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1/4/2011 1 DNA, RNA e o fluxo da informação genética O dogma central da biologia molecular • Francis Crick (1958): • DNA RNA Proteína • O processo acima descreve o “fluxo da informação genética” em células normais (há exceções, como em vírus) Transcrição Tradução 1/4/2011 2 DNA e RNA • A “cadeia principal” dos ácidos nucléicos é composta de oses (açúcares) e fosfatos. • No DNA, a ose é a desoxirribose, que tem esse nome por não ter o oxigênio ligado ao átomo 2’ da ribose. Concatenação • A “cadeia principal” dos ácidos nucléicos é chamada de “arcabouço”: • A ligação é feita por pontes fosfodiéster, que têm carga negativa. 1/4/2011 3 Bases • Há dois tipos de base: purinas e pirimidinas • Uma base ligada a uma ose é chamada de nucleosídeo. Em RNA são adenosina, guanosina, citidina e uridina, em DNA são desoxiadenosina, desoxiguanosina, desoxicitidina e timidina. Nucleotídeos • Um nucleosídeo ligado a um ou mais fosfatos (geralmente através da hidroxila no C-5’ da ose) é chamado nucleotídeo. • E.g.: Fosfato+C-5’ da ose: – Nucleosídeo 5’-fosfato – Nucleotídeo 5’ • ATP: adenosina 5’-trifosfato. • 3’-dGMP: desoxiguanosina 3’-monofosfato. 1/4/2011 4 Nucleotídeo • Em DNA: desoxiadenilato, desoxiguanilato, desoxicitidilato e timidilato. • Seqüências de DNA são denotadas abreviadamente como pApCpG (p denotando o fosfato) ou simplesmente ACG. • Por convenção, a seqüência de bases é escrita no sentido de 5’ para 3’. Cadeias de DNA • Moléculas de DNA podem ter enorme variabilidade de comprimento. – O vírus de polioma (capaz de causar câncer em alguns organismos) possui 5100 nucleotídeos de comprimento. – O genoma de E. coli consiste numa [única molécula de DNA (dupla fita) de 4,6 milhões de nucleotídeos (cada fita). 1/4/2011 5 Estrutura do DNA • Antes da obtenção de dados experimentais definitivos, vários modelos foram propostos para a conformação da molécula de DNA. • A estrutura definitiva veio na década de 50, com Watson e Crick, a partir de dados de difração de raios-x em fibras de DNA. Estrutura do DNA • Duas fitas complementares de DNA formam uma hélice dupla (diâmetro de 20Å), estabilizada por pontes de hidrogênio, com bases no lado interno, separadas por 3.4Å. 1/4/2011 6 Estrutura do DNA • O DNA pode se organizar de forma circular (comum em bactérias). • Hélices podem também se organizar se enrolar sobre si formando super-hélices, estruturas mais compactas. Pareamento • A estrutura do DNA explica o fato de que suas moléculas apresentam valores semelhantes de adenina e timina ou de guanina e citosina. • Esta relação é chamada de regra de Chargaff. • Já a proporção entre A:G (ou T:C) varia bastante de acordo com a espécie (e.g.: 1,56 para humanos, 0,7 para Serratia marcescens) 1/4/2011 7 Estrutura unifilamentar do DNA/RNA • Quando estão na forma unifilamentar, o DNA e o RNA podem formar estruturas complexas, devido ao pareamento dentro da mesma fita. • Em alguns casos, é interessante que formas complexas ocorram, como no caso das ribozimas. Estruturas de alta resolução • Com o advento das técnicas de biologia molecular, passou a ser possível obter pequenas porções de ácidos nucléicos, que por sua vez podem ser cristalizados e terem suas estruturas resolvidas por cristalografia, da mesma forma que as proteínas. 1/4/2011 8 Estruturas de alta resolução Dissociação da dupla hélice • Hélices de DNA podem se dissociar por calor, como num processo de fusão (por isso, a temperatura em que uma fita se dissocia é chamada Tm, do inglês melting temperature). • Na célula, proteínas chamadas helicases são capazes de abrir as hélices quando isso é necessário (como na replicação). 