Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
- -1 ESTÉTICA EM MEDICINA E CIRURGIA CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO EM ESTÉTICA APLICADA À MEDICINA E CIRURGIA Fernanda Capucci Pazian - -2 Introdução Nesta unidade, abordaremos o papel do esteticista dentro do ambiente médico de forma geral. Sabemos que a estética está amplamente inserida na área da saúde e pode colaborar em períodos antes e depois de procedimentos invasivos como forma de preparar o paciente e, posteriormente, oferecer um maior conforto e recuperação no período de pós-operatório, mas de que forma isso pode ser feito? Como pode ser desenvolvida a parceria entre esteticista e médico? Até que ponto o profissional de estética pode intervir, de forma segura, para o paciente? Veremos também os procedimentos que podem contribuir para o bem-estar de gestantes no período pré e pós- operatório, trabalhando de forma colaborativa com outros profissionais da área da saúde. Vamos entender como essas pacientes deverão ser abordadas e quais são os cuidados que o profissional deve ter durante o atendimento. Será que a paciente gestante apresenta muitas limitações referente aos procedimentos estéticos? O que é permitido ou não durante essa fase? Assim, para entendermos melhor as intervenções que podem ser feitas pelo esteticista nesse período que antecede e sucede um procedimento invasivo, vamos aprender sobre cicatrização e regeneração tecidual. Nesse momento, você deverá se atentar às fases do processo de recuperação da pele a fim de entender a importância dos procedimentos e o grau de colaboração do esteticista para que o paciente tenha uma recuperação tranquila e com menores riscos de complicação no pós-operatório. Esses temas serão abordados durante toda a unidade para que, ao final, você tenha propriedade e segurança em trabalhar com pacientes dentro dessas condições. Bons estudos! 1.1 O papel do profissional da estética Quando o esteticista trabalha em parceria com o médico, seja cirurgião plástico ou dermatologista, é possível acompanhar os períodos pré e pós-procedimentos invasivos. Nesse momento, o esteticista pode intervir e oferecer tratamentos para que o paciente se prepare para a cirurgia de pequeno ou grande porte e para que, depois, o paciente se recupere melhor, de forma mais rápida e com menores riscos de complicações. No período de pré-operatório, não poderia ser diferente. É de grande importância que o paciente tenha seu organismo e estruturas preparados para o trauma cirúrgico. Antes de realizar uma cirurgia, é ideal que a pele esteja íntegra, saudável, facilitando, assim, o processo de reparo do tecido no período que sucede a cirurgia. Além da pele, a região como um todo deve ser avaliada. Por exemplo: o paciente realizará uma cirurgia de abdominoplastia, mas ainda se percebe um acúmulo de gordura na região do abdome, onde o médico cirurgião orientou que houvesse uma perda maior de tecido adiposo. Apesar do paciente estar fazendo dieta e exercícios, ainda há uma certa resistência. Nesse caso, o esteticista domina técnicas por meio das quais é possível acelerar o processo de perda de gordura, preparando, assim, a região, da melhor forma possível para o procedimento cirúrgico. No período pós-operatório, os procedimentos devem ser realizados a fim de recuperar a homeostase do organismo. É importante lembrar os efeitos da anestesia geral, o edema, a resposta do intestino nesse período, o posicionamento do paciente na maca, o deitar e levantar, a recolocação da malha compressiva, a atenção à formação de seroma e a coleção de líquidos, a aparência das incisões e o processo de recuperação da pele, os sintomas apresentados pelo paciente. Uma breve ficha de avaliação (que deve ser bem detalhada) do paciente é necessário ser feita para ter maiores informações de como está sendo a recuperação e a conduta em casa, bem como os cuidados adotados. Isso é de extrema importância para que o esteticista acompanhe o processo. Em caso de anormalidades, o ideal é que entre em contato com o cirurgião plástico responsável. Para o sucesso do bom atendimento às necessidades do - -3 entre em contato com o cirurgião plástico responsável. Para o sucesso do bom atendimento às necessidades do paciente, é muito importante que o profissional tenha, em seu processo de formação, estudado Anatomia, Morfologia e Fisiologia, além de dominar os temas: eletroterapia, terapia cosmética e terapia manual. 1.1.1 Procedimentos e conduta pré-operatórios No período que antecede a cirurgia plástica, o esteticista deve oferecer procedimentos que preparem o paciente. Para isso, é importante que o profissional tenha algum conhecimento prévio sobre o tipo de cirurgia que será realizado e quais cuidados serão prioridade. Algumas orientações que serão dadas pelo cirurgião plástico deverão ser reforçadas, por exemplo: paciente deverá colocar atenção na quantidade de líquidos ingerida durante o dia; caso seja fumante, deverá parar de fumar semanas antes do procedimento para que não ocorra complicações na fase de cicatrização; deverá tomar cuidado com a alimentação e evitar alimentos inflamatórios; deverá cuidar da pele e mantê-la hidratada com o objetivo de melhorar sua qualidade geral; entre outras orientações. Essa conversa, além de orientar o paciente sobre a conduta em casa antes da cirurgia, dará credibilidade ao profissional, uma vez que ele entende sobre o assunto, mas esse fato não coloca o profissional de estética à frente do médico responsável em momento nenhum. Todas as orientações são realizadas pelo médico responsável pelo procedimento e o esteticista apenas reforça. Por isso, é de extrema importância que os dois profissionais estejam em contato. Dentre os procedimentos que poderão ser realizados, podemos citar terapias