Buscar

Distúrbios Emocionais

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Psicopatologia na infância e adolescência 
Considerações gerais 
 
1. Normal X Patológico 
1.1. Excesso ou insuficiência 
Comportamento é anormal quando sua frequência e/ou 
intensidade diferem de maneira como a maioria das 
pessoas se comporta em situações semelhantes. 
É intuitivo pensar em um critério pautado no excesso ou 
insuficiência de um comportamento. 
"Nem todo desvio da média é necessariamente 
patológico." 
 
 
1.2. Infração às normas 
Baseado em uma norma "ideal", referendada 
socialmente e culturalmente. 
Um desafio importante da infância e adolescência é 
assimilar e se adaptar a regras de conduta estipuladas. 
Comportamento de uma criança ou adolescente é 
considerado anormal quando estes ignoram ou infringem 
tais regras e expectativas do meio. 
Normas que crianças e adolescentes devem se 
submeter, dependem do contexto que serão avaliados e 
daqueles que avaliam (adultos) - rotulação. 
Toda criança e adolescente vêm de um meio familiar 
podendo ou não ser problemático, de um meio social que 
podem ou não ser problemático, possuem um histórico 
de vida. 
 
 
1.3. Atraso ou defasagem 
Comportamento também é considerado anormal quando 
atrasa ou dificulta o desenvolvimento da criança. 
Conhecer como se dá o desenvolvimento normal é 
fundamental para distingui-lo do patológico. 
 
 
1.4. Entrave ao funcionamento adaptativo 
Comportamento é considerado anormal quando perturba 
o desenvolvimento e causa sofrimento 
Evidente, seja para a criança/jovem, seja para a 
família. 
 
 
 
 
Comportamento impede aquisição de progressos 
escolares (aquisição de novos conhecimentos) e 
desenvolvimento de relações harmoniosas. 
Embora nesses dois últimos critérios se leve em conta 
questões desenvolvimentais, comportamentos 
“perfeitamente” adaptados podem indicar alguma 
dificuldade. 
Criança "comportada demais" pode ter dificuldades 
também. 
 
 
2. Área desenvolvimento 
Psicopatologemia é um ramo da ciência que trata da 
natureza essencial da doença mental - suas causas, as 
mudanças funcionais associadas a ela e suas formas de 
manifestação. 
conhecimento que está permanentemente sujeito a 
revisões, críticas e reformulações. 
 
 
2.1. Estudos longitudinais e epidemiológicos 
Estudos longitudinais proporcionam uma visão 
desenvolvimental de vários transtornos e 
conhecimentos empiricamente fundamentais. 
Permitem traçar o curso de desenvolvimento da criança 
e estabelecer até que ponto ela difere de crianças sem 
dificuldade. 
Pesquisas a longo prazo que acompanha o indivíduo da 
infância à vida adulta, entendendo como uma condição 
pode surgir. 
Além disso, permitem o vislumbre dos impactos que o 
transtorno pode acarretar termos de desenvolvimento. 
 
Epidemiologia: ramo da ciência que estuda 
quantitativamente fenômenos ligados à doença, bem 
como seus fatores determinantes. 
- Há faixa etária comum? 
- Qual sexo que predomina o transtorno? 
- A situação socioeconômica influencia no 
transtorno? 
- Vínculos étnicos e culturais podem determinar 
no transtorno? 
DISTÚRBIOS EMOCIONAIS 
- Método de avaliação (entrevista clínica, teste, 
observação em casa/escola) - tomar cuidado de 
como foi feito. 
- Evolução das ideias e do contexto social. 
 
Dados longitudinais e epidemiológicos mostram que 
sintomas podem assumir diferentes formas de 
apresentação ao longo do desenvolvimento. 
Sinais e sintomas vão assumir diferentes formas ao 
longo do desenvolvimento. 
Embora se reconheça que cada criança segue um 
curso de desenvolvimento específico, pesquisas 
mostram que o acúmulo de conhecimento sistemático 
é possível. 
 
2.2. Sistema de classificação diagnóstica 
DSM (APA, 1952), DSM II (APA, 1968), tratavam de 
uma psicopatologia adulto; orientação psicanalítica. 
DSM III (APA, 1980), CID-9 (OMS, 1979), mudanças 
fundamentais na classificação dos transtornos 
psicopatológicos. 
A partir do DSM III, temos textos baseados em 
pesquisas - abordagem descritiva neutra no que se 
refere a teorias. 
Facilitar a comunicação entre pesquisadores e clínicos. 
 
2.3. Limitações 
- Quantidade insuficiente de pesquisas na área 
(conhecimento baseado em considerações finais); 
Discussões e conflitos contra-producentes: 
- Abordagens psicodinâmicas; 
- Abordagens comportamentais; 
- Abordagens cognitivo-comportamentais; 
- Abordagem biológica. 
 
Não compartilham os mesmos pressupostos 
epidemiológicos e nem sempre dispõem de dados 
científicos que permitam fundamentar suas conclusões. 
Cada abordagem vê a doença mental de uma forma. 
 
Limitações metodológicas das pesquisas existentes: 
- Estudos que se baseiam em amostras clínicas não 
representativas da população geral; 
- Utilização de termos imprecisos na descrição de 
sintomas: falta descrição detalhada da frequência 
e gravidade dos sintomas. 
 
Só fazem estudos com populações que tem doença 
mental, não se tem indivíduos "saudáveis" que queiram 
participar. As populações com doença mental acabam 
sendo representativas por não ter outro grupo de 
estudo. 
É importante saber descrever sintomas de maneira 
objetiva e clara. O que ele relatou, como se comportava, 
como estava vestido, etc. Investiga com cuidado a 
frequência e gravidade dos sintomas 
- Não utilização de grupos controle: 
Não se pode estabelecer comparações entre 
crianças (pais) que sofrem de um transtorno 
específico daquelas crianças (pais) que sofrem de 
outro transtorno ou sem dificuldade. 
- Utilização de instrumentos de avaliação não 
validados, o que torna as comparações entre 
estudos inviáveis. Prestar atenção na validação dos 
testes. 
- Estudos que se apoiam em uma única fonte de 
informação (criança, pais, professor). 
Não são consideradas dificuldades da criança que 
podem variar de um contexto para o outro. 
Observar a própria criança, fazer entrevista com 
os cuidadores e com o professor, para não fechar 
diagnóstico só através do que o pai ou a 
professora fala. 
- Estudos que não consideram variáveis 
desenvolvimentais, sociais ou culturais. (mudança de 
número de matérias e professores, por exemplo). 
 
2.4. Perguntas essenciais 
- Principais características (sintomas) dos 
transtornos psicológicos da infância e adolescência 
e o que os difere uns dos outros? 
- Quais são as dificuldades que acompanham tais 
transtornos e podem agravá-los? 
- Qual a prevalência desses transtornos na 
população e quais fatores influenciam essa 
prevalência? (Existem fatores genéticos, sociais, 
culturais influenciando? Afeta mais criança ou 
adolescente?) 
- Como esses transtornos evoluem ao longo do 
tempo e quais suas consequências para a vida 
adulta? 
- Quais fatores explicam a origem desses 
transtornos e a sua permanência? 
 
 
3. Abordagens em Psicopatologia 
3.1. Fatores de risco e de proteção 
Dados científicos são unânimes em mostrar que não 
existe um fator, que por si só, explique o aparecimento 
de um transtorno mental. 
Pesquisas mostram que, em geral, transtornos são 
consequências de um acúmulo de fatores de risco 
(vulnerabilidade genética a um determinado transtorno, 
questões ambientais que interagem com essa 
vulnerabilidade). 
Embora seja necessário considerar que esse acúmulo 
pode não ser determinante para a manifestação do 
quadro. 
 Resiliência 
 
 
3.2. Modelo Biopsicossocial 
Fundamentado nos trabalhos de Bronfrenbrenner de 
Perspectiva ecológica do desenvolvimento humano, que 
considera os diferentes meios nos quais a criança se 
insere e como esses meios podem se influenciar 
mutuamente. 
 
