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Considerações ortodônticas preventivas e Interceptativas A primeira parte da aula será sobre controle de espaço. 1. Sequência clínica para confecção de aparelho fixo 2. Sequência clínica para confecção de aparelho removível 3. Análise da dentição mista 4. Manutenção de espaço – aparelhos da CO infantil conceitos básicos: - Evolução da oclusão normal - Análise da dentição mista - Manutenção de espaço - Recuperação de espaço - Mordida cruzada - Mordida aberta - Hábitos bucais É importante saber avaliar as diferenças de cada fase, o que quer dizer o resultado da análise. Lembrar os conceitos dos tipos de mordidas e hábitos. Material básico para atendimento: alicate 139, alicate saca-banda, calcador, mordedor/adaptador, alicate tridente, moldeiras, espelho, pinça e sonda. Sequência clínica para confecção de aparelhos fixos com solda 3 consultas + fase laboratorial (entre a segunda e a terceira consulta). - 1 planejamento (previamente realizado após conferência do CPOS e definição do plano de tratamento clínico). - 2 colocação da borracha de separação. A primeira consulta é rápida porque o planejamento já está previamente feito, o tratamento ortodôntico é inserido no plano de tratamento do paciente. Já possui plano de tratamento feito, radiografias. Colocaremos uma borracha de separação (para que consiga colocar o anel e banda no dente precisamos usar borrachas separadoras ou elastic). Se o paciente tem algum tratamento a ser feito na consulta prévia ou instalação de banda para iniciar confecção do aparelho, nós vamos fazer o tratamento, por exemplo, restauração, e ao final da consulta colocamos o elástico separador. A borracha de separação são elos, colocamos de forma como se fosse passar fio dental de um lado e do outro, precisamos esticar a borracha porque ela é espessa e precisamos fazer uma certa força. É importante que a borracha sobre uma parte para oclusal do dente e o restante passe abaixo do ponto de contato. A borracha não pode sumir abaixo do ponto de contato, porque pode invadir os tecidos periodontais e causar abscesso. No caso de um paciente que esteja planejado como última consulta, antes da aparelhagem, uma restauração, por exemplo, colocaremos a borracha naquele dia da restauração, que será a última consulta clínica, para poupar o paciente de ir a uma consulta clínica só para colocação da borracha, que dura uns 5 minutos. Esse paciente vai para casa com a borracha, orientamos a não passar fio dental onde há a borracha, evitar alimentos pegajosos e grudentos para não a removê-la. Após 2 - 3 dias o elástico separa os dentes. Na próxima consulta removemos o elástico e faremos a adaptação da banda. A 2ª consulta é a mais longa. Removemos o elástico de separação com sonda. A área pode estar inflamada, porque o paciente não consegue higienizar bem. Removemos o biofilme e passamos fio dental. O máximo que esta borracha deve ficar são 2 semanas, não pode passar disso. A primeira coisa a se fazer é selecionar as bandas, que são divididas em superior e inferior, selecionamos as que estão mais próximas da dimensão mésio-distal do dente, que pode ser medida com uma a sonda milimetrada. Tirar da caixa a banda com pinça (não pode colocar mão). As que foram testadas e não usadas, devem ser lavadas e devolvidas para a ASB esterilizar. A banda precisa entrar o mais justo possível no dente. Nossa referência de como colocar a banda é esse sulco que fica virado para vestibular do dente. Existem siglas na banda que indicam se é inferior ou superior além do número, que fica para a mesial ou distal do dente. Na área proximal existe um recorte diferente que acompanha a margem gengival, diferente da vestibular e lingual/palatina. Faremos a adaptação da banda com um mordedor. Os mordedores possuem pontas redondas, quadriculares ou triangulares, tanto faz. Após seleção da banda, que deve entrar bem justa no dente, nós vamos inicialmente colocar com dedo e se não conseguimos assentar tudo com o dedo (que é o ideal) vamos utilizar o mordedor. Onde achamos que a banda precisa descer, adaptamos a ponta do