manuais, terapias cosméticas e eletroterapias. A terapia manual envolve procedimentos realizados com as mãos, ou seja, a massagem. Pode-se oferecer sessões de massagem relaxante em uma paciente extremamente ansiosa, como também pode-se oferecer a drenagem linfática manual para quem retém muito líquido. A terapia cosmética envolve produtos cosméticos que auxiliarão no cuidado com a qualidade e a integridade da pele. Geralmente, é uma terapia combinada com outras e não é oferecida de forma isolada. Os cosméticos têm muitos objetivos e, por isso, deverão ser escolhidos de acordo com a necessidade do paciente. Além disso, as eletroterapias oferecem muitos tipos de benefícios no período de pré-operatório. Dentre as técnicas de conhecimento do profissional de estética, temos terapias que melhoram o contorno corporal e reduzem a gordura localizada, terapias que melhoram a qualidade geral da pele, sua firmeza, textura e hidratação, terapias que reduzem o edema, reduzem fibroses etc. Desta forma, temos até aqui um panorama geral de opções disponíveis para o paciente, que podem ser oferecidos pelo profissional de estética de forma segura e efetiva. Não devemos nos esquecer de que só é possível trabalhar com técnicas com as quais se tem domínio e conhecimento a fim de somar ao resultado da cirurgia e, de forma alguma, prejudicar a recuperação do paciente. 1.1.2 Procedimentos e conduta pós-operatórios Após o procedimento cirúrgico, o paciente, muitas vezes, se encontra debilitado e sentido dores. O limiar de dor é extremamente pessoal e a atenção do profissional para com o paciente deve ser sempre o mesmo. Para tanto, o esteticista deve ter domínio de técnicas que podem ser oferecidas com o objetivo de melhorar o quadro geral do paciente nessa fase, acelerar o processo de recuperação e reduzir os riscos de complicações. Assim como na fase de pré-operatório, a fase que sucede a cirurgia plástica não poderia ser diferente quando nos referimos aos cuidados. Nessa fase, os cuidados são redobrados e o conhecimento e domínio do profissional de estética deve ser equivalente. Depois de passar pelo procedimento cirúrgico, o paciente apresenta algumas características que tendem a ser semelhantes na maioria das cirurgias: edema, cansaço, dificuldade para evacuar, dores no corpo e não apenas na região operada,entre outros. Tudo isso acaba gerando um estresse emocional muito grande. Nesse momento, o profissional deve se atentar aos detalhes durante o procedimento, oferecendo o momento mais relaxante e acolhedor possível. Além de oferecer um ambiente agradável, é preciso entendermos as limitações do paciente, então, atenção ao - -4 Além de oferecer um ambiente agradável, é preciso entendermos as limitações do paciente, então, atenção ao deitar e levantar da maca, ofereça ajuda, fique atento à quanto esforço esse paciente realiza em atividades cotidianas. Quando finalizar as sessões de terapia, cuidado ao vestir a cinta de compressão no paciente. É de extrema importância que o profissional saiba como colocar e tirar a malha compressiva com cuidado, dispensando todo e qualquer esforço do paciente. Em relação à parte técnica, o esteticista pode oferecer terapias manuais, cosméticas e eletroterapias, assim como no período que antecede a cirurgia. Um dos maiores problemas no pós-operatório é o edema, um sinal do processo inflamatório, assim como calor local e rubor. Não há como o paciente não sofrer com isso, pois é uma defesa do organismo frente ao trauma cirúrgico. Nesse momento, é indispensável a técnica de drenagem linfática, muitas vezes, a reversa. Dentre as técnicas manuais, essa é a única com aplicabilidade no período de pós-operatório e de extrema importância. Dentre as terapias cosméticas, é necessário cautela. As incisões cirúrgicas devem ser limpas e cuidadas pelo médico, enfermeiro ou profissional treinado. Não cabe ao esteticista realizar esse processo. Então, os cosméticos não devem ser utilizados no período de pós-operatório imediato em regiões operadas, ou seja, em região de ferida cirúrgica. Na eletroterapia, por exemplo, é possível encontrar muitos aparelhos que oferecem uma melhora no processo de cicatrização tecidual, com o objetivo de reduzir o tempo de exposição daquele tecido que sofreu um trauma cirúrgico aos riscos de contaminação. Nesse sentido, temos terapias que podem ser oferecidas no pós-operatório conhecido como imediato. No período de pós-operatório tardio, o número de terapias que podem ser oferecidas aumenta ainda mais, inclusive para melhorar os resultados em caso de complicações, como as fibroses. Todas as terapias citadas, e também o aprofundamento sobre aplicabilidade de cada uma, serão abordadas durante todo o curso, em unidades específicas. 1.2 Processo de reparo tecidual: cicatrização e regeneração A pele é um dos maiores órgãos do corpo humano e apesar de estar muito inserida no contexto de funções estéticas e sensoriais, devemos lembrar que sua complexa estrutura vai muito além disso. Ela é constituída por três camadas principais: a epiderme, derme e tecido subcutâneo. VOCÊ O CONHECE? Ivo Pitanguy foi um cirurgião plástico com grande destaque no cenário nacional e internacional. Foi repetida vezes mencionado em outros países devido ao seu sucesso e incrível trabalho. Além de entregar grandes resultados aos seus pacientes, ele também apoiava a conduta de cuidados antes e depois de procedimentos cirúrgicos. Tem enorme influência no meio médico e estético. Para conhecer um pouco mais sobre essa incrível personalidade, assista a entrevista de Bruna Lombardi com Ivo Pitanguy: https://www.youtube.com/watch? .v=NytWUY6-9Hs https://www.youtube.com/watch?v=NytWUY6-9Hs https://www.youtube.com/watch?v=NytWUY6-9Hs - -5 Nosso sistema epitelial isola o organismo do ambiente