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Gastroenterologia Mila Schiavini MED101 Cirrose hepática e hipertensão portal Cirrose hepática ❖ Definição: • Grupo de doenças do fígado caracterizadas por lesão crônica e persistente em um indivíduo geneticamente predisposto causando uma inflamação intersticial crônica. Esses indivíduos respondem a essa inflamação com uma tentativa de reparação que levará ao desenvolvimento da fibrose e da formação nodular difusa, que irão causar uma perda da arquitetura hepática (desorganização lobular e vascular do fígado) e consequentemente uma perda funcional. ❖ Epidemiologia: • É a 8° causa de morte dos EUA • Tem uma prevalência de 4,5% a 9,5%. • 40% dos cirróticos podem ser assintomáticos. • 49% das necropsias, em pacientes sem diagnóstico prévio. ❖ Causas: • Álcool (é a causa mais comum). • Vírus hepatotrópicos: hepatite C, hepatite B, hepatite B + C. • Drogas: metildopa, amiodarona, metotrexate, isoniazida, fenitoína, outras. • Colangiopatias extra-hepáticas: obstrução biliar benigna, colangite esclerosante. • Cirrose criptogênica (10% dos casos não se consegue identificar a causa). • Doenças metabólicas: hemocromatose, doença de Wilson, def. de alfa-1-antitripsina, esteatohepatite não alcoólica. • Hepatites autoimunes: tipo 1 e 2, cirrose biliar primária, colangiopatia autoimune. • Doenças da infância: fibrose cística, tirosinemia, galactosemia, atresia biliar, cisto de colédoco, rarefação dos ductos biliares interlobulares. → Essas doenças têm a capacidade de produzir inflamação hepática intersticial crônica e persistente, porém isso precisa ocorrer num individuo predisposto geneticamente a cirrose. ❖ Classificação etiológica: ❖ Manifestações clínicas: • Classificação clínica: compensado (não tem ascite, não tem encefalopatia, não está com hemorragia) ou descompensado. • Assintomáticos. • Sinais de insuficiência hepática. • Início do quadro com complicações. Gastroenterologia Mila Schiavini MED101 • Fatores precipitantes de descompensação da cirrose: Hemorragia digestiva (sempre pesquisar em primeiro lugar): aumenta a quantidade de ptn no TGI, altera a barreira intestinal permitindo a translocação bacteriana podendo contribuir para infecções. Infecções (sempre pesquisar em primeiro lugar): pneumonia, ITU, erisipela, peritonite bacteriana espontânea, etc. Distúrbio hidroeletrolítico: uso abundante de diurético, quadros de diarreia intensa, etc. Ingestão proteica excessiva: mais amônia disponível, podendo precipitar uma encefalopatia nesse paciente (mais raro, pensar nessa causa em pacientes que já tiveram uma encefalopatia importante). Constipação intestinal: mais material proteico sendo digerido, proliferação bacteriana. Drogas psicoativas: benzodiazepínicos, narcóticos, álcool. Estes têm meia vida prolongada (pouca depuração hepática) já que elas acabam fugindo da circulação hepática e indo para as colaterais. Shunts portossitêmicos (naturais, cirurgias de derivação, TIPS – transjugular intra-hepática shunt) ou piora da função hepatocelular, desviam o sangue do leito hepático. Podem causar um quadro de encefalopatia. ❖ Sinais periféricos de insuficiência hepática: 1. Eritema palmar (vermelhidão nas regiões tenar e hipotênar). 2. Leuconiquia (manchas brancas na unha) – as linhas de “Muerheke” são caracterizadas por bandas transversas duplas esbranquiçadas, associada a hipoalbuminemia (albumina menor que 2,2g/dl), refletindo anormalidade vascular no leito ungueal. 3. Asterixe ou flapping – é um tipo de tremor característico da presença de encefalopatia hepática. Parece um movimento de bater de asas. Pede-se que o paciente faça extensão de seus braços e dobre seus punhos para trás. Nessa manobra, os pacientes com encefalopatia exibem o flapping – isto é, um movimento súbito do punho para frente. Esta relacionado com a impregnação de amônia nos núcleos da base do cérebro. 4. Atrofia muscular. 