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ETICA E CIDADANIA

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Aula 01
Fundamentos 
de Ética e 
Cidadania
Ana Lúcia Guimarães
ÉTICA E CIDADANIA
Ética e Cidadania
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial 
ANDRÉA CÉSAR PEDROSA
Projeto Gráfico 
MANUELA CÉSAR ARRUDA
Autor 
ANA LÚCIA GUIMARÃES
Desenvolvedor 
CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS
Olá, meu nome é Ana Lúcia. Sou doutora em Ciências Humanas e pos-
suo mais de vinte anos de atuação como professora na Educação Superior. 
Além disso, tenho doze anos de militância como dirigente sindical da causa 
dos professores, o que me agrega conhecimentos e experiências para loca-
lizar-me como autora nesta disciplina. Portanto, atuar e defender a causa da 
educação, laica, democrática e de qualidade é mais que um princípio em mi-
nha formação e trajetória profissional, é um compromisso de ofício. Por isso 
fui convidada pela Editora TELESAPIENS a integrar seu elenco de autores 
independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito 
estudo e trabalho. Conte comigo!
Autor 
ANA LÚCIA GUIMARÃES
INTRODUÇÃO: 
para o início do 
desenvolvimen-
to de uma nova 
competência;
DEFINIÇÃO: 
houver necessidade 
de se apresentar 
um novo conceito;
NOTA: 
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE: 
as observações 
escritas tiveram 
que ser prioriza-
das para você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado 
ou detalhado;
VOCÊ SABIA? 
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e 
links para aprofun-
damento do seu 
conhecimento;
REFLITA: 
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou 
discutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO: 
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das 
últimas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma ativi-
dade de autoapren-
dizagem for aplicada;
TESTANDO: 
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
Iconográficos
Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo projeto 
gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de apren-
dizagem toda vez que:
Sumário
1. Fundamentos de Ética e Cidadania ........................................................................... 8
1.1. Conceitos, Objetivos e Princípios da Ética e da Moral ................................8
1.2. Conceito de Cidadania .........................................................................................................12
1.3. A Ética Social e a Política ....................................................................................................18
1.4. A Ética e a Moral na Contemporaneidade ..........................................................22
Viúva de banqueiro tem sala em sua homenagem 
no Museo do Louvre .................................................................................................................24
Arrecadação à Catedral de Notre-Dame ...............................................................25
Você sabia que estudar ética e cidadania possui uma importância sig-
nificativa nos tempos atuais? Isto porque os indivíduos estão cada vez mais 
confusos em relação a construção de suas atitudes e pensamentos quanto 
as rápidas e volumosas transformações de nossa sociedade.
Trata-se de entender como e de que forma devemos interagir com os 
diferentes sujeitos sociais e seus diferentes pertencimentos culturais e po-
líticos. Enquanto a ética nos imprime uma ideia de valores e normas sociais 
construídos historicamente de acordo com as diferentes demandas sociais 
dos grupos que integram a sociedade, a ideia de cidadania nos remete ao 
pertencimento a uma localidade e ao compartilhamento de valores e normas 
sociais da mesma.
Portanto, tanto a questão da cidadania quanto a ideia da ética nos forne-
cem mapas referenciais para nossas ações e interações, com o objetivo de 
identificar a qual conceito de moral estamos submetidos. Entendeu? Vamos 
explorar mais este debate ao longo desta Unidade. 
Introdução
Olá. Meu nome é Andréa César. Sou responsável pela direção editorial 
deste livro didático e de todos os demais recursos relacionados com a sua 
trilha de aprendizagem. Você está iniciando a Disciplona Ética e Cidadania, 
e seja bem-vindo a nossa Unidade 1, e o nosso objetivo é auxiliar você para 
o desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término 
desta etapa de estudos:
1. Diferenciar os conceitos de ética e moral;
2. Identificar o conceito de cidadania;
3. Demonstrar o conceito de ética social e sua relação com a ética política;
4. Ilustrar a relação entre ética e moral em tempos contemporâneos.
Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? 
Ao trabalho!
Trilha de Aprendizagem
Ética e Cidadania | 8
1.1. Conceitos, Objetivos e Princípios 
da Ética e da Moral
Iniciamos nossos estudos sobre ética e moral procurando entender a defi-
nição desses conceitos e a diferença entre eles. 
Para Cortella (2009) a ética é o princípio orientador de nossa conduta em 
sociedade, ela nos permite distinguir e definir nossas ações e pensamentos 
em relação a diferentes experiências no mundo social. A ética está em nos-
so dia a dia. Em qualquer situação ou acontecimento vemos várias inferên-
cias dos moralistas a solicitar necessidade de afirmação ética. Realmente 
há um desgaste em falar de ética em tempos atuais, mas ainda é muito 
necessário entender o conceito e valorizar sua aplicação.
Pode-se ousar dizer que é impossível avançar no conceito de ética sem 
abordar o conceito de valores. O que são valores então? Desde quando 
nascemos somos ensinados sobre o que é certo e errado, a partir daí va-
mos direcionando nosso olhar e também disseminando valores impostos 
pela sociedade. Se considerarmos que o valor moral é uma necessidade 
para a sobrevivência em sociedade, estaremos começando a entender 
mais sobre ética, moral e vida social, no sentido relacional – ou seja, de 
interação de uns com os outros.