externo, que pode ser extremamente agressivo. Apesar disso, a pele é capaz de manter sua integridade e proteger todas as outras estruturas. É importante lembrar que ela realiza um trabalho de seleção, permitindo a absorção e secreção de líquidos e dessa forma, controlando a temperatura do organismo. Ela também absorve a radiação ultravioleta, promovendo uma proteção de seus efeitos nocivos à saúde, realiza o metabolismo de vitamina D auxiliando o processo de síntese da mesma, além te ter suas funções sensoriais possibilitando a interação com o meio e suas funções estéticas, considerando sua importância da saúde psicossocial do paciente. Figura 1 - Podemos observar na imagem as três principais camadas da pele, compreendendo sua complexa estrutura Fonte: Sciencepics, Shutterstock, 2019. Assim, quando a pele sobre algum tipo de trauma, seja ele acidental ou cirúrgico, logo se dá início ao processo de VOCÊ QUER LER? O livro “A pele: do nascimento à maturidade” (2003), escrito por Maria Inês Nogueira de Camargo Harris, aborda todos os contextos ao que se refere à pele. Ele detalha todas as camadas, funções, células que o constituem, de forma que o leitor compreenda toda a parte estrutural do tecido. Partindo desse ponto, é possível ter um maior conhecimento sobre a pele e, consequentemente, aos processos à que ela se envolve. - -6 Assim, quando a pele sobre algum tipo de trauma, seja ele acidental ou cirúrgico, logo se dá início ao processo de reparo, que pode se caracterizar como regeneração ou cicatrização. O processo envolve uma sequência de acontecimentos à nível molecular e celular, cujo objetivo é a completa restauração do tecido que foi lesado. 1.2.1 A regeneração No processo de regeneração tecidual temos uma reposição de células de mesma origem do tecido lesionado, no qual o tecido perdido é substituído por outro morfofuncionalmente idêntico. É importante diferenciar a regeneração de um tecido previamente lesado da regeneração “fisiológica”, que se aplica às células que são substituídas frequentemente. A regeneração tecidual depende de células conhecidas como lábeis, estáveis e permanentes e suas classificações dependem de qual tecido se referem. Daremos ênfase às células lábeis, pois elas estão envolvidas no processo de regeneração tecidual de epitélios e pele. Essas células podem se multiplicar durante toda a vida do indivíduo. 1.2.2 A cicatrização O processo de cicatrização acontece quando o tecido lesado é substituído por tecido conjuntivo fibroso, diferentemente do processo de regeneração, em que as células que sofreram o dano são substituídas por outras idênticas. A cicatrização envolve a formação de um tecido mais simples, por meio do qual pode ocorrer a perda de função fisiológica da região que foi afetada. Apesar disso, é um processo complexo que envolve a atuação de várias células, sinais químicos e formação de matriz extracelular. No processo de cicatrização, é possível classificar três processos biológicos: a fase inflamatória, a fase proliferativa e a fase de remodelagem. Na fase inflamatória, que ocorre imediatamente após o trauma, sendo ele acidental ou cirúrgico, inicia-se o preenchimento da região pelo extravasamento de sangue, com plasma e também elementos celulares. Dentre os elementos celulares, podemos citar, principalmente, as plaquetas. Elas, em conjunto com a coagulação sanguínea, geram um tampão, que devolve a homeostase do tecido e forma uma barreira contra microrganismos. Ocorre a formação provisória de uma matriz que orientará a migração de células inflamatórias e terá a função de estocar fatores de crescimento e citocinas, as quais serão utilizadas durante o processo de cicatrização. Nesse momento ocorre vasodilatação e aumento da permeabilidade celular. As células inflamatórias têm função de fagocitose de microrganismos e também produzem fatores de crescimento que irão preparar a ferida para a fase seguinte, a proliferativa. Elas são os leucócitos polimorfonucleares (PMN), linfócitos e macrófagos. Os PMN fazem a remoção do tecido lesado e de partículas exógenas e bactérias. Em um segundo momento, temos a presença de monócitos, que se transformarão em macrófagos. É possível observar uma alta atividade fagocitária dos macrófagos na fase inflamatória e eles têm uma extensa função durante a recuperação do tecido. Os macrófagos produzem fatores de crescimento e citocinas que irão estimular a angiogênese e reepitelização. Nessa fase também temos a fibronectina. Ela é sintetizada por fibroblastos, células endoteliais, queratinócitos VOCÊ SABIA? Nossoorganismo está em um constante processo de reparo e multiplicação celular. Muitas células são destruídas e substituídas por outras idênticas, com a mesma morfologia e mesma função. Isso ocorre todos os dias com cerca de 2% de nossas células, representando uma quantidade de 1014 células aproximadamente, cerca de 1Kg. - -7 a angiogênese e reepitelização. Nessa fase também temos a fibronectina. Ela é sintetizada por fibroblastos, células endoteliais, queratinócitos aderindo de forma simultânea à fibrina e colágeno, agindo como uma cola. Os fibroblastos são atraídos até a região lesada e se multiplicam, realizando a produção de colágeno. Na fase inflamatória temos, ainda, a ação dos linfócitos, mas com ação secundária. A supressão de linfócitos CD4 enfraquecem a cicatriz, enquanto a supressão do linfócito CD8 tem exatamente a ação oposta. A fase proliferativa, por sua vez, é responsável pelo que podemos chamar de “fechamento” da lesão, pois tem como objetivo a produção de matriz extracelular (MEC), restauração da epiderme e a angiogênese e tem início de 2 a 4 dias após o trauma. As principais células envolvidas no processo são fibroblastos, queratinócitos, macrófagos e células endoteliais. É nessa fase em