1/4/2011 9 Dissociação da dupla hélice Replicação do DNA • Uma grande quantidade de enzimas está envolvida na replicação do DNA. • A primeira delas, a DNA polimerase, foi descoberta em 1958. Descobriu-se que há várias dessas enzimas, capazes de catalisar a formação das ligações fosfodiéster. • Para funcionar, as polimerases necessitam da presença dos desoxinucleosídeos e do íon Mg2+, além de uma seqüência iniciadora (primer) • Muitas DNA polimerases são capazes também de corrigir erros no DNA, removendo nucleotídeos mal pareados (atividade de nuclease), fazendo com que a taxa de erro seja de 10-8 por par de base. 1/4/2011 10 Supra-estruturas de DNA • Moléculas de DNA podem se apresentar na forma circular, ou em super-hélice. • Direita: DNA mitocondrial na forma relaxada (acima) e como super-hélice (abaixo). Genes de RNA • Ao contrário de todos os organismos celulares, alguns vírus usam como material genético o RNA. Eles conseguem copiar seu material a partir de uma RNA polimerase dirigida por RNA. • Em alguns vírus (como o HIV), o RNA é copiado em DNA devido à ação da enzima transcriptase reversa. 1/4/2011 11 Expressão gênica • Enquanto o DNA armazena a informação, as proteínas são responsáveis pela maior parte dos processos celulares. • Porém, têm-se descoberto cada vez mais papéis importantes para o RNA, molécula que pode se apresentar como: – RNA mensageiro (mRNA): molde para síntese de proteínas (tradução). – RNA transportador (tRNA): leva aminoácidos para o ribossomo para formar a ligação peptídica, de acordo com o molde de mRNA. – RNA ribossômico (rRNA): principal componente dos ribossomos. É o catalisador da síntese de proteínas. O Ribossomo 1/4/2011 12 RNAs em eucariotos • Eucariotos possuem também: – RNA nuclear pequeno (snRNA) – participam da recomposição dos éxons do RNA. – Uma pequena molécula de RNA como componente essencial da partícula de reconhecimento de sinal, complexo que ajuda a direcionar proteínas. – microRNA (miRNA): RNAs pequenos (~21 nucleotídeos) que se ligam a moléculas complementares de RNA para inibir sua tradução. – O pequeno RNA de interferência (siRNA): se ligam ao mRNA e facilitam sua degradação. – RNA como componente da telomerase, enzima que mantêm os telômeros durante a replicação do DNA. Síntese de RNA • Todos os tipos de RNA celular são sintetizados por RNA polimerases, enzimas que catalizam a iniciação e alongamento das cadeias de RNA, e necessitam de: – Um molde (hélice dupla de DNA preferencialmente, mas também DNA unifilamentar). – Precursores ativados: ATP, GTP, UTP e CTP. – Um íon metálico bivalente (Mg2+ ou Mn2+) 1/4/2011 13 Síntese de RNA • O início da transcrição se dá em trechos de DNA chamados pontos promotores: – Em procariotos pode ser o trecho de Pribnow (TATAAT), dez nucleotídeos antes do primeiro s ser transcrito e a região -35, de seqüência TTGACA. – Em eucariotos, há o promotor TATAA (trecho TATA ou TATA box), e muitos promotores têm também um trecho CAAT e uma seqüência consenso GGNCAATCT centrada aproximadamente em -75. Síntese de RNA • O fim da transcrição, em procariotos, é um grampo de bases pareadas na molécula de RNA. • Em eucariotos o fim da transcrição é menos conhecido, mas há um “capuz” (cap) na ponta 5’ e uma série de adenilatos (cauda poli-A) na ponta 3’. 1/4/2011 14 Síntese de proteínas • Cada aminoácido é determinado por três bases. • O código genético é redundante (degenerado): diferentes códons podem resultar no mesmo aminoácido. Síntese de proteínas • O RNA mensageiro contém uma seqüência iniciadora – em eucariontes, geralmente o primeiro AUG (metionina), e o final da seqüência é determinado por um códon de parada (UAA, UAG ou UGA). • Há casos conhecidos de códigos genéticos ligeiramente diferentes – em mitocôndrias, por exemplo. 1/4/2011 15 Genes eucarióticos • Em bactérias, cadeias peptídicas sempre correspondem a um segmento contínuo de DNA. • Em eucariotos, boa parte dos genes se apresentam como um “mosaico”, em que regiões codificantes (éxons) se alternam com regiões não codificantes (íntrons). Genes eucarióticos • O RNA é portanto processado (íntronsremovidos e éxons ligados). • Esse procedimento permite uma variabilidade de proteínas a partir do mesmo gene, através da utilização diferente de íntrons e éxons.
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