Por isso, Cortella (2009) afirma que a ética é compreendida no bojo dos 
estudos da filosofia e tem relação com a construção da moralidade, pois a 
partir dessa relação nasce a ideia de um “exercício de condutas.” Isto sig-
nificando, para o autor, que a partir da concepção ética espera-se de um 
indivíduo que ele aja de uma forma previsível em uma determinada situ-
ação, pois entende-se que incorporou as regras morais para compor seu 
comportamento social.
DEFINIÇÃO:
Diferenciar os conceitos de ética e moral. 
Ao término deste capítulo você deverá estar dominando os 
conceitos de ética e moral, sabendo diferenciá-los e identifi-
cando sua importância para a vida em sociedade. 
Na atualidade, quando os indivíduos não sabem identificar 
situações de caráter moral podem emitir julgamentos e agir 
de forma que podem ser julgados negativamente pela ordem 
social constituída.
Vamos lá?
1. Fundamentos de Ética e Cidadania
Ética e Cidadania | 9
Ainda explorando o conceito de ética como parte da Filosofia, a qual fun-
damentalmente implica em entendimento do comportamento moral, veja-
mos de forma ágil como os clássicos filósofos consideravam este conceito.
Nos estudos de Chauí (2010) encontramos que, para os sofistas, a ética era 
relativista pois em suas concepções não haviam normas universais de de-
finição para a vida social.
Sócrates, tanto quanto Kant, buscava o entendimento da ética a partir da 
compreensão da alma humana, pois acreditava que nela residiria funda-
mentos da moral. Já nos ideais de Platão, vemos a separação entre corpo e 
alma, para ele o corpo sujeito a paixões poderia desviar-se do bem, por isso 
o homem só conseguiria desenvolver a ética para o bem comum na Pólis. 
Ainda em Chauí (2010) vemos que, para os estóicos, a ética constituía uma 
ideia de autocontrole que levava à uma aceitaçãoda realidade, uma clara 
noção de destino traçado sob a égide de uma razão universal, o que levava 
à imperturbabilidade da alma. Por outro lado, os epicuristas ao falarem de 
ética e imperturbabilidade da alma mostravam que esta era uma finalidade 
da mesma. 
Entretanto, estes adotavam quatro princípios para entendimento da ética: o 
primeiro era que o homem não devia temer aos deuses; o segundo indicava 
que o homem não devia temer a morte; o terceiro apontava que a felicida-
de era possível de ser alcançada; e finalmente, o quarto princípio dizia que 
qualquer dor pode ser suportada.
Com estas ideias estes filósofos pretendiam afirmar que a ética enquan-
to bem fundamental é a defesa do prazer, não o prazer sexual, sobretudo 
o prazer relacionado ao sentimento de amizade. Em Aristóteles veremos, 
mais adiante, que a ética está relacionada a busca pela felicidade, que deve 
ser encontrada no bem comum e na ação do homem na Pólis. 
DEFINIÇÃO:
ÉTICA: define-se como um modo de agir a partir de uma nor-
ma moral incorporada, refere-se à uma orientação de vida 
que deve, supostamente, levar em consideração a preser-
vação positiva da vida em sociedade.
Com esta definição podemos inferir que a ética é a vida pensada, isto é, 
uma proposta de ação a partir do que a moral estabelece.
Nesse sentido, precisamos compreender que a ética está no centro da 
construção de relações sociais harmônicas e benéficas para a preservação 
do todo social, isso pois ela aponta a ideia de uma ação que leva em conta 
o outro e que se fundamenta na forte presença dos valores morais.
Ética e Cidadania | 10
IMPORTANTE:
É importante entender que aquilo que não é moral, pode ser: 
IMORAL: tudo aquilo que se opõe a moral, por exemplo, o 
questionamento da atuação dos políticos no Brasil. 
AMORAL: um homem que se comporta de forma indepen-
dente dos juízos sobre o bem e o mal, ele não considera 
qualquer parâmetro de moral para sua conduta. 
Para Chauí Kant (1921), que foi quem mais discutiu a ética formal, a moral do 
comportamento reside na vontade e nos motivos do agente considerado.
DEFINIÇÃO:
MORAL - o conjunto de condutas e normas que os indi-
víduos costumam aceitar como válidas. Essas regras são 
adquiridas na educação, através da cultura e das tradições 
dos diferentes grupos sociais. Cada grupo tem suas regras 
e concepções morais. 
Falamos muito sobre o conceito de ética e não podemos deixar de nos 
aprofundar sobre o conceito de moral. Portanto, o que é a moral? Podemos 
inferir que a moral é um conjunto de regras, normas de uma sociedade ou 
localidade, tornando-se relevante pela proporção do desrespeito das pes-
soas as leis. A moral funciona como um conjunto de condutas que devem 
direcionar as diferentes formas de agir dos indivíduos.
1 - Figura: Conceito de Ética e Cidadania. | Fonte: Pixabay®
Ética e Cidadania | 11
ÉTICA MORAL
Lida com o CERTO e o ERRADO Lida com o CERTO e o ERRADO
Modo social de agir: implica no consenso 
e na adesão da sociedade.
Modo pessoal de agir: é adquirida e 
formada ao longo da vida (experiências).
Norma e regras pessoais: é guiada pela 
cultura da sociedade.
Normas e regras pessoais: é guiada pela 
consciência.
Coletivo: se constrói a partir do 
consenso de várias morais.
Individual: é o que fundamenta a ética.
