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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ-UESPI CAMPUS POETA TORQUATO NETO CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS-CCA CURSO: BACHARELADO EM ZOOTECNIA DISCIPLINA: HISTOLOGIA E EMBRIOLOGIA DOCENTE : AMÉLIA GONDOLO TRABALHO DE HISTOLOGIA E EMBRIOLOGIA JÉSSICA EMANUELLY VIEIRA DE SOUZA TERESINA / PIAUÍ NOVEMBRO / 2019 1) DESCREVER A FORMAÇÃO, ESTRUTURA E A FUNÇÃO DOS ANEXOS EMBRIONÁRIOS EM BOVINOS / OVINOS / SUÍNOS / AVES: CONCEITO: São estruturas que surgem a partir do trofoblasto do blastocisto e/ou dos folhetos embrionários, mas que não fazem parte do embrião. CONSTITUINTES: Os anexos embrionários são: saco vitelínico, âmnio (ou bolsa amniótica), cório e alantoide. FUNÇÃO: Têm a função de auxiliar o desenvolvimento do embrião. Isso é feito mediante a cedência de nutrientes, da proteção e da troca entre o embrião e o meio externo através do corpo materno (respiração e excreção). ● SACO VITELÍNICO I. Origem: células da endoderme e mesoderme II. Estrutura: é uma bolsa constituída de um nutriente denominado vitelo. III. Função: serve de nutriente para o embrião PRESENTE EM: RÉPTEIS, AVES E MAMÍFEROS ● AMNIO I. Origem: células da ectoderme e mesoderme II. Estrutura: saco membranoso que envolve o embrião posteriormente o feto e que é preenchida por um líquido chamado líquido amniótico III. Função: proteção contra choques mecânicos, desidratação e manutenção da temperatura. PRESENTE EM: RÉPTEIS, AVES E MAMÍFEROS ● CÓRION I. Origem: células da ectoderme e mesoderme. II. Estrutura: forma uma bolsa que envolve os demais anexos embrionários; em conjunto com o alantoide, forma o alantocório. III. Função: proteção contra choques mecânicos, absorção de cálcio e trocas gasosas. PRESENTE EM: RÉPTEIS, AVES E MAMIFEROS ● ALANTÓIDE I. Origem: células da endoderme e mesoderme. II. Estrutura: vesícula em forma de saco que armazena as excretas produzidas pelo embrião. III. Função: armazenar excreções, trocas gasosa e absorção de cálcio. PRESENTE EM: RÉPTEIS, AVES E MAMÍFEROS E A PLACENTA E O CORDÃO UMBILICAL ● PLACENTA I. Origem: células mistas –> cório (fetal) e decídua basal (materna). II. Estrutura: formato discoide, constituído pelo córion do embrião e por endométrio. III. Função: nutrição, proteção, trocas gasosas, excreção, defesa imunitária e hormonal. PRESENTE APENAS EM MAMÍFEROS 1. SUINOS: A placenta dos suínos domésticos é caracterizada por ser do tipo epiteliocorial difusa. No endométrio há a presença de dobras macrsocópicos com inúmeros glândulas uterinas, cuja área fetal correspondente se expande formando as aréolas e o seu lume é rico em uteroferrina, uma glicoproteína envolvida no transporte de ferro. Em relação às diferentes regiões placentárias (areolar e interareolar), distingüem-se áreas diferenciadas de microvascularização e os capilares convergem para a superfície dos vilos, ao longo das dobras secundárias. 2. OVINOS: Nos ovinos, o componente fetal da placenta se forma a partir da fusão do alantoide vascular e o cório avascular, aumentando a área de superfície de contato da mãe com o feto através do desenvolvimento de projeções das vilosidades, os quais são agrupados em áreas distintas, conhecida como cotilédones, dessa forma a placenta dos ovinos classifica-se como zonária cotiledonária e sinepiteliocorial (LEISER; KAUFFMANN, 1994). Em ruminantes a placenta compreende de 60 a 100 estruturas denominadas placentônios, ligação da parte caruncular materna e fetal cotiledonar, realizando assim a troca placentária de nutrientes, respiratórios, gases e resíduos. A junção da carúncula (formação do endométrio) de origem materna e cotilédone (grupo de vilos coriônicos) de origem fetal formam a estrutura morfofuncional da placenta conhecida como placentônio, realizam as trocas metabólicas permitindo o desenvolvimento fetal (PEREIRA et al, 2010). 