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Parasitoses intestinais Conteúdo Ascaridíase ................................................................... 1 Amebíase ..................................................................... 2 Giardíase ...................................................................... 3 Teníases ....................................................................... 4 Oxiurose ....................................................................... 4 Ancilostomíase ............................................................. 5 Doenças em que os agentes etiológicos são helmintos ou protozoários em que pelo menos um dos períodos do ciclo evolutivo se localizam no aparelho digestivo. Termo parasitismo indica a presença de qualquer ser vivo que se instale no interior de outro (hospedeiro), gerando prejuízo a saúde do hospedeiro. Os dois grupos estudados na parasitose são os protozoários e os helmintos. ▪ Protozoários Seres unicelulares, eucariontes. Podem ser de vida livre, comensais ou parasitas. Quando parasitas, extraem os nutrientes do hospedeiro por meio da osmose de líquidos nutritivos ou por fagocitose e ingestão de partículas alimentares. ▪ Helmintos Seres pluricelulares, visíveis a olho nu. Na maioria das vezes são ovíparos, depositando ovos no meio externo que se tornam larvas, que posteriormente evoluem para forma adulta. Principal fonte de infecção: oral-fecal, água e alimentos contaminados. Fatores de risco ▪ Condições socioeconômicas desfavoráveis; ▪ Aglomerações; ▪ Saneamento precário; ▪ Coleta de lixo inadequado; ▪ Condições de higiene inadequadas; Ascaridíase Agente etiológico Ascaris lumbricoides (lombriga), Vermes podem chegar até a 30 cm de comprimento. Epidemiologia Parasito humano de maior prevalência. Populações de baixo rendimento socioeconômico são as mais propensas a conviverem com más condições de higiene e saneamento básico. 1. Ingestão de ovos; 2. Eclosão no intestino delgado; 3. Larvas vermiformes que podem acessar a corrente sanguínea e então aos pulmões; 4. Após a maturação elas Ascendem ate a garganta onde são deglutidas; 5. As larvas voltam para o intestino e se transformam em adultos. Assim como os outros helmintos, a A. lumbricoides não se multiplica no organismo humano, sendo o número de vermes dependente exclusivamente de quantas vezes o paciente ingeriu ovos infectantes deste verme. Se intenso parasitismo pode obstruir intestino. Manifestações clínicas Assintomáticos. Mas quando presentes os sintomas, se manifestam com dor abdominal, diarreia, náuseas e anorexia. Pode prejudicar desenvolvimento das crianças; Em casos mais graves pode ocorrer quadro de obstrução intestinal, frequentemente na valva ileocecal. Síndrome de loeffler→ Por ser um verme com ciclo pulmonar, alguns pacientes apresentam manifestações como tosse seca, broncoespasmos e imagens radiológicas de infiltrados intersticiais múltiplos e migratórios. Diagnostico Identificação dos ovos de ascaris nas fezes. Métodos de sedimentação de Lutz ou de Hoffman (para ovos inférteis). Tratamento Tratamento tem o objetivo de matar os vermes adultos. Tratamento se divide em: 01. Formas não complicadas→ Albendazol em dose única. 02. Formas complicadas (caso de obstrução intestinal): → A primeira opção é o Citrato de Piperazina, que imobiliza o sistema muscular do verme, Após o tratamento, deve ser feito um controle de cura, no 7o, 14o e 21o dia após o tratamento, através de um exame parasitológico de fezes. Amebíase Etiologia Protozoário- Entamoeba histolytica. É a única espécie de ameba encontrada no intestino grosso que tem potencial patogênico comprovado. Epidemiologia As reais taxas de incidência e prevalência são desconhecidas. Portadores normalmente são assintomáticos. Os países que mais ocorre a doença os em desenvolvimento (países da África, Ásia, América central e sul). Fisiopatologia | ciclo evolutivo A E. histolytica possui dois estágios evolutivos: Trofozoíto→ são pseudópodes mononucleares. Homem principal hospedeiro. Alimenta-se de bactérias e tecidos. Reproduz e coloniza o lúmen e a mucosa do intestino grosso, às vezes invadem tecidos e órgãos (como fígado, pulmão e cérebro) Podem causar colite amebiana ao invadir a parede do cólon. Cistos→ são arredondados e tetranucleados. Predominam em fezes formadas e são mais resistentes a destruição no ambiente externo. Eclodem apenas no intestino delgado onde liberam Trofozoítos que amadurecem no cólon. Cistos de Entamoeba histolytica disseminam a doença; Dissemina-se tanto diretamente de pessoa para pessoa ou indiretamente, por alimentos ou água. Manifestações clínicas A E. histolytica tem um período de incubação de duas a seis semanas após ingestão dos cistos. É geralmente assintomática, mas diarreia e disenteria leve a grave podem ocorrer. O QC pode ser dividida em duas formas: 01. Forma intestinal: quando a E. histolytica invade o intestino grosso. Causa colite que se manifesta por dor abdominal baixa, diarreia e sangue, muco e/ou pus nas fezes. 