Assim, a ética pode ser entendida como um parâmetro, a lei do que seja ato 
moral, o controle de aplicação da moral. Ou seja, são os códigos de ética 
que devem ser exercidos para os diferentes conjuntos de grupos dentro 
do sistema social mais abrangente. Já a moral, por sua vez, de acordo com 
Kant em Chauí (2010) “é tudo aquilo que precisa ser feito, independente-
mente das vantagens ou prejuízos que possa trazer”. Se praticarmos um ato 
moral, podemos até sofrer consequências negativas, já que o que é moral 
para uns pode ser amoral ou imoral para outros.
ÉTICA MORAL
Princípio teórico-reflexivo Regras de condutas específicas 
Ética é temporal Moral é temporária
Ética é universal Moral é cultural
2 - Figura: Tabela: Ética e Moral: apontamentos diferentes. | Fonte: Autora, 2019.
Observe o quadro abaixo sobre as diferenças entre esses conceitos:
EXPLICANDO MELHOR:
A ética e a moral andam de mãos dadas, mas são essen-
cialmente conceitos diferentes. É preciso saber que a ética 
é importante porque revela o respeito aos outros e a digni-
dade humana. Todos nós temos ética, só temos que desen-
volver e acreditar no bem, a ética orienta-nos e ajuda-nos 
para que tenhamos uma vida boa.
3 - Figura: Tabela: Diferenças entre Ética e Moral. | Fonte: Editora TELESAPIENS.
Ética e Cidadania | 12
1.2. Conceito de Cidadania
Pensar em um conceito de cidadania nos remete a um sentimento de per-
tencimento a um Estado, uma nação ou um Estado-nação. Devemos en-
tender que este conceito vem a ser um grande ponto de referência para 
extrairmos a compreensão de direitos, obrigações e deveres de cada indi-
víduo mediante o todo social que, a partir de uma representação política, 
pode direcionar ou não os interesses de um grupo de indivíduos em um 
sistema político. Estes indivíduos podem, ou não, constituírem-se como ci-
dadãos. O que é ser cidadão? O que podemos entender sobre cidadania?
Para Carvalho (2002), o conceito de cidadania foi relacionado a um costu-
me de desdobrar a cidadania em direitos civis, políticos e sociais. Nesse 
olhar, segundo o autor, o cidadão pleno seria aquele que possuísse dos 
três direitos. Mas ainda teríamos os cidadãos incompletos, cujos direitos se 
resumiriam em alguns poucos, já aqueles que não tivessem direitos seriam 
considerados não-cidadãos.
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu um pou-
co mais? Agora, só para termos certeza de que você real-
mente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos 
resumir tudo o que vimos.
Você deve ter aprendido que ética e moral são conceitos 
complementares, porém, diferentes em sua essência. Pro-
curamos marcar que ética é a reflexão e teoria da interna-
lização dos valores morais, que são específicos para cada 
grupo ou sociedade. Cada grupo social possui suas normas 
e orientações de conduta. 
Ao escolhermos orientar nossa ação pensando na preserva-
ção positiva da interação social e no bem do outro, estamos 
atuando de forma ética. Nem sempre, durante a história, a 
ideia de ética foi pensada de forma ao conceito que hoje de-
vemos adotar. 
A ética nos faz discernir entre certo e errado, mas com foco 
na organização e preservação do social, da manutenção do 
bem estar alheio.
SAIBA MAIS:
Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o acesso ao 
vídeo abaixo, o qual traz uma boa discussão sobre a diferença 
entre ética e moral. Acesse no link: https://bit.ly/2Y86V1d
Ética e Cidadania | 13
Marshall (2002), ao desenvolver a discussão sobre o conceito de cidadania, 
mostra que essa foi construída na Inglaterra antes da Revolução Industrial, 
em contexto de necessidade de afirmação de direitos, uma vez que o reco-
nhecimento de direitos aos nobres, posteriormente aos burgueses e até à 
classe trabalhadora, mostrou-se como uma tarefa primordial à organização 
das relações de produção, que se consolidariam mais tarde na sociedade 
Moderna. 
Para o autor, a evolução da cidadania só se concretiza com a conquista de 
direitos ao longo da história. A cidadania é pensada por ele considerando 
aspectos civis, políticos e sociais.
Para ele, ao resumir o conceito de cidadania a posse e gozo de direitos 
civis, políticos e sociais, também é preciso compreender o que significa 
cada um desses direitos. Nesse sentido, de acordo com o autor, vemos que: 
 � Direito Civil: aquele que garante o ir e vir e também o agrupamento em 
movimentos, como sindicatos, a realização de greve etc; possuir seus 
próprios bens (propriedade privada); livre organização religiosa ou mes-
mo ideológica;
 � Direito Político: realiza-se no ato de votar e ser votado, na participação 
da vida política do país. O indivíduo pode ser candidato à representação 
e também pode escolher quemquer que o represente;
 � Direito Social: refere-se à ações governamentais e da sociedade civil 
organizada em prover serviços ao cidadão, como: saúde, educação e 
políticas sociais.
DIREITOS E DEVERES
CIVILSOCIAL
Política
4 - Figura: Cidadania, e a relação com os Direitos. | Fonte: Wikimedia Commons.
