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Introdução a Propedêutica Neurológica I 15/03/2021 · Introdução: A avaliação neurológica busca resposta a duas questões principais: -Existe lesão neurológica? -Qual a localização dessa lesão? -É necessário conhecer o exame neurológico “normal”, e assim identificar as alterações patológicas -Conhecer a anatomia topográfica e funcional do sistema nervoso · Fisioanatomia dos neurônios: -Dendritos são projeções de um neurônio (célula nervosa) que recebe sinais (informações) de outros neurônios. -Axônio é uma parte do neurônio responsável pela condução dos impulsos elétricos que partem do corpo celular, até outro local mais distante, como um músculo ou outro neurônio. Bainha de mielina: composta por lipídeos que faz a produção do axônio. COORDENAÇÃO DE TODAS AS FUNÇÕES -> Sistema nervoso central (SNC) COMUNICAÇÃO ENTRE SNC E ÓRGÃOS EFETORES -> Sistema nervoso periférico (SNP) · TOPOGRAFIA FUNCIONAL DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL: -É possível dividir a topografia do SNC em duas porções principais: o encéfalo e a medula espinhal · Encéfalo: O encéfalo, subdividido em cérebro, tronco encefálico e cerebelo, é, em geral, a origem das respostas complexas do SNC, como o raciocínio lógico-matemático, a fala, os movimentos complexos, etc. · Regiões Anátomofuncionais do encéfalo: -No telencéfalo, os lobos frontais representam a região final de processamento das funções cognitivas superiores (raciocínio lógico e abstrato, memória, comportamento social, etc.) -Os giros pré--central e pós-central correspondem, respectivamente, às áreas motora e sensitiva primárias. · Cerebelo: O cerebelo representa o centro integrador da motricidade, tendo papel essencial na manutenção do equilíbrio, da coordenação e da marcha · Tronco encefálico/Cérebro: -O tronco encefálico (mesencéfalo,ponte e bulbo), é a porção do sistema nervoso central é a porção do sistema nervoso central, situada entre a medula espinhal e o diencéfalo. -O diencéfalo e o telencéfalo ainda contêm a origem dos 12 pares de nervos cranianos e do sistema nervoso autônomo · Regiões Especializadas: -Existem, ainda, regiões especializadas em funções altamente complexas, como as áreas de Wernicke e Broca, responsáveis pelo entendimento e pela expressão da linguagem, respectivamente. · Estrutura Interna da Medula: -A periferia é ocupada pela substância branca medular, na qual se encontram os tratos ou vias neuronais descendentes (vias motoras – partem do encéfalo em direção à periferia) e ascendentes (vias sensitivas – partem da periferia em direção ao encéfalo). -O centro medular, cujo formado lembra a letra “H”, é ocupado pela substância cinzenta (corpos neuronais), suas funções incluem a elaboração de respostas como os reflexos, e a modulação das vias ascendentes e descendentes. · Anamnese Neurológica: Na anamnese em neurologia deve ser realizada: -Identificação completa, -Pesquisar sinais, sintomas e antecedentes (pessoais e familiares) -É extremamente importante que o médico reconheça os principais sintomas de alerta neurológico ainda durante a anamnese, uma vez que estes indicarão a necessidade de um exame neurológico mais apurado. · Algumas queixas que merecem uma análise mais apurada: -Cefaleia; -Episódios de perda ou rebaixamento do nível de consciência; -Amnésia; -Convulsões; -Náusea e vômito; -Disfagia; -Dor facial ou de qualquer outro tipo; -Distúrbios do sono; -Distúrbios motores (plegia e paresia); -Distúrbios do movimento (movimentos involuntários tremores, fasciculações e balismos dismetrias, etc.); • -Distúrbios de equilíbrio; • -Distúrbios sensitivos (parestesia e anestesia); • -Distúrbios visuais (ambliopia, amaurose e diplopia); • -Distúrbios auditivos (hipoacusia, anacusia e zumbidos); • -Distúrbios da comunicação (disfasia e disartria); • -Distúrbios esfincterianos (urgência miccional, incontinência urinária, obstipação, incontinência fecal, etc.) · Queixas Mais Comuns na Neurologia: -Cefaleia -Tontura ou vertigem -Distúrbios do sono -Convulsões -Alterações de consciência, síncope ou lipotímia -Alteração da atenção, orientação, memória, percepção ou julgamento -Delirium ou demência -Alteração de sensibilidade, anestesia, parestesia -Alterações da força muscular, marcha, do movimento, tremores -Paresias (diminuição do movimento) -Alterações de humor, comportamento -Alteração de fala, audição, visão, deglutição -Náuseas e vômitos (sem correlações na clínica geral) 1. Existe disfunção do sistema nervoso? 2. Onde está localizada a lesão (ou lesões)? 