02. Forma extra- intestinal: quando a E. histolytica invade a mucosa intestinal, tendo acesso a corrente sanguínea que leva a abscessos hepáticos, pulmonares ou cerebrais. Diagnóstico Diferenciar as amebas. Pesquisa de Trofozoítos ou cistos nas fezes. A identificação genética por PCR é o método mais acurado de todos, sendo o padrão-ouro para diferenciação entre as amebas, porém é caro e pouco disponível. Em pacientes com suspeita clínica forte, porém o exame de fezes é negativo, é feito uma colonoscopia com escovado e/ou biópsia da mucosa que permite o evidenciamento direto dos trofozoítas. Tratamento Imidazólicos (Secnidazol, Metronidazol (primeira opção) e Tinidazol) que são agentes de escolha para combater formas invasivas nos tecidos, junto com drogas anti-ameba intraluminal, como Teclozan ou Etofamida. Além disso, deve ser feito tratamento de suporte, com hidratação e correção do equilíbrio hidroeletrolítico. Giardíase Doença diarréica prolongada. Epidemiologia Prevalência alta em países subdesenvolvidos. Pela baixa condição de higiene e saneamento básico. Agente etiológico Giárdia lamblia protozoário capaz de se fixar a parede intestinal (delgado) humana; Possui duas formas evolutivas: cisto (forma infectante) e trofozoíto (forma parasitaria) Trofozoíto → forma móvel e ativa do parasita. Mede de 12 a 15 micrometros de comprimento e 6 a 8 micrometros de largura. Se reproduz assexuadamente por divisão binária. Trofozoíto se transforma em cisto Cisto → forma infectante e resistente do protozoário. Mede de 8 a 12 micrometros de comprimento. Forma oval com 2 a 4 núcleos. Manifestações clínicas Maioria dos pacientes infectados é assintomático. Mas quando os sintomas se manifestam, pode ser na forma aguda (enterite aguda) ou crônica (enterite crônica). Diarreia, dor abdominal, mal-estar, náuseas, flatulência, fraqueza, perda de peso e cólicas abdominais; Em casos onde há grande número de trofozoitas, pode ocorrer o “atapetamento” do duodeno, produzindo uma barreira mecânica que prejudica a absorção de vitaminas lipossolúveis, cobalamina e folato. Diagnostico Diagnostico laboratorial Exame parasitológico de fezes (pesquisa de cistos e Trofozoítos) Pesquisa de antígenos nas fezes (imunocromatografia) Tratamento Usado o imidazólicos (Tinidazol, Metronidazol, Secnidazol) também. Teníases Etiologia Taenia saginata e Taenia solium Taenia saginata Tênia do gado de corte. Pode viver 25 anos no intestino humano e atinge ate 6 m de comprimento. Taenia solium Taenia do porco. Pode produzir o estado larval no ser humano: cisticercose quando os ovos são ingeridos EpidemiologiaNo Brasil, a prevalência da teníase é da ordem de 0,2 a 3%, sendo que a frequência aumenta em comunidades que têm hábito de ingerir carne mal passada ou crua. Ciclo evolutivo 01. Verme adulto no intestino humano produz e libera ovos na fezes humanas; 02. Ovos são ingeridos por suínos ou bovinos. Eclodem em forma larval denominada cisticerco, que se aloja nos músculos dos animais. 03. Infecções nos humanos começam por ingestão de carne de gado, porco ou peixe mal cozidas contendo cisticercos. Após a digestão, os cisticercos são liberados, permitindo que se fixem à mucosa do intestino delgado, onde irão evoluir para forma adulta completando o ciclo. O ciclo evolutivo das duas espécies de tênias é semelhante, tendo a diferença apenas no hospedeiro intermediário. Cisticercose Humana → Ocorre quando o homem ingere os ovos da T. solium, tal como aconteceria com o suíno, podendo ocorrer pela ingestão de água ou alimentos contaminados ou por auto- infecção. Manifestações clínicas Maioria dos indivíduos é assintomático. Quando os sintomas estão presentes, ocorrem por conta da inflamação da mucosa, podendo ter hipo ou hipersecreção de muco, alteração da motilidade intestinal e aumento da demanda nutricional. As manifestações comuns em geral são a tontura, fraqueza, insônia, cefaléia, irritabilidade, anorexia ou bulimia, náuseas, vômitos, distensão abdominal, dor abdominal etc. Diagnostico Diagnostico de teníase: ovos são encontrados nas fezes em menor freqüência do que proglótides (pedaços da tênia); Pelos ovos não da pra distinguir o tipo de