Ética e Cidadania | 14
Direitos Civis Direitos Sociais Direitos Políticos Deveres
direito à vida; educação;
garantia de voto 
direto e secreto, 
com igual valor 
para todos;
participar das 
eleições, escolhen-
do e votando nos 
seus candidatos;
direito à liberdade 
de expressão;
saúde;
direito a ser can-
didato a um cargo 
nas eleições;
estar atento ao 
cumprimento das 
leis do país;
liberdade de ir e vir; alimentação; _
pagar os impos-
tos devidos;
igualdade entre 
homens e mulheres;
trabalho; _
participar da es-
colha das políti-
cas públicas;
proteção da intimida-
de e da vida privada;
moradia; _
respeitar os direitos 
dos outros cidadãos;
liberdade para 
exercer sua profissão;
transporte; _
proteger o patri-
mônio público;
direito à propriedade; lazer; _
proteger o meio 
ambiente;
5 - Figura: Tabela: informações baseadas nos seguintes “dados”: https://bit.ly/2MKt9fb
SAIBA MAIS:
É muito comum acharmos que a ideia de cidadania pode 
ser resolvida apenas com a efetivação de direitos para cada 
indivíduo ou grupo social? Pois é, seria necessário destacar 
que a cidadania envolve uma compreensão dos deveres de 
cada um para com a sua cidade, estado ou localidade onde 
habita. Ter deveres é assumir que há uma relação de troca 
recíproca entre receber, obter ou conquistar direitos e prati-
car a realização de deveres. Exercitar o cumprimento de um 
papel social que possui tarefas para continuamente fortale-
cer e ressignificar a vida social. 
Então, se buscarmos a origem histórica do conceito, compreenderemos 
que sua origem como palavra vem do latim “civitas”, que significa cidade. 
Esta palavra, cidadania, era comumente utilizada no contexto da Roma an-
tiga para identificar a situação política de uma pessoa e os direitos que essa 
pessoa poderia usufruir. 
Com esse histórico de debates e conceitos, vemos que a ideia de cidadania 
não é algo estável, definido ou adquirido sem um entendimento de ação. 
Com isso, destaca-se que não é a conquista de um direito que significa que 
ele vá de fato ser efetivado. A cidadania é um exercício de saber e agir que 
é preciso ser incluído e desejar participar da construção de novas relações 
e consciências de efetivação de direitos. 
Ética e Cidadania | 15
IMPORTANTE:
Com toda a discussão apresentada, é possível lembrar de 
uma obra de Dimenstein (1994), “O Cidadão de Papel”, que 
aborda o fato de que no Brasil a cidadania está no papel, mas 
não existe de verdade.
Isso é perceptível uma vez que o autor destaca a violência 
social e a juventude dos anos 90, a ausência de projetos de 
educação, informação e a pobreza. 
De lá pra cá muitas situações se atualizaram, mas de todo 
modo esta obra nos faz refletir o quanto ainda temos por 
conquistar com atitudes verdadeiramente de participação e 
reclamação de nossos direitos.
Vale a pena conhecer mais esse debate. 
DEFINIÇÃO:
CIDADANIA: refere-se a um conjunto de ações com caráter 
de reivindicação que se volta para o interesse coletivo.
É em seu exercício que se aprimoram práticas de convivên-
cia melhores e tratam a qualidade de vida dos habitantes 
da cidade. 
É um conceito diretamente ligado a uma ideia de apren-
dizagem social, que busca a culminância do atendimento 
de direitos e a compreensão de compromisso e deveres a 
cumprir. 
6 - Figura: Exemplo sobre Cidadania. | Fonte: Pixabay®
Ética e Cidadania | 16
SAIBA MAIS:
Veja como a LDB 9394/96 direciona suas diretrizes para 
uma educação voltada à formação de um sujeito cidadão 
no link: https://bit.ly/2sH4L3R
Em seguida, assista ao vídeo sobre educação e formação 
do cidadão no link: https://bit.ly/2Ya3LKc
É muito importante entender também a relação entre o conceito de cidada-
nia e a educação. Pois com o processo educativo desenvolvem-se valores 
e consciência da preocupação com o outro, além da questão da responsa-
bilidade para com a vida social.
Nesse sentido, no Brasil e na América Latina, a partir das décadas de 80 
e 90, a discussão sobre cidadania, direitos humanos e democracia ganha 
muito destaque, sobretudo nos exercícios da educação formal e informal.
Dessa forma, foram criados documentos formais para orientar a educação 
para a formação da cidadania. Exemplos claros dessas iniciativas encon-
tram-se nos documentos listados abaixo:
 � Constituição de 1988;
 � Lei de Diretrizes e Bases-LDB - 1996;
 � Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA 1990;
 � Programa Nacional de Direitos Humanos 1996;
 � Propostas de Políticas Educacionais.
É notável que existem sentimentos e valores educacionais que podem ser 
desenvolvidos e aprendidos, na família ou na escola, na educação formal 
ou informal, e que podem colaborar para o despertar da cidadania. São 
eles: cooperação, perdão, respeito, sinceridade, diálogo, solidariedade, 
combate à violência, bondade.
A princípio podem parecer valores presentes em nossa humanidade, mas 
de fato o são, e quando bem trabalhados podem otimizar responsabilida-
des e aptidões para o fortalecimento de relações sociais pautadas na ga-
rantia recíproca de efetivação de direitos e deveres.
SAIBA MAIS:
Saber que a possibilidades de debate para a compreensão 
do conceito de cidadania e como podemos alcançá-lo é 
um privilégio, vamos ler mais um pouco? Acesse este link: 
https://bit.ly/2Yn8dR7
Ética e Cidadania | 17
RESUMINDO:
E então? Como foi a experiência de aprendizagem com o 
conceito de cidadania? Vamos resumir um pouquinho so-
bre o que vimos para que você realmente possa fixar mais 
o estudo deste capítulo.
Você deve ter aprendido que é muito importante compre-
ender que cidadania é um conceito que articula nossos di-
reitos e deveres. Também, que o exercício da mesma torna 
a coletividade ativa e integrada para uma harmonia social.