mordedor e pedimos ao paciente para morder. A força da mordida faz a banda descer. Qual é a altura correta da banda? Precisa estar abaixo das cristas marginais e deve ficar ½ milímetro subgengival. Para avaliar se esta subgengival é só olhar pela vestibular e lingual, é bem pouquinho. Se não invadir o espaço do ligamento não teremos problema de inflamação e higiene. Após correta adaptação, nós sabemos que estas bandas são universais para molares (decíduos ou permanentes), então precisamos fazer o brunimento para adaptarmos as cúspides e diferentes anatomias de cada dente. Vamos pressionar o metal do calcador na direção das cúspides vestibulares, lingual, palatina e se precisar mesial e distal. Deve-se ter cuidado com o calcador, porque o aço das bandas não é macio e precisamos aplicar força para fazer o brunimento. A pega do calcador é igual a de uma alavanca. Após adaptação da banda faremos uma moldagem de transferência. Porque nós queremos transferir a adaptação desta banda e que ela consiga sair do alginato para o gesso. O ideal é uma moldeira mais adaptada e justa na boca do paciente para conseguir moldar todas as estruturas e não se tornar desconfortável. O alginato deve ter a proporção correta de água e pó para ter boa qualidade e conforto. Após manipulação o material não pode estar escorrendo da moldeira, e precisa ser colocada em maior quantidade na frente. Na hora de moldar encaixamos primeiro a parte posterior e depois anterior. Na inferior, ocorre menos prevalência de ânsia, então só pedimos ao paciente para elevar a língua. Se a criança começar ter ânsia, devemos tentar não tirar antes de pegar presa porque suja tudo. O sucesso da moldagem na criança é saber distrair, pode pedir para contar com os dedos dos pés. Após moldagem correta precisamos remover a banda que só será removida com alicate saca banda. O saca banda possui uma ponta que pega na cervical da banda e uma borracha que fica na oclusal do molar e vamos fechar o alicate que se bem-posicionada, remove a banda sem amassar. Não pode amassar porque depois vamos posicionar a banda no modelo de alginato com fio. Quando for posicionar no modelo, vamos colocar a parte oclusal para baixo e a parte vestibular para fora. Depois de colocar a banda no alginato devemos prendê-la com fio, para na hora de vazar o gesso, não desadaptar a banda. É um momento crítico porque se a banda desadaptar e errarmos a transferência, perdemos TODO o trabalho feito até aqui. O fio é 0,7 tangenciando as duas pontas da banda, pode prender com cera derretida. Após o alginato pronto para vazar o gesso, colocaremos novamente um elástico separador novo. Na próxima consulta esperamos que o dente esteja afastado para o aparelho conseguir se encaixar. O alginato deve ser colocado no umidificador após a moldagem. O intervalo entre moldagem e vazagem do gesso não pode passar de 30 minutos. Não esquecer de fazer desinfecção do alginato antes dele ir para o umidificador. Não bater para não soltar a banda, usar o vibrador. Colocar incrementos pequenos para certificar-se que as oclusais foram todas preenchidas e estão sem bolhas, depois colocar incrementos maiores de gesso para preencher todo o restante. Primeiro desenhar e fazer o fio modelando o desenho. Precisamos prender a solda com gesso ou cimento de fosfato de zinco, porque com cera, o calor vai derreter. Por último, fazemos a solda. Agora, iremos para a terceira consulta, onde nem sempre acontece na semana seguinte da 2ª consulta. Algumas vezes damos um intervalo de 15 dias, mas, também não pode exceder esses 15 dias, porque o dente pode movimentar-se e aí não conseguimos usar o aparelhofeito. Após vazar gesso, pedir a professora para desenhar no modelo como deve ser feito. Realizaremos o aparelho sozinhos e soldaremos junto com os professores. Após a soldagem, faremos o acabamento e polimento, depois é necessário esterilizar. Removemos a borracha, provamos o aparelho, vamos cimentar o dente que tem a banda. Fazemos a cimentação após profilaxia. Cimentamos com CIV porque é resistência, evita doenças e calcificação. A manutenção depende do tipo de aparelho. Ativo normalmente 2/3 semanas, passivo normalmente de 3/3 meses ou 6/6 meses. Sequência para confecção de aparelhos removíveis Só necessitamos de 2 consultas e a fase laboratorial, porque não utilizamos bandas. Primeira consulta: 1 planejamento (previamente realizado após a conferência de CPOS e definição do plano de tratamento clínico). 