3. BOVINOS: Formação: formada normalmente pela interação entre o cório e o alantoide. Estrutura: órgão constituído pela parede interna vascularizada do útero (endométrio) e por estruturas derivadas do trofoblasto ou trofoderme embrionário (nos mamíferos, nome dado à câmara mais externa de revestimento do embrião). Funções: sua função principal é estabelecer a troca de substâncias entre a mãe e o filhote, possuindo, portanto, a função de nutrição, respiração e excreção. Além disso, a placenta também está relacionada com a produção de vários hormônios durante a gravidez. Não é encontrada nos mamíferos que botam ovos, tais como os ornitorrincos 2) DESCREVA AS PRINCIPAIS TÉCNICAS DE FECUNDAÇÃO ASSISTIDA E CLONAGEM EM BOVINOS ● INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL: (IA) Consiste no conjunto de eventos que acontecem desde a colheita do sêmen, sua análise e processamento em laboratório, a manutenção por períodos variáveis em condições extracorpóreas, até a sua introdução no trato genital de uma fêmea. O uso da IA é uma ferramenta essencial para o melhoramento genético e aumento da eficiência produtiva dos rebanhos. De todas as biotécnicas existentes que são aplicadas à reprodução animal, a IA é a mais antiga e também, a mais eficiente. Inicialmente, o objetivo era a erradicação de doenças infecciosas transmitidas pelo touro durante a monta natural, difundindo-se em seguida, como um instrumento eficaz e econômico para o melhoramento genético dos rebanhos. VANTAGENS : ✔ Controle da transmissão de doenças infectocontagiosas da esfera reprodutiva; ✔ Incremento do melhoramento genético; ✔ Aprimoramento do controle zootécnico. DESVANTAGENS: ✔ Falta de mão de obra especializada; ✔ Utilização da técnica incorretamente. ● TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕES : (TIFOI) A transferência de embriões é um passo no processo de remover um ou mais embriões do trato reprodutivo de uma fêmea doadora e transferi-los para uma ou mais fêmeas receptoras. Essa técnica tem como principal finalidade aumentar o número de produtos geneticamente superiores em risco de transmissão de doenças infectocontagiosas. O sucesso do programa está diretamente relacionado com a saúde e o bem-estar do animal. Mas a transferência real de um embrião é apenas um passo em uma série de processos que podem incluir alguns ou todos os seguintes: ✔ Superovulação e inseminação de doadores; ✔ Coleção de embriões; ✔ Isolamento; ✔ Avaliação; ✔ Armazenamento a custo prazo de embriões; ✔ Micromanipulação; ✔ Testes genéticos de embriões; ✔ Congelamento de embriões; ✔ Transferência de embriões ● FERTILIZAÇÃO IN VITRO: (FIV) A fertilização in vitro, é uma biotécnica utilizada como alternativa para acelerar a produção de bovinos geneticamente superiores. Junto à inseminação artificial e à transferência de embriões, a fecundação in vitro é uma técnica responsável pela rápida progressão genética, principalmente em animais de produção. A FIV permite que uma reprodutora produza centenas de bezerros em um mesmo ano. Esta técnica permite evitar o descarte precoce de fêmeas geneticamente privilegiadas, portadoras de alterações adquiridas que impeçam que a reprodução ocorra de forma natural. A FIV envolve as seguintes etapas: ✔ Aspiração folicular; ✔ Maturação ovocitária; ✔ Fecundação; ✔ Cultivo embrionário; ✔ Transferência de embriões. ● CLONAGEM Esta técnica consiste na introdução de uma célula somática de um animal adulto dentro de um oócito (também conhecido como óvulo) do qual o núcleo foi retirado, este oócito reprograma o núcleo contido na célula, tornando o semelhante a um zigoto, um embrião se desenvolve a partir deste zigoto, e após a transferência para o útero de uma fêmea receptora, ou “barriga de aluguel”, é produzido um animal idêntico aquele que doou a célula somática para utilizar no processo de clonagem. No setor produtivo a transferência nuclear pode ser aplicada para potencializar ainda mais os programas de melhoramento genético e regeneração de animais acidentados ou já mortos. Vários testemunhos sobre os seus benefícios podem ser encontrados junto a criadores que apostaram nesta inovação. Embora atualmente a adoção desta tecnologia esteja voltada para um enfoque de “reposição de estoque”,num futuro próximo, será estratégia para a disseminação em escala de genes de interesse, inclusive nos rebanhos comerciais. 