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CASO CONCRETO AÇÃO DE ALIMENTOS: Arlindo recebeu uma citação, tomando 
conhecimento da ação de alimentos movida por seu pai, Antonio Pedro. Na referida ação, seu pai 
afirma que está passando por dificuldade financeira, pois deixou de trabalhar após o falecimento 
de sua esposa (mãe de Arlindo) e que vem sendo ajudado por parentes a se manter, pois não 
trabalha. Registra que Arlindo é seu filho e tem obrigação de ajudá-lo, além de ser dono de uma 
rede de hotéis. Pede o valor de R$1.000,00 (hum mil reais) mensais, dá a causa o valor de 
R$1.000,00 (hum mil reais) e título de alimentos e pede a gratuidade da justiça para deixar de 
pagar as custas processuais. 
ORIENTAÇÕES SOBRE A CONTESTAÇÃO: Diante do caso concreto, Arlindo então o 
procura para defender seus interesses, esclarecendo que: 
ARGUMENTO DE DEFESA 01: Antonio Pedro, o pai, é aposentado pelo INSS e aufere renda 
superior a R$8.000,00 (oito mil reais) decorrente dos aluguéis de imóveis próprios - 
PREJUÍZO À NECESSIDADE NO TRINÔMIO ALIMENTAR. 
ARGUMENTO DE DEFESA N° 02: Arlindo foi abandonado afetivamente pelo pai quando 
criança - O PAI QUE ABANDONOU MERECE ALIMENTOS? 
ARGUMENTO DE DEFESA N° 3: Arlindo, apesar de ter uma rede de hotéis, em razão da 
pandemia e do impacto no turismo, vem passando por flagrante dificuldade financeira - 
PREJUÍZO À POSSIBILIDADE NO TRINÔMIO ALIMENTAR. 
 
 
AO MM. JUÍZO DA 1ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE GUAIAQUI/BA (O 
endereçamento da petição deve ser sempre para a vara em que o processo está tramitando) 
 
 
 
 
PROCESSO N° 123456-78.2020.8.05.0001 (Toda contestação se refere a um processo, lembrem 
que estamos defendendo os interesses do seu cliente que está sendo demandado em uma ação em 
razão de algo) 
 
ARLINDO (RÉU, seu cliente), QUALIFICAÇÃO COMPLETA, nos autos da ação movida por 
ANTONIO PEDRO (AUTOR DA AÇÃO, que protocolou a petição inicial que você está 
impugnando) QUALIFICAÇÃO COMPLETA, vem por meio dos seus advogados e advogadas, 
devidamente constituídos, conforme instrumento procuratório anexo, apresentar a presente 
CONTESTAÇÃO, nos termos dos artigos 335 e seguintes do Código de Processo Civil (Muito 
cuidado! Sempre conferir se está usando o Código civil de 2015, pois o de 1973 já foi revogado). 
01. DAS PRELIMINARES (Se houve preliminar, necessário 
verificar se a conduta se encaixa em uma das hipóteses do art. 
337 do Código de Processo civil. Abram o Código, façam a 
leitura, entendam o que é preliminar, estudem e revisem o 
assunto) 
01.1. IMPUGNAÇÃO A GRATUIDADE DA JUSTIÇA 
De logo, não merece prosperar o pedido de gratuidade da justiça, conforme referido na exordial, 
tendo em vista que, além de aposentado, o Autor aufere renda superior a R$8.000,00 (oito mil 
reais) mensais em razão dos aluguéis de imóveis de sua propriedade, conforme documentos 
anexos. 
Razão pela qual, entende o Réu não ser cabível o referido benefício, tendo em vista que o 
pagamento das custas processuais em nada prejudica o sustento do Autor, ao que pugna pela 
improcedência do pedido (se ainda não foi conferida a gratuidade) ou a revogação do benefício 
(se já foi deferida a gratuidade, mas merece ser revogada, vai depender do caso concreto), com 
fulcro no art. 337, XIII do Código de Processo Civil(sugiro que abra o código e leia esse artigo). 
 
01.2. IMPUGNAÇÃO AO VALOR DA CAUSA 
Por oportuno, necessário demonstrar a Vossa Excelência, o erro constante no valor da causa 
indicado, posto que, conforme art. 292, III do Código de Processo Civil (sugiro que abra o código 
e leia esse artigo), o valor da causa na ação de alimentos deve ser correspondente à doze vezes o 
valor da prestação alimentar pretendida. 
Logo, se o Autor pretende que a prestação alimentícia corresponda a R$1.000,00 (hum mil reais), 
o valor da causa deverá ser R$12.000,00 (doze mil reais) e não R$100,00, como consta na 
exordial. 
Desta forma, resta impugnado o valor da causa apresentado pelo Autor, nos termos do art. 337, 
III do Código de Processo Civil (sugiro que abra o código e leia esse artigo), ao que requer sua 
correção imediata. 
 