5. Baqueteamento digital – consiste no aumento do tecido conjuntivo vascularizado da porção terminal das falanges distais. Na cirrose hepática, o hipocratismo digital ocorre por dilatação das anastomoses arteriovenosas nos quirodáctilos. 6. Icterícia da esclera – na cirrose hepática, há alteração nos processos de transporte, conjugação e principalmente na excreção biliar. A bilirrubina predominantemente aumentada é a direta (porém, as duas estão aumentadas). Em alguns casos pode ocorrer colúria, hipocolia/acolia fecal e prurido. 7. Telangiectasias ou aranhas vasculares – lesões vasculares constituídas por uma arteríola central de onde migram pequenos vasos. Predominam principalmente no tronco, membros superiores e face. A patogêneses das AV na cirrose é desconhecida, mas alguns acreditam que estas se devam a alterações do metabolismo dos hormônios sexuais (aumento na relação estradiol/testosterona livre em homens), circulação hiperdinâmica, diminuição na capacidade angiogênica em cirróticos mais velhos por alcoolismo. A prevalência de AV é maior em cirróticos por álcool comparados com cirróticos de outras etiologias. 8. Hálito hepático. 9. Xantelasmas (alterações no metabolismo de lipídios que causam manchas). 10. Ginecomastia – esta alteração pode estar associada à relação aumentada entre estradiol/testosterona livre em homens, com níveis baixos de testosterona e alteração da resposta do eixo hipófise-hipotálamo. 11. Cabeça de medusa. 12. Hepatoesplenomegalia. 13. Equimoses (comprometimento da coagulação devido ao déficit da síntese hepática dos fatores de coagulação) – ocorrem devido à plaquetopenia, ocasionada pelo hiperesplenismo. 14. Perda de pelos pubianos. 15. Testículos atróficos. 16. Edema periférico. 17. Ascite. 18. Hérnia paraumbilical. → Contratura de Dupuytren – caracteriza-se pela fibrose da fáscia palmar que com o passar dos anos causa rigidez articular e terá como consequência a dificuldade em estender os dedos. A causa da doença de Dupuytren não está Gastroenterologia Mila Schiavini MED101 completamente esclarecida. Segundo a literatura, há um risco superior nos alcoolistas, diabéticos, fumantes, pessoas com hipercolesterolemia ou com HIV. ❖ Exames laboratoriais: • Aumento de TGO e TGP, diz a favor de lesão hepatocelular. • Quando temos uma razão TGO/TGP > 3 sugere uma lesão causada por alcoolismo. Se houver um predomínio do aumento das transaminases frente a GGT e fosfatase, há um padrão de necrose celular (há um maior necrose celular do que dano ao canalículo). • Fosfatase alcalina, GGT, BD são indicados marcadores de colestase e aumento isolado de GGT está relacionado a ingesta de substâncias como álcool, barbitúricos, anestésicos, etc. Se houver um predomínio do aumento das FA e GGT frente as transaminases, provavelmente há uma lesão canalicular de ducto biliar, seja ele intra ou extra hepático. • Albumina e TAP, avaliamos a função de síntese do fígado. • Alfafetoproteína que é um marcador não específico (quando está muito elevado sugere que o paciente tem um hepatocarcinoma). Um paciente com cirrose deve-se dosar de 4 a 6 meses. A cirrose é fator de altíssimo risco para hepatocarcinoma. ❖ Classificação clínica – Child Pugh: → Usada para avaliar a insuficiência hepática do doente, se ele tem uma perda funcional importante, moderada ou leve. → A classificação de MELD (Model for End-Stage Liver Disease) é usada para posicionar o paciente na fila de transplante, em pacientes no estágio final da cirrose. ❖ Biomarcadores indiretos: • APRI e FIB-4. • Compostos por parâmetros que refletem as alterações bioquímicas da fibrose, selecionados, a partir de suaatuação na identificação, no estadiamento e na capacidade de graduação da fibrose hepática. • Não são muito específicos para quem tem fibrose moderada. ❖ Diagnóstico: • Biópsia hepática: É o padrão ouro. Percutânea/transjugular/intra-operatória (em cunha). Define a etiologia, o padrão evolutivo e orienta o tratamento. É desnecessária quando