 
 
Esse modelo considera, portanto, que um transtorno 
psicopatológico é decorrente de múltiplos fatores: 
- Interações complexas entre ambiente (fatores 
de risco) e hereditariedade; 
- Realidade "endógena": características genéticas, 
neurobiológicas, afetivas e cognitivas; 
- Realidade "exógena": ambiente (relações 
familiares e sociais, língua, cultura, educação); 
 A pessoa se constrói a partir de elementos 
genéticos, neurobiológicos e psicológicos que 
sofrem influências e influenciam suas relações como meio e o contexto histórico-cultural em que vive. 
 
 
Deficiência Intelectual 
Continuum de funcionamento intelectual e adaptativo. 
Quando pensamos em inteligência, se fala de um 
indivíduo que tem a capacidade de se adaptar a aquilo 
que o ambiente demanda. 
A deficiência intelectual não é propriamente um 
transtorno psicopatológico isolado, mas um conjunto de 
condições: 
- A criança e o adolescente têm um funcionamento 
intelectual nitidamente inferior à média 
(Problemas de adaptações na escola, nos pares, 
com os pais, nas aquisições de habilidades etc.) 
- Esse funcionamento prejudica sua adaptação; 
- Transtorno manifesta-se antes dos 18 anos. 
 
Distinguem-se 4 níveis de gravidade da deficiência 
intelectual: leve, moderado, grave e profundo. 
Classificação que leva em consideração as capacidades 
intelectuais da criança e suas dificuldades de adaptação. 
 
A diversidade é a característica mais marcante da 
deficiência intelectual: 
- Autonomia; 
- Desempenho escolar; 
- Presença de afecções médicas; 
- Presença de transtornos psiquiátricos. 
 
O fato de as deficiências intelectuais refletirem um 
continuum de funcionamento cognitivo e adaptativo gera 
questões: "o que é inteligência?" 
Quando as limitações nas capacidades intelectuais se 
apresentam muito cedo, o atraso cognitivo não chega a 
ser alvo de controvérsias. 
Entretanto, quando as limitações aparecem em 
determinados contextos ou apenas em certas tarefas, 
a questão torna-se mais complexa. 
Diagnóstico de atraso cognitivo está associado à emissão 
de um julgamento social. 
Déficit intelectual é leve, não se trata apenas de um 
diagnóstico; trata-se também de um fenômeno social. 
Embora os testes de QI permitam classificar pessoas 
com atraso cognitivo, eles oferecem uma definição 
limitada desse atraso: não oferecem uma descrição das 
diferenças comportamentais, desenvolvimentais e 
etiológicas. 
Duas crianças com atraso cognitivo podem ter QI 
semelhante e nem por isso serem comparáveis. 
 
Trisomia e síndrome alcoolismo fetal - ambas 
apresentam QI entre 50 e 55, mas apresentam graus 
variados de sociabilidade e autonomia para locomover-se 
e vestir-se. 
QI é uma medida tomada em um momento e em um 
contexto específico: ainda que reflita corretamente o 
desempenho do sujeito, também reflete as 
circunstâncias em que se dá a avaliação. 
 
CID-10 
Atraso Q.I. Idade Mental 
Leve 50-69 9 a 12 anos 
Moderado 35-49 6 a 9 anos 
Grave 20-34 3 a 6 anos 
Profundo <20 abaixo dos 3 anos 
Nível competência social - funcionamento adaptativo. 
Escala de maturidade de Vineland. 
 
DSM-V: Transtornos do neurodesenvolvimento 
a) Déficits em funções intelectuais como raciocínio, 
solução de problemas, planejamento, pensamento 
abstrato e aprendizagem pela experiência 
confirmados por avaliação clínica e testes de 
inteligência padronizados e individualizados. 
b) Déficits em funções adaptativas que resultem em 
fracasso em atingir padrões de 
desenvolvimento/independência nas esferas 
individuais e/ou sociocultural. 
c) Início dos déficits intelectuais e adaptativos durante 
o período do desenvolvimento (antes dos 18 anos). 
 
DSM-V 
1) Deficiência intelectual leve 
Em geral, crianças nessa condição adquirem várias 
competências afetivas, sociais e instrumentais. 
Aprendem a falar sem maiores dificuldades, embora 
essa aquisição se dê de forma mais lenta. 
A compreensão e utilização da linguagem são limitadas e 
concretas. 
Nível de autonomia pessoal (alimentação, higiene pessoal, 
controle esficteriano) comparável ao de crianças 
normais. 
Nível social (aprendizagem regras e convenções sociais) 
também comparando ao de crianças normais. 
 Necessitam de mais tempo e apoio para assimilar 
algumas competências. 
 
 
2) Deficiência intelectual moderado 
A maioria das crianças nessa condição aprende a falar, 
mas possuem grandes dificuldades em se comunicar. 
A aprendizagem de regras e convenções sociais 
também é mais difícil (conseguem assimilar, mas o 
atraso impede de que aprenda). 
Apresentam nível de autonomia mais limitado e 
problemas de motricidade. 
 
O atraso é evidente desde a primeira infância; a maioria 
das crianças não aprendem a ler ou a escrever, mas 
podem se beneficiar de programas educativos. 
 
 
3) Deficiência intelectual grave 
Crianças apresentam dificuldades semelhantes às que 
se enquadram na deficiência intelectual moderada, 
porém mais acentuadas. 
Essas dificuldades atrasam consideravelmente seu 
desenvolvimento e limitam seu nível de autonomia. 
(Os pais as vezes não estimulam os filhos, o que pode 
deixar que seja uma deficiência intelectual mais grave. 
Seja estimular para que adquira autonomia, seja 
estimular a fala. A estimulação precoce é fundamental). 
Necessitam de vigilância e cuidados específicos por toda 
a vida em função da mobilidade reduzida, limitações na 
autonomia e afecções médicas que complicam seu 
estado.. 
 
 
4) Deficiência intelectual profunda 
Manifesta-se na primeira infância e afeta todo o 
desenvolvimento. 
Crianças precisam de cuidados permanentes, 
habitualmente em instituições. Porque são crianças que 
não terão desenvoltura da autonomia, de seus 
comportamentos, etc. Expectativa de vida baixa. 
Linguagem muito limitada ou inexistente, embora possa 
tentar se comunicar com gestos ou palavras 
desconexas. 
Autonomia muito limitada - não conseguem comer ou se 
vestir sozinhas, não possuem controle esfincteriano e 
são muito limitadas em sua motricidade. 
Necessitam vigilância constante. Seu estado 
normalmente é agravado por múltiplos problemas físicos 
que exigem cuidados médicos constantes e que limitam 
sua longevidade. 
 
 
Transtornos associados 
1. Afecções médicas 
Condições mais comuns: elipsia, paralisia cerebral e 
transtornos sensoriais. 
A gravidade dessas manifestações varia em função dos 
déficits das crianças. 
2. Estereotipias e automutilações 
Observadas em quase 10% das pessoas com deficiência 
intelectual (evidentes nos quadros graves e profundos). 
- Crianças mostram-se agitadas a maior parte do 
tempo, podem bater-se ou ferir-se gravemente 
(arrancar cabelos, bater a cabeça no chão ou nas 
paredes). 
Muitas vezes essas crianças fazem isso para terem 
uma percepção, sentirem seu próprio corpo, uma 
automutilação. 
- Comportamentos de pica: ingestão constante de 
substâncias sem valor nutritivo como lascas de pintura, 
tecido, cabelo ou areia. 
Também causa estimulação a essas crianças. 
 