A cidadania destaca a liberdade e a convivência comuni-
tária muito mais do que qualquer questão de relações de 
poder ou governo constituído. 
Ser cidadão é participar de forma ativa da realidade social em 
que se está inserido, protagonizando a busca de qualidade 
de vida para seus membros, pela via da efetivação de direitos.
No entanto, não devemos esquecer que também possu-
ímos deveres com a nossa comunidade. Por fim, vimos o 
importante papel que a educação ocupa na formação do 
cidadão. Através da educação formal e informal é possível 
transmitir os valores da formação à cidadania, oferecendo 
liberdade e autonomia para os indivíduos atuarem na so-
ciedade de forma digna. 
SAIBA MAIS:
Saiba mais sobre Cidadania no contexto escolar através do 
seguinte link a seguir: https://bit.ly/2YccLP5
Sacristan (2000) infere que a distância entre os direitos no papel e a efetiva 
cidadania só é possível quando os envolvidos tomam para si a atitude de 
fomentar ideias práticas. 
Almeida e Soares (2010) apontam que a ligação entre vida individual e co-
munitária só ocorre quando há um reconhecimento mútuo da relevância 
recíproca entre os dois. Este, para os autores, é o verdadeiro sentido da 
cidadania, sem exclusões sociais.
Sobre a relação cidadania e educação, Freire (2011) orienta que o homem 
deve ser o sujeito da sua ação, criando e transformando o mundo. Em seu 
olhar, a escola deve funcionar como um espaço que tende a oferecer ao 
indivíduo exercício da cidadania e possibilidade de redefinição da realidade. 
Ética e Cidadania | 18
1.3. A Ética Social e a Política
Iniciamos nossos estudos sobre a ética e a política considerando o pen-
samento de Arendt (2003) que nos mostra que política é ação e, portanto, 
nenhuma questão política pode, segundo ela, estar submetida a subjeti-
vidade. Na visão desta autora, o entendimento da ideia de práxis é a mola 
mestra para a compreensão de seu conceito de ética, que muito estárela-
cionado com o que já vimos aqui. Para ela, ética envolve-se com o cuidado 
com o mundo, com o espaço das relações humanas e também com o local 
que permite a vida e a singularidade humana.
Arendt (2003) preocupa-se não com a subjetividade do homem, mas sim 
com os homens em pluralidade. Assim, percebemos que o conceito de éti-
ca social está direcionado para este olhar. Arendt (2003) nos aponta que as 
atividades humanas são o resultado da produção desenvolvida no mundo 
da vida ativa, é no mundo (na práxis) que o homem transita e desenvolve 
atividades que ele condiciona sua existência. O cuidado com o mundo é, 
por conseguinte, o cuidado com a singularidade humana, para a autora. 
Permanecendo neste raciocínio, colabora para que nosso conhecimento 
sobre a questão política, pois ela define que a política não deve se subme-
ter as questões morais. Ela se contrapõe ao pensamento de Maquiavel ao 
afirmar que a política não deve ser guiada para atingir meios e fins. Como 
sabemos,
Maquiavel, clássico da política, aponta que os fins justificam os meios. Já 
Arendt (2003) acredita que se a praticidade é o agir, então a forma instru-
mentalizada que o autor traz de calcular formas para atingir objetivos em 
política acabam por se configuram em pré-ação e teoria para controlar a 
ação. Segundo ela, a política não deve seguir qualquer natureza ou espírito, 
mas sim ter o compromisso com o “espírito correto”, algo que se define em 
si mesmo, sem qualquer teleologia ou previsibilidade. A ação política infor-
ma a distinção articular de cada homem.
Ainda seguindo seu pensamento, a ética é a pluralidade humana constituti-
va do mundo, o que faz a ideia de uma ética social ser mais forte e presente 
para que as relações humanas se processem de forma operativa. Visto des-
sa forma, Arendt (2003) mostra que a ética varia de acordo com o espaço 
político. O agir é livre de qualquer determinação. 
A discussão que trouxemos até aqui serve para evidenciar que a experi-
ência coletiva das pessoas e sua respectiva construção cultural têm em si 
mesmas um valor significativo para a compreensão do conceito de ética 
social. Isso pois ao abordarmos tal conceito estamos na verdade, no campo 
de pensar o que pode ou não ser aceitável socialmente, isso se deve ao 
próprio princípio que o conceito traz consigo: a ideia de que os membros de 
uma comunidade precisam de cuidados de forma homogênea. 
Ética e Cidadania | 19
7 - Figura: A Obra de Aristóteles. | Fonte: Pixabay®
A Ética Social apresenta princípios que precisamos conhecer: a dignidade 
da pessoa, o direito de propriedade, a primazia do trabalho, a primazia do 
bem comum, a solidariedade e subsidiariedade.
Sá (2010) desenvolve a ideia de que existem hábitos dignos de louvor, isto é, 
existe uma conduta virtuosa padrão que serve de referência quando pen-
samos no respeito a todos os seres humanos.
O autor busca em Aristóteles a lógica da virtude. Para ele, se um homem 
adota uma conduta virtuosa em um local onde não há a prática comum 
desta conduta, então este seria um homem virtuoso. 
Em Aristóteles (1997) vemos também uma iniciativa em considerar que o 
verdadeiro sentido da ética é voltar-se para a comunidade na amplitude da 
mesma e no exercício da cidadania, objetivando a formação e organização 
da consciência política humana. Para ele, “o homem é um animal político”. 
Dessa forma, é possível traçar imediatamente uma relação entre a ética 
social e a política.