3. Quais as prováveis causas do processo mórbido? · Elaboração Completa de Hipóteses Diagnósticas: -DIAGNÓSTICO SINDRÔMICO -DIAGNÓSTICO TOPOGRÁFICO -DIAGNÓSTICO ANATÔMICO -DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO -DIAGNÓSTICO NOSOLÓGICO · DIAGNÓSTICO SINDRÔMICO: · DIAGNÓSTICO DOS SINAIS E SINTOMAS Exemplo: -Paciente com dor em região lombar -Lombalgia ou Lombociatalgia (se irradiar para MMII) · DIAGNÓSTICO ANATÔMICO: DIAGNÓSTICO DA LOCALIZAÇÃO PRECISA DA LESÃO: Exemplo: -Paciente com dor em região lombar DIAGNÓSTICO ANATÔMICO: Disco Intervertebral de L4-L5 · DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO - DIAGNÓSTICO DA CAUSA DA LESÃO: Exemplo: -Paciente com dor em região lombar DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO: Hérnia Discal L4-L5 · DIAGNÓSTICO NOSOLÓGICO - DIAGNÓSTICO DA DOENÇA: Exemplo: -Paciente com dor em região lombar DIAGNÓSTICO NOSOLÓGICO: Lombociatalgia por Hérnia Discal L4-L5 · Anamnese em Neurologia - MESMA ANAMNESE CLÁSSICA: Pontos de Atenção em Neurologia: · ID: -Além de idade, sexo, cor, profissão e procedência, também: -Grau de escolaridade -Mão de preferência · QD & HPMA: Importante: -Há quanto tempo o(s) sintoma(s) começou(aram)? -Como o(s) sintoma(s) começaram? -Como foi a evolução (ou a ordem de aparecimento) do(s) sintoma(s)? -Quanto tempo demorou para o quadro se instalar completamente? -Ainda está piorando? -Aconteceu alguma coisa ou feita alguma coisa (inclusive terapia) que mudou a evolução do quadro? · TEMPO de Sintoma Neurológico (central) & Doenças Associadas: · TEMPO de Sintoma Neurológico (periférico) & Doenças Associadas: · Antecedentes Pessoais: -Além de idade, sexo, cor, profissão e procedência, também: -Alcoolismo -Tabagismo -Uso de Drogas -Doenças Sistêmicas -Doença do Tecido Conectivo -Doença das Vias Aéreas Superiores / Renais / Intestinais -Doenças Infecciosas Atípicas / Imunodepressão -Neoplasia -Uso de Medicamentos · Antecedentes Pessoais – Alcoolismo: -Neuropatia periférica -Lesão hepática: encefalopatia hepática e degeneração cerebelar -Hipovitaminose: Deficit Vit B12: degeneração combinada subaguda da medula) e Deficit de tiamina (Vit B1): encefalopatia de Wernick-Korsacoff -Crises convulsivas -Traumatismos cranianos: Hematomas subdurais -Diminuição da Imunidade: Meningites (pneumocócica) · Antecedentes Pessoais – Tabagismo: -Isquemias Cerebrais -Doenças Arteriais Sistêmicas (arteriosclerose) · Antecedentes Pessoais – Uso de Drogas: -Alucinações -Alterações sensoriais -Convulsões -Agitação psicomotora -Coma Cocaína: -Lesão arterial -Aumento da pressão arterial (hemorragias arteriais fatais) Alucinógenos (alguns ácidos): -Ligações irreversíveis com receptores do SN (“flash back”) -Recorrência de quadros episódicos de confusão mental (mesmo na abstinência) -Diagnóstico diferencial das epilepsias · Antecedentes Pessoais – Doenças Sistêmicas: DIABETES: -Neuropatias periféricas -Polineuropatias -Monoreuropatias -Radiculopatias -Neuropatias autonômicas e motoras -AVC (principalmente o isquêmico) HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA: -AVC (isquêmico e hemorrágico) -Demência vascular (múltiplos infartos) · Antecedentes Pessoais – Doenças do Tecido Conectivo: LUPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO (LES): -Neuropatias periféricas -Meningites -Isquemia aguda focal: Por presença de Ac lúpico ou associação com abortamentos ARTRITE REUMATOIDE (AR): -Vasculites em SN: Déficit neurológico e crises convulsivas · Antecedentes Pessoais Doenças Vias Aéreas Sup / Renais / Intestinais: -Sinusites de repetição + Quadro do SNC (meningite) -> Granulomatose de Wegener-Rins policísticos -> Aneurismas congênitos cerebrais -Polipose intestinal -> Associação com Glioblastoma · Antecedentes Pessoais - Doenças Infecciosas Atípicas / Imunodepressão: Doenças oportunistas: -Aspergilose (transplantados) -Toxoplasmose -Criptococose -Leucoencefalopatia multifocal progressiva -Tuberculose Quimioterapia / Radioterapia ->-Citomegalovirose, Herpes vírus e Linfoma primário do SN. · Antecedentes Pessoais – Neoplasia Atual: -Alterações focais -> Mestástese cerebral -Alterações difusas -> Síndrome paraneoplásica -Alterações mistas -> Carcinomatose meníngea · Antecedentes Pessoais – Uso de Medicamentos: Eventos adversos (efeitos colaterais) de vários medicamentos -> diversas alterações de SNC e SNP · Antecedentes Familiares: Predisposições Genéticas: -Fatores Poligênicos: enxaqueca e epilepsia -Caráter Hereditária: doenças Degenerativas e miopatias -Fator de Risco para Doença Vascular Arteroesclerótica: AVC e IAM · Propedêutica Neurológica I: · A- Dor de Cabeça e Tontura: -Dor de Cabeça = Cefaleia -“O termo cefaleia se aplica a todo processo doloroso referido no segmento cefálico, o qual pode originar-se em qualquer das estruturas faciais ou cranianas”. -Estima-se que 80% dos indivíduos apresentarão pelo menos um episódio de cefaleia · Cefaleia: · O QUE DÓI? -Todas as estruturas faciais superficiais ou profundas -Couro cabeludo -Periósteo craniano -Vasos sanguíneos extracranianos, artérias do círculo de Willis -Seios venosos intracranianos e suas veias tributárias -Parte basal da dura-máter -Nervos sensitivos · POR QUE DÓI? -DESLOCAMENTO, TRAÇÃO, DISTENSÃO, IRRITAÇÃO OU INFLAMAÇÃO DAS ESTRUTURAS SENSÍVEIS À DOR -VASODILATAÇÃO · Caracterização (Anamnese): 7 atributos 1. Localização: Onde se situa? Apresenta irradiação? 