3. Sintomas e transtornos psicopatológicos 
Atraso cognitivo costuma vir acompanhado de sintomas 
como imaturidade, insensibilidade social, passividade ou 
agitação extrema. 
10% a 50% das pessoas com déficits cognitivos 
apresentam uma psicopatologia: 
- TDAH 
- Transtornos de Humor 
- Transtornos de Ansiedade 
Acompanhados de comportamentos agressivos e 
perturbadores, sobretudo naqueles que exibem grandes 
dificuldades de comunicação. 
Esses transtornos aparecem como resultado de um 
ambiente intolerante, não preparado para receber essa 
criança. 
Transtornos refletem a intolerância do ambiente em 
relação a comportamentos perturbadores e a 
dificuldade dessas crianças em se submeter a certas 
exigências (prestar atenção instruções, compreendê-
las). 
 
 
Epidemiologia 
Etiologia biológica X Etiologia psicossocial 
 
Etiologia biológica 
Trissomia 
Síndrome de Down (trissomia 21): deficiência intelectual 
moderada e dificuldades que vão se agravando ao longo 
do tempo. 
São sociáveis, embora o controle emocional se 
apresente limitado, sendo propensas a crises de raiva. 
Dificuldades de linguagem e consequentemente de 
comunicação. 
Problemas cardíacos e respiratórios que limitam 
sua longevidade. Os que alcançam os 40 anos costumam 
apresentar uma demência semelhante ao mal de 
Alzheimer. 
 
➢ Síndrome Prader- Willi 
Causada por mutação no cromossomo 15, resultando em 
deficiência intelectual leve. 
Durante os 2 ou 3 primeiros anos de vida, apresentam-
se sociáveis e afetuosas, mas demonstram atrasos. 
São hipotônicase apresentam dificuldades alimentares 
(hiperfagia - obesidade). 
Apresentam labilidade de humor e crises de raiva. Em 
alguns casos, manifestam características obsessivo-
compulsivas. 
 
Síndrome do X frágil 
Segunda causa genética mais frequentemente de 
déficits cognitivo e a primeira causada por fatores 
hereditários. 
Mutação no braço longo do cromossomo X: apresentam 
desde dificuldades leves de aprendizagem até um 
quadro de déficit cognitivo profundo. 
 
 
Apresentam problemas acentuados de comunicação; 
mostram-se ansiosas ou retraídas; apresentam 
estereotipias, automutilações e hipercinesia. 
 
Etiologia psicossocial 
Pressupõe-se uma etiologia familiar, social e cultural 
para o déficit cognitivo quando não se pode estabelecer 
uma etiologia biológica. 
 
• Déficit intelectual leve: ambientes desfavoráveis 
como pobreza, alcoolismo pais, falta de cuidados 
adequados (auxílio médico, vacinas), baixa 
escolaridade. 
 
Causas Exemplos 
 
Mutações cromossômicas 
Trissomia 21 
Síndrome Turner 
Síndrome X frágil 
Síndrome Prader-Willi 
 
Embriopatias, fetopatias 
Rubéola 
Sifilis 
Toxoplasmose 
Toxicomania materna 
Prematuridade, 
dismaturidade 
Paralisia cerebral 
Complicações relativas ao parto (dificuldades 
obstétricas, traumatismo, hipóxia - problemas 
diversos acompanhados de deficiência intelectual). 
 
 
Encefalopatias pós-natais 
Encefalite 
Meningite 
Desnutrição 
Maus tratos 
Negligência 
 
 
Etiologia cultural 
Transtornos Invasivos do Desenvolvimento 
Se caracterizam por alterações qualitativas graves que 
perturbam o curso normal do desenvolvimento: 
- Alterações qualitativas das interações sociais; 
- Prejuízo das modalidades de comunicação; 
- Redução do repertório comportamental. 
 
➢ Transtorno Espectro Autista (TEA) 
No DSM-V, o TEA engloba transtornos antes chamados 
de: 
• Autismo Infantil (manifestação precoce dos 
sintomas); 
• Autismo Atípico (associado a TOC e 
Hiperatividade); 
• Transtorno/Síndrome de Asperger; 
• Transtorno Desintegrativo da Infância. 
Manifestações do transtorno variam muito dependendo 
da gravidade da condição autista, do nível de 
desenvolvimento e da idade cronológica - uso termo 
espectro. 
Manifesta-se desde a primeira infância (antes dos 3 
anos) e é mais frequente em meninos: problemas sérios 
nas interações sociais, na comunicação e no 
comportamento, o qual é bastante limitado e de 
natureza repetitiva e estereotipada. 
Quase 50% das crianças autistas são mudas; em cerca 
de 2/3 dos casos, o autismo é acompanhado de 
deficiência intelectual. 
 
Características essenciais - DSM-V 
A. Alteração na comunicação e interação social em 
múltiplos contextos. 
Déficits na reciprocidade socioemocional: 
dificuldade para estabelecer conversa 
normal e compartilhar interesses, emoções 
e afetos. Dificuldade de manter contato 
visual. 
a. Incapacidade de utilização de elementos não 
verbais nas interações sociais (falta contato 
visual, ausência de expressões faciais e 
gestuais). Eles não compreendem o contexto. 
b. Dificuldade para desenvolver, manter e 
compreender relacionamentos (dificuldade de 
ajustar o comportamento à demanda social, 
problemas em compartilhar interesses). Não 
compreendem o que o meio solicita à elas. 
 
Dificuldades acentuadas de se inter-relacionar, de 
desenvolver e manter relações sociais baseadas em 
troca mútua de afeto, solicitude e interesses. 
A inadequação social não significa que autistas não 
desejam manter relações sociais: apresentam 
dificuldade de compreender e gerir a informação 
completa que é necessária para desenvolver e manter 
trocas sociais. 
Autistas apresentam incapacidade de imitar gestos e 
ações de outras pessoas. 
Falta de compreensão de comportamentos sociais e das 
emoções, tanto próprias, como as dos outros. 
Falta de interesse progressiva pelo mundo social. 
 
Dificuldades na comunicação afetam a capacidade das 
expressões e entendimento verbais, não verbais e 
simbólicas; muitas não aprendem a falar. 
As que conseguem se comunicar o fazem de forma 
limitada e concreta; a linguagem não é sincronizada, não 
tem espontaneidade, ritmo e entonação adequadas. 
Ecolalia. 
Raras vezes são capazes de seguir instruções: não por 
oposição, mas porque não as compreendem. 
 
Características essenciais - DSM-V 
B. Padrões restritos e repetitivos de 
comportamento, interesses ou atividades. 
a. Preocupação circunscrita a vários 
interesses. 
b. Adesão inflexível a hábitos e rituais 
específicos. 
c. Tiques estereotipados e repetitivos 
(bater ou torcer as mãos ou os dedos). 
d. Preocupações persistentes com certas 
partes de objetos (interesse por apenas 
ventiladores, por exemplo). 
 
Comportamento extremamente limitado: interesse por 
objetos inusitados ou detalhes de um objeto (ex.: rodas 
de um carrinho). 
Se perturbam facilmente pelo fato de um objeto ser 
trocado de lugar - provavelmente porque necessitem de 
referências materiais para manejar relações espaciais. 
Apresentam estereotipias: se balançam, agitam braços 
e mãos, caminham nas pontas dos pés e de forma 
atípica. 
 
Manifestações associadas à deficiência intelectual; se 
apresentam mais frequentes quando tentam se 
comunicar ou se sentem estressadas por uma situação 
nova. 
 
