eticas da Medicina; de boa educac;aogeral, interessado, ativo, e com algum sal!oiljaire; um homem instruido na sua vocac;:ao,com habilidade tecnica e experiencia medica; mas, acima de tudo, um homem pratico nas ideias e sua aplica<;ao, de espirito avan<;ado, capaz de participar do crescimento e desenvolvimento da ciencia medica, treinado no metodo cientifico e inspirado pelo espirito cientifico:.. em outras palavras, urn homem de observa<;ao acurada, de habilidade na experimenta<;ao, de solido raciocinio e interpreta<;ao". Cornil e Ollivier julgam que a boa sele<;aodos candidatos ao curso medico nao deve consistir apenas na avalia<;aodas aptidoes ffsicas, sensoriais ou intelectuais, mas sobretudo num alto padrao moral. Procuraram assim, partindo desse principio, analisar as divers as aptidoes medicas, dividindo-as em menores e maiores. As aptidoes menores saD aquelas que podem perfeitamente ser supridas, tanto pela inteligencia como pelos conhecimentos. o futuro medico deve, sobretudo, possuir: • boa constitui<;ao fisica, integridade dos orgaos dos sentidos, apurada acuidade sensorial, habilidade manual e rea<;oes fisicas nipidas; • todas as formas de memoria (memoria concreta, sensorial, visual, auditiva, titil, olfativa, memoria das palavras, das cifras, dos nomes); • as divers as formas da aten<;ao (fixa<;ao,mobilidade, distribui<;ao, vigilancia); • qualidade de observa<;ao (observa<;ao analftica, sintetica, geral); • born nivel de inteligencia logica e critica; • julgamento e raciocinio sensatos; • aptidao assaz desenvolvida no que respeita a classifica<;ao, a ordem e ao metodo; • certa facilidade de expressao. Sao, em particular, as aptidoes morais. Nao se cogita da chamada "voca<;aomedica espol1.ranea".E sabido que ela existe frequentemente, no sentido nobre da palavra, e que ela e, nesse casa, urn fator multo favonlvel. Mas, nos sabemos, rambem, que SaDmuitas vezes as influencias familiares que a provocam, quer se trate de uma familia de medicos, quer tenhasido a familia impelida pdo prestigio fmanceiro ou social da profissao medica. Nesses casos e que um exame atento das aptidoes morais do candidato se irnpoe com rigor. As aptidoes maiores exprimem-se, essencialmente,por: • urn sentimento desenvolvido de respeito pe1a personalidade humana; • solido born senso (interpreta<;ao equilibrada); • objetividade; • espirito vivo e decisao; • julgamento sobre 0 plano pragmatico; • grandes possibilidades de adapta<;ao; • gosto pda responsabilidade; • curiosidade discreta; • cora<;ao, sensibilidade compreen'siva e discreta; • generosidade e dedica~ao; • estofo moral intacto. Partindo desses principios, Cornil e OIIiviersugerem uma serie de provas, as quais se deveriam submeter os candidatos a matrfcula nas escolas medicas. Todos os resultados de avalia~ao das aptidoes que acabamos de considerar poderao ser reunidos com 0 prop6sito de estabelecer um perfil fisiopsicol6gico .do estudante de Medicina, cuja representa~ao grifica e, como se sabe, em materia de sele~ao interessante a considerar. Todos esses exames nao podem chegar a dar uma expressao matematica nem um fisiopsicograma do estudante de Medicina. Como Iembramos acima, existem no dominio da aptidao a profissao medica duas ordens de dados essenciais, que subdividimos em aptidoes maiores e menores. Somente as aptidoes morais aparecem exclusivas, mas e preciso poder avalia-Ias, dando-Ihes 0 seu justo valor, suprimindo todo 0 fator subjetivo na sua cota~ao. Alias, mesmo quando isso se torna possive!, nao pensamos que uma elimina~ao, baseada em elementos certamente incompletos de um s6 exame, . possa ser considerada como absoluta. Quanto a avalia~aodas aptidoes menores, bem que estas Ultimasnao possam pretender possuir criterio de excIusao, parecem, contudo, merecer interesse. Com efeito, seria negar 0 interesse indiscutivel dos tecnicos de sele~ao, e, em particular, 0 valor dos testes, ta~ preciosos em psicotecnica, 0 deixar de reconhecer todo 0 valor, sobretudo quando empregados por