2. Qualidade: Quais suas características? 3. Quantidade ou Gravidade: Quanto incomoda? (No caso de dor, peça uma classificação em uma escala de 1 a 10) 4. Cronologia: Já teve essa dor antes – se sim, quando foi a primeira vez? Em que momento se inicia? Quanto tempo dura? Qual a frequência? 5. Situação em que ocorre: Inclua fatores ambientais, atividades pessoais, reações emocionais ou outras circunstâncias que possam contribuir para a enfermidade 6. Fatores de Remissão ou Exacerbação: Existe algo que piora ou melhora o sintoma? 7. Manifestações Associadas: Percebeu alguma outra mudança que acompanha o sintoma? · Cefaleia – classificação: As cefaleias primárias: -Enxaqueca -Cefaleia tensional -Cefalalgia -Cefaleia diária crônica As cefaleias secundárias: -Condições estruturais -Sistêmicas -Infecciosas subjacentes · CEFALÉIA: -Intensidade da cefaleia -Localização -Duração -Manifestações clínicas associadas (diplopia, alterações visuais, fraqueza muscular ou déficit sensorial) -Exacerbação por tosse, espirros ou movimentos abruptos da cabeça, que podem aumentar a pressão intracraniana. -Fatores acompanhantes: febre, rigidez de nuca ou um foco parameníngeo como otite, sinusite ou infecção da faringe que sugiram meningite. · Enxaqueca: Cefaleia precedida por uma aura ou pródromo. O diagnóstico de enxaqueca é extremamente provável se a pessoa apresentar três de cinco características: -Cefaleia pulsátil -Duração de 1 dia, ou dura 4 - 72 horas se não for tratada -Unilateral -Náuseas ou vômitos -Incapacitante ou intensidade que comprometa a atividade diária. · Cefaleia & Hipertensão Arterial Sistêmica: HAS :10-20% da população mundial -Associação comum queixas de cefaleia -Cefaleia causada por drogas exógenas causam aumento muito rápido dos níveis pressóricos -Feocromocitoma associado às crises adrenérgicas (aumento de catecolaminas) -Hipertensão maligna (incluindo encefalopatia hipertensiva e eclâmpsia) · Cefaleia: -As cefaleias de origem neurológica, tais como hemorragia subaracnóidea, meningite ou lesões expansivas, são especialmente preocupantes · SINAIS DE ALERTA: -Sempre pesquisar sinais incomuns de cefaleia -Instalação abrupta (“como um trovão”) -Ocorrência após os 50 anos de idade -Manifestações clínicas associadas, como febre e rigidez de nuca -Verificar se há papiledema e sinais neurológicos focais. · Tontura ou Vertigem: -Tontura é um sintoma comum que o paciente geralmente refere quando ele se sente inseguro em relação a sua movimentação ou posição em relação ao meio ambiente externo. OBS: Tontura: desequilibro Vertigem: o ambiente em sua volta esta girando. · Importante diferenciar: -Síncope: o paciente simplesmente perde a consciência e cai. A duração do período de inconsciência é curto e a recuperação é rápida. -Quase-síncope: o paciente tem a sensação de que vai cair, mas consegue se proteger e acaba não caindo. -Desequilíbrio é quando o paciente se sente desequilibrado (sensação de que não está pisando em terra firme) · Atenção: -Se houver sintomas ou sinais de localização → diplopia (visão dupla), disartria (dificuldade de formar palavras) ou ataxia (transtorno da marcha ou do equilíbrio), investigue causas centrais de vertigem -Ataxia, diplopia e disartria → AVC ou ataque isquêmico transitório vertebrobasilar, tumor em fossa posterior e enxaqueca hemicraniana ou vertebrobasilar · Plegia: esta terminologia se refere a ausência de movimento. Que também é sinônimo de Paralisia. · EXEMPLO: Para essa situação existem: -Hemiplegia: Paralisia de um dos lados do corpo. -Monoplegia: Paralisia de um só membro ou grupo muscular. -Paraplegia: Paralisia de ambos os membros inferiores. -Triplegia: Paralisia de 3 membros. · Paresia: Já esse termo quer dizer diminuição de movimento (significa que o movimento está limitado ou fraco). · EXEMPLO: Para essa situação existem: -Hemiparesia: Paralisia incompleta de nervo ou músculo de um dos lados do corpo. -Monoparesia: Paralisia incompleta de nervo ou músculo de um só membro. -Triparesia: Paralisia incompleta de nervo ou músculo de 3 membros. -Tetraparesia: Paralisia incompleta de nervo ou músculo dos membros inferiores e superiores. · Parestesia: Esse termo está relacionado com sensações, como por exemplo: -Coceira -Formigamento -Queimação · Introdução ao Exame Físico em Neurologia: Principais Áreas de Avaliação: · Funções Mentais Aspecto geral e Comportamento Discurso (fala) e Linguagem Humor Pensamento e Percepções Cognição · Sistema Motor Volume,tTono e Força Musculares Coordenação Marcha e Postura · Sistema Sensorial Dor e Temperatura Posição e Vibração Sensibilidade Superficial e Discriminação · Reflexos Tendinosos Profundos Abdominal Plantar · Nervos Cranianos · Avaliação das Funções Mentais: -Consciência: vigilância ou consciência em relação ao ambiente -Atenção: capacidade de concentrar-se durante um intervalo de tempo -Memoria: Processo de registro ou retenção da informação -Orientação: Consciência de identidade pessoal, local e tempo -Percepções: Consciência de sensorial de objetos no ambiente e suas inte-relações. Processo de pensamento: Lógica, coerência e relevância de pensamentos -Conteúdo do pensamento: Sobre o que a paciente pensa -Insight: Consciência de que os sintomas são normais ou anormais -Raciocino: Processo de comparar e avaliar alternativas para decidir-se sobre o curso de uma ação. -Afeto: Um tom de sentimento observável, expresso pela voz, expressão facial e atitude. -Humor: Emoção mais persistente, que dá o tom da visão de mundo pela pessoa. -Linguagem: O sistema simbólico complexo para expressar, receber e compreender palavras Funções cognitivas superiores: Avaliados por vocabulário, raciocínio abstrato, cálculos, construção de objetos de 2 ou 3 dimensões · Funções Mentais - anormalidades mais comuns: Distúrbios do Estado Mental: -Demência -Alucinações -Delirium Transtornos Psiquiátricos: -De Humor: mania, depressão (TDM), bipolar (TMD) -De Ansiedade: generalizada (TAG), obscessivo -Compulsivo (TOC): esquizofrenia · Delírio X Delirium: -Delirium é uma síndrome conjunto de sinais e sintomas -Delírio é um sintoma pode estar presente no delirium · O que é? -É uma síndrome mental orgânica que afeta de 20-50% dos pacientes internados, sendosua incidência maior entre os idosos · Como acontece? -Há uma desregulação nos sistemas de neurotransmissores (mensageiros) cerebrais decorrente de uma série de fatores tais como febre, medicamentos, doenças etc · Como identificar? -Tem curta duração, em geral leva de 2 a 5 dias podendo eventualmente prolongar-se por mais de uma semana se não foi identificado e adequadamente tratado · Os sintomas são: 1. Início agudo e flutuação no curso do dia 2. Desatenção 3. Pensamento desorganizado 4. Alteração do nível de consciência (que pode variar de vigilante hiperativo, sonolento, estupor (difícil de acordar) 5. Outros sintomas: desorientação, agitação ou apatia e distúrbios do sono · Demência: -Prejuízo lento e progressivo da função mental que afeta a memória, o pensamento, o juízo e o aprendizado -É um termo geral para várias doenças neurodegenerativas que afetam principalmente idosos -A prevalência de demência aos 60 anos é de 5% e duplica a cada 5 anos, chegando a 30 a 50% nos pacientes com 85 anos ou mais · Como acontece? Está relacionada às doenças estruturais do tecido cerebral · Causas potencialmente reversíveis: -Disfunções metabólicas, endócrinas e hidroeletrolíticas, quadros infecciosos, déficits nutricionais e distúrbios psiquiátricos, como a depressão (pseudodemência depressiva) · Causas irreversíveis: Doença de Alzheimer, demência vascular, demência por traumatismo craniano, doença de Pick (demência frontotemporal) · Como identificar? 1. Déficit de memória 2. Dificuldades de executar tarefas domésticas 3. Problema com o vocabulário 4. Desorientação no tempo e espaço 5. Incapacidade de julgar situações 6. Problemas com o raciocínio abstrato 7. Colocar objetos em lugares equivocados 8. Alterações de humor de comportamento 9. Alterações de personalidade 10. Perda da iniciativa / passividade OBS: delirium inicio agudo e a demência insidioso. Exemplos de causas de delirium: abstinência de álcool, uremia, insuficiência hepática aguda, vasculite cerebral aguda e intoxicação por atropina. Exemplos de causas de demência: Reversível: deficiência de vit B12 e transtorno da tireoide. Irreversível: Alzheimer, demência vascular e demência por traumatismo. · Avaliação do estado mental: -O mini-exame do estado mental (minimental), representa o principal teste de triagem das funções encefálicas superiores. -Todos os testes de triagem cognitiva são influenciados pelo nível de escolaridade (instrução) dos pacientes. -O indicador de escolaridade possibilita a correção dos escores dos testes. -O mini-exame do estado mental (minimental), representa o principal teste de triagem das funções encefálicas superiores. Todos os testes de triagem cognitiva são influenciados pelo nível de escolaridade (instrução) dos pacientes. O indicador de escolaridade possibilita a correção dos escores dos testes · Pontuação: A pontuação máxima no teste Mini Mental (MEEM) é de 30 pontos. -Qualquer pontuação > 24 pontos (em 30) indica uma cognição normal. -Uma pontuação entre 20-24, sugere demência leve. -13-20, sugerem demência moderada. -< 12, indica demência grave. * Em média, a pontuação no Mini Mental de uma pessoa com Alzheimer diminui cerca de dois a quatro pontos a cada ano. · Aspecto Geral & Comportamento: -Cuidados Pessoais & Linguagem Corporal -Consciência -Postura e Comportamento Motor -Status emocional · Cuidados Pessoais & Linguagem Corporal Vestuário e Higiene pessoal: -Como o paciente está vestido? -As roupas estão limpas, passadas e abotoadas? -Observe cabelo, unhas, dentes, pele e barba. Eles estão limpos e bem cuidados? -Está comparável às pessoas da sua idade, estilo de vida e grupo sócio-econômico-cultural equivalente? -Compare um lado do corpo com o outro -Deterioração do autocuidado: depressão, esquizofrenia e demência -Detalhismo excessivo: Transtorno obsessivo compulsivo -Descuido em relação a um dos lados do corpo: lesão do córtex parietal oposto · Consciência: O paciente está acordado ou alerta? -Pacientes letárgicos ficam sonolentos, mas abrem os olhos e olham para o examinador, respondem a perguntas e depois voltam a dormir -Pacientes obnubilados abrem os olhos e olham para o examinador, mas respondem de forma lenta e confusa Parece entender as perguntas e respondê-las? Se o paciente não responder: -Aumente o volume de sua voz -Chame o paciente pelo nome -Estimule o paciente fisicamente (o “sacuda” com cuidado) · Consciência – Avaliação de Sedação: Escala de Ramsay: é um tipo de escala subjetiva utilizada para avaliar o grau de sedação em pacientes, visando evitar a sedação insuficiente (o paciente pode sentir dores) ou demasiadamente excessiva (colocando-o em risco de morte). Tem sido usado principalmente para avaliar pacientes em unidade de terapia intensiva · Consciência – Avaliação de Agitação: A escala de agitação e sedação de Richmond (ou "RASS", do inglês "Richmond Agitation-Sedation Scale") é uma escala utilizada para avaliar o grau de sedação e agitação de um paciente que necessite de cuidados críticos ou esteja sob agitação psicomotora. · Postura & Comportamento Motor: -O paciente fica deitado no leito ou prefere andar? -Observe a postura do corpo e a capacidade de relaxamento do paciente -Observe o compasso, a amplitude e as características do movimento -Os movimentos parecem estar sob controle voluntário? -Existem movimentos imóveis no corpo? -A postura e atividade motora mudam de acordo com os assuntos discutidos ou outras atividades ou a presença de pessoas em volta do paciente? Ansiedade: postura tensa e inquietação Episodio maniaco: canta, danca e movimentos expansivos Depressão: postura desesperançada e movimentos lentos · Expressão Facial: -Observe o rosto, tanto em repouso quanto durante a interação do paciente com outras pessoas -Verifique as variações na expressão segundo o assunto discutido -As variações são adequadas ou o rosto fica relativamente imóvel o tempo todo? Imobilidade facial (fácies amímica): Parkinsonismo · Status Emocional: Modos, Afeto e Relação com Pessoas e Objetos -Ocorre uma variação adequada segundo assuntos discutidos ou o afeto é lábil, embotado ou impassível? -Em caso positivo, de que forma? -O paciente aparenta ver ou ouvir coisas que você não? -O paciente parece estar conversando com alguém que não esta ali? Demência: apatia Paranoia: raiva, hostilidade, desconfiança Síndrome maníaca: euforia Esquizofrenia: afeto embotado e afastamento · Humor: Explore a percepção que o paciente tem de si Pesquise o humor habitual do paciente e como ele varia com os acontecimentos da vida -Como vem sendo o humor do paciente? -Quanto tempo dura esse humor? -Ele é adequado à circunstância do paciente? Em caso de suspeita de depressão: -Você sente falta de ânimo? -Qual a intensidade dessa tristeza? -O que espera do futuro? -Em algum momento sentiu que não vale a pena viver, ou que melhor seria estar morto? -Você já pensou em tirar a própria vida? De que forma o faria? O que aconteceria se você morresse? · Pensamento & Percepção: -Circunstancialidade -Bloqueio -Indefinição das associações -Fuga de idéias -Neologismo -Incooerencia -Confabulação -Perseveração (Repetição de ideias; inércia mental) -Ecolalia · Fala & Linguagem: -Quantidade -Velocidade -Volume -Articulação das Palavras -Fluência · AFASIA (logastenia): -Alteração da capacidade de compreensão, pensamento e evocação de palavras -Déficit ou perda do poder de captação, de manipulação e, por vezes, de expressão de palavras como símbolos de pensamentos -Decorrente de lesões em SNC -Sem associação com defeitos no mecanismo auditivo ou fonador · DISARTRIA: -Distúrbio da articulação da palavra -Alterações neurológicas periféricas ou centrais · Afasia: Afasia é uma disfunção de linguagem que pode envolver deficiência na compreensão ou expressão de palavras ou equivalentes não verbais de palavras · Etiologia da Afasia: Afasia geralmente resulta de distúrbios que não causam danos progressivos (p. ex., acidente vascular encefálico, traumatismo craniano, encefalite);nesses casos, a afasia não se agrava. Ela às vezes resulta de um distúrbio progressiva (p. ex., tumor cerebral, demência); nesses casos, a afasia piora progressivamente. · Afasia-Tipos: -Afasia de recepção (sensorial ou de Wernicke): os pacientes são incapazes de