Características essenciais - DSM-V 
C. Sintomas presentes precocemente no período 
do desenvolvimento. 
D. Sintomas causam prejuízos significativos no 
funcionamento social ou em outras áreas 
importantes da vida do indivíduo. 
 
Afecções médicas 
Mais frequentes os quadros de epilepsia (17% a 30%). 
 
Capacidades intelectuais e funções executivas 
Crianças autistas (apresentam ou não deficiência 
intelectual) podem apresentar "performances cognitivas 
paradoxais": algumas apresentam as chamadas "ilhas de 
aptidões" - não sabem lidar com interação social, mas 
sabe muito sobre determinado assunto. 
Podem apresentar deficiência intelectual em um teste 
específico e apresentar habilidades superiores em 
outros setores: desenhar, repetir um texto ou 
sequência de números que ouviram apenas uma vez, 
por exemplo. 
 
Prognóstico 
O TEA é crônico e evolui sem períodos de remissão 
acentuado, principalmente na presença de deficiência 
intelectual. 
Quase sempre é necessário um cuidado constante e 
especializado (nos casos mais graves). 
 
Etiologia 
Fatores genéticos desempenham papel fundamental na 
etiologia do TEA. 
- Pais e irmãos de crianças com TEA têm maior 
probabilidade de apresentar traços artísticos). 
- São distantes, rígidos e inábeis em suas relações 
sociais. 
- Apresentam dificuldade em se expressar ou 
compreender claramente o que lhes é dito. 
Embora seja considerado pouco provável que o TEA 
tenha origem psicossocial, considera-se um transtorno 
de causas multifatoriais. 
 
➢ Síndrome de Asperger 
Manifesta-se desde a primeira infância por 
perturbações graves das interações sociais, 
comportamento restrito e de natureza repetitiva. 
Crianças e adolescentes com essa síndrome (síndrome = 
conjunto de sintomas) não apresentam déficit de 
linguagem, deficiência intelectual ou dificuldades 
cognitivas. 
• Crianças com Síndrome de Asperger possuem 
inteligência normal, aprendem a falar, porém 
costumam ser inábeis no aspecto motor 
(motricidade fina). 
• As dificuldades são evidentes no âmbito social: 
apresentam alterações semelhantes às 
crianças autistas (menos acentuadas). 
• Linguagem normal, porém, pedante, 
restringindo-se a trocas pontuais. 
• Apresentam dificuldade com metáforas e em 
interpretar a linguagem não verbal. 
Em certos casos não parecem procurar desenvolver 
suas relações sociais, não por falta de interesse, mas 
por não saberem como agir. 
 
Validade científica 
A Síndrome de Asperger foi incorporada ao DSM na 
sua quarta versão no início da década de 1990. retirada 
em 2014 (porque está dentro do espectro autista). 
A validade científica sempre deu margem à discussão: 
seria um transtorno próximo do autismo (mas distinto 
dele) ou uma entidade clínicaque não se diferencia do 
autismo de alto nível? 
 Poucos estudos - escassez de dados. 
 
Epidemiologia e curso desenvolvimento 
Atinge com mais frequência meninos, em geral começa 
ou é reconhecido mais tardiamente que o autismo 
(talvez porque suas manifestações são menos 
evidentes). 
Crianças atingidas chamam atenção na época da 
escolarização. 
 
Etiologia 
- Não se conhece causas para a Síndrome de 
Asperger, mas as hipóteses etiológicas já sugeridas no 
autismo aplicam-se também a ela. 
- Influência de fatores genéticos e neurobiológicos. 
 
O que marca o TEA é a dificuldade marcante em 
estabelecer relações interpessoais. 
 
➢ Transtorno Desintegrativo da Infância 
Caracteriza-se por período normal de desenvolvimento 
seguida de desintegração rápida e espantosa da maior 
parte das competências adquiridas. 
• Desenvolvimento aparentemente normal 
durante os dois primeiros anos de vida 
(aquisição de competências relacionadas à 
linguagem verbal e não verbal). 
• Perda clinicamente significativa, antes dos 10 
anos de aquisições anteriores: 
a. Linguagem 
b. Competências sociais 
c. Controle esfincteriano 
d. Atividades lúdicas 
e. Habilidades motoras 
• Caráter anormal do funcionamento em pelo 
menos 2 dos seguintes aspectos: 
a. Alteração qualitativa das interações 
sociais (comportamento não verbal, 
incapacidade estabelecer relações com 
os pares). 
b. Ração qualitativa da comunicação 
(atraso ou ausência de linguagem, 
linguagem repetitiva). 
c. Caráter restrito, repetitivo e 
estereotipado do comportamento 
(tiques). 
 
Validade científica 
Incertezas - o transtorno difere do autismo por seu 
período prolongado de desenvolvimento normal e perda 
brusca de competências. Entretanto, cerca de 30% dos 
autistas também apresentam desenvolvimento normal 
antes do aparecimento de dificuldades. 
 
Leva a considerar que o Transtorno Desintegrativo da 
Infância seja uma forma tardia e grave do autismo. 
 
Transtornos associados 
- Deficiência intelectual grave ou profunda 
- Epilepsia 
- Hiperatividade, depressão e ansiedade 
 
Etiologia, epidemiologia e curso desenvolvimento 
Transtorno raro (2 crianças em 100mil nascimentos); 
atinge mais meninos. 
Evolui de forma crônica e rápida; o prognóstico é grave 
para todas as crianças atingidas pelo transtorno. 
As dificuldades são múltiplas e persistem ao longo da 
vida. 
 
Com relação à etiologia, considera-se que o transtorno 
seja decorrente de uma disfunção no desenvolvimento 
do sistema nervoso central. 
Fatores genéticos, neurobiológicos e ambientais são 
desconhecidos. 
O que o difere do Rett é a desaceleração do 
crescimento craniano. 
 
➢ Síndrome de Rett 
Descrita pela primeira vez em 1966 por Andreas Rett. 
Manifesta-se após 6 a 18 meses de desenvolvimento 
normal. Progride por um processo de desintegração. 
Alterações significativas de relações sociais, 
perda parcial ou completa da linguagem, uso 
anormal das mãos, desaceleração do crescimento 
craniano. 
Crianças apresentam deficiência intelectual grave ou 
profunda e dificuldades sociais e físicas consideráveis. 
Aparece nas edições mais recentes do CID e do DSM. 
 
Características essenciais - DSM-V 
A. Desenvolvimento pré e perinatal 
aparentemente normais. 
B. Desenvolvimento psicomotor aparentemente 
normal durante os 5 primeiros meses de vida. 
C. Perímetro craniano normal ao nascimento. 
 
Aparecimento após o período inicial do desenvolvimento 
de todos os seguintes elementos: 
A. Desaceleração do crescimento craniano entre 
5 e 48 meses. 
B. Perda de competências manuais funcionais 
entre 5 e 30 meses, seguidas do aparecimento 
de estereotipias das mãos. 
C. Perda da socialização na fase precoce da 
doença (pode ser readquirida posteriormente). 
D. Falta de coordenação da marcha e do tronco. 
E. Alteração grave do desenvolvimento de 
linguagem. 
Ocorrem problemas nas interações sociais, embora o 
interesse social geralmente seja mantido. 
Deficiência intelectual grave ou profunda. 
 
Transtornos associados 
• Crises de epilepsia 
• Dificuldades de mastigação, salivação excessiva, 
protusão da língua, ausência de controle 
esfincteriano. 
• Rações posturais, dificuldades respiratórias e 
automutilação. 
 
Etiologia, epidemiologia e curso desenvolvimento 
Síndrome de Rett é rara (1 criança afetada em cada 10 
mil nascimentos). 
As meninas são as mais atingidas (mutação do gene 
MECP2 do cromossomo X - aborto da maior parte dos 
meninos). 
Condição crônica que evolui rapidamente. 
 