02. DA VERACIDADE DOS FATOS (Trazer a versão do seu 
cliente sobre os fatos, a história que foi contada na petição inicial) 
O Autor relata que está em dificuldade financeira e que deixou de trabalhar em razão da tristeza 
do falecimento de sua esposa, razão pela qual ajuizou a ação em face do Réu, seu filho, para que 
lhe pagasse alimentos, contribuindo com seu sustento. 
A bem da verdade, importa chamar a atenção de Vossa Excelência para um fato que não foi 
informado no processo pelo Autor: este recebe aposentadoria pelo INSS, bem como aufere renda 
superior a R$8.000,00 dos contratos de locação dos imóveis de sua propriedade. 
Outrossim, necessário esclarecer que o Réu foi abandonado afetivamente pelo genitor, qual seja, 
o Autor, aos XX anos de idade. 
Por fim, conforme se depreende dos documentos anexos, o Réu de fato é proprietário de uma rede 
de hotéis, contudo, em razão da pandemia encontra-se em gravíssima dificuldade financeira. 
03. DO DIREITO (Aqui você vai trazer a fundamentação 
jurídica do seu pedido) 
Diante dos fatos narrados, resta claro que o Autor possui condições de se sustentar sem o apoio 
de do seu filho, diferente do que faz crer na petição inicial, pois omitiu no processo que aufere 
renda superior a R$8.000,00 (oito mil reais). Segundo o art. 1.694, §1° do Código Civil, os 
alimentos serão fixados com base na necessidade, ponto que o Autor deixou de demonstrar, pois 
na verdade não há necessidade no seu pedido, haja vista que tem condições de arcar com suas 
despesas cumulando a renda que possui. (Percebam que esse é o argumento 01) 
Nesse ponto, a doutrina/jurisprudência ensinam: 
INCLUIR DOUTRINA OU JURISPRUDÊNCIA 
Ademais, Antonio Pedro não é merecedor de alimentos, pois foi um pai ausente por quase toda a 
vida do seu filho, ora Réu, tendo sido abandonado afetivamente. Pelo princípio da solidariedade, 
o Réu até poderia ser condenado no pagamento de alimentos, contudo, necessário questionar se 
um pai que abandona merece tais cuidados, considerando suas reais condições, conforme acima 
narrado. (Percebam que esse é o argumento 02) 
Sobre o abandono afetivo em casos de alimentos leciona a doutrina/jurisprudência: 
INCLUIR DOUTRINA OU JURISPRUDÊNCIA 
Por fim, como sabido, ao fixar os valor dos alimentos, é necessário observar o trinômio alimentar 
(necessidade do alimentado, possibilidade do alimentante e proporcionalidade na prestação) já 
tendo sido demonstrado que a necessidade do Autor não corresponde com à realidade em razão 
da sua renda mensal, contudo, também se constatou prejuízo a possibilidade do alimentante, uma 
vez que Arlindo (o filho e possível alimentante) encontra-se em dificuldade financeira. (Percebam 
que esse é o argumento 03) 
Sobre o abandono afetivo em casos de alimentos leciona a doutrina/jurisprudência: 
INCLUIR DOUTRINA OU JURISPRUDÊNCIA 
04. DA TUTELA DE URGÊNCIA PLEITEADA (Como a 
contestação é a oportunidade em que toda a matéria deve ser 
rebatida, também é necessário se manifestar sobre o pedido da 
antecipação da tutela.) 
O pedido da tutela de urgência pleiteada pelo Autor não merece prosperar, pois se concedida, 
causará grave dano ao Réu, que atualmente encontra-se em dificuldade financeira, sendo 
pertinente destacar, mais uma vez, que o Autor omitiu sua renda nesse processo e possui 
condições de se sustentar sem o apoio financeiro do filho, ora Réu. 
 
05. DOS REQUIMENTOS FINAIS 
Ante o exposto, requer de Vossa Excelência seja a presente ação JULGADA TOTALMENTE 
IMPROCEDENTE, face aos fatos e fundamentos demonstrados acima. 
 
Pugna, por fim, pela produção de todas as provas permitidas em direito, ao que requer a 
designação de audiência de instrução de julgamento para a oitiva de testemunhas. 
 
Nestes termos, pede deferimento. 
Guaiaqui/BA, 28 de setembro de 2020 
 
LIZE BORGES 
OAB/BA 42994

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