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Dos Direitos Sociais

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Ana Luiza Bittencourt 
DIREITOS FUNDAMENTAIS E DIREITOS HUMANOS 
Cap. II – Dos Direitos Sociais e Coletivos 
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o 
transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, 
a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 90, de 2015) 
- Os DIREITOS SOCIAIS pertencem à segunda dimensão de Direitos Fundamentais, que está 
ligada ao valor da igualdade > não são meros poderes de agir, mas sim poderes de exigir > 
obrigações positivas > de dar e de fazer. 
- Para José Afonso da Silva: os direitos sociais “são prestações positivas proporcionadas pelo 
Estado direta ou indiretamente, enunciadas em normas constitucionais, que possibilitam 
melhores condições de vida aos mais fracos, direitos que tendem a realizar a igualização de 
situações sociais desiguais. São, portanto, direitos que se ligam ao direito de igualdade”. 
- Antes de tudo, é importante ressaltar as bases do contrato de trabalho: 
● Pessoalidade = uma pessoa que é contratada. 
● Subordinação = a pessoa recebe ordens de quem a contratou. 
● Não eventualidade = não pode ser eventual > a pessoa tem um horário e dias a serem 
cumpridos. 
● Remuneração = salário. 
- Direitos dos trabalhadores urbanos e rurais (art. 7º): 
● Urbanos: participam de atividade industrial, comercial ou prestação de serviços não 
relacionada à atividade agropastoril > não é por questões de localidade, mas sim da 
atividade propriamente dita > na zona rural pode ter um trabalhador urbano. 
● Rurais: ligados à exploração agropastoril. 
Proteção da relação de emprego 
- Relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos 
de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos (art. 7º, 
I) = justa causa é quando se demite alguém com uma justificativa, o que isenta o patrão de dar 
aviso prévio e pagar alguns direitos trabalhistas > é a punição máxima que o empregador pode 
dar ao trabalhador por qualquer uma das faltas previstas em lei, que devem ser provadas > 
quando o empregado é demitido arbitrariamente ou sem justa causa há uma indenização 
compensatória, em que o empregador pagar ao demitido 40% do fundo do FGTS. 
- Seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário (art. 7º, II) = o seguro desemprego 
é um benefício que oferece auxílio em dinheiro por um período determinado > ele é pago de 
três a cinco parcelas de forma contínua ou alternada, de acordo com o tempo trabalhado. 
- Fundo de garantia do tempo de serviço (art. 7º, III) = o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço 
(FGTS) foi criado com o objetivo de proteger o trabalhador demitido sem justa causa, mediante 
a abertura de uma conta vinculada ao contrato de trabalho > no início de cada mês, os 
empregadores depositam em contas abertas na Caixa Econômica Federal, em nome dos 
empregados, o valor correspondente a 8% do salário de cada funcionário. 
- Empregado eleito para cargo de direção de CIPA (norma regulamentadora 05 do ministério 
do trabalho) = “é vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para 
cargo de direção de Comissões Internas de Prevenção de Acidentes desde o registro de sua 
candidatura até um ano após o final de seu mandato.” 
- Empregada gestante - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a 
duração de cento e vinte dias (art. 7º, XVIII) = assim que a gestante descobriu que está grávida, 
ela não pode ser demitida > caso ela for demitida, o empregador tem que pagar indenização 
referente a 5 meses de trabalho // licença à gestante destina-se à proteção da gravidez, à 
recuperação pós-parto, à amamentação e ao desenvolvimento da relação do binômio mãe-filho, 
a partir do primeiro dia do nono mês de gestação (correspondente ao período entre 38 e 42 
semanas), salvo antecipação do nascimento ou por prescrição médica. A duração do 
afastamento para a licença à gestante é de 120 dias consecutivos. 
- É vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo 
de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final 
do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei (art. 8º, VIII). 
Salário e remuneração 
- Salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas 
necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, 
lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe 
preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim (art. 7º, IV) = o 
salário mínimo é estabelecido pelo Governo Federal, mas cada Estado pode determinar o seu, 
desde que seja maior do que o nacional. No entanto, os acordos coletivos e as convenções 
coletivas podem estabelecer salários mínimos específicos para cada categoria ou ramo de 
atividade, nunca inferior ao salário mínimo determinado pelo Governo Federal. “Sendo vedada 
sua vinculação para qualquer fim” > exceções > pensão alimentícia, pena de multa e fiança. 
- Piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho (art. 7º, V) = destinado 
para determinada categoria econômica ou profissional. 
- Irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo (art. 7º, VI) = se 
trata da impossibilidade de reduzir o salário de forma a prejudicar o trabalhador. 
- Décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria (art. 
7º, VIII) = gratificação salarial paga por lei no mês de dezembro de cada ano a todo trabalhador 
que atua com carteira assinada. 
- Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno (art. 7º, IX) = considera-se jornada 
noturna, as atividades realizadas no período das 22h às 5h do dia seguinte. Por possuir uma 
carga de desgaste físico superior, os trabalhadores noturnos possuem a hora de trabalho 
diferenciada. Vale ressaltar que as horas noturnas do trabalho urbano devem ser pagas com um 
acréscimo de no mínimo 20% sobre o valor da hora de trabalho diurna. 
- Remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do 
normal (art. 7º, XVI) = a legislação trabalhista vigente estabelece que a duração normal do 
trabalho, salvo os casos especiais, é de 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) semanais, 
no máximo. Todavia, poderá a jornada diária de trabalho dos empregados maiores ser acrescida 
de horas suplementares, em número não excedentes a duas, no máximo, para efeito de serviço 
extraordinário, mediante acordo individual, acordo coletivo, convenção coletiva ou sentença 
normativa. Excepcionalmente, ocorrendo necessidade imperiosa, poderá ser prorrogada além 
do limite legalmente permitido. A remuneração do serviço extraordinário, desde a promulgação 
da Constituição Federal/1988, que deverá constar, obrigatoriamente, do acordo, convenção ou 
sentença normativa, será, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) superior à da hora normal. 
- Salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da 
lei (art. 7º, XII) = o salário-família é um valor pago ao empregado, inclusive o doméstico, e ao 
trabalhador avulso, de acordo com o número de filhos ou equiparados que possua. Filhos 
maiores de 14 anos não têm direito, exceto no caso dos inválidos (para quem não há limite de 
idade). Para ter direito, o cidadão precisa enquadrar-se no limite máximo de renda estipulado 
pelo governo federal. 
- Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável 
(art. 7º, VII). 
- Participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, 
participação na gestão da empresa, conforme definido em lei (art. 7º, XI) = o pagamento da 
PLR é acertado também em acordo coletivo, e pode ocorrerde algumas maneiras, por exemplo, 
com a divisão em partes iguais para todos os trabalhadores independentemente do cargo ou 
com o pagamento conforme a remuneração e o cargo de cada empregado. Ou, por fim, com o 
pagamento de uma parte igual para todos os trabalhadores e outra parcela proporcional ao 
salário e cargo. 
Duração do trabalho 
- Duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, 
facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção 
coletiva de trabalho (art. 7º, XIII) = a duração do trabalho é um instituto mais amplo que diz 
respeito à quantidade de trabalho que o empregado fornece ao seu empregador. Tal limitação 
decorre de aspectos biológicos, econômicos e sociais > não superior a 8h diárias e 44h semanais 
> jornada de 6h em turno ininterrupto de revezamento. 
- Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos (art. 7º, XV) = o repouso 
semanal deve ser de 24h – sem possibilidade de dividir essas horas entre diferentes dias –, e 
essa folga deve ser realizada a cada sete dias. O funcionário não pode folgar uma semana na 
segunda-feira e na outra semana, na quinta-feira, por exemplo, já que irá contabilizar mais de 
sete dias consecutivos trabalhados. 
- Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal 
(art. 7º, XVII) = a art. 129 da CLT determina que todo empregado tem direito a férias anuais 
remuneradas. A Constituição Federal de 1988 assegura o mesmo direito e ainda prevê que o 
trabalhador deve receber um terço a mais do que seu salário habitual. 
- Licença-paternidade, nos termos fixados em lei (art. 7º, XIX e art. 10º, §1°, ADCT) = 
afastamento (por 5 dias) a que o pai de um recém-nascido tem direito para cuidar do bebê em 
seus primeiros dias de vida sem prejuízo de seu emprego e sua remuneração. Todos os 
trabalhadores empregados podem usufruir da licença paternidade, bastando para isso notificar 
o empregador sobre o nascimento do filho. Não é necessário que a mãe da criança seja casada 
com o empregado. 