tênia envolvida. Diagnostico de cisticercose: remoção cirúrgica ou tomografia computadorizada. Testes sorológicos: detectam anticorpos contra antígenos de T. solium, são disponíveis, mas podem ser negativos na neurocisticercose. Tratamento Para teníase clássica, é utilizado 4 opções medicamentosas: 1. Praziquantel 2. Niclosamida 3. Mebendazol 4. Albendazol Para neurocisticercose, é feito o uso de praziquantel associado com dexametasona por 21 dias, junto de anti-convulsivantes. Oxiurose Etiologia Causada pelo Enterobius vermicularis; É um nematódeo de tamanho pequeno (2-5 mm). Parasitas do intestino grosso. Epidemiologia Mais comum na infância. Ciclo evolutivo Os vermes oxiúros adultos são encontrados no intestino grosso. A partir desse órgão, a fêmea migra para o ânus para depositar seus ovos na região perianal, causa intenso prurido anal. Obs. Os ovos liberados no meio externo possuem vida curta (cerca de vinte dias), porém obrigatória, pois precisam entrar em contato com O2 atmosférico para se tornar infectante, levando apenas 6h para isso ocorrer devido o amadurecimento do embrião. Os ovos podem ser ingeridos pelo hospedeiro ou por outra pessoa por meio de vestuário ou roupa de cama contaminada. Manifestações clínicas Maior é o prurido anal que aumenta no período noturno, causando irritabilidade e desconforto. As escoriações provocadas pelo ato de coçar podem resultar em infecções secundarias em torno do ânus. Em relação a sintomatologia geral, ela é inespecífica, tendo vômitos, dores abdominais, tenesmo e raramente fezes sanguinolentas. Diagnostico Método da fita gomada ou Método de Graham. Procuram-se ovos e vermes diretamente na região perianal. Tratamento As drogas utilizadas são o Pamoato de pirantel, Mebendazol e Albendazol. Ancilostomíase Amarelão. Doença do jeca tatu. Etiologia Causada pelo Ancylostoma duodenale e pelo Necator americanus. Helmintos da classe Nematoda Entre 7 a 14 cm, parasitando o duodeno e o jejuno proximal do ser humano.. Epidemiologia Estima-se que 1 bilhão de pessoas no mundo são infestadas por ancilostomídeos, tendo prevalência em regiões de baixas condições socioeconômicas, comum em áreas rurais e em indivíduos com hábito de andar descalço. Ciclo evolutivo A contaminação ocorre pela penetração das larvas pela pele do ser humano. Fêmeas adultas, no interior do intestino, põem seus ovos no lúmen que são lançados ao exterior com as fezes. A lavra que sai do ovo é chamada de larva Rabditóide, se movimenta e alimenta-se ativamente no solo por 3 dias. Se transforma em larva filarióide. Nesse estagio a larva passa a ser infestante com capacidade de se locomover e penetrar na pele do hospedeiro humano. Pele -> vasos linfáticos -> coração direto -> vasos pulmonares. Nos pulmões, a larva rompe os capilares, passando para os alvéolos, onde sofrem mais uma mudança e migram para a árvore traqueobrônquica, até a glote onde são deglutidas, adentrando ao TGI. Quando chegam ao duodeno, sofrem a maturação se transformando em vermes adultos. Manifestações clínicas Rompem os capilares da mucosa, produzindo pequenas hemorragias. Alimentam-se de sangue e tecido, ao invés do alimento parcialmente digerido. Levam a anemia e ao comportamento letárgico. Geralmente é assintomática, mas pode cursar com problemas como quadro gastrointestinal agudo, marcado por náuseas, vômitos, diarreia, dor abdominal e flatulência. Diagnóstico Sangue oculto nas fezes é frequente, sendo a eosinofilia típica. O diagnostico tem como base a presença de ovos nas fezes. Tratamento É indicado para todas as pessoas infectadas da família ou para todos os membros de grupos comunitários, a fim de interromper o ciclo de transmissão, sendo feito controle de cura no 7°, 14º e 21° dia após o tratamento por exames de fezes. Os medicamentos usados são: Mebendazol, como primeira opção, sendo contraindicado em gestantes, seguido pelo Albendazol de segunda opção e Pamoato de pirantel como terceira opção e droga de escolha em gestantes. Fatores de risco Ascaridíase Epidemiologia Manifestações clínicas Diagnostico Tratamento Amebíase Etiologia Epidemiologia Fisiopatologia | ciclo evolutivo Manifestações clínicas Diagnóstico Tratamento Giardíase Epidemiologia Manifestações clínicas Diagnostico Tratamento Teníases Etiologia Epidemiologia Ciclo evolutivo Manifestações clínicas Diagnostico Tratamento Oxiurose Etiologia Epidemiologia Ciclo evolutivo Manifestações clínicas Diagnostico Tratamento Ancilostomíase Etiologia Epidemiologia Ciclo evolutivo Manifestações clínicas Diagnóstico Tratamento
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