a etiologia já é conhecida, quando há hipertensão porta e insuficiência hepatocelular. • Elastografia hepática: Avalia a fibrose hepática pela elasticidade do tecido hepático. Não invasivo e indolor. Estima a extensão da fibrose. Tem uma boa sensibilidade. • US abdominal: Não substitui a biópsia. Gastroenterologia Mila Schiavini MED101 Sugere o diagnóstico. Associado ao doppler colorido do sistema porta – avalia hipertensão portal. Rastreamento do CHC – US + alfafetoproteína a cada 4 a 6 meses. • TC e RNM de abdome: Não são muito utilizados. Pede-se quando há suspeita de que a lesão é causada por obstrução venosa hepática – angioTC ou angioressonância. ❖ Tratamento: • Da cirrose: Sem tratamento específico, tratamos a etiologia, ou seja, o que está causando a fibrose. Tratamos a doença base tentando reverter ou interromper a progressão do grau da cirrose e da hipertensão portal. O único tratamento definitivo é o transplante de fígado. Recomenda-se vacinar para hepatites A, B, pneumococo e influenza. • Das complicações: Tratar a hemorragia digestiva alta, ascite, PBE, encefalopatia, síndrome hepatorrenal e hepatopulmonar. ❖ Nutrição no cirrótico: • Desnutrição ocorre em 20% dos cirróticos compensados e em mais de 80% dos cirróticos descompensados, levando a uma maior chance de infecção. • Causas de desnutrição: anorexia, hipercatabolismo, má absorção, restrições dietéticas. • Nas encefalopatias graus I e II – dieta deve ser constituída de 10 a 30g/dia de proteína animal e o restante em proteína vegetal. • Nas encefalopatias graus III e IV – a nutrição deve ser enteral exclusiva com solução rica em aminoácidos de cadeia ramificada. Proteína animal é abolida. • Restrição de sódio não deve ser inferior a 2g/dia. • Restrição hídrica só quando a concentração sérica de sódio for inferior a 120 MEQ/L. • Repor vitaminas hidrossolúveis (tiamina B1) e vitaminas A, D, E e K. • Reposição de ferro e ácido fólico. Hipertensão portal ❖ Circulação portal – leito esplâncnico: • A veia porta drena todo o leito esplâncnico. Formada pela junção da veia esplênica com a veia mesentérica superior sendo que a esplênica, antes de formar a veia porta, recebe a mesentérica inferior, então, a veia porta drenará todo o TGI. Ela entra no fígado e se ramifica até chegar aos sinusoides (que são os capilares hepáticos). Os sinusoides são fenestrados para haver passagem de moléculas grandes, como a albumina. • O espaço porta é formado então por um ramo da veia porta, um ramo da artéria hepática e um ducto biliar. • A veia porta não tem vênulas (válvulas dentro das veias), assim não conseguem controlar o fluxo de sangue que chega até ela, o que controla é a vasodilatação ou a vasoconstrição das arteríolas esplâncnicas. • A veia porta contribui com o suprimento total de O2 para o fígado. • Fluxo sanguíneo portal no homem – 1000 a 1200 ml/min. • Pressão portal = cerca de 7 mmHg. ❖ Conceito: • Hipertensão porta – síndrome clínica caracterizada por aumento acentuado da pressão venosa do sistema portal, com formação de colaterais portossistêmicas (desviam o sangue para a circulação geral) e desenvolvimento de circulação hiperdinâmica. ❖ Classificação: • Pré-hepática: Aumento da resistência da veia porta antes de entrar no fígado. No eixo esplenoportal causado por uma trombose. Gastroenterologia Mila Schiavini MED101 Aumento do fluxo portal causado por uma mastocitose. Mista causada por Linfoma não Hodgkin, leucemia, doença mieloproliferativa. • Hepática: Acontece dentro do fígado. Pré-sinusoidal: causada por esquistossomose, hepatite crônica, cirrose biliar primária. Sinusoidal: causada pela cirrose alcoólica, hepatite alcoólica. Pós-sinusoidal: causada por doença venoclusiva. • Pós-hepática: Cardíacas: causadas por pericardite constritiva, ICD, IVM e IT. Veia cava inferior: V.hepáticas (S. Budd-Chiari). ❖ Fisiopatologia: • Como surgem a hipertensão porta e suas complicações? – ascite, peritonite bacteriana