ocorre a reepitelização, na qual queratinócitos migram para a borda da ferida e ocorre um aumento das mitoses e também a hiperplasia (aumento) do epitélio. Figura 2 - Atividade celular diante de um trauma no tecido Fonte: Disignua, Shutterstock, 2019. Temos também a formação de matriz e tecido de granulação que se constitui de células inflamatórias, - -8 Temos também a formação de matriz e tecido de granulação que se constitui de células inflamatórias, fibronectina e o colágeno. A formação do tecido de granulação vai depender dos fibroblastos, que produz componentes responsáveis pelo remodelamento fisiológico e desbridamento. Ainda nessa fase ocorre a angiogênese, constituindo-a como a fase de formação de novos vasos sanguíneos. Apesar da ativa participação dos fibroblastos durante essa fase e por serem responsáveis pela produção de todos os elementos estruturais, a elastina não é produzida. Por esse motivo, é possível observar que o tecido cicatricial apresenta menor flexibilidade que o tecido normal. Além disso, outro fator a se observar é que a produção de colágeno se inicia de 3 a 5 dias após o trauma, atingindo seu pico em 21 dias. Quando temos uma pele normal, a proporção entre colágenos I e III é de 90% para 10%. Quando a pele sofre uma lesão e se encontra em processo de reparo, o colágeno III sofre um aumento, indo para 30%. Esse fenômeno se chama fibroplasia e dá o aspecto de elevação à cicatriz imatura. Antes de se iniciar a remodelação, nós temos a contração da ferida. Isso ocorre de 4 a 5 dias após o trauma e pode durar de 2 a 3 semanas, dependendo do tipo e extensão da lesão. Fibroblastos sofrem uma alteração para miofibroblastos. Essa célula se liga ao MEC e tem função contrátil graças aos filamentos de actina presentes em seu citoesqueleto. Nessa fase é possível diminuir em até 20% o tamanho de uma ferida e em cicatrizes por segunda intenção e esse processo pode reduzir em até 62% a área de superfície de defeito cutâneo. Nessa fase temos, ainda, a formação de novos vasos, levando o fluxo sanguíneo até a lesão, nutrindo o tecido e levando células inflamatórias até a região. Essas características justificam o fato de a cicatriz ainda apresente um aspecto avermelhado. Na fase de remodelação da ferida, que tem início em 6 a 8 semanas, podendo durar um ano ou mais, temos um aumento na força e tensão devido à diminuição do eritema e tamanho da cicatriz. Ocorre uma tentativa de recuperar a normalidade da estrutura tecidual. Temos uma melhora na composição de fibras colágenas, diminuição da formação de novos vasos e consequentemente uma diminuição na espessura. Vamos assistir a uma videoaula para entender mais sobre esse processo de reparo tecidual? Acompanhe na sequência. https://cdnapisec.kaltura.com/html5/html5lib/v2.81.1/mwEmbedFrame.php/p/1972831/uiconf_id/30443981 / e n t r y _ i d / 1 _ 9 y 7 v k b 8 d ? wid=_1972831&iframeembed=true&playerId=kaltura_player_1581710080&entry_id=1_9y7vkb8d 1.2.3 Tipos de cicatrização Dependendo do tamanho da lesão ou se ela foi ou não infectada, temos três tipos de cicatrização: primeira intenção, segunda intenção e terceira intenção ou fechamento primário retardado. Na cicatrização de primeira intenção temos uma lesão com perda mínima de tecido. Ela ocorre quando as bordas da ferida são aproximadas, não há infecção e o edema é mínimo. Não é possível observar a formação de tecido de granulação. Esse tipo de cicatrização ocorre em feridas que são suturadas cirurgicamente, como um corte causado por bisturi, e, posteriormente, tendo suas bordas aproximadas e suturadas. https://cdnapisec.kaltura.com/html5/html5lib/v2.81.1/mwEmbedFrame.php/p/1972831/uiconf_id/30443981/entry_id/1_9y7vkb8d?wid=_1972831&iframeembed=true&playerId=kaltura_player_1581710080&entry_id=1_9y7vkb8d https://cdnapisec.kaltura.com/html5/html5lib/v2.81.1/mwEmbedFrame.php/p/1972831/uiconf_id/30443981/entry_id/1_9y7vkb8d?wid=_1972831&iframeembed=true&playerId=kaltura_player_1581710080&entry_id=1_9y7vkb8d https://cdnapisec.kaltura.com/html5/html5lib/v2.81.1/mwEmbedFrame.php/p/1972831/uiconf_id/30443981/entry_id/1_9y7vkb8d?wid=_1972831&iframeembed=true&playerId=kaltura_player_1581710080&entry_id=1_9y7vkb8d - -9 Figura 3 - Vemos nessa figura, uma ferida cirúrgica que foi suturada, promovendo a aproximação das bordas e tendo a formação mínima de tecido de granulação Fonte: FRAGA et al., 2010, p. 519. Na cicatrização de segunda intenção temos perda de tecido e pode acontecer ou não um processo infeccioso. Não é possível aproximar as bordas então a ferida se manter aberta até que ocorra a reepitelização e a contração. Nesse caso, é possível observar formação de tecido de granulação pois é necessário preencher a região onde há tecido morto. Podemos notar esse tipo de cicatrização quando ocorre o que chamamos de deiscência. A deiscência é uma complicação que pode acarretar graves problemas ao paciente. Ela é caracterizada pela abertura da ferida cirúrgica, após a sutura. Pode ser uma abertura parcial ou total, apresentando uma disfunção no processo de cicatrização. Esse tipo de ocorrência deixa o organismo mais suscetível à infecções, sendo a ferida uma porta aberta para microrganismos. Figura 4 - Na imagem, vemos uma deiscência de ferida cirúrgica. Quando isso ocorre, não é possível aproximar as bordas da ferida e há formação de muito tecido de granulação e, posteriormente, tecido cicatricial Fonte: PINTO et al., 2009, p. 88. - -10 No caso de cicatrização por terceira intenção, também chamada de fechamento primário retardado, ocorre quando há infecção da ferida. Ela deve ser tratada antes de ser suturada. Ocorre quando já houve um tratamento aberto inicial e há aproximação das bordas da ferida (pele e tecido subcutâneo). 