compreender palavras ou de reconhecer símbolos auditivos, visuais ou táteis. É causada por um distúrbio na parte posterior do giro temporal superior do hemisfério dominante para linguagem. Com frequência, a alexia (perda da capacidade de ler palavras) também está presente. -Afasia de expressão (motora ou de Broca): a capacidade de produzir palavras é prejudicada, mas a compreensão e capacidade de formar um conceito são relativamente preservadas. Esse tipo de afasia resulta de um distúrbio na parte dominante frontal esquerda ou área frontoparietal, incluindo a área de Broca. Frequentemente causa agrafia (perda da capacidade de escrever) e prejudica a leitura oral. · Amnésias: -Amnésia é a incapacidade parcial ou total de lembrar experiências passadas. -Pode resultar de lesão encefálica traumática, degenerativa, distúrbios metabólicos, convulsivos ou psicológicos. -O diagnóstico é clínico, geralmente incluindo testes neuropsicológicos e imagens do encéfalo (TC, RM) · Pode ser classificada da seguinte maneira: -Retrógrada: amnésia para eventos antes da causa. -Anterógrada: incapacidade de armazenar novas memórias após a causa. · Caso Clínico-Amnésia: -Paciente masculina, 30 anos -Acorda todas as manhãs com “tudo em branco”, sendo incapaz de formar novas memórias devido a um golpe na cabeça -Em 14 de março de 2005, a data em que sua incomum história começou, foi para um procedimento odontológico que necessitava de um anestésico local, mas depois de obter a anestesia na cadeira do dentista, sua memória ficou totalmente em branco -Após a conclusão do procedimento, ele não conseguia se levantar e foi relatado que ele estava “desorientado”. Às 17h nesse mesmo dia, ele foi levado para o hospital. -Durante um mês após a internação, ele só conseguia se lembrar de coisas novas por cerca de 10 minutos. Sua personalidade não mudou, e ele estava plenamente consciente de quem ele era e de todo o resto até o incidente. -Com o tempo, sua memória episódica lentamente se estendeu, mas ainda hoje ele só consegue se lembrar de eventos ocorridos há no máximo uma hora e meia (90 minutos), e cada dia ele acorda acreditando que ainda é 2005 e que precisa ir ao dentista. Ele consegue se orientar melhor com anotações feitas por sua esposa em seu smartphone para leitura todas as manhãs. QUAL O TIPO DE AMIINESIA? Anterógrada, não consegue armazenar o conteúdo novo, apenas o antigo. · Fraqueza Muscular: -Consiste na fraqueza dos músculos, que pode ser causada por diversos fatores -Fadiga, apatia, tonteira ou perda verdadeira da força muscular (síndrome de Guillain-Barré) -A instalação crônica, mais gradativa, de fraqueza muscular nos membros inferiores pode ocorrer nas lesões raquimedulares metastáticas e na doença discal lombar · Fraqueza muscular focal ou assimétrica tem muitas causas: -Centrais (lesões isquêmicas, trombóticas ou expansivas) -Periféricas, que variam desde lesão nervosa até transtornos da junção neuromuscular, passando por miopatias ou doenças musculares intrínsecas. -Na miastenia gravis, ocorre fraqueza muscular proximal, tipicamente assimétrica, que se exacerba aos esforços (fadigabilidade), frequentemente associada a manifestações bulbares como diplopia, ptose, disartria e envolver um nervo, a junção neuromuscular ou um músculo. · O que avaliar? -A fraqueza muscular é generalizada ou focal -A fraqueza muscular ocorre em um membro ou nos dois membros? -Que movimentos são comprometidos? Enquanto o paciente fala, deve-se tentar identificar os seguintes padrões: -Proximal – no ombro ou na cintura escapular, por exemplo -Distal – nos pés ou nas mãos -Simétrico – nas mesmas áreas de ambos os lados do corpo -Assimétrico - diferentes nas mesmas áreas bilateralmente -Fraqueza muscular proximal, é preciso perguntar se o paciente sente dificuldade em executar movimentos como pentear o cabelo, alcançar uma prateleira alta. -Fraqueza muscular distal se o paciente tropeça ao caminhar? A fraqueza muscular se exacerba com os movimentos repetidos e melhora após o repouso? Há manifestações sensoriais associadas ou outros sinais e sintomas? · Déficit Sensorial: -O paciente sente “agulhadas” ou “ dormência”, parestesia, disestesia (alteração da sensibilidade) ou analgesia (ausência de sensibilidade) Exemplo: dor em caráter de queimação ocorre em neuropatias sensoriais dolorosas · Dermátomos: -Um dermátomo é a faixa de pele inervada pela raiz sensorial de um nervo espinal. -Dermátomos ajudam a localizar uma lesão em relação a um segmento específico da medula espinal. Teste de diapasão: percepção vibratória. Toque leve Pontos de teste de sensibilidade · Motricidade: Durante a avaliação do sistema motor deve-se dar atenção à posição do corpo, à existência ou não de movimentos involuntários, às características dos músculos (massa, tônus e força) e à coordenação. 