DEFINIÇÃO:
ÉTICA SOCIAL: conjunto de regras e diretrizes que balizam 
escolhas e comportamentos de uma sociedade que resol-
veu adotar aqueles padrões de conduta. Ela funciona como 
um roteiro, um código de conduta.
Não há necessidade de dizer o que se deve ou não seguir, 
apenas fundamentalmente seguir. 
Ética e Cidadania | 20
a ética social e a política. A política é o campo da busca do bem comum, 
conforme Aristóteles demarca em seus estudos. Nesse sentido vale a ideia 
de que ética e política devem caminhar lado a lado, uma vez que ambos os 
conceitos apresentam um viés corporativo, aquele que conduz ao bem-es-
tar da comunidade, do coletivo, do social. 
Dissecando sobre a palavra política, observamos que ela é originária do 
grego pólis (politikós) e seu significado diz respeito ao urbano, ao civil, ao 
que é da cidade (da pólis). 
Weffort (1987) mostra que os clássicos da política podem nos guiar mui-
to mais sobre o conceito de política que consideramos fundamental para 
sustentar a relação ética e política, já iniciada acima. Segundo o autor, para 
Thomas Hobbes a humanidade vivia em estado de anarquia e ao criar a 
sociedade, através do pacto social, criou conjuntamente a chamada so-
ciedade política. Segundo ele, os homens mediante seu estado de guerra 
abriram mão de suas decisões e escolhas mais individuais para constituí-
rem o estado, soberano, que não permitiria a volta ao estado de natureza. 
Tal movimento fez com que a representação política desses homens fosse 
delegada ao soberano, que deveria garantir o grupo ao exercer seu poder 
em favor do bem comum. 
O autor também revela que em John Locke vemos que o estado de natu-
reza não teria significado caos, mas ordem e razão. Segundo ele, o Estado 
surgiu para assegurar a lei natural, bem como para manter a harmonia entre 
os homens. Locke não destaca que houve uma cessão dos direitos naturais 
ao Estado, pelo contrário, acredita que a soberania é um valor e que deve 
ser exercido pela maioria, assim como o respeito aos direitos à vida, à liber-
dade, à propriedade.
Weffort (1987) apresenta, ainda, a teoria de Jean Jacques Rousseau, que 
parte do princípio de que houve um estado de natureza que não se cons-
tituía no caos de Hobbes e nem no mundo ordeiro e racional, como asse-
gurava John Locke. Os homens viviam em caráter de desigualdades, mas 
eram livres e felizes.
A sociedade política surge, então, como um mal necessário para manter a 
ordem e evitar o retorno das desigualdades.
Assim, na criação do Estado a partir do contrato social, o indivíduo cedeu 
parte de seus direitos naturais para a criação de uma entidade detentora 
de uma vontade geral, portanto, a soberania do Estado é a incorporação da 
vontade geral de todos. 
Os Clássicos da Política, John Locke, Thomas Hobbes e Jean Jacques Rou-
sseau integram os teóricos que discutem a criação do Estado a partir de um 
pacto social, fomentado pelos homens. Para saber mais sobre tais teorias, leia: 
WEFFORT, Francisco. Os clássicos da política. São Paulo: Editora ÁTICA, 1989.
Ética e Cidadania | 21
Os desafios para a ética social, aliada a representação política, são desafios 
do mundo atual. Com base neles, é preciso rever práticas e condutas de 
gestão de comunidades, recursos e da própria concepção de coletividade 
e bem comum.
CLONAGEM HUMANA
FOMEPOBREZA
IMIGRAÇÃOECONOMIA
8 - Figura: Problema para a Ética Social. | Fonte: Autora, 2019
A questão é que todos esses pensadores falam de política como um lugar 
de representação de todos e essa possibilidade de ação está diretamente 
vinculada à concepção de ética social. Isso pois, quando se analisa a cria-
ção do contrato social, a organização da sociedade política e a soberania 
da vontade geral, deve-se considerar o princípio de comando político com 
referência da orientação ética, do governar para o outro. 
Semelhante a como pensamos, a questão da ética social nas empresas na 
atualidade, vemos que na sociedade empresarial existem comportamentos 
de valorização e dimensionamento da preservação ambiental. Ideias e pro-
jetos ecológicos que, inclusive, fundem-se com perspectivas de responsa-
bilidade social, muitos líderes corporativos precisam, por normas éticas, doar 
uma porcentagem dos lucros anuais para instituições de caridade. 
Essa pode ser uma ação que está diretamente vinculada com a real neces-
sidade de ajuste para condutas que são aceitas, valorizadas e instituídas 
socialmente. 
Temos muitos padrões que fortalecem a ética social e que incluem-se nos 
valores familiares, nascrenças religiosas, na moralidade e na integridade.
SAIBA MAIS:
Para saber mais assista os vídeos a seguir: 
 � Provocações Sobre Ética, com Leandro Karnal, no link: 
https://bit.ly/2YpOIHm
 � Ética e Política, no link: https://bit.ly/2Ol4aoA
Ética e Cidadania | 22
1.4. A Ética e a Moral na Contemporaneidade
Chegamos até uma reflexão que será muito importante para o olhar sobre di-
ferentes situações nos tempos atuais que vivemos. Devemos abordar a relação 
ética e moral na sociedade contemporânea para que possamos entender mais 
sobre diferentes posicionamentos em diferentes culturas e grupos sociais. 
Vimos no tópico anterior que existem desafios impostos a nossa análise da 
ética social, vinculada à política, mas a partir de agora precisamos pensar na 
generalidade da concepção de ética e moral já aprendidas para o entendi-
mento de tais desafios. 