1.2.4 Tipos de cicatrizes Muitos fatores podem interferir na cicatrização do tecido, sendo eles locais ou gerais. Dentre os fatores locais temos: o tratamento da lesão cirúrgica, denervação, infecção, radiação, oxigenação da lesão, isquemia do tecido local, cobertura da lesão. E quanto aos fatores gerais temos: uso de medicamentos, idade, tabagismo, deficiência de algumas vitaminas, falta de zinco, condição nutricional, temperatura, distúrbios herdados e adquiridos. Dentro desse contexto, temos a formação de diferentes tipos de cicatrizes, dentre elas: normotróficas, atróficas, hipertróficas, alargadas, retráteis, discrômicas, mistas e queloides. • Normotróficas: são cicatrizes que se possuem uma aparência do tecido muito semelhante do que era antes da incisão cirúrgica. Ela não apresenta relevo e nem alteração na coloração. Pode haver perda de sensibilidade, mas isso pode ser recuperado com o passar das semanas; • Atróficas: a região da cicatriz aparece mais profunda do que o tecido adjacente. Nota-se a formação de depressões na pele na regiãodo trauma. Exemplo: cicatrizes de acne, que aparentam ser vários “furinhos” na face; • Hipertróficas Figura 5 - Na imagem, é possível notar que a cicatriz apresenta volume e brilho, apesar disso, ela não ultrapassa • • • - -11 Figura 5 - Na imagem, é possível notar que a cicatriz apresenta volume e brilho, apesar disso, ela não ultrapassa as bordas da lesão Fonte: MELEGA; VITERBO; MENDES, 2011, p. 9. A cicatriz é elevada e aumentada, porém, não ultrapassa a borda da lesão. Nesse caso, ocorre uma produção exagerada de colágeno. Em algum casos nota-se a presença de pequenos vasos. É comumente confundida com queloide • Alargadas: Figura 6 - Nota-se na cicatriz um estiramento, possivelmente por ser uma região de tensão, dando esse aspecto alargado Fonte: MELEGA; VITERBO; MENDES, 2011, p. 14. Não apresenta volume, mas dá a impressão de distenção ou repuxamento. Ela ocorre com mais incidência em regiões de tração. • Retráteis: ocorre a formação de uma prega na região da incisão. Isso ocorre quando a junção das camadas do tecido, causados por trauma cirúrgico. Ela pode causar dor pelo repuxamento e afetar estruturas adjacentes. Nesse caso, pode haver necessidade de intervenção cirúrgica para correção. Exemplo: cicatriz de cesárea, quando a região do corte dá a sensação de aprofundamento; • Discrômicas: alteração de pigmento na região da cicatriz. Pode apresentar hipercromia, hipocromia ou • • • - -12 • Discrômicas: alteração de pigmento na região da cicatriz. Pode apresentar hipercromia, hipocromia ou acromia. Nesse caso, é necessária uma maior atenção para não caracterizar cicatriz sintomática quando ainda não houve maturação total do tecido e ainda existem alterações de cor; • Mistas: apresenta características de mais de um tipo de cicatriz na mesma incisão. Pode ter alteração de cor, regiões pregueadas e regiões normotróficas, entre outras. • Queloides: Figura 7 - Depois do trauma, houve uma reação exacerbada no processo de reparo Fonte: MELEGA; VITERBO; MENDES, 2011, p. 12. Apresentam características semelhantes à cicatriz hipertrófica, porém, a elevação ultrapassa as bordas da lesão, ocorrendo uma produção desordenada de colágeno e número aumentado de fibroblastos. Pode haver desconforto na região como dor ou coceira. Não tem regressão espontânea. Muitas vezes precisa ser corrigido com infiltrações ou procedimento cirúrgico. 1.3 A gestação Durante o período de gestação, a mulher passa por muitas mudanças no organismo. Além de mudanças fisiológicas, também ocorrem mudanças emocionais e psicológicas, alterando, assim, a relação da mulher com o seu corpo. A maior parte mudanças ocorrem devido às alterações hormonais, a exemplo do aumento de • • • - -13 seu corpo. A maior parte mudanças ocorrem devido às alterações hormonais, a exemplo do aumento de estrogênio, progesterona, prolactina entre outros, que podem acabar modificando todo o funcionamento e equilíbrio do organismo. Essas modificações geram consequências na pressão arterial, alterações respiratórias e metabólicas. Nessa fase, começam a aparecer disfunções estéticas que podem ser amenizadas com procedimentos oferecidos pelo profissional de estética. Apesar de termos hoje no mercado uma grande quantidade de serviços, é importante ter muita cautela para que a saúde e a segurança de gestante e do bebê sejam preservados. 1.3.1 Mudanças no corpo na fase gestacional Durante a fase gestacional, em alguns casos, nota-se o aparecimento algumas disfunções estéticas, como o aparecimento de estrias devido à tração no tecido, aparecimento de fibroedema gelóide, acne e o melasma. Além do aparecimento de disfunções estéticas, podemos citar o aumento da circulação de sangue devido ao aumento do volume, uma vez que o aparelho circulatório trabalha mais intensamente e como consequência, o edema por essas modificações no sistema circulatório. Várias mudanças ocorrem no aparelho locomotor, principalmente, na coluna. Algumas articulações ficam comprometidas nesse período e conforme a gestação avança, há uma mudança no centro de gravidade do corpo da mulher. Mudanças também ocorrem no aparelho tegumentar e isso faz referência ao aparecimento de hipercromias devido às mudanças hormonais. Muitas mulheres acabam buscando a estética a fim de atenuar as mudanças durante a gestação e, principalmente, após o parto e muitas são as terapias que podem ser realizadas nessa fase de forma segura e eficaz. 