espontânea, hemorragia digestiva alta, encefalopatia hepática, síndrome hepatorenal e síndrome hepatopulmonar. Quando o paciente tem um estímulo de agressão inflamatória crônica no fígado, as células de kupffer começam a tentar filtrar as citocinas inflamatórias. Essas citocinas começam a estimular as células estreladas que estão no espaço de disse, que começarão a sintetizar colágeno. Elas entendem que o fígado está sendo agredido e precisa cicatrizar. Esse tecido cicatricial produzido pelas células estreladas começa a se depositar no sinusoide e no espaço de disse, causando uma capilarização do sinusoide. Isso vai causar uma oclusão das fenestrações e destruição das microvilosidades, fazendo com que o fígado perca a sua capacidade de depuração. As células estreladas também se transformam em miofibroblastos e vão se contraindo, contribuindo para a diminuição do diâmetro dos sinusóides. Além de perda da capacidade de depuração, essa deposição de colágeno torna a parede do sinusoide mais rígida, perdendo a capacidade de distensibilidade. O sinusoide rígido oferece uma resistência a drenagem da veia porta, perdendo a capacidade de vasodilatação para receber o sangue. Há também a formação de nódulos de regeneração na tentativa de reparação do fígado ao estímulo inflamatório, aumentando também a resistência intra-hepática. Elevação primária do tônus vascular intra-hepático pela contração das células hepáticas estreladas, miofibroblastos e células de músculo liso vascular. Este último componente responde por 20-30% do aumento da resistência intra-hepática + resistência estrutural secundária à fibrose e à formação de nódulos regenerativos + presença dos nódulos de regeneração comprimindo os sinusoides, a fibrose do espaço de Disse e a contração dos miofibroblastos se encarregam de aumentar a resistência ao fluxo portal hepático = hipertensão portal. Em pacientes com hipertensão portal, a veia porta não está conseguindo drenar todo o seu fluxo para dentro do sinusóide (devido a sua rigidez e o fato de estar cercado por fibrose devido a cirrose), ela então faz uma abertura da circulação das colaterais porto-sistêmicas (veias de fundo gástrico, veias esofágicas, veia umbilical, veia retal, etc.) que antes recebiam pouca quantidade de sangue. A abertura dessas colaterais provoca varizes de esôfago, varizes de fundo gástrico, hemorroidas, veias colaterais abdominais, etc. Essa abertura das colaterais desvia o sangue para a circulação sistêmica fazendo com que ele não vá para o fígado, diminuindo a depuração hepática. As bactérias intestinais produzem nos capilares do intestino, através das suas endotoxinas, óxido nítrico que é uma substância vasodilatadora. Normalmente essa substância que é produzida, vai para o fígado e é Gastroenterologia Mila Schiavini MED101 depurada pelos sinusoides hepáticos. Em um paciente que já está com algum grau de HP, esse óxido nítrico escapa pelas colaterais não sendo depurado e vai fazer vasodilatação tanto do leito arterial esplâncnico (que vai alimentar mais sangue no sistema porta aumentando o fluxo) quanto uma vasodilatação arterial periférica. Esse óxido nítricoserviria também para descomprimir um pouco os sinusoides, porém não consegue chegar suficientemente até o fígado. Ainda assim, com esses mecanismos de compensação, gera uma circulação hiperdinâmica. ❖ Complicações da hipertensão portal: • Quando a veia porta abre a circulação colateral, ela manda mais sangue para as veias esofágicas e gástricas surgindo varizes gástricas e esofágicas, que podem sangrar quando estiverem com pressões muito altas, causando uma hemorragia digestiva alta. • Além disso, quando abre uma circulação colateral ela desvia o sangue que tinha que ser depurado pelo fígado, então o produto da digestão de proteínas, principalmente a amônia, ganha a circulação sistêmica e consequentemente chegam ao cérebro contribuindo para a encefalopatia hepática. • A vasodilatação arterial