2 moldagem com alginato (manter em umidificador) 3 vazamento do gesso (até no máximo 30 minutos após a moldagem para evitar distorção) 4 obtenção do modelo de gesso Podemos adiantar esta moldagem ao final de uma consulta que a criança fez outro tratamento (para adiantar a quantidade de consultas do paciente na faculdade). A moldagem será exatamente igual, só não transferimos nada. A professora recomenda que antes de vazar o gesso, preencha com alginato a região do assoalho bucal, porque depois podemos deixar esta região lisa. Após moldagem temos a fase laboratorial. Fase laboratorial: 1 desenho do aparelho 2 confecção dos grampos 3 aplicação do cel lac 4 fixação dos grampos com cera utility e cera 7 derretida 5 Acrilização 6 acabamento com fresas e lixas 7 polimento com feltro e pasta de pedra pomes Faremos os desenhos dos grampos, placa, ou fio. Aplicaremos o selante, fixaremos os grampos com cera 7 derretida na vestibular (igual no laboratório). Após isso, faremos acrilização no modelo de gesso e manipularemos com pó e líquido. Após presa, dar bom acabamento e polimento. Faremos a acabamento com o kit de fresas de prótese, lixas d’água e madeira. Quanto melhor o polimento da ponta do grampo, melhor é a colaboração dos pacientes. Por último, um feltro com pasta de polimento de acrílico ou pedra pomes. Damos intervalo de 1 semana entre a primeira e segunda consulta. Segunda consulta: Desinfecção do aparelho Prova, ajuste, ativação e instalação do aparelho Manutenção a definir Não poderá ser esterilizado, porque distorce. Podemos deixar no hipoclorito e passar álcool 70 antes de fazer a prova na boca. Após assepsia, faremos a prova, ajustes e apertaremos grampos, se for o caso. Se for aparelho ativo, nós faremos a ativação. Terminamos passando as instruções quanto a uso, higiene, modo de colocar e retirar. A manutenção depende do tipo de aparelho. INSTRUÇÕES DA CLÍNICA Regras importantes para a ortodontia na clínica infantil: - Após a moldagem, o paciente deve ser agendado para 15 dias, para dar tempo de confeccionar o aparelho. - Assim que o modelo estiver pronto, de preferência no mesmo dia da moldagem, pedir ao professor para desenhar grampos e/ou aparelho. - Adiantar a confecção dos grampos e fios em casa ou fora do horário de clínica. - Na semana seguinte, ter outro paciente agendado e solicitar ajuda do professor para finalizar o aparelho no seu horário de auxiliar de clínica. Faltas graves: - não marcar paciente em horario de clinica para confeccionar o aparelho de outro paciente, a não ser quando solicitado. - marcar o paciente para instalar o aparelho em intervalo maior que 15 dias por atraso na confecção do aparelho. O paciente chegar para atendimento e o aparelho não estar pronto e/ou esterilizado. - não ter algum material de ortodontia solicitado tanto para atendimento clinico como para o laboratorio. Análise de dentição mista é a avaliação da quantidade de espaço disponível para a erupção e posicionamento de todos os dentes permanentes. Faremos a conta para analisar a partir do momento que os incisivos superiores e inferiores dos dois lados erupcionam. Esta conta nos mostrará se há espaço suficiente para erupção do canino, 1 e o 2º pré-molares. De acordo com a análise da discrepância, teremos os seguintes resultados que vão ter diferentes tipos de tratamento: - Positiva: tem espaço sobrando e não precisamos nos preocupar com espaço. Só faz acompanhamento, interferir só se for necessário. - Zero: o espaço que existe é o espaço exato para erupção dos dentes. Nestes casos faremos a manutenção de espaço. - Negativa pequena: na arcada superior é uma perda de até - 4 mm, e na arcada inferior - 3 mm. Nesses casos podemos fazer recuperação de espaço. - Negativa acentuada: quando os valores são maiores do