1.3.2 Cuidados com a paciente gestante Durante a gestação a mulher passa por uma sequência de mudanças hormonais, estruturais e psicológicas. O profissional esteticista deve estar preparado para que possa oferecer amparo profissional, promovendo saúde e bem-estar durante essa fase tão importante na vida da mulher. Nesse período de desenvolvimento do feto, é inevitável o aparecimento de disfunções estéticas e, em alguns momentos, de mal-estar. Temos como consequência da gestação alterações no metabolismo, aumento da função cardíaca e volume sanguíneo, alterações na dinâmica respiratória, mudanças no paladar e apetite muitas vezes acompanhados de náuseas e vomito, constipação e alterações no sistema imune, tudo isso com o objetivo de preparar o corpo para o processo de formação de um novo ser. Dentre as disfunções estéticas, podemos citar: o aparecimento de estrias, melasma e acne. Todas elas podem ser VOCÊ QUER VER? Durante a gestação, ocorre uma sequência de acontecimentos. Depois que ocorre a fecundação do óvulo, dá-se início à uma cascata de fases, que farão parte da formação do bebê. Esse período, embora possamos ler e compreender, é difícil de visualizar. O vídeo a seguir é oferecido pela Bayer, uma empresa química e farmacêutica, e mostra desde o caminho do espermatozoide, até a formação total do feto, semana a semana. Acesse: https://www.youtube. .com/watch?v=mY9OF98gJEI https://www.youtube.com/watch?v=mY9OF98gJEI https://www.youtube.com/watch?v=mY9OF98gJEI - -14 Dentre as disfunções estéticas, podemos citar: o aparecimento de estrias, melasma e acne. Todas elas podem ser tratadas com procedimentos estéticos, salvo algumas restrições. Temos também a formação do edema devido às mudanças no sistema circulatório e alteração da homeostase do organismo, mas ele não pode ser considerado uma alteração estética. O edema acontece devido à pressão provocada pelo útero sobre as veias pélvicas e abdominais, devido ao peso. Por isso, ele pode se agravar conforme a gestação avança. Isso justifica o extravasamento de líquidos do sangue para o espaço extra vascular, provocando edema, principalmente, na região de pernas e pés. As estrias aparecem devido ao trauma mecânico causado na pele. Acontece o estiramento do tecido como consequência do volume aumentado do abdome e mamas. Fatores como a qualidade da pele, hidratação e até mesmo características genéticas, podem favorecer o aparecimento das estrias. Elas, geralmente, acometem a região de flancos, baixo abdome e mamas. O melasma é uma alteração pigmentar que tem como principal causa o fator hormonal e, por isso, tem alta taxa de acometimento em gestantes. Ele acomete o centro da face, região malar e mandibular, geralmente, com lesões bem delimitadas e bilateralmente. Além disso, a acne é outra disfunção que pode ocorrer no período de gestação devido ao aumento da atividade de glândulas sudoríparas e sebáceas. Durante a gravidez, muitas mulheres notam um aumento significativo na transpiração, mas esse aspecto tende a desparecer no período pós-parto. Outra mudança a se notar no corpo da mulher é o aparecimento de varizes que podem ocorrer devido às mudanças no sistema circulatório, uma vez que, durante a gestação, ocorre a vasodilatação periférica causada por hormônios. Esse fator associado ao aumento do peso, compressão pelo volume uterino e aspectos genéticos, podem causar o aparecimento de varizes, além da dificuldade de retorno venoso ao coração. Não é tratável com o profissional de estética, mas é importante que ele tenha conhecimento sobre, para poder encaminhar a pacienteaté um médico vascular para uma avaliação adequada. Importante notar que muitos tratamentos podem ser oferecidos nesse período para prevenir o aparecimento dessas disfunções, bem como estimular a recuperação precoce do organismo no período de pós-parto, mas falaremos, primeiramente, das restrições. Nessa fase, não são realizados procedimentos acompanhados de eletroterapia, mesmo que a aplicação seja em regiões distantes do abdome. Isso inclui terapias como endermoterapia, ultrassom, eletrolipólise, corrente russa, radiofrequência, alta frequência e microcorrentes. Não há estudos que comprovem a segurança desse tipo de terapia em gestantes e o profissional de estética deve trabalhar dentro de um limite de segurança. Dentre os produtos que devemos manter distância temos óleos minerais e derivados do petróleo, benzofenonas e derivados da cânfora, conservantes liberadores de formol e parabenos, ureia, propilenoglicol e trietanolamina. Muita atenção aos ácidos, utilizando apenas os que sejam liberados e componentes alergênicos, sendo eles VOCÊ SABIA? Quanto à cosmetologia aplicada à procedimentos em gestantes, temos algumas restrições e, nesse momento, é importante citar os componentes teratogênicos. Esses componentes têm alto nível toxicológico durante a gestação e podem atravessar a membrana placentária, oferecendo risco à saúde do bebê. Temos disponível, no site da Anvisa, a relação de produtos autorizados, inclusive para uso em gestantes. É importante que o profissional tenha conhecimento sobre as infamações contidas nesse documento. Segue o do da Anvisa: link site .http://portal.anvisa.gov.br/documents/33836/350888/116.pdf/b9adb5e9-362b-4e65-832e- http://portal.anvisa.gov.br/documents/33836/350888/116.pdf/b9adb5e9-362b-4e65-832e- - -15 Muita atenção aos ácidos, utilizando apenas os que sejam liberados e componentes alergênicos, sendo eles pigmentos e fragrâncias. Dê preferência à produtos sem fragrância ou fragrância suave e sempre preste atenção à composição de cada um. Dentre os procedimentos seguros para gestantes, daremos sempre preferência às terapias manuais e cosméticos que ofereçam segurança. O peeling físico, por exemplo, é um procedimento liberado, pois entende-se que faz referência à esfoliação superficial por ação mecânica, não apresentando risco de permeação de seus componentes e nem processos alérgicos. Ele pode afinar a camada córnea, favorecendo a liberação de óstios e reduzindo o risco de aparecimento da acne. Entre os químicos, temos o ácido salicílico e glicólico, sendo usados em baixas concentrações. A