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HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA

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A Hiperplasia Prostática Benigna (HPB) caracteriza-se pelo 
desenvolvimento de nódulos dentro da glândula prostática 
como resultado do aumento das células estromais e epiteliais 
da glândula. Quando suficientemente grandes, podem obstruir 
de forma parcial ou completa o canal uretral. 
 
FATORES DE RISCO: 
1. Homens entre 60 e 69 anos; 
2. Obesidade 
3. Hereditariedade 
4. Sedentarismos 
 
ETIOPATOGENIA 
Desenvolve-se por mecanismos interativos, principalmente 
pela influência da diidrostestosterona (DHT) e alguns fatores de 
crescimento. A DHT é oriunda da transformação da 
testosterona na célula epitelial prostática. Ela então se liga a 
receptores androgênicos nucleares, formando um complexo 
que ao agir em genes específicos, inicia um processo que 
promove a proliferação celular. Além disso, esse adrógeno 
também promovem inibição da morte celular. 
Isso é facilitado principalmente em homens que possuem 
expressão aumentada de genes relacionados com reações 
inflamatórios. Nesses indivíduos, a hiperplasia é mais 
acentuada. 
PATOLOGIA 
Fisiologicamente a próstata pesa de 20 a 25g e na HPB ela pode 
chegar usualmente a 60 a 100g. Anatomicamente, o processo 
de hiperplasia se inicia por volta dos 30 anos, em que a próstata 
tem 15g. Dos 30 anos até os 70anos, a glândula pode até dobrar 
de peso a cada 10 anos. Depois dos 70 anos, o processo de 
crescimento tende a cessar ou ser mais lentamente. 
 
FISIOPATOLOGIA 
A doença se instala na zona transicional da próstata, situada em 
torno da uretra. Nesse local, há proliferação de nódulos 
formada pro tecido glandular ou por estroma fibromuscular. 
posteriormente, essa hiperplasia causa o aparecimento de 
sintomas miccionais que resultam em 3 condições: 
1. Obstrução uretral (efeito mecânico do crescimento da 
próstata e efeito funcional da contração das fibras 
musculares do colo vesical ricas em receptores alfa-
adrenérgicos) 
2. Reação do detrusor à obstrução: primeiro com 
hipertrofia para preservar inicialmente o fluxo 
urinário, mas evolui com redução da complacência, o 
que causa os sintomas urinários. 
3. Estímulos neuronais anormais gerados pela próstata 
 
CLÍNICA 
Sintomas urinários flutuantes, com períodos de exacerbação do 
quadro e períodos calmos. Referem prostatismo que podem ser 
divididas em: 
- Obstrutivas = esforço miccional, hesitancia, jato fraco e 
interrompido, esvaziamento incompleto da bexiga. 
- Irritativas = urgência, polaciúria, nictúria, capacidade vesical 
reduzida, incontinência de urgência. 
 
 
 
 
 
A intensidade e o grau de desconforto não são proporcionais ao 
volume da próstata ou à magnitude de nível de rebaixamento 
do fluxo urinário. Isso ocorre por causa da influência das 
alterações funcionais. 
 
As principais consequências desses sintomas são evoluir para: 
retenção urinária (pela falência grave do detrusor ou associada 
a ingesta de medicamentos), litíase vesical, infecção urinaria, 
insuficiência renal, hematúria macroscópica (pela ruptura de 
vaso submucosos locais) e disfunção erétil. 
 
DIAGNÓSTICO 
É realizado a partir da história clínica, exame físico, toque 
prostático (retal), análises de urina (EAS e urinocultura) e 
medida de PSA sérico. Em casos de suspeita de complicações, é 
realizado uma USG de abdome e pelve. 
Toque retal avalia tamanho e consistência da próstata e 
existência de nódulos ou mesmo de tecido muito alterado, de 
consistência pétrea, sugestiva de neoplasia maligna da próstata. 
Estima-se o peso prostático através da palpação, sendo que 
uma calota palpável com 3 cm equivale a uma próstata de 
aproximadamente 30 g. Também, nesse momento, avalia-se a 
contração e a sensibilidade do esfíncter anal, o reflexo bulbo-
cavernoso, e a parede retal. Próstata homogênea, sem nódulos 
ou áreas endurecidas não exclui a possibilidade de HPB ou 
neoplasia. 
Determinação do antígeno específico prostático (PSA) é 
obrigatória na avaliação inicial. 
O I-PSS (Escore Internacional de Sintomas Prostáticos) é um 
escore amplamente utilizado e validado para uso no Brasil. 
Apresenta sete perguntas, autoaplicadas pelo paciente, que 
avaliam a gravidade dos sintomas prostáticos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Em pacientes em que há grandes sintomas urinários, 
principalmente de retenção urinária e o diagnóstico de HPB não 
está bem definido, pode ser realizado ao exame de urodinâmica 
com medidas de fluxo urinário, avaliação do resíduo urinário 
pós-miccional e outros. 
TRATAMENTO 
Tem o objetivo de aliviar os sintomas e corrigir as complicações 
do crescimento prostático. Quadros de prostatismo inicial 
devem ser tratados com acompanhamento periódico. 
 
