a haste hipofisária se comunique com o hipotálamo (diafragma da sela) - Diafragma da sela: é uma pequena lâmina horizontal que fecha superiormente a sela túrcica, porém deixa um pequeno orifício para a passagem da haste hipofisária - Desse modo, a glândula fica presa dentro da sela túrsica - Pesquisar: tenda ou tentório do cerebelo APLICAÇÃO CLÍNICA Adenoma da hipófise - Tumor que faz a hipófise crescer devido à proliferação exacerbada das células que secretam prolactina - A glândula cresce e desloca o diafragma da sela para cima, o que provoca dores de cabeça e visão turva progressiva (poiso quiasma óptico está sobre a glândula, então sofre compressão) SEIOS - O seio sagital superior possui muitas granulações aracnóideas, começa no polo rostral do cérebro e vai até a região da protuberância occipital interna - É nessa protuberância que ocorre a confluência dos seios, pois o sangue do seio sagital superior se distribui para os seios transversal esquerdo e direito. O seio occipital sobe e alcança a confluência. O seio reto (fica na linha média, acima do cerebelo e abaixo dos dois lobos occipitais) também termina nessa protuberância - Os seios transversais são o meio pelo qual o sangue que chega na protuberância se distribui - O seio reto recebe sangue do seio sagital inferior (acima do corpo caloso), que por sua vez recebe sangue de veias superficiais presentes na face medial de cada hemisfério cerebral - Esse seio reto também recebe sangue do sistema profundo encefálico - As veias que estão presentes na face súpero-lateral, drenam sangue em direção ao seio sagital superior - A veia de galeno ou veia cerebral magna recebe a maior parte do sistema encefálico profundo (núcleos da base, cápsula interna - Os seios transversais recebem todo esse sangue, deslocam-se lateralmente pelo crânio e curvam para baixo, para dentro e para frente, assumindo o formato de um “S” e formando o seio sigmóide - Quando esse seio passa pelo forame jugular, ele passa a ser chamado de veia jugular - O seio cavernoso se encontra em torno da fossa hipofisária - O seio petroso guarda relação com a porção petrosa do osso temporal MENINGES ESPINHAIS - O nervo, ao passar pelo neuroforâme e sair da coluna, deixa de ser envolvido pela dura-máter e passa a ser envolvido pelo epineuro - A pia-máter acompanha a fissura mediana anterior, as radículas e as raízes nervosas - Cada segmento da pia-máter gera um ligamento denticulado, evitando que a medula retraia ou perca sua posição (mantém a estabilização da medula em relação à coluna), fixando-a na aracnóide, que se funde à dura-máter, que se funde ao periósteo - O que também contribui para essa estabilização é a pressão que o líquor forma na subaracnóide X a presença de tecido adiposo entre a dura-máter e o forame vertebral - O tecido adiposo se encontra no espaço epidural, entre a dura-máter e a estrutura óssea - Dura-máter medular só apresenta um folheto - O fundo do saco dural dá origem a 3 ligamentos sacrais, que ficam o fundo do saco dural ao cóccix - As meninges e a medula, então, estão presas longitudinalmente pelos ligamentos denteados, inferiormente pelos ligamentos sacro-coccígeos e superiormente pelo encéfalo) ANESTESIA PERIDURAL X RAQUIDIANA - A anestesia peridural é aplicada no espaço peridural (entre a dura-máter e a coluna) e anestesia as raízes nervosas, sem circular pelo líquor - Quando o anestésico é aplicado no espaço subaracnóide (que contém o líquor), ele pode subir para o líquido encefálico (se for mal aplicada, pode causar dores de cabeça) - raquidiana
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