1-Posição do corpo: observe a posição do corpo do paciente durante os movimentos e em repouso 2-Movimentos involuntários. Verifique se ocorrem movimentos involuntários, tais como tremores, tiques ou fasciculações. 3-Massa muscular. Inspecione as dimensões e os contornos dos músculos. Os músculos parecem retificados ou côncavos, sugerindo atrofia? Se sim, a alteração é unilateral ou bilateral? A alteração é proximal ou distal? 4-Tônus muscular. Quando um músculo normal com inervação reservada está normalmente relaxado, ele mantém uma discreta tensão residual denominada tônus muscular. 5-Força muscular. Pessoas normais apresentam uma enorme variação de força muscular, e o padrão de normalidade do examinador, embora comprovadamente impreciso, deve levar em conta variáveis como idade, sexo e treinamento muscular. -Habitualmente, o lado dominante é um pouco mais forte do que o outro dimídio. Essa diferença deve ser levada em conta quando os dimídios são comparados · FORÇA: -Para testar a força muscular, solicite ao paciente resista aos movimentos que você iniciar. -É preciso lembrar que o membro é mais forte quando está encurtado e mais fraco quando está alongado. Testes: -FLEXÃO NA ALTURA DO COTOVELO: pede para o paciente flexionar o cotovelo. -EXTENSÃO NA ALTURA DO COTOVELO: mantem a mão perto do punho e pede para estender o braço na altura do cotovelo. -TESTE DE PRESSÃO: pede para o paciente segurar bem forte a mão ou encostar o polegar no dedinho e verificar se consegue fazer. O paciente deve tentar encostar a ponta do dedo mínimo com o polegar, contra a resistência que você impõe. · FLEXÃO DE QUADRIL: -Coloque a mão na coxa do paciente e peça que levante o membro inferior contra a resistência imposta. · Extensão na altura do joelho: -Segure o joelho do paciente em flexão e solicite que ele estique a perna contra a resistência que você impõe. -O músculo quadríceps femoral é o músculo mais forte do corpo; portanto, deve-se esperar uma resposta vigorosa. · Escala de graduação da forca muscular – Importante – escalada de Council: A forca muscular é graduada em uma escala de 0 a 5: 0. Nenhuma contração muscular é detectada 1. Contração mínima ou traços de contração 2. Movimento ativo da parte do corpo com gravidade eliminada 3. Movimento ativo contra a gravidade 4. Movimento ativo contra a gravidade e alguma resistência 5. Movimento ativo contra resistência plena sem fadiga evidente. Essa é a forca muscular normal. · TONUS MUSCULAR: -O exame do tônus muscular é realizado com o paciente deitado (a fim de se obter o máximo relaxamento muscular possível) e composto por inspeção, palpação, percussão, movimentação passiva das articulações e balanço passivo das articulações. SINAIS IMPORTANTES: -Sinal do canivete (hipertonia) – o movimento apresenta duas fases distintas. Na primeira, o movimento apresenta uma oposição constante à força do examinador, ao passoque, na segunda, o movimento é subitamente acelerado a favor da força exercida pelo examinador, como um canivete ao se abrir. -Sinal do cano de chumbo (Rigidez) –Ao realizar o movimento, o paciente imprime uma força regular, constante e contrária ao movimento que o examinador exerce durante todo o movimento, dando a impressão de se entortar um objeto muito duro como um cano de chumbo ou uma barra de ferro; -Sinal da roda dentada (Rigidez) – é tipicamente encontrado no parkinsonismo; ao tentar imprimir um movimento, como a extensão do cotovelo, o examinador encontra uma resistência variável a sua força que cursa com interrupções diminutas e sucessivas ao movimento, lembrando os dentes de uma roda OBS: sinal do cano de chumbo e roda denteada é suspeita de rigidez, já o do canivete é suspeita da hipertonia. · Marcha: -Peça ao paciente que: Caminhe pelo aposento ou no corredor, vire e retorne. -Devem ser observados a postura, o equilíbrio, o balanço dos membros superiores e os movimentos dos membros inferiores. -Caminhe com um pé atrás do outro em linha reta – um padrão conhecido como marcha tandem -> a marcha tandem pode revelar ataxia até então despercebida. -Saltite no mesmo lugar, primeiro com um membro inferior e depois com o outro (se o paciente estiver em condições de faze-lo). Esse movimento envolve os músculos próximas dos membros inferiores, assim como os músculos distais, e exige propriocepção adequada e função cerebelar normal. A dificuldade em saltitar pode ser consequente a fraqueza muscular, perda da propriocepção ou disfunção cerebelar. A dificuldade em flexionar discretamente o joelho sugere fraqueza proximal (extensores do quadril) e/ou fraqueza do músculo quadríceps femoral (o extensor do joelho). -Caminhe na ponta dos pés e depois apoiado nos calcanhares – testes sensíveis, respectivamente para flexão plantar e dorsiflexao dos calcanhares, assim como para equilíbrio. Caminhar nas pontas dos pés e apoiado nos calcanhares pode revelar fraqueza da musculatura distal nos MI, a incapacidade de andar apoiado