Vamos iniciar escolhendo um dos grandes desafios da humanidade, cuja a 
dimensão nos entristece: a fome mundial. A fome é uma questão social. Mas 
observe que podemos eleger a relação que os países de primeiro mundo 
tem em relação ao trato da questão. Você poderá entender melhor acionan-
do os conceitos de ética e moral para pensar sobre as reportagens abaixo.
 � PRIMEIRA REPORTAGEM 
Fome extrema atinge mais de 113 milhões no mundo: 
África é o continente mais afetado, influenciado por conflitos armados. 
Deutsche Welle 
02.abr.2019 (terça-feira) - 18h32 
Atualizado: 03.abr.2019 (quarta-feira) - 7h12
SAIBA MAIS:
Entendeu um pouco da relação entre ética social e política?
Neste capítulo procuramos demonstrar como os concei-
tos de ética social e política devem estar associados para 
a prática do bem comum. Pois reforçamos que a ética con-
siste em uma regra usada para focar na construção do rela-
cionamento com os outros.
O sentido e conceito de ética social foi desenvolvido como 
um verdadeiro código de conduta que é aceito e praticado 
pelos membros de um grupo social.
Falamos dos clássicos da política, Hobbes, Locke, Rousse-
au com o intuito de mostrar que em meio ao caos social os 
homens criam a ordem, delegam sua concepção de repre-
sentação ao estado, acreditando que este pode gerir suas 
vontades comuns. 
Cada uma com sua teoria, mas no bojo conceitual, o princi-
pal é entender que a política deveria conduzir a sociedade 
pela lente da ética, já que em sua originalidade conceitual, 
elas podem voltar-se para o bem comum.
Ética e Cidadania | 23
Mais de 113 milhões de pessoas em 53 países sofreram “insegurança alimen-
tar aguda” em 2018, afirma um relatório global da ONU sobre a crise alimentar 
divulgado nesta terça-feira (02/04).
O relatório apresentado pela União Europeia (UE), Organização das Nações 
Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e o Programa Alimentar Mundial 
(PAM), entre outras organizações, destaca que o problema afeta principal-
mente o continente africano.
Os países que atravessaram as mais graves crises alimentares são: Iêmen, 
República Democrática do Congo, Afeganistão, Etiópia, Síria, Sudão, Sudão 
do Sul e o norte da Nigéria.
Dominique Burgeon, chefe de emergências da FAO, afirmou que os países 
africanos são atingidos de forma “desproporcional” pela fome aguda, com 
quase 72 milhões de pessoas afetadas. Segundo o documento, nos últimos 
três anos, cerca de 50 países vivem dificuldades cada vez maiores para ali-
mentar a suas populações.
A principal causa da insegurança alimentar em todo mundo são as guerras. 
Cerca de 74 milhões de pessoas, ou seja, dois terços da população que en-
frenta a fome aguda, estavam em 21 países ou territórios localizados em zo-
nas de conflito, assim como já havia ocorrido em 2017.
“Nesses países, até 80% das populações afetadas dependem da agricultura”, 
afirmou Burgeon. “Estas pessoas precisam receber assistência humanitária de 
emergência para poder se alimentar e condições para impulsionar a agricultura.”
Em 2018, o número total de pessoas que sofreram fome aguda apresentou 
leve redução em comparação a 2017 (124 milhões). Isso pode ter ocorrido em 
razão de alguns países estarem menos expostos a riscos climáticos violen-
tos, como secas, inundações ou chuvas.
“Este recuo no valor absoluto é um epifenômeno”, minimizou Burgeon. A re-
dução ocorreu “devido à ausência do fenômeno climático ‘El Nino’, que 
afetou muito as culturas na África Austral e no Sudeste Asiático em 2017”.
“Por causa dos violentos ciclones e tempestades em Moçambique e no Ma-
lawi este ano, já sabemos que esses países estarão no relatório do ano que 
vem”, observou.
José Graziano da Silva, diretor-geral da FAO, avalia que, apesar da ligeira 
queda em 2018 no número de pessoas com insegurança alimentar aguda, 
a forma mais extrema de fome, “o número ainda é alto demais”.
Ele diz que é preciso investimentos de grande porte para o desenvolvi-
mento, ajuda humanitária e na construção da paz “para a construção da 
resiliência das populações afetadas e pessoas vulneráveis”, acrescentando 
que “para salvar vidas, também temos que salvar os meios de subsistência”.
Ética e Cidadania | 24
O diretor-executivo do PAM, David Beasley, observou que para erradicar a 
fome é necessário atacar suas causas fundamentais. “Conflitos, instabilida-
de, impacto dos choques climáticos. Rapazes e moças precisam ser bem 
nutridos e educados, as mulheres precisam ser verdadeiramente fortale-
cidas, a infraestrutura rural deve ser fortalecida para conseguirmos esse 
objetivo de fome zero”, destacou.
O relatório pede o fortalecimento da cooperação entre a prevenção, pre-
paração e reação no atendimento às necessidades humanitárias urgentes 
e às causas profundas, que incluem as mudanças climáticas, choques eco-
nômicos, conflitos e deslocamentos.
 � SEGUNDA REPORTAGEM 
Saiba quem é a brasileira que doou R$ 88 milhões à Notre-Dame. 
Jornal Correio 
17.abr.2019 (quarta-feira) - 23h07 
Fonte: https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/
saiba-quem-e-a-brasileira-que-doou-r-88-milhoes-a-
-notre-dame/. Acesso em 25 de abril de 2019. 