3) IDENTIFICAR AS MALFORMAÇÕES EMBRIONÁRIAS E SUAS POSSÍVEIS CAUSAS: Malformações congênitas são anormalidades estruturais e funcionais de tecidos, órgãos e/ou sistemas que podem ocorrer nas fases de desenvolvimento embrionário ou fetal de todas as espécies de animais. Elas podem ser hereditárias ou causadas por agentes infecciosos, plantas tóxicas, substâncias químicas, agressões físicas ou deficiências nutricionais. Além disso, muitas malformações ocorrem de forma esporádica, sem que estejam associadas a uma causa específica (Radostits et al. 2007, Schild 2007). As malformações fetais podem ser estruturais: quando há alterações anatômicas; funcionais: se há alterações de funcionamento sem alterações anatômicas; metabólicas e comportamentais. Elas afetam, sobretudo, o sistema cardíaco, a medula espinhal ou problemas relacionados com a cabeça, o sistema urinário, o sistema digestivo e as estruturas musculoesqueléticas. Exemplo de Malformações Embrionárias: ✔ Queilosquise: fissura labial e a fenda palatina, conhecidas popularmente como lábio leporino e goela de lobo, são malformações congênitas, de apresentação variável, que ocorrem durante o desenvolvimento do embrião. Essa falha no fechamento das estruturas pode restringir-se ao lábio ou estender-se até o sulco entre os dentes incisivo lateral e canino, atingir a gengiva, o maxilar superior e alcançar o nariz. ✔ Escoliose: Escoliose é uma curvatura anormal da coluna para um dos lados do tronco, determinada pela rotação das vértebras. Diferentemente da cifose e da lordose consideradas desvios fisiológicos, normais da coluna vertebral, que só podem ser observados com a pessoa de perfil – de frente a coluna é sempre reta –, a escoliose é uma curvatura anormal da coluna para um dos lados do tronco, determinada pela rotação das vértebras. A deformidade pode ser vista olhando a pessoa de costas. ✔ Micrognatia: Micrognatia é definida como a deformação da mandíbula inferior, que é menor do que o normal. Uma criança com micrognatia tem a mandíbula inferior muito mais curta do que o resto do rosto. ✔ Artrogripose: Artrogripose, também conhecida como artrogripose múltipla congênita (AMC), é uma doença congênita rara que se caracteriza por múltiplas contraturas articulares e pode incluir fraqueza muscular e fibrose. É uma doença não progressiva. ✔ Anencefalia: Anencefalia é uma má formação do cérebro durante a formação embrionária, que acontece entre o 16° e o 26° dia de gestação, caracterizada pela ausência total do encéfalo e da caixa craniana do feto. ✔ Hiperflexão dos membros torácicos ou pélvicos: As deformidades flexurais são caracterizadas pelo desvio da orientação normal do membro, detectadas pela permanente hiperflexão de uma ou mais regiões articulares. São mais freqüentes nas regiões distais dos membros, sendo as articulações interfalângica distal, metacarpo/metatarso falangiana e carpal as mais acometidas, porém outras porções podem ser afetadas (HIGGINS, 2006) As deformidades flexurais podem atingir um ou mais membros e em formas mais severas da doença outras articulações podem ser afetadas, como a articulação do pescoço e da cabeça. ✔ Hidrocefalia: Aumento anormal do fluido cefalorraquidiano dentro da cavidade craniana, acompanhado de expansão dos ventrículos cerebrais, alargamento ósseo, sobretudo da testa, e atrofia encefálica, de que resultam deficiência mental e convulsões. REFERÊNCIAS Dantas A.F.M. 2009. Malformações e morte embrionária em ruminantes causadas pela ingestão de Mimosa tenuiflora (jurema preta). Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência Veterinária, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE. 68p. Dantas A.F.M., Riet-Correa F., Medeiros R.M.T., Galiza G.J.N., Pimentel L.A., Anjos B.L. & Mota R.A. 2010. Malformações congênitas em ruminantes Schild A.L. 2007. Defeitos congênitos, p.25-55. In: Riet-Correa F., Schild A.L., Lemos R.A.A. & Borges J.R.J. (Eds), Doenças de Ruminantes e Equí- deos. Vol.1. 3a ed. Pallotti, Santa Maria. 694p.
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