que os citados acima. Nestes casos os tratamentos são mais complexos e podem incluir exodontia de dentes permanentes. Manutenção de espaço – planejamento: - Tempo decorrido após a perda - Idade dental do sucessor permanente - Quantidade de osso sobre o permanente - Sequência de erupção e erupção retardada - Ausência congênita e impacções - Orientação aos pais Levar em consideração quanto tempo passou após perda do dente, dentro dos seis primeiros meses perdemos muito espaço. Avaliar se o dente tem 1/3 da raiz formada, porque isso significa que ele já iniciou o processo eruptivo (estágios de Nolla). Avaliar quantidade de osso que cobre o permanente, 1 mm a cada 6 meses. Então se tem 2 mm de osso sobre um permanente sabemos que ele só vai erupcionar daqui 1 ano. E aí consegue-se programar o tempo que manterá o espaço. Observar se há troca na sequência de erupção, pode perder espaço. Observar os exames radiográficos, para ver se possui anodontia, se é necessário realmente manter o espaço. Orientar aos pais que o mantenedor de espaço é um aparelho passivo, e qual o real objetivo dele. Alça e banda: Fácil confecção (fio 0.9) Baixo custo Rapidez na confecção Não restaura a função Não impede extrusão do antagonista Somente perda unitária por arcada. O contorno do aparelho não pode impedir que o local de erupção do dente. Observa-se que a banda fica bem justa ao dente. Precisamos ver se na arcada inferior a solda não interfere na oclusão, se necessário marcamos com carbono e ajustamos. Arco lingual: Indicado para mais de 1 dente perdido e da arcada inferior. Para perdas múltiplas e/ou bilaterais. Efetivo (fio 0,9) Baixo custo Fácil higiene Não restaura a função mastigatória Não impede a extrusão do antagonista O contorno deve tocar nos dentes anteriores, e algumas vezes os anteriores não estão tão bem alinhados. Todos os mantenedores devem ser planejados antes da extração preferencialmente. Se a criança já chega com dente perdido faremos a análise da dentição mista. Barra transpalatina: Perdas múltiplas e/ou bilaterais superiores. Efetivo (fio 0,9) Baixo custo Fácil higiene Não restaura a função mastigatória Não impede a extrusão do antagonista Acompanha curvatura do palato e é apoiado geralmente nos primeiros molares permanentes. • Mantenedores de espaço: o planejamento da manutenção de espaço deve ser feito antes do dente ser extraído. a remoção do mantenedor deve ser feita imediatamente antes ou assim que o dente permanente inicie sua erupção. Não precisa esperar o dente erupcionar por completo ou ficar totalmente descoberto por osso. Assim que começar erupção o mantenedor é removido! Mantenedor colado ou provisório: Perdas unitárias unilaterais sem possibilidade de confecção de mantenedor convencional. Fio 0.8 Fácil confecção Não restaura a função mastigatória Solta e quebra facilmente Mantenedor de emergência, quando não consegue confeccionar os convencionais. É mais frágil, pode soltar e quebrar facilmente. Colocar resina no dente mais anterior e posterior ao da perda. Não deve ser colocado tanto na oclusal, e nem alto,porque vai atrapalhar na oclusão e soltar. Este é um mantenedor (barra transpalatina) adaptado, foi um caso específico de trauma onde tentou- se devolver estética e manter o espaço. Observa-se MUITO osso, o permanente vai demorar anos pra erupcionar. Todos estes são fixos, mas podemos executar os removíveis também. O removível é arriscado porque depende da colaboração do paciente, principalmente região posterior. Em região posterior, sempre que possível, dar preferência para o mantenedor fixo. Mantenedor parcial em acrílico: Perdas múltiplas superiores ou inferiores. Este mantenedor mantem espaço, devolve estética e evita instalação de hábitos nocivos (colocar objetos, dedos, projeção inadequada da língua). Arco tipo I de Baume na região anterior quase não perde espaço, sabe-se disso através de estudos. O tipo hawley é usado quando precisamos de uma maior retenção e confeccionamos a placa com dente de estoque (pode ser próprio dente do paciente se ele quiser e tiver). Na região posterior não há necessidade de colocar dente de