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PSICOLOGIA E DIREITOS HUMANOS

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PSICOLOGIA E DIREITOS HUMANOS
Elaboração: Leandro Mauerwerk
A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA E A ORDEM JURÍDICA
- Dignidade: trata diretamente da essência do ser humano. Tem caráter
supraconstitucional, quer seja reconhecida pelo direito, através de uma norma
jurídica, quer seja ela lei ou mesmo uma norma constitucional.
- Desafios na atualidade: assegurar a todas as pessoas uma vida decente com
respeito, igualdade e liberdade, com acesso aos bens necessários para a
realização do seu projeto de vida que leve à felicidade.
- A construção histórica da dignidade humana:
➔ Confúcio: “ame a todos sem distinção”
➔ Cristianismo: a figura do ser humano, à imagem e semelhança de Deus,
inspirava uma relação de reconhecimento de si no outro. O fundamento da
dignidade morava no divino.
➔ Iluminismo; a dignidade da pessoa humana passa a derivar da razão.
Criação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789,
resultado da Revolução Francesa.
➔ Kant: as pessoas deveriam ser tratadas como um fim em si mesmas, e não
como um meio (objetos),
- São as noções de Kant que fixaram as bases da compreensão moderna da
dignidade humana fixando sua relação com os direitos humanos e que até hoje se
colocam como, de certa forma, pertinentes.
- Dimensões do pensamento kantiano:
➔ Finalidade: o homem, por ser dotado de razão, é um fim em si mesmo.
➔ Autonomia: a vontade humana deve estar direcionada para o dever de
estabelecer parâmetros de moralidade que sirvam para todos, inclusive para
ela mesma, não porque se busca uma vantagem futura, mas sim porque
esta é a dignidade do ser dotado de razão.
- Conceito de dignidade Humana: cláusula aberta - diz respeito a várias com e
muitos sentidos diferentes.
- Conceito adotado por Wolfgang Sarlet: respeito a todos os seres humanos,
independentemente de suas qualidades.
- Dignidade e direitos humanos: dignidade é um critério unificador, ao qual todos
os direitos humanos (esfera internacional) e direitos fundamentais (ordem interna)
se reportam.
- A atribuição jurídica: a dignidade deixa de ser apenas uma indicação ética ou
moral cuja adesão do sujeito depende apenas de sua consciência.
- Princípio constitucional (1988): o Estado que passa a servir ao cidadão, como
instrumento para a garantia e promoção da dignidade das pessoas individual e
coletivamente consideradas.
- Vetores hermenêuticos da dignidade:
➔ Dimensão principiológica: princípios constitucionais - esforço interpretativo
deve ser no sentido de assegurar seu real cumprimento, mediante a
concretização das regras e princípios constitucionais que a eles se vinculam.
➔ Limites e restrições: sentido de que não há como sustentar a
impossibilidade de limitação, em um cenário de pluralidades de pessoas de
igual dignidade. Deve-se reconhecer uma relativização, em certa medida.
DIREITOS HUMANOS - QUESTÕES GERAIS
- Conceituação: pode referir-se a situações sociais, políticas e culturais, associada
de um lado a uma ideia de vulnerabilidade do ser humano e de outro à ideia de
proteção.
Direitos Humanos são direitos de TODAS as pessoas humanas – HOMENS,
MULHERES e CRIANÇAS - em TODOS OS LUGARES, sustentam-se na
dignidade do ser humano e obrigam os Estados e agentes públicos, protegendo
indivíduos e grupos.
- Definição da ONU: “garantias jurídicas universais que protegem indivíduos e
grupos contra ações ou omissões dos governos que atentem contra a dignidade
humana”
- Outros termos e suas definições:
➔ Direitos Humanitários: dizem respeito aos direitos humanos considerados
em contextos de guerra.
➔ Direitos Fundamentais: são o núcleo inviolável de uma sociedade,
voltados para assegurar e proteger a dignidade da pessoa humana
garantidos por ordem jurídica interna previstos na Constituição ou mesmo
em leis esparsas.
➔ Garantias: dimensão assecuratória dos direitos, engloba os direitos
humanos e fundamentais.Propõe a noção de instrumentos de proteção.
- Gerações do DH: associados ao lema da Revolução Francesa - LIBERDADE;
IGUALDADE; FRATERNIDADE.
➔ 1ª geração: direitos individuais (liberdades públicas) e direitos políticos;
➔ 2ª geração: direitos sociais, econômicos e culturais;
➔ 3ª geração: direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos.
➔ 4ª geração (autores modernos): direito à informação, democracia e ao
pluralismo.