drenagem linfática manual é outra opção e é uma terapia manual muito indicada para o período de gestação. Ela vai auxiliar a captação da linfa do meio intersticial, diminuindo a desconforto causado pela compressão de nervos periféricos, causado pelo edema. Além disso, a experiência pode ser rica, promovendo bem-estar, quando acompanhada de aromaterapia, cromoterapia e musicoterapia. Assim como a drenagem, a massagem relaxante também e uma ótima opção de tratamento na fase de gestação. Ela não tem ação no sistema linfático, assim como a drenagem, mas, apesar disso, o bem-estar promovido por essa técnica é indispensável, pois é capaz de reduzir o estresse e a tensão. Assim, um fator importante a se colocar para procedimentos corporais é o posicionamento da paciente da maca. Ela deverá permanecer deitada em decúbito dorsal, com o tronco levemente levantado com auxílio de travesseiros ou a própria maca. Além disso, é importante o uso de travesseiros também para apoiar membros inferiores, os posicionando atrás dos joelhos. Para procedimentos realizados na região de costas, a paciente deverá estar posicionada em decúbito lateral esquerdo abraçando um travesseiro para melhor posicionamento dos braços ou sentada. 1.3.3 Procedimentos estéticos pós-parto A fase de pós-parto também é conhecida como puerpério, que se inicia de 1 hora até 2h após a saída da placenta. Não há previsão de término, pois esse período também é caracterizado pela amamentação e normalização do ciclo menstrual. Nesse momento, a mulher se vê em um mundo de novidades e sentimentos. A relação com a família, com o parceiro e, principalmente, com ela mesma muda drasticamente. É muito importante que o profissional que acompanha a mulher durante esse período entenda suas necessidades e a veja como única. Apesar de ser, para muitas, uma fase muito feliz, conflitos e inseguranças aparecem de forma inevitável, fragilizando o estado emocional. CASO Uma paciente gestante, de 20 semanas, busca um tratamento para amenizar a aparência do melasma na região de zigomático. A queixa maior é a coloração e escurecimento da mancha mesmo com uso de protetor solar diário. Sabemos que a causa é hormonal, pois o histórico da paciente não aponta exposição solar recorrente e nem histórico familiar. Precisamos, então, oferecer um tratamento que atenda às suas necessidades sem comprometer a sua saúde e a saúde do bebê. Partindo desse conceito, como é possível resolver a questão da paciente? De acordo com o material estudado, sabemos das limitações da paciente gestante, bem como os tratamentos que podem ser realizados e, nesse momento, não temos muitos recursos à nossa disposição. O fato da paciente ser gestante nos limita quanto à eletroterapia e o uso de cosméticos, também é bastante restrito. É possível entrar com o protocolo cosmético para reduzir o processo inflamatório, manter a integridade da pele para não agravar mais o quadro e orientar quanto ao uso do protetor solar com reaplicação durante o dia, mas, mais do que isso, o profissional deve ter domínio do que ele fala, para que convença a paciente sobre o que - -16 Além das alterações psicológicas, temos as alterações físicas. A relação da mulher com o seu corpo está em fase de transição e adaptação, uma vez que ele não voltará a ser como era e, muitas vezes, acaba tendo muitas disfunções estéticas persistentes, porém, tratáveis. Além de todas as alterações que apareceram durante a gestação estarem presentes, algumas mulheres precisam lidar com a incisão cirúrgica da cesárea. As condutas durante a gestação podem ser mantidas ao que se refere à edema, estrias, melasma, varizes e acne, mas, nesse momento, podemos contar com o uso de eletroterapia. O risco para o bebê já não existe mais nesse momento. O único cuidado que deve ser tomado é referente aos cosméticos, lembrando que a paciente pode estar amamentando durante essa fase e alguns ativos podem ser absorvidos pelo organismo da mulher de modo que passe ao bebê por meio do leite. Muitos medicamentos são proibidos durante a amamentação. Quanto às mulheres que optaram ou tiveram que realizar a cesárea, o profissional de estética pode oferecer tratamentos que acelerem a cicatrização no pós ou até mesmo, corrijam a cicatriz caso a aparência da incisão se torne inestética. Deste modo, sobre procedimentos que acelerem o processo de cicatrização, devemos evitar os cosméticos devido ao processo de reparo e apenas os produtos receitados pelo médico deverão ser aplicados diretamente na incisão. Em regiões adjacentes, os cosméticos podem ser empregados, mas temos excelentes recursos eletroterápicos que podem nos auxiliar nesse momento, como o uso de microcorrentes e fototerapia. Conclusão Chegamos ao final dessa unidade. Nesse ponto, você teve a oportunidade de conhecer mais sobre o papel do profissional de estética dentro do ambiente médico, bem como o processo de reparo da pele e o cuidado com pacientes gestantes. Nesta unidade, você teve a oportunidade de: • entender a importância do conhecimento em morfologia, fisiologia e anatomia, bem como o domínio de técnicas aplicadas pelo esteticista, para que o profissional obtenha sucesso em tratamentos em parceria com o médico em procedimentos pré e pós-operatórios; • compreender a diferença entre processo de cicatrização e regeneração tecidual, além de suas fases envolvidas e células protagonistas; • conhecer as fases que participam do processo de cicatrização, a saber,inflamatória, proliferativa e de remodelamento; • entender os diferentes tipos de cicatriz e suas características principais com o objetivo de identificar cada uma delas; • entender sobra a conduta a se ter com o paciente que se submete à cirurgia plástica e quais as necessidades desse perfil dentro do contexto de pré-operatório, mas