 
Conclusões 
- A noção de transtornos invasivos de desenvolvimento 
é vaga; seus limites diagnósticos se mostram muitas 
vezes imprecisos. 
- As entidades clínicas são difíceis de se fazerem 
distinguir. 
- A maior parte dos transtornos invasivos é definida 
pelo "lado negativo": sabe-se muito mais sobre aquilo que 
as crianças não conseguem fazer, do que efetivamente 
sobre aquilo que elas realmente fazem. 
Sabe-se muito pouco sobre como essas crianças 
realmente se comportam. 
 
Transtornos - TEA 
 Neurodesenvolvimento - T. Desintegrativo 
- Síndrome de Rett 
 
 
 
Esquizofrenia na infância e adolescência 
 
Esquizofrenia: campo complexo 
A esquizofrenia na infância e adolescência faz parte 
dos transtornos graves com limites indefinidos. 
Costuma ser persistente e crônica (mesmo na infância), 
embora só dê indícios no final da adolescência ou início 
da idade adulta. 
 
 Esquizofrenia Perturba significamente o de- 
 infância senvolvimento (cisão funções 
 cognitivas, afetivas e sociais 
 
Embora a natureza das perturbações varie de indivíduo 
para indivíduo, na maioria das vezes, o esquizofrênico 
mantém relações discordantes com o mundo em que 
vive: comportam-se de maneira estranha e 
incompreensível para seu meio. 
• Incoerentes e desorganizadas 
• Manifestam crenças inverossímeis 
• Têm experiências sensoriais não usuais 
 
Plano cognitivo desorganizado. Fragmentos de ideias e 
não conseguem reter esse pensamento. Mede-se como 
o indivíduo está desorganizado através do discurso/fala 
dele. 
Saltam de tema em tema, como se seus pensamentos 
também saltassem. 
 
Dados disponíveis a respeito da doença são limitadas, 
sobretudo no que diz respeito à natureza, às 
manifestações e à evolução do transtorno. 
Prevalecem as análises transversais em 
detrimento dos estudos longitudinais. (estuda-se 
momentos específicos, indivíduos em surto. Não 
sabemos o que acontece com o indivíduo na 
remissão da crise). 
Manifestações clínicas da esquizofrenia na infância são 
geralmente semelhantes àquelas observadas na idade 
adulta. 
 
Vários estudos concluíram que a idade em que começam 
as dificuldades é o fator mais importante a ser 
considerado. 
 
Crianças que manifestem sintomas de um transtorno 
grave de natureza invasiva antes dos 3 anos. 
 TEA 
 
Manifestação dos sintomas ocorrem após os 5 anos, 
caracterizados por alterações cognitivas, afetivas e 
sociais. 
 Transtorno psicótico 
 
Tanto a CID-10 quanto o DSM-V descrevem a 
esquizofrenia na infância com base nos critérios 
diagnósticos utilizados para adultos, distinguindo-a da 
TEA e outros transtornos invasivos do desenvolvimento. 
A grande questão que se coloca é a dificuldade em 
distinguir manifestações esquizofrênicas de 
experiências normais da infância: fantasia/imaginação 
se confundem com o real durante os primeiros anos de 
vida. 
 Avaliações múltiplas 
 
DSM-V (2014) 
Presença de pelo menos 2 dos seguintes sintomas 
(durante a maior parte do tempo em um período de um 
mês): 
A. Sintomas Positivos: delírios e alucinações. 
B. Sintomas Negativos: embotamento afetivo 
(emoções não são coerentes com o 
meio/contexto, como rir em momentos de 
tristeza), falta de iniciativa (avolição), isolamento 
social. 
C. Desorganização/fragmentação do pensamento: 
discurso desorganizado e sem coerência. 
D. Comportamento grosseiramente desorganizado 
ou catatônico. 
( resultado de pensamentosdesorganizados. 
Geralmente os sintomas negativos aparecem 
primeiro que os sintomas positivos, o que pode 
dificultar no diagnóstico, podem confundir com 
outros transtornos. Quanto mais tarde o indivíduo 
tenha o primeiro surto, melhor é o prognóstico. 
Vários surtos = morte de neurônios). 
 
Diagnóstico 
• Sintomas positivos: ideias delirantes e alucinações - 
manifestações "ruidosas" que desabilitam a 
criança/adolescente, bem como o convívio familiar 
e social. 
 
Delírios são crenças consideradas bizarras, 
irracionais ou falsas. Não podem ser refutadas por 
dados da realidade, porque a pessoa está vivendo 
aquilo. 
Temas (religião ou perseguição): 
• Ideia de que a criança é habilitada por um 
espírito que controla seu corpo. 
• Pensamentos são controlados por forças 
externas (polícia). 
• Vítimas de forças naturais, divinas ou 
demoníacas. 
• Crença de que é incumbida de uma missão 
importante. 
As ideias delirantes resistem a qualquer 
argumentação lógica e demonstração 
concreta de que elas são falsas. 
 
Na esquizofrenia há uma exacerbação do estado 
de angústia/questionamento de "o que é a 
morte", "o que é a vida", em função da 
desorganização. Por isso, seus temas "preferidos" 
é religião e perseguição. Pensamentos intrusivos. 
 
As alucinações são experiências perceptuais - 
maior parte de natureza auditiva. 
 
A criança diz ouvir uma voz (ou vozes) que não é 
a sua, ou que, contra a sua vontade, monopoliza 
sua atenção. 
 
 Delírios Alucinações 
 
 Plano das ideias Alterações na 
 Percepção (sentidos) 
 
• Sintomas negativos: marcado pelo embotamento 
afetivo, alogia (comunicação restrita) e avolia 
(desinteresse). 
 
É comum os sintomas negativos aparecerem 
primeiro, e no início pode ser difícil distingui-los de 
comportamentos de desorganização e retraimento 
observados em outros transtornos (TEA ou 
ansiedade). 
Não reflete falta ou inexistência de emoções, 
e sim uma dificuldade de compreender e 
expressar de modo adequado às demandas do 
ambiente. 
 
• Sintomas de desorganização: pensamento e 
discurso desorganizado e incoerente. 
 
Manifestam-se no discurso da criança ou 
adolescente, e às vezes, em seu aspecto motor 
(agitação, movimentos estereotipados, ecolalia). 
A fala não possui fluidez e organização; é repetitiva. 
 
Caso exemplificando: "Eu tinha sempre um sonho 
mexicano. Estava assistindo TV na sala. Desapareci desse 
mundo e então eu estava no armário. Isso parece um 
sonho de aspirador. É um sonho mexicano. Quando eu 
estava perto dessa terra de sonho, virava do avesso, a 
cabeça para baixo. Às vezes tenho sonhos mexicanos e 
sonhos de aspirador. É muito difícil berrar quando a gente 
está sonhando." (Russel et al., 1989). 
 
 
Subtipos Esquizofrenia 
• Paranóide: ideias delirantes e alucinações auditivas 
predominam em um contexto em que a 
desorganização e os sintomas negativos são pouco 
presentes. 
Perseguição e megalomania estão em primeiro plano. 
 
• Hebefrênico ou desorganizado: sintomas de 
desorganização e sintomas negativos estão em 
primeiro plano. 
Ideias delirantes e alucinações podem estar 
discretamente presentes. 
 
• Catatônica: perturbação considerável da 
psicomotricidade, podendo ir da imobilidade à total 
agitação hiperativa. 
Negativismo extremo, problemas de linguagem 
(mutismo, ecolalia). 
 