estoque. Fazemos o batente de acrílico para manter espaço e grampos de retenção. O acrílico pode ajudar na mastigação e evitar extrusão do antagonista. Após colocação na boca devemos sempre observar se não fica alto. • Controle de espaço – 2ª parte Segundo procedimento mais indicado em termos de controle de espaço na dentição mista, que é a necessidade de recuperação de espaço. É feita a conta (análise de dentição mista) para ver se existe espaço na arcada para os dentes permanentes sucessores, e dependendo do resultado da discrepância, que é espaço avaliado (espaço de base óssea) - espaço requerido (tamanho MD dos dentes permanentes sucessores), determinaremos a conduta clínica que esse paciente necessita. Pode ser uma conduta de apenas acompanhamento, ou intervenção preventiva de manutenção de espaço, quando o espaço for exato para essa erupção dos dentes, ou, indicar uma recuperação de espaço, quando se tem uma discrepância negativa pequena (aprox. -3 mm na arcada inferior e -4 mm na arcada superior onde o osso é mais maleável). Aparelhos removíveis para controle de espaço: Na clínica da faculdade, usamos basicamente um tipo de recuperador, porque são aparelhos que conseguimos fazer, mais simples, e que o paciente também consegue utilizar com facilidade. Existem vários tipos de recuperadores de espaço, o próprio extraoral pode ser utilizado para isso. O lip bumper (placa labioativa) também serve para distalizar molares inferiores e para projetar incisivos, porém, são aparelhos mais complexos, os alunos não conseguem confeccionar. Os aparelhos que utilizamos na faculdade são: Removiveis ou placas em acrilico com grampos de retenção, seja um grampo de retenção vestibular/interproximal e molas. As molas, usaremos na maioria das vezes quando precisarmos distalizar molar ou mesializar o pré-molar, pode ser usado em qualquer arcada. Há outro aparelho removível, que possui uma mola, chamado em sela. Ativação mais lenta, menos efetivo. A vantagem é que a mola pode ser ativada para dois lados. Nesses recuperadores de espaço, como são removíveis, precisaremos fazer ativações pequenas e sequenciais, marcando o paciente de 15 em 15 dias. Essa ativação inicial demorará em torno de duas semanas para movimentar o dente e recuperar o processo inflamatório inicial, característico do movimento dentário, e com o paciente voltando, conseguimos reativar, pois o dente já movimentou, o processo inflamatório já terminou. Lembrando que recuperar espaço é diferente de obter. Recuperar é quando você já teve e perdeu o espaço, seja uma perda precoce por doença, trauma, migração de dente. É diferente de um espaço que nunca existiu, por exemplo, quando o tamanho da base óssea é menor que o tamanho dos dentes permanentes que o paciente tem. As vezes herdou uma arcada grande do pai e dentes pequenos da mãe, e vice-versa. Nas discrepâncias (muito) acentuadas (-8, -10 mm), normalmente você precisa obter espaço, e não recuperar, conseguimos ou desgastando algumas faces ou extraindo dentes (normalmente indica-se extração de pré-molar). No caso da foto, o canino não tem onde entrar, mesmo se vestibularizasse esse pré- molar. Muitas vezes nos casos em que ainda são indicadas as extrações, são por conta dessas discrepâncias muito acentuadas. Aparelhos para corrigir: • mordida cruzada: - Anterior: Para a correção de um ou dois dentes cruzados na região anterior, no máximo: plano inclinado fixo (PIF) ou placa com mola digital. PIF: Indicamos o PIF quando já tem comprometimento periodontal dos incisivos inferiores por conta da mordida cruzada, ou uma retração gengival no incisivo inferior. Queremos descruzar o dente, sem comprometer ainda mais o incisivo inferior. Aparelho todo em acrílico com batente, toca na palatina do dente que queremos descruzar e é cimentado na parte inferior (é aparelho fixo), com um cimento provisório ou cimento de fosfato de zinco. Nunca utilizamos CIV, pois tem uma adesão muito forte e esse aparelho precisa ser removido toda semana para ver como está. Ele precisa ter a largura do dente que queremos descruzar, o batente precisa ter um plano inclinado em 