- Dimensões dos DH: “o ideal é considerar que todos os direitos fundamentais
podem ser analisados e compreendidos em múltiplas dimensões, ou seja, na
dimensão individual-liberal (primeira dimensão), na dimensão social (segunda
dimensão), na dimensão de solidariedade (terceira dimensão) e na dimensão
democrática (quarta dimensão). Não há qualquer hierarquia entre essas
dimensões. Na verdade, elas fazem parte de uma mesma realidade
dinâmica.”(LIMA, 2003)
- As características dos DH:
➔ Imprescritibilidade: o tempo ou a inércia não leva à perda do direito em si.
➔ Inalienabilidade: não se pode alienar a condição humana.
➔ Irrenunciabilidade: São irrenunciáveis pois não se pode abrir mão de sua
própria natureza.
➔ Inviolabilidade: Não podem ser violados pela ordem jurídica, por leis
infraconstitucionais, nem por atos administrativos de agente do Poder
Público, sob pena de responsabilidade civil, penal e administrativa
➔ Universalidade: Alcançam a todos os seres humanos sem distinções.
➔ Interdependência: Um direito depende de outro para sua realização
➔ Complementaridade: Devem ser de forma conjunta e interativa com os
demais direitos
➔ Historicidade: são construções históricas
➔ Essencialidade: inerentes ao ser humano.
- Limitações e Colisões dos DH:
➔ Discutir se é possível a imposição de limites ou restrições normativas
aos direitos humanos.
➔ Na colisão de direitos, há que se levar em conta a questão da ponderação
de valores, no sentido de determinar no caso em concreto qual será o
direito que deverá prevalecer em detrimento do outro.
A COMUNIDADE INTERNACIONAL E OS DIREITOS HUMANOS
- Direitos Internacionais Públicos:
➔ Universalização: os direitos são universais.
➔ Regionalização: solidariedade e cooperação entre Estados (Ex.: União
Europeia).
➔ Institucionalização: deixa de ser um direito presente nas relações de
Estados, para estar nas organizações internacionais (Ex.: ONU).
➔ Funcionalização: ultrapassa as esferas das relações externas adentrando
nas matérias pertencentes aos direitos internos e ao próprio contexto das
relações internacionais.
➔ Humanização: aspecto humanizado dos Direitos internacionais voltados
para a proteção dos direitos.
➔ Objetivação: regras e normas internacionais independentes e livres das
vontades dos Estados.
➔ Codificação: incentivo ao desenvolvimento do Direito internacional e sua
codificação.
➔ Jurisdicionalização: desenvolvimento e criação de tribunais internacionais
(Ex.: Tribunal Penal Internacional).
- Organização das Nações Unidas (ONU): missão de garantir a paz no mundo
mediante o relacionamento amistoso entre os países.
- Objetivos da ONU:
➔ Salvar as gerações futuras do flagelo da guerra;
➔ Reafirmar a fé nos direitos humanos fundamentais;
➔ Criar as condições sob as quais a justiça e o respeito às obrigações
emanadas de tratados e outras fontes do direito internacional possam ser
mantidos;
➔ Promover o progresso social e melhores padrões de vida num cenário de
maior liberdade.
- Carta das Nações Unidas: documento que concebeu a ONU tendo como
prioridade a criação de um sistema internacional que protegesse os Direitos
Humanos de forma ampla. A Carta estimula os direitos às liberdades fundamentais
sem distinção por motivos de sexo, raça, religião ou idioma.
- Tribunal Penal Internacional (TPI): tem por finalidade processar e julgar
acusados de crimes de genocídio, crimes contra a humanidade, crimes de guerra e
crimes de agressão.
➔ Genocídio: I- Homicídio ou ofensas graves à integridade física ou mental
de um grupo; II-Sujeição intencional do grupo a condições de vida com
vista a provocar a sua destruição física, total ou parcial; III- Imposição de
medidas destinadas a impedir nascimentos no seio do grupo; IV-
Transferência,à força, de crianças do grupo para outro grupo.
➔ Crimes contra a humanidade:
➔ Crimes de Guerra: violações graves do direito internacional humanitário
cometidos dentro de um contexto de guerra e que o crime tenha relação
com esta.
➔ Crimes de agressão: tendo em vista a controvérsia que existe a seu
respeito, o Estatuto de Roma (criador do TPI) deixou a questão por ainda
ser definida.
- Intervenções Humanitárias:
➔ Não existe uma norma que autorize expressamente a intervenção
humanitária.
➔ A Carta da ONU estabelece o princípio da não intervenção como
norteador da conduta dos Estados no âmbito internacional.
➔ Há, porém, quem sustente que é possível estabelecer duas exceções a
esse princípio: I. legítima defesa individual ou coletiva; II. quando o
Conselho de Segurança da ONU (CS) determinar que uma situação
constitui uma ameaça à paz ou segurança internacional.