• Indiferente: responde aos critérios gerais de 
esquizofrenia, mas não aos de um dos três subtipos 
já mencionados. 
 
• Residual: respondia aos critérios gerais de 
esquizofrenia no passado, mas não responde mais 
no momento do diagnóstico (podendo haver 
persistência de sintomas negativos). 
 
Desenvolvimento e prognóstico 
Em 60% a 80% dos casos, a manifestação do 
transtorno é progressiva, frequentemente insidiosa 
(não ocorre de forma súbita ou aguda) sobretudo antes 
da adolescência. 
Sintomas de TEA podem se manifestar desde a 
primeira infância. 
As dificuldades mais observadas são os atrasos no 
desenvolvimento: déficits linguísticos, motores, 
retraimento social, hiperatividade, mudanças de humor. 
 
A manifestação da doença se inicia pelas perturbações 
do pensamento e do discurso, para culminar nos 
sintomas positivos. 
 
- O prognóstico costuma ser mais grave quando o 
transtorno começa na infância do que quando se inicia 
no fim da adolescência (início idade adulta). 
- O prognóstico é grave quando o transtorno começa 
de forma insidiosa e não aguda. 
- As crianças que manifestam sintomas negativos têm 
um prognóstico mais desfavorável se comparadas às 
crianças que apresentam sobretudo sintomas positivos. 
 
Etiologia 
As perspectivas teóricas que tentam explicar as causas 
da esquizofrenia: 
- Enfatizam fatores biológicas (disfunção cerebral de 
origem genética). 
- Consideram o transtorno um esforço de adaptação a 
circunstâncias da vida patológicas ou traumáticas. 
 
Fatores biológicos 
Sabe-se há muito tempo que a esquizofrenia se 
manifesta frequentemente entre membros de uma 
mesma família. 
45% a 50% em gêmeos monozigóticos. 
15% a 20% em gêmeos dizigóticos. 
Parentes em primeiro grau apresentam risco mais 
elevado quando comparado ao risco da população em 
geral. 
Quando não atingidos pelo transtorno, parentes de 
crianças ou adolescentes esquizofrênicos correm maior 
risco de desenvolverem um transtorno esquizotípico. 
 
Fatores familiares, sociais e culturais 
• Psicanálise: mãe esquizofrênica: mulher fria, 
rejeitante e com necessidade de controle extrema 
sobre o filho. 
• Teoria do duplo vínculo: transtorno possui suas 
origens em um estilo divergente de comunicação 
familiar (sobretudo materna). 
A criança é incapaz de interpretar mensagens 
dúbias que recebe do meio. 
 
- A mãe pode atrair a atenção da criança. 
- Rejeita seu gesto de afeto quando esta se aproxima. 
- E quando a criança se afasta ela manifesta desagrado 
pelo comportamento da criança ("você não gosta mais 
de mim?"). 
Impede a criança de interpretar as mensagens que 
recebe, e de formular suas próprias mensagens. 
 
• Teoria da emoção expressa: é um índice de atitude 
afetiva do pai/mãe em relação ao filho. Baseado em 
observações que pais fazem dos filhos (na ausência 
destes últimos). 
Avalia a tendência dos pais em se mostrarem 
críticos e quererem controlar o comportamento dos 
filhos. 
Níveis elevados de emoção expressa pode 
predizer o risco de recaída nos adultos com 
esquizofrenia. 
 
• Aliança entre fatores biológicos e sociais 
 
 Fatores biológicos - vulnerabilidade 
 
Fatores sociais - eventos da vida estressantes 
 
Postula-se que a criança não herde a esquizofrenia em 
si (como entidade nosológica), mas uma vulnerabilidade 
acentuada a diversos transtornos mentais. 
Pensa-se em uma situação em que a criança é exposta 
a experiências de vida estressantes e traumáticas e 
não tem meios pessoais (recursos psicológicos) para 
lidar com tais eventos. 
 Pode determinar o aparecimento dos primeiros 
sinais do transtorno e determinar o curso de seu 
desenvolvimento. 
 
 
 
Transtornos de Humor 
 
São sinônimos de transtornos afetivos. 
Caracterizados por mudança marcante ou prolongada 
das emoções na criança ou adolescente. 
Humor em que depressão e desespero predominam ou, 
ao contrário, em que predomina a agitação maníaca. 
 
Transtorno Sintomas que afetam o funciona- 
 de Humor mento da criança e adolescente e 
 perturba suas relações com o meio 
 
Oscilação nos estados do humor (emoções). 
A desesperança também marca a depressão. 
Crianças e adolescentes que apresentam transtorno de 
humor possuem probabilidade de desenvolver alguma 
psicopatologia na vida adulta. 
 
Apresentam: 
• Irritabilidade 
• Desvalorização ou culpabilidade 
• Agitação ou lentificação psicomotor 
• Falta de energia 
 
Transtornos de humor manifestam-se de forma 
crônica, através de episódios recorrentes. 
 Prosseguirna idade adulta. 
 
Por um histórico de aprendizagem, ele não tem controle 
da vida dele, para se comportar. 
 Ausência de controle de eventos na vida 
 Envolve a crença de que não tem controle 
 
Transtornos de humor na infância e adolescência são 
definidos e diagnosticados com base nos mesmos 
critérios utilizados para adultos (DSM-V e CID-10). 
• Transtorno Depressivo Maior 
• Transtorno Distímico (Distimia) 
• Transtorno Bipolar 
 
Vários estudos apontam que a infância e adolescência 
pode ser realmente marcada por sentimentos de 
angústia e desespero. 
 
Assim, considera-se, por exemplo, que a adolescência é 
uma fase que necessita de muitas adaptações 
(geralmente rápidas e estressantes) e que os sinais de 
"inquietações interior" são frequentes nesta fase. 
Entretanto, não se pode considerar que estados 
depressivos são comuns e compõem um desarranjo 
normal provocado pelas mudanças físicas e psicológicas 
que acompanham a puberdade. 
 
Sintoma, síndrome ou transtorno? 
O estudo dos transtornos de humor é complicado pelo 
caráter vago do termo "depressão". 
Reflete tanto uma noção popular, quanto um conceito 
científico. 
Do ponto de vista empírico, é atribuído ao termo 3 
sentidos distintos: descritivo, clínico e diagnóstico. 
 
 
➢ Depressão: sentido descritivo 
No sentido mais amplo, o termo "depressão" descreve 
um sintoma. 
Resume sentimentos de aflição e desespero, que em 
graus diferentes e em momentos diversos, se 
manifestam durante a vida das pessoas. 
 
A presença do sintoma de depressão não é suficiente 
para caracterizar um transtorno de humor. 
 
 
➢ Depressão: sentido clínico 
No sentido clínico, o termo faz referência a uma 
síndrome e pressupõe a presença do sintoma 
que, excetuando-se o humor depressivo, 
compreende: 
• Perda de energia 
• Sentimentos de desvalorização e 
culpabilidade 
• Perturbações no sono e apetite (sintomas 
vegetativos) 
Trata-se de uma condição mais séria se comparada a 
uma mudança de humor passageira e pontual que 
normalmente acompanha acontecimentos estressantes 
(luto, divórcio, doença). 
Não é indicativa, portanto, de um transtorno de 
adaptação ou transtorno de humor. 
 
Diferença da Depressão Descrita X Clínica: 
- Descrita: um sinal e sintoma 
- Clínica: conjunto de sinais e sintomas 
 
A depressão enquanto sinal e sintoma quando há 
rebaixamento de humor, em um evento de vida 
significativo (espera-se uma reação (comportamento) há 
transtornos de ajustamento ou adaptação). 
 