periférica leva a uma diminuição da RVP e ao vasodilatar, ocorre uma queda da PA, com isso os barorreceptores entendem como uma hipotensão fazendo a estimulação do SRAA, liberando de ADH e ativando o sistema nervoso simpático para aumentar esse fluxo sanguíneo efetivo (fazendo uma vasoconstrição). Ativação do SRAA e aumento do ADH fazem com que haja retenção de sódio e água para restaurar o volume efetivo. Essa retenção leva a um aumento da pressão hidrostática dentro dos vasos e esse aumento não tem uma sobreposição contraria da pressão osmótica já que estamos diante de um cirrótico com baixa de albumina, ou seja, temos um aumento da pressão hidrostática e sem alteração da osmótica, resultando no escapamento do líquido para o interstício, gerando o edema nos MMII e ascite. Em cima dessa ascite pode gerar uma PBE. E por sua vez a ativação do sistema nervoso simpático faz uma vasoconstrição renal, diminuindo a filtração glomerular em um rim normal, entrando numa insuficiência renal pré-renal, caracterizando uma síndrome hepatorrenal. • A vasodilatação arterial periférica produzida pelo óxido nítrico que não foi depurada acaba fazendo uma vasodilatação arterial pulmonar começando a transudar líquido para o interstício pulmonar, dificultando a troca gasosa até pela formação de shunts, fazendo uma síndrome hepatopulmonar. ❖ Investigação de HP suspeita: • Anamnese: Investigar se já teve HDA por varizes ou se tem e nunca sangrou, se já fez uma EDA e ela mostrou varizes esofágicas. História de alcoolismo, hemotransfusão, hepatite, medicamentos etc. • Exame físico: Sinais de insuficiência hepática mais ligados a hipertensão portal, como: circulação colateral, esplenomegalia, característica do fígado, ascite, edema de MMII e varizes anorretais. ❖ Diagnóstico: EDA: padrão ouro para diagnóstico de varizes de esôfago e gástricas. USG abdominal com Doppler: avalia características do fígado, baço, veias portais, se tem circulação colateral e ascite. Além de avaliar a direção do fluxo (hepatopetal – fluxo normal ou hepatofugal – com circulação colateral) e velocidade. O doppler estimula a pressão da veia porta. Gradiente de Pressão da Veia Porta (HVPG): seria o padrão ouro para medida de pressão portal, porém, é muito invasivo. Balão introduzido pela veia femural ou jugular sob fluoroscopia: mensuração da pressão da veia hepática ocluída e livre por insuflação e desinsuflação. ❖ Esquistossomose: • Parasita: Schistosoma mansoni. • Formas: aguda, crônica e hepatoesplênica. • É o exemplo mais clássico de hipertensão porta intrahepático pré-sinusoidal. • Os ovos contaminados saem nas fezes, liberam miracídios, esses penetram no caramujo e viram cercarias que são eliminadas na água. Essas penetram na pele do homem e ganham a corrente sanguínea, passam pelo pulmão e chegam no fígado tendo predileção pelo ramo da veia porta intra-hepático pré-sinusoidal. • Ali eles se desenvolvem e colocam os ovos, descem pela mesentérica até chegar no sigmoide, uma parte dos ovos saem nas fezes e a outra é reabsorvida, voltando para o ramo da veia portal. Gastroenterologia Mila Schiavini MED101 • Pacientes que possuem uma permissividade imunológica e com grande quantidade de ovos e vermes alocados no ramo intra-hepático pré-sinusoidal da veia porta, possuem uma destruição mecânica causada por obstrução desse ramo. Além de obstruir o ramo da veia porta, quando morrem, os vermes liberam uma substancia alergênica que estimula uma reação fibrótica, formando uma fibrose periportal (fibrose de Symmers – lesão vascular causada por obstrução mecânica e por estimulação de fibrose). É uma lesão vascular irreversível que causa muita hipertensão porta, tendo muitas varizes de esôfago, muita ascite e pouca alteração de necrose do parênquima hepático. Esses pacientes não possuem muita alteração laboratorial de transaminases, já que suas lesões são mais vasculares.
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