também o de bem-estar; • identificar as mudanças no corpo da mulher durante a gestação, suas necessidades e alterações estéticas e psicológicas; • conhecer os tratamentos oferecidos no período de gestação e de pós-parto, bem como o cuidado com a isso, o profissional deve ter domínio do que ele fala, para que convença a paciente sobre o que é melhor para ela, apesar das limitações. Nesse momento não será possível entregar o resultado esperado, ou seja, uma pele com tom regular e uniforme, mas se explica o motivo, os riscos, quais são os cuidados durante a gestação. Nesse momento é importante gerenciar e acompanhar o quadro, sempre tendo como objetivo a segurança do bebê e da paciente. • • • • • • • - -17 • conhecer os tratamentos oferecidos no período de gestação e de pós-parto, bem como o cuidado com a ferida cirúrgica de pacientes submetidas à cesárea. Bibliografia BAYERBRASIL. Gestação Semana a Semana. , [2---]. Disponível em: Youtube https://www.youtube.com/watch? v=mY9OF98gJEI. Acesso em: 21 dez. 2019. BRUNALOMBARDI. Gente de Expressão - Ivo Pitanguy. , 2018. Disponível em: Youtube https://www.youtube. com/watch?v=NytWUY6-9Hs. Acesso em: 21 dez. 2019. GIELE, Henk; CASSEL, Oliver. . 1. ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2015.Cirurgia plástica estética e reconstrutora FRAGA, Murillo Francisco Pires . Retalho fasciocutâneo bipediculado para tratamento de meningomieloceles. et al São Paulo, v. 25, n. 3, p. 519-524, 2010.Revista Brasileira de Cirurgia Plástica, HARRIS, Maria Inês. : do nascimento à maturidade. São Paulo: SENAC, 2016Pele . MANDELBAUM, Samuel Henrique; DI SANTIS, Érico Pampado; MANDELBAUM, Maria Helena Sant'Ana. Cicatrização: conceitos atuais e recursos auxiliares - Parte I. ., Rio de Janeiro, v. 78, n. 4, p.An. Bras. Dermatol 393-410, 2003 . Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/abd/v78n4/16896.pdf. Acesso em: 21 dez. 2019. MELEGA, José Marcos; VITERBO, Fausto; MENDES, Flávio Henrique. Cirurgia Plástica: Os princípios e a . Rio de Janeiro: Guanabara Koogan LTDA, 2011.Atualidade MEHOUDAR, Anna. . 1 ed. São Paulo: Summus Editorial, 2011. DisponívelDa gravidez aos cuidados com o bebê em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/35436. Acesso em: 22 dez. 2019. MENDONCA, Ricardo José de; COUTINHO-NETTO, Joaquim. Aspectos celulares da cicatrização. An. Bras. ., Rio de Janeiro , v. 84, n. 3, p. 257-262, 2009 . Disponível em: Dermatol http://www.scielo.br/scielo.php? script=sci_arttext&pid=S0365-05962009000300007&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 21 dez. 2019. PINTO, Nathali Cordeiro . Laser de baixa intensidade em deiscência aguda de safenectomia: propostaet al terapêutica. , São José do Rio Preto, v. 24, n. 1, p. 88-91, 2009.Revista Brasileira de Cirurgia Cardiovascular REIS, V. M. S. Disponível em: Prevenção das Alterações da Pele na Gestação. http://www.pelenagravidez.com. br. Acesso em: 21 dez. 2019. RIBEIRO, Cristiane. Abordagem em peles com acne, 2013. Em: PEREIRA, Maria de Fátima Lima (Org.). Recursos . V. 1. São Caetano do Sul: Difusão Editora, 2013. Disponível em: técnicos em estética www.minhabiblioteca.com. br. Acesso em: 21 dez. 2019. SILVA, N. C.; MEJIA, D. P. M. A utilização de recursos estéticos durante a gravidez. (Pós-graduação em Estética e Cosmetologia) – Faculdade Sul Americana/FASAM. Manaus-AM: FASAM, 2013. Disponível em: http://portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/39/07__A_utilizaYYo_de_recursos_estYticos_durante_a_gravidez. pdf. Acesso em: 21 dez. 2019. TAZIMA, M. F.; VICENTE, A.M.V.; MORIYA, T. Fundamentos em ClínicaBiologia da Ferida e Cicatrização. Cirúrgica. Medicina., v. 4, n. 3, p. 259-264, 2008. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view /271. Acesso em: 21 dez. 2019. • https://www.youtube.com/watch?v=mY9OF98gJEI https://www.youtube.com/watch?v=mY9OF98gJEI https://www.youtube.com/watch?v=mY9OF98gJEI https://www.youtube.com/watch?v=NytWUY6-9Hs https://www.youtube.com/watch?v=NytWUY6-9Hs https://www.youtube.com/watch?v=NytWUY6-9Hs http://www.scielo.br/pdf/abd/v78n4/16896.pdf http://www.scielo.br/pdf/abd/v78n4/16896.pdf https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/35436 https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/35436 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0365-05962009000300007&lng=en&nrm=iso http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0365-05962009000300007&lng=en&nrm=iso http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0365-05962009000300007&lng=en&nrm=iso http://www.pelenagravidez.com.br http://www.pelenagravidez.com.br http://www.pelenagravidez.com.br http://www.minhabiblioteca.com.br www.minhabiblioteca.com.br www.minhabiblioteca.com.br http://portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/39/07__A_utilizaYYo_de_recursos_estYticos_durante_a_gravidez.pdf http://portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/39/07__A_utilizaYYo_de_recursos_estYticos_durante_a_gravidez.pdf http://portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/39/07__A_utilizaYYo_de_recursos_estYticos_durante_a_gravidez.pdf http://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/271 http://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/271 http://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/271 Introdução 1.1 O papel do profissional da estética 1.1.1 Procedimentos e conduta pré-operatórios 1.1.2 Procedimentos e conduta pós-operatórios 1.2 Processo de reparo tecidual: cicatrização e regeneração 1.2.1 A regeneração 1.2.2 A cicatrização 1.2.3 Tipos de cicatrização 1.2.4 Tipos de cicatrizes 1.3 A gestação 1.3.1 Mudanças no corpo na fase gestacional 1.3.2 Cuidados com a paciente gestante 1.3.3 Procedimentos estéticos pós-parto Conclusão Bibliografia
Compartilhar