O rebaixamento de humor (entristecimento) tem um 
valor adaptativo, para que o indivíduo foque apenas no 
que ele precisa resolver. 
Depressão = síndrome, rebaixamento de humor 
associado a outros sintomas (inclusive vegetativos) que 
não caracterizam um transtorno de humor. 
 
 
➢ Depressão: sentido diagnóstico 
No sentido diagnóstico o termo faz referência a uma 
psicopatologia baseada em critérios diagnósticos 
específicos. 
Os sintomas precisam se manifestar com intensidade e 
durante um período mínimo. 
Trazendo prejuízos significativos nas esferas 
pessoal, profissional, social, caracterizando 
assim, um transtorno de humor. 
 
 
➢ Transtorno Depressivo Maior 
Caracteriza-se por um ou mais episódios depressivos, 
com pelo menos 2 semanas de humor deprimido 
acompanhados de ao menos 4 sintomas que incluem 
sentimentos de: 
• Desesperança 
• Desvalia, culpa 
• Desamparo 
• Alterações no apetite e sono 
• Fadiga, irritação 
• Retardo ou agitação psicomotora 
• Diminuição desempenho sexual 
• Dificuldade concentração e raciocínio 
• Pensamentos recorrentes sobre a morte 
 
Fala-se de episódio depressivo isolado (quando é único). 
É importante ressaltar que o humor da criança pode se 
apresentar mais irritável do que deprimido. 
 
Duas amostras clínicas compostas por crianças e 
adolescentes de 6 a 18%: 83% apresentavam sintomas 
de agressividade e cólera. Resultados semelhantes 
foram obtidos em estudos. 
 
 
• Transtorno Distímico 
A neurose depressiva, é caracterizada por pelo menos 
1 ano de humor deprimido na maior parte dos dias, 
acompanhados de sintomas depressivos que não 
chegam a caracterizar um episódio depressivo maior. 
As flutuações do humor entre períodos 
depressivos e de remissão são menos 
acentuadas. 
Distimia humor rebaixado, manifestação mais crônica e 
homogênea. 
 
 
• Transtorno Bipolar 
Envolvem a presença obrigatória na história do paciente 
de episódios maníacos, mistos ou hipomaníacos. 
São subdivididos em Distúrbio Bipolar 1 e 2, ciclotímico e 
não especificados. 
▪ Mania: caracterizados por humor 
persistentemente eufórico, expansivo ou 
irritável por pelo menos 1 semana e mais 3 
dos seguintes sintomas: 
- Excesso de autoestima 
- Atividade aumentada 
- Fuga de ideias 
- Menor necessidade de sono 
- Dispersão 
- Envolvimento em atividades sem 
avaliar riscos 
Podem ocorrer sintomas psicóticos. 
 
Agitação acompanhada de sociabilidade 
excessiva e de uma incessante necessidade 
de falar. Discurso se mostra muitas vezes 
desorganizado (pensamento se desenrola 
de maneira desconexa e anárquica). 
 
Os adolescentes procuram sensações 
agradáveis e se engajam em 
comportamentos de risco (como consumo 
de álcool e drogas, promiscuidade). 
Necessidade de hospitalização 
 
▪ Hipomania: semelhante à mania, mas o 
quadro não é severo o suficiente para 
causar prejuízos ocupacional e não existem 
sintomas psicóticos. 
 
▪ Distúrbio Ciclotímico: caracteriza-se pela 
presença, durante pelo menos 2 anos, de 
vários episódios hipomaníacos e depressivos 
que não preenchem o critério para 
episódios maníacos ou depressivo maiores 
respectivamente. Têm curso crônico e 
flutuante. 
 
Ciclomanía poderia se dizer que é um 
Transtorno Bipolar mais ameno. 
 
 
Diferença Distimia X Ciclotimia: 
• Distimia há rebaixamento de humor sem 
prejuízos que caracterizam depressão maior, 
pelo menos 1 ano. 
• Ciclotimia: manifestação dos sintomas mais 
amenas nas alterações de sintomas hipomania e 
depressão maior, pelo menos 2 anos. 
 
 
Suicídio 
Cerca de 2/3 de crianças e adolescentes deprimidos 
têm ideias suicidas. Ideias que podem ser constatadas 
inclusive entre crianças com menos de 6 anos. 
Vários estudos afirmam que o suicídio em adolescentes 
está associado a um período de depressão que pode 
durar anos (quadro com presença de sintomas 
psicóticas). 
Meninos com Transtorno de Humor se suicidam 
mais que meninas (utilizam de meios mais fatais: 
arma de fogo, overdose). 
 
Etiologia 
Fatores e genética 
Sabe-se há muito tempo que os transtornos de humor 
costumam atingir uma mesma família. 
Pesquisas mostram que crianças correm risco elevado 
de desenvolver um transtorno de humor (antes da idade 
adulta) se o pai ou a mãe apresentá-lo. 
Esse risco é mais elevado no caso do pai ou da mãe 
apresentar o transtorno antes dos 20 anos. 
Filhos de pais afastados com um transtorno de humor 
correm um risco elevado de tê-lo ou então de 
apresentar outras psicopatologias (transtorno de 
ansiedade ou problemas de adaptação). 
 
Fatores neurobiológicos 
Transtornos de humor estão associados a diversas 
anormalidades neurobiológicas: 
- Disfunção eixo HHA (hipotálamo-hipófise-adrenal). 
- Alteração níveis neurotransmissores e hormônios. 
- Alteração ciclo sono-vigília. 
Adultos deprimidos costumam apresentar: 
- Níveis elevados de cortisol. 
- Hipossecreção hormônio crescimento 
- Alteração níveis neurotransmissores (serotonina) 
Há vários indícios que experiências 
precoces influenciam na etiologia de um 
transtorno de humor por meio de 
mudanças neurofisiológicas permanentes. 
Diversos acontecimentos ocorridos antes 
do nascimento ou logo após, podem tornar 
a criança mais vulnerável. 
Ocorre uma perturbação do 
desenvolvimento de sistemas 
neurobiológicos necessários para o manejo 
do estresse e expressão de emoções. 
 
Fatores psicológicos, familiares e sociais 
Teoria do apego 
Postula que a maioria dos transtornos de humor provém 
do apego inseguro que a criança desenvolve comrelação aos pais (mais especificamente com a mãe). 
A criança não consegue desenvolver uma ligação de 
apego estreita e tranquilizadora com a mãe - 
desprovida de atenção e reconforto em uma situação 
de estresse. 
 
Perspectiva cognitiva 
Atribuem a origem dos transtornos de humor à maneira 
como a criança ou adolescente trata a informação 
afetiva, interpessoal e social. 
Beck (1976) postula que as pessoas com depressão 
cometem "erros sistemáticos" em sua maneira de 
pensar: 
Pensamentos são impregnados por um olhar de 
julgamento negativo sobre: 
- Eles mesmos ("sou gorda e feia") 
- O mundo ("não há lugar para pessoas como eu 
nesse mundo") 
- O futuro ("fazer um esforço? Pra quê? Nada vai 
mudar"). 
 
 Tríade cognitiva negativa 
 
Se torna automatizada e extremamente 
resistente a mudanças. 
 
Seligman (1975) sugere que os transtornos de humor 
têm sua origem em experiências recorrentes de 
impotência. 
Essas experiências (reais ou percebidas como tais) 
levam as pessoas a desenvolverem a expectativa de 
que suas ações são incapazes de influenciar o curso dos 
acontecimentos - desamparo aprendido. 
Atribuem acontecimentos negativos a causas 
internas, estáveis e globais sobre as quais têm 
pouco ou nenhum controle. 
 
Relações familiares 
Preconiza que os transtornos de humor são 
decorrentes de um modo de interação e comunicação 
intrafamiliar. 
Salienta-se 3 dimensões do comportamento materno: 
• Nível elevado de afetividade negativa (cólera, 
ameaças). 
• Nível elevado de desapego ou indiferença com 
relação à criança. 
• Falta afetividade positiva (afeição, brincadeiras). 
 
