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Acromias e hipocromias Discromia - engloba toda e qualquer alteração da cor da pele Acromias ou hipocromias - ausência ou diminuição de melanina Hipercromias - aumento de melanina Leucomelanodermias - associação das duas anteriores Discromias por outros pigmentos Albinismo - Grupo de doenças genéticas - Síntese de melanina com melanócitos estrutural e quantitativamente normais - Alteração da síntese de melanina envolvendo os melanócitos da pele, dos cabelos e dos olhos é denominado albinismo oculocutâneo (AOC) - Quando a alteração envolve apenas o pigmento da retina dos olhos, recebe o nome de albinismo ocular (AO). - Outras alterações: - pigmentação da íris e retina - hipoplasia da fóvea - nigtatismo - estrabismo - alterações de fibras ópticas do quiasma óptico - diminuição da acuidade visual - Tipos - universal - logo ao nascimento, coloração da pele rosa-clara, pelos brancos, posterior fotossensibilidade e alterações oculares - incompleto - é uma variante, pele pouco pigmentada, cabelos claros e alterações oftalmológicas são menos frequentes, diafania - parcial - lesões hipopigmentadas, geralmente múltiplas, localizadas ao longo da linha média do corpo, desde o nascimento. Albinismo oculocutâneo - Distúrbio de pigmentação generalizada mais comum - frequência estimada em 1:20.000 - Classificação - AOC1: - alteração da mutação no gene tirosinase - AOC1A: forma mais grave, com ausência da atividade da tirosinase (tirosinase negativa), resultante da mutação do gene TYR, e completa ausência de melanina na pele, cabelos brancos, pupilas vermelhas e, consequentemente, diminuição da acuidade visual - AOC1B: ocorre redução da atividade da tirosinase (enzima parcialmente ativa), mas não ausência. Ao nascimento, os pacientes acometidos são indistinguíveis da variante AOC1A, mas nos primeiros anos de vida, desenvolvem uma pigmentação amarelada nos cabelos e, então, seguem acumulando pigmento na pele, nos cabelos e nos olhos, com a idade. Na puberdade, há desenvolvimento de pelos escuros em regiões acrais. - AOC2: - Enzima tirosinase + - A alteração está na mutação no locus do gene P, proteína de transporte presente na membrana do melanossomo. - Os pacientes são claros, com pigmentação perto do normal, que aumenta com a idade, e acuidade visual diminuída, que melhora entre a infância e a adolescência. - AOC3 - mutação na proteína 1 associada à tirosinase – TRP1, localizada no cromossomo 9. - Apenas em pacientes negros e caracterizada por pelos castanho-claros, pele morena clara, íris azul ou marrom, nistagmo e acuidade visual diminuída. - AOC4 - Causada por mutação no gene MATP, que está envolvido no processamento e transporte de proteínas do melanossomo. - Tem fenótipo similar a variante AOC2. - É uma das formas mais comuns de albinismo no Japão, e é rara em caucasianos. Albinismo ocular - Apresenta 4 formas clínicas - Mais frequente ligada ao cromossomo X - Mulheres: alterações características do pigmento ocular com aspecto de salpico de lama, pigmento punctato da retina em uma íris translúcida; a pele pode ser mais clara do que deveria; pode haver nistagmo e redução da acuidade visual. - Homens - pele normal e pigmento nos pelos. A íris apresenta-se azul ou marrom e todas as mudanças do sistema óptico do albinismo estão presentes. - As outras três formas estão associadas à surdez e podem ser transmitidas de forma autossômica dominante, recessiva ou ligada ao X. Síndromes relacionadas com o albinismo Síndrome de Hermansky-Pudlak Síndrome de Chédiak-Higashi Síndrome de Griscelli - AOC e alteração das plaquetas - pseudo-hemofilia com episódios hemorrágicos incluindo epistaxe, hemoptise, sangramento gengival e pós-parto - Fibrose pulmonar - Colite granulomatosa - diarreia sanguinolenta e dor abdominal - AOC discreto - cabelos prateados ou com brilho metálico, nistagmo, fotofobia e infecções bacterianas repetidas - presença de grânulos citoplasmáticos grandes nas células produtoras de grânulos, inclusive neutrófilos - ocorre morte ainda na infância - AOC com alteração pigmentar variável - cabelos prata-metálicos, infecções piogênicas frequentes, neutropenia e trombocitopenia. - alterações neurológicas progressivas - melanócitos são hiperpigmentados por acúmulo de melanossomos - Outras síndromes - Albinoidismo - retardo no desenvolvimento neuropsicomotor e espasticidade. A pele é branca, os cabelos são amarelos, os olhos são pequenos, com córneas turvas e nistagmos espasmódicos. Os pacientes também apresentam fibromatose gengiva Diagnóstico - É feito o exame clínico (alterações oculares e/ou cutâneas) e com história familiar. - Avaliações laboratoriais hematológicas e histopatológicas são necessárias para identificar síndromes raras. Tratamento - Evitar exposição solar - ALteração ocular - encaminhar oftalmo - exames anuais - óculos escuros - evitar catarata precoce Piebaldismo - leucodermia congênita de caráter hereditário autossômico dominante - Mutação no gene c-kit ou gene SLUG - envolvidos no desenvolvimento do melanoblastoma - Não existe melanócitos nas áreas afetadas - Lesão característica - mancha acrômica em forma triangular envolvendo a fronte e uma mecha de cabelo próxima ela incluido os cílios - máculas hipercrômicas dentro das lesões acrômicas e em pele normal - Pode acometer tórax, abdome e extremidades - O tratamento pode ser feito com transplante de melanócitos, nos casos circunscritos - Orientação fotoproteção - Pode ter poliose Poliose É a presença localizada de