45° (quando for confeccionar, apoiar uma lâmina de cera 7 dobrada em formato triangular e correr sobre o batente para ele ter essa inclinação necessária), precisa ser 45° porque é a inclinação necessária que bate na palatina do dente e faz ele deslizar para vestibular. Devemos observar a desoclusão posterior, que não deve exceder 4 mm. Ela está diretamente ligada à altura do batente. Fazer contorno cervical das coroas, e sempre terminar no meio do dente de um lado e do outro lado, para dar maior facilidade de apoiar para remover o aparelho e para conseguir passar o fio dental. Precisamos fazer aquela conta para saber quantos dentes vamos englobar. Cimentamos com cimento provisório ou cimento fosfato de zinco, porque vamos tirar o aparelho semanalmente. Ele fica no máximo 3 semanas na boca. Não pode passar de 3 semanas por conta de desoclusão posterior, onde os dentes estão extruindo e depois de 3 semanas acaba se tornando patológica. Não usar CIV para cimentar. Como ele é cimentado e possui desoclusão posterior, pedimos para o paciente fazer uma alimentação mais pastosa. Ele terá dificuldade na mastigação e fonação. Existe uma regra para saber quantos dentes na arcada inferior precisamos envolver no acrílico para que ele fique firme o suficiente para descruzar o dente que precisamos: A = N + 2 A = ancoragem N = número de dentes que precisamos descruzar PLACA COM MOLA DIGITAL: Quando temos um paciente em que esse cruzamento tem um transpasse com a arcada inferior pequena, e essa arcada inferior não tem nenhum comprometimento periodontal dos incisivos, indica-se a placa com mola digital, que é uma placa feita em acrílico com uma molinha, cujo desenho vai depender da quantidade de movimento que precisamos que o dente faça. Se compararmos o PIF com a PLACA COM MOLA, a vantagem do PIF é que independe da colaboração do paciente já que é cimentado, mas que, como altera um pouco a mastigação e fonação, precisamos que o paciente esteja cuidando para que ele não solte. A outra vantagem é que ele descruza muito rápido. As vezes em uma semana. É muito comum ter o descruzamento total em 2 semanas. Independentemente, só pode ficar até 3 semanas na boca. Já a PLACA COM MOLA, precisa ser ativada várias vezes, de duas em duas semanas, então, dependeremos da colaboração do paciente por muito mais tempo. As vezes levamos 2, 3 meses para ter o descruzamento. Para a correção de mais de dois dentes, é indicado o ARCO PALATINO ATIVO. Ele é confeccionado com bandas ortodônticas soldadas (fixo) – necessita toda a sequência de aparelhagem fixa –está indicado para casos com 2, 3, até 6 dentes cruzados na região anterior. É difícil de fazer. Podemos usar o arco palatino ativo para dente com comprometimento periodontal, mas vamos ter que cobrir com acrílico a oclusal dos dentes posteriores. Funciona bem, é rápido (as vezes 2 meses descruza de 4 a 6 dentes). Precisamos de um arco base (fio 0,8), e o fio que fica encostado próximo aos incisivos é um 0,20. Na hora de posicionar, o arco fica na palatina, ele vai pressionando a palatina dos incisivos empurrando para vestibular, removendo o descruzamento. Reativação de 3 em 3 semanas e em 3 meses provavelmente o resultado aparece. Os aparelhos removíveis não necessitam de mudanças alimentares. - Posterior Quando temos uma mordida cruzada envolvendo vários dentes na arcada posterior, indicamos o aparelho de Porter. Aparelho de Porter: É difícil e chato de fazer. É um aparelho que precisa encostar no ponto de cada dente que precisa descruzar pela palatina. Por ele ter força grande, nós usamos quando tem mordida cruzada de vários dentes. O Porter é feito na mesma sequência que falamos no início da aula para aparelho fixo (são 3 consultas e entre essas consultas tem a fase laboratorial). Na boca ele toca de canino até molar, tem formato em W. importante não ficar muito afastado do palato Ativação de Porter: Deve ser ativado antes da cimentação, para saber o quanto de força será feito, e se o paciente aguentará. Toda vez que precisar reativar, precisa remover e depois recimentar. Anterior: vestibular de canino Posterior: metade da