- Licença gestante: licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração 
de cento e vinte dias (art. 7, XVIII). 
Outros direitos 
- Aviso prévio: aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, 
nos termos da lei (art. 7º, XXI) > tanto o empregador quanto ao empregado deve dar o aviso 30 
dias antes sobre a saída. 
- Adicional para as atividades penosas, insalubres ou perigosas = adicional de remuneração 
para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei (art. 7º, XXIII): 
● Insalubridade = algo insalubre diz respeito ao que não é saudável > é quando o local ou 
a atividade profissional exercida, é prejudicial à saúde do colaborador e o expõe a 
condições que prejudicam sua saúde, a curto ou longo prazo. 
- Grau mínimo: 10% do salário mínimo; 
- Grau médio: 20% do salário mínimo; 
- Grau máximo: 40% do salário mínimo. 
● Periculosidade = 30% do salário da pessoa. 
- Aposentadoria (art. 7º, XXIV). 
Direitos coletivos 
- O direito coletivo representa o segmento do direito do trabalho que estuda a organização 
sindical, a representação dos trabalhadores, a negociação coletiva e o direito de greve. 
- Art. 8º e art. 9º 
Organização sindical: 
- Os sindicatos são criados independentemente de lei, carecendo apenas de registro junto ao 
órgãos competente. 
- Eles podem representar empregadores ou empregados e devem obedecer à máxima da 
unicidade sindical, sobre a qual falaremos mais adiante. 
- A Carta Magna também prevê a filiação ou desfiliação de associados e a contribuição sindical, 
além de conferir aos sindicatos o poder de criar normas, ressaltando a imprescindibilidade de 
sua participação nas negociações coletivas. 
Negociações coletivas: 
- Entram nessa seara o contrato, a convenção e o acordo coletivo de trabalho. 
- Contrato: desenvolvido pela organização sindical para atender às necessidades de sua 
categoria, prevendo as disposições contratuais a serem observadas por empregador e 
empregado quando firmado o vínculo empregatício. 
- Acordo coletivo de trabalho (ACT): estabelecido entre entidade sindical e empresa, não 
obrigando todas as corporações, mas apenas a(s) acordante(s). 
- Convenção coletiva de trabalho (CCT) = assinada pelos sindicatos de ambas as partes, patrão 
e funcionário, e obriga ambas as categorias. 
Greve: 
- Esse direito é assegurado no art. 9º da CF/88 e constitui um meio alternativo ao empregado de 
reivindicação de seus interesses. 
- Essa legitimidade não é irrestrita: os grevistas não podem ferir direitos fundamentais de 
terceiros e é preciso avisar previamente o empregador. Além disso, casos de paralisação 
envolvendo serviços essenciais, como água e transporte coletivo, são especialmente 
regulamentadas na Lei 7.783/89. 
- A legislação brasileira veda o lockout, prática pela qual o patrão interrompe as atividades a fim 
de frustrar negociação ou obtenção do pleito dos funcionários (art. 17 da Lei 7.783/89). 
 
- Organização sindical, negociação coletiva e greve são elementos típicos do Direito Coletivo do 
Trabalho geralmente motivados por assuntos ligados à jornada e salário. 
- Além de tais composições, as questões laborais dos grupos podem ser solucionadas por meios 
alternativos de conflitos, como a arbitragem, ou acabarem judicializadas, por exemplo, nos 
dissídios coletivos. 
Princípio da liberdade sindical: 
- São concedidas às organizações sindicais a liberdade de administração, organização e atuação, 
previstas respectivamente nos incisos I, II e III do art. 8º da CF/88. 
- Assim, é possível convocar assembleias e realizar reuniões sem a intervenção estatal, 
positivando os direitos sociais dos trabalhadores de forma mais direcionada e eficaz. 
 
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: 
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o 
registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na 
organização sindical; 
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa 
de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos 
trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um 
Município; 
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, 
inclusive em questões judiciais ou administrativas; 
IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, 
será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical 
respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei; 
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato; 
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho; 
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais; 
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a 
cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após 
o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei. 
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos rurais e 
de colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer. 
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a 
oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. 
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das 
necessidades inadiáveis da comunidade. 
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei. 
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dosórgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de 
discussão e deliberação. 
 Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um 
representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com 
os empregadores.

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