EXPECTANTE (CONSERVADOR): pode ser utilizada em 
pacientes com sintomas leves ou moderados e sem 
complicações. Quando se opta por esta conduta, deve-se ter em 
mente que os sintomas progridem com o tempo na maioria dos 
pacientes. Algumas medidas comportamentais podem ajudar a 
reduzir os sintomas: redução da ingesta de líquidos à noite, 
exercícios para treinamento vesical como dupla micção para 
esvaziar a bexiga mais efetivamente, redução do uso de álcool, 
café e cigarros (efeito diurético e irritativo vesical). 
Casos com sintomas e desconfortos moderados devem receber 
terapêutica medicamentosa. Já os casos em que as 
manifestações são exuberantes ou há complicações, deve 
haver o tratamento cirúrgico. 
FAMARCOLÓGICO 
Indicado em casos de sintomas moderados ou leves que cause 
prejuízo a qualidade de vida (I-PSS > 8). 
 
Obstrução Mecânica – medicamentos antiandrogênicos, que 
promovem atrofia do epitélio glandular. 
 
Obstrução Funcional – bloqueadores alfa-adrenérgicos. 
Atuam no relaxamento da musculatura lisa do colo vesical, 
uretra prostática e cápsula prostática. Provoca alívio dos 
sintomas de forma mais rápida que os inibidores da 5-
αredutase. 
Exemplos: doxazosina, tansulosina, terazosina, alfusozina. 
Efeitos colaterais: hipotensão ortostática, disfunção 
ejaculatória, cefaleia, vertigem e congestão nasal. 
 
Inibidores da F-alfa-redutase – é indicado em pacientes 
sintomáticos com próstata maior que 40 mg ou PSA > 1,4 ng/ml. 
Pode-se optar pela monoterapia em pacientes com efeitos 
colaterais intoleráveis aos αbloqueadores. 
Ação: capaz de reduzir os níveis séricos e intraprostáticos da di-
hidrotestosterona. Podem reduzir o volume da próstata em 
20% a 30% com o uso prolongado (cerca de 6 a 12 meses). 
Exemplo: finasterida 
Efeitos colaterais: principalmente relacionados à disfunção 
sexual (impotência, redução da libido e disfunção ejaculatória), 
sendo reversíveis após a descontinuação do tratamento e uso 
em longo prazo. 
 
Em pacientes com disfunção erétil, recomenda-se o uso de 
finasterida, 5mg ao dia por tempo prolongado. 
 
CIRÚRGICO 
Quando o quadro clínico predomina questões obstrutivas, a 
resposta é mais efetiva com intervenções cirúrgicas. Além 
disso, a presença de insuficiência renal é uma condição 
obrigatória para cirurgia. 
 
Assim, as indicações para cirurgia são: 
1. Hidronefrose 
2. Obstrução uretral 
3. Retenção urinária rebelde 
4. Uremia 
5. Infecção urinaria recorrente 
6. Hematúria macroscópica refratária 
7. Incontinência urinária paradoxal 
8. Litíase vesical 
9. Incomodo intenso 
10. Pacientes com incomodo moderado, mas que optam 
por cirurgia 
 
Consiste na ressecção transuretral da próstata ou na cirurgia 
abdominal aberta. Cerca de 90% apresentam melhora clínica. 
Caso não haja, há terapias alternativas menos invasivas como: 
termoterapia, ablação por laser, ablação por radiofrequência 
com agulhas, ultra-som focal e endopróteses uretrais. O 
método do laser é preferível em pacientes portadores de 
coagulopatias, uma vez que é um método sem risco de 
sangramento. As endopróteses são uma opção para pacientes 
com alto risco cirúrgico, uma vez que não requerem anestesia 
mais profunda.

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