largura buco-lingual do molar Só se consegue a ativação na mão. Experimentamos o aparelho e nos certificamos de que não está machucando o paciente, remover da boca, ativar e provar novamente. Somente depois disso, é cimentado. Fazer ativação com alicate 139 segurando no ponto da seta azul e empurrar a haste para o lado esquerdo e direito, onde a área posterior do aparelho é expandida. Quanto deve expandir? Abrimos a haste vermelha o suficiente para que quando coloque o aparelho na boca sem encaixar a banda, a área de solda esteja na direção dos sulcos principais dos molares. Não encaixamos nos molares, só colocamos sobre. Então só é necessário observar se essa abertura feita fica com a solda na direção dos sulcos principais dos molares. Após isso, vamos ativar a região anterior que deve estar na direção do canino sem ter colocado a banda ainda. Após essa ativação, devemos novamente experimentar para ver se não está machucando o paciente e quando for colocar na boca devemos apertar, uma vez que ele foi expandido e está maior que o arco. Isolamento relativo e cimentação. Dentro dos anéis, CIV, e usamos os mordedores falados no início da aula. Remover os excessos de CIV antes da presa. Ativação de 3/3 meses, devemos remover todo aparelho para reativar. Tudo sobre o aparelho de Porter serve para o Quadri-Helix. A diferença é que ele tem mais fio, e isso permite uma movimentação mais leve. Como é muito difícil de fazer, não é utilizado frequentemente. Recidiva: alguma recidiva deve ser esperada, portanto, a sobrecorreção em 2 a 3 mm é recomendável. Contenção: 3 meses – segundo proffit Tratamentos dento – alveolares sempre tem recidiva, porque não trabalhamos com a base óssea, somente com processo alveolar. Nós usamos os próprios aparelhos como contenção, só não ativamos eles. Ele atua de forma passiva. De 2 a 3 meses. Placa com parafuso: Indicada para mordidas cruzadas uni e bilaterais, só que de vários dentes. Desvantagem é depender da colaboração do paciente e o próprio paciente que ativa, dia sim, dia não em casa. Não descruza tão rápido por este motivo. Existem 3 tipos diferentes de aparelhos com parafuso. Estes são removíveis. Medimos o parafuso antes do paciente ir para casa com aparelho e quando ele retorna, medimos novamente. Observar se a arcada do paciente expandiu na consulta de retorno. Os encapsulados fazem com que o aparelho fique mais retentivo. Banda e elástico: Quando tem somente 1 dente a ser descruzado, a banda e elástico é uma boa opção. O elástico descruza o dente, e o aparelho é o acessório que colocamos no dente para apoiar o elástico. Deixamos por 2 meses, se não descruzar, ou é má colaboração do paciente ou algo interferindo. Ele pode causar extrusão do dente, por isso só fica 2 meses. • Mordida aberta: - Controle de hábitos Possibilidades: eliminar o hábito, grade palatina fixa ou removível, fonoaudiologia e/ou psicologia associada. Grade palatina fixa/removível: Sucção digital altera muito a posição dos dentes. Quanto antes eliminar, melhor. Quando o paciente gosta muito de chupar dedo, você deve adaptá-lo a remover este hábito. Não deve julgar! A grade pode ser fixa ou removível. Grade removível é um pouco difícil, porque o paciente tira da boca para alimentar o hábito vicioso. Melhor usar somente para corrigir o mal posicionamento da língua, juntamente com a fonoaudióloga. Precisa ser longa, deve pegar na altura do incisivo inferior ou no rebordo do incisivo inferior. Não pode deixar o dedo entrar e a língua sair. A fixa é preferência para sucção de dedo, porque o paciente não consegue tirar. Os 3 primeiros dias é difícil para o paciente, avisar aos pais. A grade pode ficar até 1 ano cimentada, mas de 3/3 meses ele vem para a gente avaliar. Deve ficar por longo período porque para remover o hábito é difícil. Cimentada também com CIV. Lembretes: Deve-se ler, preencher e solicitar que o responsável assine a ficha de esclarecimento ortodôntico para todo paciente com aparelho na consulta de instalação dele. São duas cópias, uma o responsável leva e a outra fica na ficha.
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