aqueles que deles se utilizam com freqiiencia, o problema pratico da sele~ao dos estudantes de Medicina deve ser essencialmente encarado visando a avalia~ao das aptid6es psicomotoras (intelectuais e morais, do futuro medico, de maneira que, perfeitamente inteirado sobre 0 seu justo valor, possa, com todo 0 conhecimento de causa orientar-se nos diversos ramos de atividade medica e, portanto, melhorservir a profissao. Em 1961, no 1u Congresso Latino-Americano de Psiquiatria, realizado em Caracas, Pacheco e Silva (1962) apresentou um relat6rio eircunstaneiado dos diferentes aspectos que envolvem estudantes, professores e as inter-relac;oes entre ambos. Assim e que diz: Os problemas psicol6gicos com as quais se deparam os universitirios, em particular os estudantes de Medicina, sao extremamente complexos e exigem cuidadosas pesquisas no sentido de se apurarem as motivac;oes e os fatores que concorrem, direta ou indiretamente, para a sua incidencia. Elementos de valia nos foram fornecidos num inquerito que realizamos entre os estudantes de Medicina, com 0 objetivo de verificar a atitude por des reve1ados em face a doenc;amental e a saude mental. Os resultados colhidos se baseiam em 77 questionarios respondidos por aIunos da 4a serie da Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo. Analisando os informes obtidos no referido inquerito, pudemos inferir os seguintes dados: • dos alunos submetidos a prova, 78% tinbam idade entre 21 e 24 anos, dos quais 90% eram do sexo masculino e 10% do sexo feminino. Dentre des, 86% eram solteiros e 10% noivos; • no que concerne a instru<;:aorecebida pelo pai de cada aluno, somente 39% comp1etaram 0 curso primario; 10% concluiram 0 curso secundario; 16% tinham curso superior e 9% haviam feito cursos de especializa<;:aoap6s 0 curso supenor; • quanto a principal ocupa<;:aoexercida pelo pai de cada aluno, 0 questionario revelou que 22% exerciam profissao liberal. Somente 7% eram funcionarios publicos; • dentre os referidos alunos, 29% tencionam dedicar-se a clinica geral e 71% a especialidades, sendo que 24% pr~tendem se consagrar a Medicina Interna, 27 % a Cirurgia, 6% a Obstetricia-Cirurgia, 8% a Pediatria, 10% a Psiquiatria, 6% a Neurologia, 1% a Dermatologia, 1% a Of talmologi a, 2% a Laborat6rio e 15% a outros campos da Medicina; • indagados se ja haviam pensado em dedicar-se a outra ocupa<;:aodiversa da Medicina, 12% responderam j:i ter sido cogitado seriamente, 41% nunca haviam cogitado do problema senao superficialmente e 47 % nunca haviam pens ado nessa possibilidade; • ao perguntar-lhes sobre que outra carreira escolheriam na hip6tese de nao seguirem aMedicina, 36% optaram pela Engenharia, 30% pela Psicologia, . 17% pela Quimica, 16% pela Sociologia e 1% pela vida religiosa. Na valoriza<;:aoda preferencia por especialidades, de acordo com 0 tipo de personalidade, e interessante notar a forma pe1a qual foram considerados os cirurgioes pelos alunos: 72%, como dominadores e arrogantes; 62%, agressivos e energicos; 68%, interessantes, especialmente em seu pr6prio prestigio; 9%, extremamente pacientes e 2%, com personalidade afave1e agradavel. Em nossa opiniao, 0 estudo dos problemas psicologicos dos estudantes de Medicina e as medidas para resolve-los constituem, na atualidade, um dos pontos que merece a maior aten<;:aoe interesse por parte dos professores. Nossas conclusoes san semelhantes as que chegaram numerosos autores que se tem dedicado ao estudo destes mesmos problemas. Impoe-se, conseqiientemente, a cria<;:aode centros especializados para exames medico-psicologicos e para ajudapsicologica aos estudantes de Medicina e tambem de outras faculdades. Seria de se desejar 0 emprego da psicoterapia preventiva e curativa, de uma terapeutica pedag6gica adequada a cada caso, alem dautiliza<;:aodos tratamentos somaticos quando necessario. Na atualidade, a escolha de uma profissao tornou':'se assunto extremamente complicado, em face da multiplicidade de ocupac;:oesexistentes. Se istoe verdade, nao