nos calcanhares é um teste sensível de lesão do trato corticoespinal. · Coordenação: -Prova calcanhar joelho: o paciente deve levar o calcanhar de uma perna a tocar o joelho do lado contralateral e, a seguir, deslizar o calcanhar sobre a tíbia, em linha reta, até o hálux. -PROVA INDEX- NARIZ: pede-se ao paciente que toque a ponta do nariz com a ponta do dedo indicador. · Movimentos involuntários: 1. Tremores: padrão mais comum de movimentos involuntários. -São movimentos oscilatórios, rápidos, rítmicos e involuntários que atingem segmentos eletivos do corpo (mãos, pés, mento, lábios, extremidade cefálica, etc.). -Colocando-se uma folha de papel sobre os dedos estendidos do paciente a fim de avaliarem-se tremores finos ou exacerbá-los com manobras de estresse pedindo ao paciente para que faça contas). 2. Flapping (asterix): caracterizado por movimentos em segmentos distais, rápidos e de amplitude variável lembrando o bater de asas de um pássaro, sendo muitas vezes confundidos com tremores 3. Coreia: movimentos de início abrupto e explosivo (espasmódicos), arrítmicos, geralmente de curta duração, que se repetem em intensidades e topografias variadas 4. Balismo: movimentos amplos, de início e final abruptos, que podem envolver o polo cefálico, o tronco e os segmentos proximais dos membros. Causam a movimentação brusca e violenta de grandes massas de grupos musculares, e se assemelham a chutes e arremessos. Quando acometem apenas um lado do corpo, são denominados hemibalismo. · Reflexos: -O reflexo é uma resposta do organismo a um estímulo de qualquer natureza. -O arco-reflexo, a base anátomo-funcional dos reflexos, é constituído por uma via aferente, um centro reflexógeno, uma via eferente e um órgão efetuador, geralmente um músculo. -É uma resposta estereotipada involuntária que envolve até mesmo dois neurônios, um aferente (sensorial) e um eferente (motor), através de uma sinapse única. OBS: no arco-reflexo a informação não chega ao cérebro, não tem participação de interneuronio. · Escala de reflexos: 0. Ausente – arreflexia 1. Diminuído – hiporreflexia 2. Normal – normorreflexia 3. Aumentado, porem não necessariamente em grau patológico – vivo. 4. Aumentado em grau patológico – hiper-reflexia. · Manobra: Reflexo tendinoso profundo: -Percute-se com vigor o tendão de um músculo parcialmente estirado. Para que o reflexo ocorra, todos os componentes do arco reflexo têm de estar íntegros: fibras nervosas sensoriais, sinapse na medula espinal, fibras nervosas motoras, junção neuromuscular e fibras musculares. -Cada reflexo tendinoso profundo envolve segmentos espinais específicos, juntamente com suas fibras motoras e sensoriais, um reflexo anormal pode ajudar a localizar uma lesão patológica. · Reflexos superficiais: 1-Reflexo cutâneo-plantar (centro L5-S2): a excitação posteroanterior realizada na lateral da planta do pé leva à flexão plantar do hálux e dos artelhos, por isso é também conhecido como reflexo cutâneo-plantar em flexão -Esta é a resposta esperada em todos os indivíduos normais após o 1º ano de vida. -Sinal de Babinski: condição patológica gerada por uma liberação piramidal e que causa uma extensão do hálux (1º dedo do pé). Reflexos profundos (miotáticos). · Reflexos profundos (miotáticos): 1. Reflexo Aquileu: −Posição do paciente: sentado com as pernas pendentes; −Semiotécnica: com uma de suas mãos, o examinador deve apoiar suavemente a face plantar do pé do paciente. O examinador flete levemente o pé do paciente percutindo a região do tendão de Aquiles ou a região plantar, obtendo, como resposta, a flexão plantar. 2. Reflexo patelar: −Posição do paciente: sentado com as pernas pendentes; −Semiotécnica: percute-se o tendão do quadríceps femoral (ligamento patelar), observando-se a extensão da perna. 3. Reflexo estilorradial: −Posição do paciente: sentado ou de pé com o antebraço semifletido e o punho em ligeira pronação; −Semiotécnica: o examinador apoia o seu antebraço sustentando seu polegar sobre o processo estiloide do rádio. Em seguida, realiza a percussão sobre seu próprio dedo. -A resposta esperada é a contração do músculo raquiorradial observada por uma discreta pronação do antebraço. 4. Reflexo bicipital: −Posição do paciente: sentado ou em pé com o antebraço semifletido e a mão em supinação; −Semiotécnica: o examinador deve apoiar o antebraço do paciente e apoiar seu polegar sobre o tendão bicipital do paciente. A percussão do tendão do bíceps se faz no dedo do próprio examinador e causa uma contração bicipital levando a uma flexão e supinação do antebraço 5. Reflexo tricipital: −Posição do paciente: sentado ou em pé com o braço em posição de abdução e em semiflexão; −Semiotécnica: o examinador sustenta o braço do paciente em posição de abdução e em semiflexão. Com a percussão do tendão do tríceps, há a extensão do antebraço
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