➔ Para aqueles que admitem as intervenções, mais importante do que a
soberania de um estado que agride seus próprios habitantes é a proteção
aos direitos.
SISTEMA INTERAMERICANO DE DH
Organização dos Estados Americanos - OEA
- Sua origem remonta à Primeira Conferência Internacional Americana, realizada
em Washington - D.C., nos EUA, de outubro de 1889 a abril de 1890.
- Esta reunião resultou na criação da União Internacional das Repúblicas
Americanas, quando começou a se tecer uma rede de disposições e instituições,
dando início ao que ficou conhecido como “Sistema Interamericano”.
- Fundada oficialmente em 1948 com a assinatura, em Bogotá, Colômbia, da Carta
da OEA, que entrou em vigor em dezembro de 1951.
- Objetivo da criação: estabelecer uma ordem de paz e de justiça, para promover
sua solidariedade, intensificar sua colaboração e defender sua soberania, sua
integridade territorial e sua independência.
- Pilares da OEA:
- Propósitos da OEA:
➔ Garantir a paz e a segurança continentais;
➔ Promover e consolidar a democracia representativa, respeitado o princípio
da não intervenção;
➔ Prevenir as possíveis causas de dificuldades e assegurar a solução pacífica
das controvérsias que surjam entre seus membros;
➔ Organizar a ação solidária destes em caso de agressão;
➔ Procurar a solução dos problemas políticos, jurídicos e econômicos que
surgirem entre os Estados-membros;
➔ Promover, por meio da ação cooperativa, seu desenvolvimento econômico,
social e cultural;
➔ Erradicar a pobreza crítica, que constitui um obstáculo ao pleno
desenvolvimento democrático dos povos do Hemisfério;
➔ Alcançar uma efetiva limitação de armamentos convencionais que permita
dedicar a maior soma de recursos ao desenvolvimento econômico-social
dos Estados-membros.
- Estados membros: composta por 35 países independentes que integram o
continente americano e que ratificaram a Carta da OEA . O Brasil faz parte da OEA
desde a sua criação.
- Instrumentos normativos:
➔ Declaração de Cartagena sobre Refugiados (1984);
➔ Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura (1985);
➔ Protocolo para a Convenção Americana de Direitos Humanos para Abolir a
Pena de Morte (1990);
➔ Convenção Interamericana Sobre o Desaparecimento Forçado de Pessoas
(1994);
➔ Convenção Interamericana Para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência
Contra a Mulher (1994);
➔ Convenção Interamericana Para a Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação Contra as Pessoas Portadoras de Deficiência (1999);
➔ Proposta de Declaração Americana Para os Direitos dos Povos Indígenas
(1997);
➔ Declaração de Direitos Humanos e Meio Ambiente (2003).
O principal instrumento normativo da OEA é a Convenção Americana de
Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica).
➔ Baseado na Declaração Universal dos Direitos Humanos o pacto procura
consolidar entre os países das Américas um regime de liberdade pessoal
e de justiça social, fundado no respeito aos direitos humanos essenciais,
independentemente do país onde a pessoa resida ou tenha nascido.
➔ O Pacto de San José basicamente dispõe sobre os direitos de 1ª dimensão
– isto é, os direitos de liberdade (civis e políticos) - sendo bastante genérico
em relação aos direitos de 2ª dimensão (direitos sociais, econômicos e
sociais). Foi por isso que foi elaborado o Protocolo de San Salvador (1988),
para suprir essa falta.
➔ O documento é composto por 81 artigos, incluindo as disposições
transitórias, que estabelecem os direitos fundamentais da pessoa humana,
como o direito à vida, à liberdade, à dignidade, à integridade pessoal e
moral, à educação, entre outros. A convenção proíbe a escravidão e a
servidão humana, trata das garantias judiciais, da liberdade de consciência e
religião, de pensamento e expressão, bem como da liberdade de associação
e da proteção à família.
- Protocolo Adicional de San Salvador: criado para suprimir as necessidades do
Pacto de San José da Costa Rica, que foi tímido quanto aos direitos econômicos,
sociais e culturais, trazendo apenas obrigações.
- Direitos abordados no Protocolo de San Salvador:
➔ Direito do trabalho;
➔ Direitos sindicais (inclusive direito à greve);
➔ Direito à previdência social;
➔ Direito à saúde;
➔ Direito a um meio ambiente sadio;
➔ Direito à alimentação;
➔ Direito à educação;
➔ Direito aos benefícios da cultura;
➔ Direito à constituição e proteção da família;
➔ Direito da criança;
➔ Proteção de pessoas idosas;
➔ Proteção de deficientes.

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