Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
A prostatite consiste em qualquer processo inflamatório que afeta a próstata principalmente de homens adultos (20 aos 40 anos e segundo pico aos 60) e mais raramente de pré- adolescentes. CLASSIFICAÇÃO E ETIOLOGIA As vias de infecção são: 1. Ascensão dos micro-organismos pela uretra 2. Refluxo de urina infectada para os ductos prostáticos 3. Transrretal, devido à biópsia prostática 4. Linfática e hematogênica são raras Assim, podemos classificar a prostatite em: PROSTATITE BACTERIANA AGUDA: resultado de bactérias semelhantes àquelas que causam infecções do trato urinário, como E. coli, gram-negativos, enterococos e estafilococos. Normalmente ocorre por refluxo intraprostático de urina da uretra posterior ou da bexiga. Pode ainda ocorrer por via linfo- hematogênicas, a partir de infecções distantes. Se relaciona ainda a métodos invasivos como sondagem vesical. CLÍNICA = febre (alta e repentina); calafrios; mal-estar; dores nas costas e músculos; disuria/ urgência miccional e poliúria. No exame físico temos uma próstata mole e sensível. Pode levar a formação de abcesso prostático, principalmente em homens entre 50 e 70 anos. PROSTATITE BACTERIANA CRÔNICA: pacientes com história de infecções do trato urinário recorrentes causadas pelos mesmos organismos (permanecia da bactéria mesmo com o uso de antibióticos). CLÍNICA = dor lombar, disuria e desconforto perineal e suprapúbico, podendo haver ainda dores após a ejaculação e saída de sangue no esperma. NÃO TEM FEBRE PROSTATITE NÃO BACTERIANA CRÔNICA: é a mais comum. Caracterizada por não haver história de infecção recorrente do TU, ou seja, são inflamações da próstata sem sinais de infecção. As culturas da secreção estão negativas. CLÍNICA = disúria, dificuldade em esvaziar a bexiga, urgência miccional, aumento da necessidade de urinar, dor no púbis, no escroto, nas costas e na saída da uretra, jato urinário mais fraco e dificuldade em manter o jato contínuo. PROSTATITE GRANULOMATOSA: pode ser especifica quando identifica o agente etiológico, ou inespecífica, quando não se identifica. Pode ser fúngica em pacientes imunodeprimidos. A maioria das infecções da próstata é causada por apenas 1 microorganismo, mas pode haver 2 ou mais tipos de bactérias ao mesmo tempo. DIAGNÓSTICO Pode ser baseado em: História de dor ou desconforto na região pélvica persistentes ou recorrentes em pelo menos 3 dos últimos 6 meses OU Sintomas urinários e sexuais na ausência de outras causas. Deve realiza: - Anamnese - Exame físico com toque retal - Urocultura e EAS Caso tenha as seguintes apresentações, peça exames extras: Hematúria persistente – cistoscopia Estenose da uretra – uretrocistografia retrógrada ou cistoscopia Suspeita de Câncer de próstata – US transretal Dor abdominal – TC de abdome Dor testicular – ecografia da bolsa escrotal Sensação de esvaziamento vesical incompleto – hemodinâmica e USG de bexiga Dor lombar com parestesia – RM ou TC EXAME FÍSICO Deve avaliar: 1. Áreas de dor referida 2. Pontos de gatilho de dor 3. Procurar massas suspeitas de neoplasia 4. Possibilidade de anormalidade do TU, causadoras de retenção urinaria por exemplo. Portanto, deve-se examinar abdome, regiões inguinais, cordão espermático, epidídimo, testículos, períneo e próstata. Ao toque retal, a próstata normalmente é indolor, mas em casos de prostatite podem estar doloridas, mas macias(flutuações prostáticas). Quando mais intensa a dor, mais agudo é o quadro. LABORATÓRIO Não é recomendado a dosagem de PSA, mas quando realizada pode estar elevada e se normaliza 4 a 8 semanas após o tratamento. O EAS evidencia piúria, nitritos positivos e hematúria (em alguns casos). A urinocultura identifica o microrganismo causador. O hemograma pode identificar leicocitose. DIAGNÓSTICO NO PRONTO-SOCORRO MANEJO DA DOR: em estagio inicial pode ser oferecido paracetamol e cursos curtos de AINES. MANEJO PARA OS SINTOMAS URINÁRIOS: Sintomas obstrutivos – alfa-bloqueadores (doxazosina), podendo ser usada por até 1 a 2 semanas; Dor á palpação ou sinais inflamatórios da próstata – fitoterápico quercetina por 4 semanas Gatilhos de dor muscular – relaxantes musculares. AMBULATORIAL PROSTATITE BACTERIANA AGUDA: antibióticos por 14 dias (fluroquinolonas – ciprofloxacino 500mg 2x ao dia). Considerar internação caso obstrução uretral ou sejam imunocomprometidos. PROSTATITE BACTERIANA CRÔNICA: antibióticos por 3 a 12 semanas. Caso não responda ao tratamento, faça um tratamento de maior prazo ou considere cirurgia da uretra ou próstata. PROSTATITE NÃO BACTERIANA: apesar de não necessitar de antibióticos, eles devem ser prescritos inicialmente pela dificuldade de diferenciar a prostatite bacteriana da não bacteriana. Caso o paciente não apresente melhoras, ele deve ser interrompido. Pode ser usado anti-inflamatórios, bloqueadores alfa-adrenérgicos, relaxantes musculares.
Compartilhar