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DPP- descolamento prévio de placenta

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P4 Hab. Clínicas |Obstetrícia Lucianne Albuquerque |Medicina 
 
 
DESCOLAMENTO DE PLACENTA PRÉVIA (DPP) 
O descolamento prematuro de placenta (DPP) é a separação da placenta normalmente inserida, 
de forma parcial ou completa, antes do nascimento do feto. O diagnóstico geralmente é 
reservado para gestações com 20 ou mais semanas de gestação. Os achados clínicos 
principais são sangramento vaginal e dor abdominal, muitas vezes acompanhados por contrações 
uterinas hipertônicas e um padrão de frequência cardíaca fetal não tranquilizador. Representa 
causa significativa de morbimortalidade materna e perinatal. A taxa de mortalidade perinatal é 
aproximadamente 20 vezes maior em relação às gestações sem DPP (12% versus 0,6%, 
respectivamente). A maioria das mortes perinatais (até 77%) ocorre intraútero. A prematuridade é 
a principal causa de mortalidade pós-natal. 
 
CLASSIFICAÇÃO 
É classificado em três graus, levando-se em conta os achados clínicos e laboratoriais: 
 Grau I: É assintomático ou apresenta sangramento genital discreto sem hipertonia uterina 
significativa, com vitalidade fetal preservada. Sem repercussões hemodinâmicas e coagulopatias 
materna. O diagnóstico é realizado após o nascimento por presença de coágulo retroplacentário; 
 Grau II: Sangramento genital moderado com hipertonia uterina. Repercussões 
hemodinâmicas na mãe, com aumento de frequência cardíaca, alterações posturais da pressão 
arterial e queda do nível de fibrinogênio. Feto vivo, porém com vitalidade fetal prejudicada; 
 Grau III: Caracteriza-se por óbito fetal. Hipotensão arterial materna e hipertonia uterina 
importante. Divide-se em: 
- IIIA: Com coagulopatia instalada; 
- IIIB: Sem coagulopatia instalada. 
FISIOPATOLOGIA 
A causa imediata do DPP é a ruptura dos vasos maternos na decídua basal. O sangue 
acumulado atinge a zona de clivagem decíduo-placentária e inicia a separação. O sangramento 
pode ser pequeno e autolimitado ou pode continuar a dissecar por meio da interface placenta-
decidual, levando à separação completa ou quase completa da placenta. A porção descolada da 
placenta é incapaz de permutar gases e nutrientes; quando a unidade fetoplacentária restante é 
incapaz de compensar essa perda de função, o feto é comprometido. A etiologia do sangramento 
na decídua basal continua a ser especulativa na maioria dos casos, apesar da extensa pesquisa 
clínica e epidemiológica. Uma pequena proporção dos descolamentos está relacionada a eventos 
mecânicos súbitos, como traumatismo abdominal ou descompressão uterina rápida, que causam a 
tração da placenta inelástica devida ao alongamento ou contração súbita da parede uterina 
subjacente. Nos acidentes automobilísticos, um fator adicional é a rápida aceleração desaceleração 
do útero, que causa alongamento uterino sem alongamento placentário concomitante. 
 
As anormalidades uterinas, o uso de cocaína e o tabagismo são causas menos comuns de DPP. 
As anomalias uterinas (por exemplo, o útero bicorno), sinequias uterinas e leiomioma são locais 
impróprios mecânica e biologicamente para a implantação placentária. O descolamento nesses 
locais pode ser devido a uma decidualização inadequada. O implante trofoblástico subótimo 
também pode explicar o aumento do risco de descolamento entre mulheres com cesariana anterior. 
 
O efeito fisiopatológico da cocaína na gênese do DPP é desconhecido, mas pode estar relacionado 
à vasoconstrição induzida por cocaína, levando a isquemia, vasodilatação reflexa e 
comprometimento da integridade vascular. Uma hipótese é que os efeitos vasoconstritores do 
tabagismo causam hipoperfusão placentária, o que pode resultar em isquemia, necrose e 
hemorragia, levando a DPP prematuro. A maioria dos descolamentos parece estar relacionada a 
um processo patológico placentário crônico. Nesses casos, anormalidades no desenvolvimento 
precoce das artérias espiraladas levariam a necrose decidual, inflamação placentária e, 
possivelmente, infarto e, finalmente, disrupção vascular e sangramento. 
 
A hemorragia arterial de alta pressão na área central da placenta leva ao desenvolvimento rápido 
de manifestações clínicas potencialmente fatais de descolamento [por exemplo, sangramento 
P4 Hab. Clínicas |Obstetrícia Lucianne Albuquerque |Medicina 
 
grave, coagulação intravascular disseminada (CIVD) materna e anormalidades da frequência 
cardíaca fetal]. A hemorragia venosa de baixa pressão, tipicamente na periferia da placenta 
(descolamento marginal), é mais provável que resulte em manifestações clínicas que ocorrem ao 
longo do tempo (por exemplo, hemorragia intermitente leve, oligoidrâmnio e restrição de 
crescimento fetal associada à redistribuição do fluxo sanguíneo cerebral). 
 
A trombina desempenha papel fundamental nas consequências clínicas do DPP e também pode 
ser importante em sua patogênese. É formado por duas vias: em um caminho, o sangramento 
decidual leva à liberação do fator tecidual (tromboplastina) das células deciduais, o que gera 
trombina. No outro caminho, a hipóxia decorrente induz a produção de fator de crescimento 
endotelial vascular (VEGF), que atua diretamente em células endoteliais deciduais para induzir 
expressão aberrante do fator tecidual, que então gera trombina. A produção de trombina pode levar 
a hipertonia uterina, produção de fatores inflamatórios capazes de levar a rotura prematura das 
membranas, distúrbio de coagulação e deficiência da ação da progesterona, resultando no 
desencadeamento da atividade uterina. 
 
FATORES DE RISCO 
 
 
DIAGNÓSTICO 
O diagnóstico é eminentemente clínico, devendo nortear a conduta. O exame de 
ultrassonografia é útil para identificar um hematoma retroplacentário e para excluir outros 
distúrbios associados com sangramento vaginal e dor abdominal, em mulher com sintomatologia 
vaga e dúvidas quanto ao diagnóstico clínico. 
 
OBS: O DPP grave pode levar à CIVD, e em 10% a 20% dos casos leva a óbito fetal. 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
P4 Hab. Clínicas |Obstetrícia Lucianne Albuquerque |Medicina 
 
Em mulheres grávidas com suspeita de descolamento, o diagnóstico diferencial de sangramento 
vaginal acompanhado de dor e contrações inclui trabalho de parto, placenta prévia, ruptura uterina 
e hematoma subcoriônico. 
 
CONDUTA

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