cabelos brancos, enquanto a canície é generalizada. Síndrome de Waardenburg - genodermatose incomum - clínica heterogênea - defeito de estruturas derivadas da crista neural - POde ter poliose Epidemiologia - 1:42.000 - sem predileção por sexo ou idade Etiopatogenia - Autossômica dominante - Há alterações na sobrevivência, proliferação, migração e/ou diferenciação de precursores de melanócitos destinados ao ouvido interno (na qual os melanócitos são fundamentais para a capacidade auditiva), íris e pele. - responsável por 3% dos casos de surdez congênita Clínica - Deslocamento lateral dos cantos internos dos olhos - Hiperplasia da porção média dos supercílios, base nasal proeminente e alargada, alterações na pigmentação da íris e da pele - Surdez neurossensorial congênita uni ou bilateral - mecha branca frontal e encanecimento precoce - hipoplasia da asa do nariz, extremidade do nariz arredondada, lábios cheios, fenda labial e palatina, malformação cardíaca (comunicação interventricular), malformações de membros, megacólon congênito Tipos - tipo I: distopia cantórica (deslocamento lateral do canto interno do olho) combinado com distopia dos pontos lacrimais e blefarofimose, base nasal proeminente e alargada, hipoplasia dos ossos nasais e maxila encurtada, sinofris e alterações cutâneas pigmentares; - tipo II: surdez e heterocromia de íris, mas não distopia cantórica. Mutações no gene MITF, cromossomo 3 - tipo III (Klein-Waardenburg): semelhante ao tipo I, porém com comprometimento neurológico e malformações musculoesqueléticas, principalmente das extremidades. - tipo IV (Shah-Waardenburg ou Waardenburg-Hirshsprung): encontra-se a associação da SW tipo 2 com o megacólon agangliônico congênito e a hipopigmentação é mais extensa. Diagnóstico - 3 ou + características clássicas Tratamento - Nenhum é efetivamente possível. - Uso de lente colorida e maquiagem Síndrome de Tietz Distúrbio autossômico dominante caracterizado por hipomelanose generalizada associado a surdo-mudez Sobrancelhas estão ausente Nevo acrômico Manchas acrômicas, congênitas, de tamanho variável, bordas irregulares histamina ou atrito provoca eritema dx diferencial - nevo anêmico (constrição vascular) Hipomelanose de Ito - Há redução no número de melanossomos e melanócitos com dendritos curtos - Caracteriza-se por manchas acrômicas, irregulares ou em disposição bizarra, seguindo as linhas de Blaschko e acometendo pelo menos um segmento do corpo - observada ao nascimento ou surgena primeira infância, sem qualquer precessão inflamatória. - histologia - diminuição da melanina na camada basal - Anormalidades congênitas extracutâneas são encontradas em cerca de 70% dos casos - Retardo mental, epilepsia, alterações oculares, dentais, dos cabelos e do sistema musculoesquelético Leucodermia por substâncias químicas - éter monobenzílico de hidroquinona - acromia semelhante a vitiligo - manufatura da borracha - Quando esse derivado é empregado no tratamento do melasma, é muito característica a definitiva “despigmentação em confete” - Certos inseticidas e germicidas que contêm fenóis e catecóis também podem produzir acromia vitiligoide em outras áreas além da do próprio contato, por mecanismo inalatório. - DIferencial - história clínica Hipomelanose macular progressiva - hipomelanose do mestiço - comum - adolescentes ou adultos jovens miscigenados - Múltiplas lesões hipocrômicas, de tamanhos variados, arredondadas, confluentes, não descamativas, simétricas e assintomáticos - principalmente no tronco e confluem na linha média - Lâmpada de Wood realça as máculas - etiopatogenia incerta, o P. acnes tem sido incriminado - TTO - UVB narrow band - peróxido de benzoíla a 5% com clindamicina a 1% tópicos, bem como o uso sistêmico da limeciclina 300 mg/dia ou da minociclina 100 mg/dia durante 3 meses associado ao uso tópico de peróxido de benzoíla a 5% e exposição ao sol durante 30 min, 3 vezes na semana, tem se mostrado eficaz. Leucodermia gutata ou hipomelanose gutata idiopática - máculas hipo/acrômicas, eventualmente centenas, arredondadas, de bordas bem definidas, pequenas - principalmente pernas e áreas expostas de mmSS - diminuição de melanina e melanócitos. Atrofia da epiderme e hiperceratose ortoceratósica também são descritas - Em alguns casos, há boa resposta à crioterapia ou a alguma forma de abrasão das lesões. O uso de creme com dihidroxiacetona (DHA, 3 a 15%, 1 vez/semana) gera uma tonalidade alaranjada na pele e, assim, obtém-se uma camuflagem parcial das lesões. A eritrulose (1 a 5%), que é um cetoaçúcar natural, reage com grupamentos amino primários e secundários, pela reação de Maillard. Quando associada à DHA, a eritrulose proporciona um efeito “bronzeador” mais homogêneo. Leucodermia dos vagabundos - É observada em pessoas cujo hábito de higiene é precário, e caracteriza-se por manchas hipocrômicas difusas localizadas nas regiões inguinais, nádegas, cintura e axila; seria resultante de múltiplas infestações ectoparasitárias com hipocromia pós inflamatória Hipocromia/acromia pós inflamatória - Hipocromia residual pode surgir como consequência de qualquer processo de natureza inflamatória, sendo rara uma verdadeira acromia. Bem mais excepcional é a ocorrência de uma acromia decorrente de inflamação ou trauma representar um fenômeno de Köebner de um vitiligo latente. É característica a acromia que pode ocorrer após crioterapia. Nos pacientes com fototipos mais elevados frequentemente há hipercromia simultânea.
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