 
 Resumindo os Transtornos de Humor 
• Depressão Maior 
• Distimia 
• Transtorno Bipolar 
o Tipo 1: mania/depressão 
Episódio depressão maior 
o Tipo 2: hipomania/depressão 
Episódio depressivo maior 
• Ciclotimia 
o Hipomania 
o Pressão 
 
 
 
Transtornos de Comportamento 
 
Um dos transtornos da infância e adolescência com 
consequências mais prejudiciais (repercussões sociais). 
É um conjunto de comportamentos perturbadores que 
as crianças e adolescentes manifestam em diferentes 
graus. 
Sendo descritivo: desobediência, provocação, roubo, 
mentira, agressividade verbal e física. 
Normalmente vem acompanhado de prejuízos na 
esfera social. 
Perturbação proeminente, exacerbado na esfera 
social. 
 
Agressividade 
Frequente nos transtornos de comportamento: físico ou 
verbal. 
Normalmente vem acompanhada de hostilidade intenção 
deliberada de fazer o mal ou infligir a outro, não reativa. 
- Persiste e vai aumentando durante primeiros 
anos de escola - situações em que a criança é 
submetida a regras. 
- Associa-se geralmente a níveis elevados de 
impulsividade (comum no T.C.). 
 Dificuldade acentuada controlar impulsos. 
- Pode vir acompanhada de violência. 
A agressividade física é mais comum nos meninos - mais 
probabilidade de desenvolver um transtorno de 
comportamento. 
Socialmente é reforçado uma competitividade mais nos 
meninos, podendo ser um fator de risco. 
 
Contexto social e cultural 
O diagnóstico envolve a análise não só do 
comportamento da criança/adolescente normas 
sociais do meio em que está inserida. 
Para se tomar psicopatológico o comportamento deve 
ser considerado inaceitável para o meio/cultura. 
Entretanto, deve se levar em conta que muitas vezes o 
próprio meio incita e estimula a agressividade. 
Quando o comportamento desadaptado é condizente à 
realidade em que ele está inserido, não pode ser 
considerado um transtorno. 
 
 
▪ Transtorno Opositor Desafiante 
Caracteriza-se por comportamentos de oposição, 
desobediência, provocação e hostilidade dirigido 
em relação a adultos e colegas. 
Prejuízos evidentes nos planos sociais e 
adaptativo (APA, 2003; OMS, 1993). Em todos os 
meios em que a criança/adolescente frequenta, 
para ser patológico. 
É a natureza extrema e prolongada dos sintomas 
(origem em manifestação normal) que define o 
transtorno. 
• Oposição: a criança manifesta resistência ativa 
às exigências e aos limites impostos pela vida 
coletiva. 
• Provocação: tendência a testar limites; prazer 
em provocar, aborrecer e irritar os outros. 
• Reage mal ao ser provocada ou reprimida: não 
tolera frustração. 
Essas crianças não se consideram responsáveis 
por seus comportamentos extremos, que são 
justificados pela exigência "desproporcional" a que 
são submetidas. 
Dificuldade a se inserir e se submetes a regras 
sociais. 
 
 
▪ Transtorno de conduta 
Caracteriza-se por comportamentos conflituosos 
graves que se mostram de maneira repetitiva e 
persistente. 
Características: 
• Recorrente: se manifestam por pelo menos 6 
meses. 
• Claramente excessivos e inaceitáveis 
(agressões, roubos, fraude, destruição de bens 
materiais). 
• Comportamento repercute no desenvolvimento 
- consequências sociais e legais. 
 
O que difere o Transtorno Desafiante do 
Transtorno de Conduta é que há evolução clara de 
manifestações comportamentais; e o Transtorno 
de Conduta apresenta componentes infracionais, 
tendo problemas com a justiça. 
 
• Baixa tolerância a frustração; agressividade. 
• São imprevisíveis e explosivos (quando criticados 
ou rejeitados). 
• Manifestam pouco ou nenhum remorso ou 
culpa (quando o fazem, sua sinceridade é 
colocada em dúvida - livrar-se da punição). 
 
Jovens encontram-se frequentemente em 
situação de fracasso escolar, quando não são 
expulsos de diversas escolas. 
Itas pesquisas levam a crer que a ausência de 
empatia, remorso, insensibilidade caracterizam um 
pequeno subgrupo de crianças/adolescentes. 
Evoluir para o Transtorno de Personalidade 
Antissocial. 
(o Transtorno de Personalidade é crônico, o 
manejo é mais complicado, só pode 
diagnosticar esse Transtorno quando adulto, 
quando termina de se desenvolver. 
"Psicopata" é um termo errôneo. 
O que marca o Transtorno de Personalidade 
Antissocial e o Transtorno Impulsivo é o não 
saber lidar com os outros. 
 
Esse perfil psicológico corresponderia, já na infância, ao 
perfil de sociopatas adultos. 
Falta de emoções e consideração pelos sentimentos 
alheios, ausência de culpa e arrependimento, 
desonestidade, impulsividade. 
O Transtorno de Conduta pode sim evoluir para um 
Transtorno Antissocial. 
 
Validade científica 
Deve-se considerar os transtornos de comportamento 
como entidades distintas? O Transtorno Opositor 
Desafiante é uma entidade nosológica distinta ou uma 
manifestação precoce do Transtorno de Conduta? 
Transtorno de Conduta pode ser fator de risco para 
Transtorno Antissocial. Este, já mostra características 
de Transtorno de Personalidade. 
 
Evolução da gravidade: 
1. Transtorno Opositor Desafiante infância e 
2. Transtorno de Conduta adolescência 
3. Transtorno de Personalidade Antissocial adulto 
Como se fossem graus, sendo o 3 o mais severo. O 1 
acaba sendo fator de risco para a evolução do seguinte. 
 
O Transtorno Opositor Desafiante pode ser considerado 
como preditor confiável para o Transtorno de Conduta. 
Nesse caso, o Transtorno Opositor Desafiante funciona 
como um fator de risco para o aparecimento do 
Transtorno de Conduta. 
Promover ações preventivas logo no Transtorno 
Opositor Desafiante para não evoluir para os 
outros transtornos. 
 
Transtornos Associados 
Várias pesquisas mostram que a comorbidade é regra, 
mais que exceção. 
 
 
▪ TDAH 
A hiperatividade e a impulsividade estão mais associadas 
aos transtornos de comportamento. 
Crianças com duplo diagnóstico tendem a apresentar 
maior agressividade física e mais comportamentos 
perturbadores. 
Tendem também a apresentar mais problemas de 
aprendizagem e rejeição social. 
Também são mais impulsivas e hostis, se comparadas às 
crianças com diagnóstico exclusivo de TDAH. 
 
Abuso de álcool, tabaco e outras drogas 
Transtornos de comportamento associam-se também 
ao uso precoce e abusivo de drogas lícitas e ilícitas. 
Uso de tabaco e álcool na 1ª série - consumo tende a 
aumentarnos anos seguintes (quantidade e diversidade 
de drogas utilizadas). 
 
Rejeição social 
Aparece como um fator preditivo da manutenção dos 
transtornos de comportamento e seu agravamento. 
• Alimenta comportamentos agressivos e os agravam. 
• Favorece a formação de vínculo entre crianças 
perturbadoras (gangues). 
Fortalecimento da agressividade e violência sobretudo 
nos meninos. 
 
Etiologia 
É consenso se considerar que não existe um fator único 
capaz de explicar a origem de comportamentos 
agressivos e perturbadores.

Outros materiais