Viúva de banqueiro tem sala em sua homenagem no 
Museo do Louvre
Uma brasileira está entre os bilionários que doaram grandes somas para a 
reconstrução da Catedral de Notre-Dame, de Paris, atingida por um grande 
incêndio na segunda-feira (15). Lily Safra, 81 anos, viúva do banqueiro Edmond 
Safra, enviou para a campanha de reconstrução um cheque de 20 milhões 
de euros - cerca de R$ 88 milhões. Segundo o Glamurama, ela tem fortuna 
estimada em 1,3 bilhão de dólares (R$ 5,1 bilhões). 
A bilionária atualmente se divide entre casas que tem na Europa - vive entre 
Mônaco, Londres, Nova York e a própria Paris. Ela já recebeu uma Légion 
d’Honneur, uma medalha de honra dada para pessoas que contribuíram 
com a França. Uma sala no Museu do Louvre, a Galeria Edmond et Lily 
Safre, é batizada em homenagem a ela e ao falecido marido. O ambiente é 
todo decorado com mobiliário do século 18 doado pelo casal. 
Um livro da jornalista canadense Isabel Vincent chama a bilionária de “Lily 
Dourada”, nome da biografia. A escritora, que era na ocasião repórter do New 
York Post, passou cerca de um ano no Brasil entrevistando pessoas sobre o 
casal. A publicação traz detalhes sobre o suicídio do segundo marido de Lily, 
o empresário Alfredo Monteverde. No almoço antes da morte, Lily e o mari-
do discutiram detalhes do divórcio. Quando ela saiu, ele tirou a própria vida.
O pai de Lily era um inglês do ramo de ferrovias que chegou ao Brasil no 
início do século XX. Ela nasceu em Canoas, no Rio Grande do Sul.
Ética e Cidadania | 25
Seu primeiro marido, o argentino Mario Cohen, era um milionário fabricante 
de meias de náilon. O casal viveu no Brasil, Argentina e Uruguai e teve três 
filhos - o mais novo, Claudio, morreu em 1986 em um acidente de carro. A 
relação com Monteverde veio depois - ela se divorciou para ir morar no Rio 
com a nova paixão, que era empresário e foi fundador da rede Ponto Frio. 
Monteverde tirou a própria vida em 1969. Eles tiveram dois filhos.
Depois, Lily se mudoupara o Reino Unido, onde morou por 10 anos. Ela 
chegou a casar em 1972 com um inglês, mas o casamento foi posterior-
mente anulado. Então conheceu Safra, na época o brasileiro mais rico do 
mundo. Os dois se aproximaram durante uma disputa em um leilão, segun-
do a revista Joyce Pascowitch. Edmond, já quarentão, ganhou e comprou a 
escultura, mas presenteou Lily com a obra. Libanês naturalizado brasileiro, 
era um homem muito discreto. Viveram muitos anos em Nova York, em uma 
cobertura repleta de pinturas e esculturas - arte era uma paixão de ambos.
O casamento durou 23 anos, até que em 1999 Safra morreu. Em Môna-
co, onde passavam temporadas, Edmond Safra foi vítima de um incêndio. 
Seu corpo foi achado na banheira de uma suíte, próximo ao de sua enfer-
meira. O julgamento sobre o caso considerou culpado pelo incêndio um 
de seus enfermeiros, Ted Mahrer, que teria ateado fogo a uma lixeira para 
salvar o patrão, como herói, depois. Trancado no banheiro por seis horas, o 
empresário morreu asfixiado pela fumaça. Safra lutou nos últimos anos de 
vida contra o Mal de Parkinson e tinha acompanhamento especializado em 
casa. Em 1998, ao revelar que sofria a doença, ele fez doação de 50 milhões 
de dólares a uma instituição de pesquisa sobre o tema. 
Desde a morte do marido, Lily passou a se desfazer de parte dos bens e se 
envolver mais com ações filantrópicas, com a Fundação Edmond J. Safra. 
Em 2004, ela doou 10 milhões de dólares à Universidade Harvard e o mes-
mo valor para uma entidade criada pelo ator Michael J. Fox para pesquisar a 
origem do Mal de Parkinson. Em 2005, colocou à venda 800 peças de sua 
coleção particular de arte pela casa de leilão Sotheby’s. “Minha vida e meus 
interesses mudaram, e já não tenho tempo nem escala nas casas para 
apreciar a coleção como fazíamos antes. Tive então que tomar uma deci-
são difícil: é hora de transferir aos outros o prazer de possuir estes tesouros”.
Arrecadação à Catedral de Notre-Dame
A campanha para reformar Notre-Dame arrecadou até agora quase 1 bilhão 
de euros, e entre os doadores famosos está François-Henri Pinault, marido 
da atriz Salma Hayek, do grupo Kering, que afirmou que vai contribuir com 
100 milhões de euros. O grupo LVMH, da bilionária família Arnault, também 
doou € 200 milhões (R$ 860 milhões). A empresa francesa de cosméticos, 
L’Oréal, dará € 200 milhões. O Grupo LVMH dará € 200 milhões e a família 
Pinault dará € 100 milhões pela Petrolífera TOTAL.
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O presidente francês Emmanuel Macron disse que a França iria contar com 
ajuda de “talentos” para reconstruir a torre mais alta da construção, que 
ficou destruída. Ela afirmou que em 5 anos o local estará totalmente reno-
vado e “ainda mais bonito”....
Vejamos agora possíveis análises para a questão da fome...
Sob a ética do bem comum, quando comparamos as duas reportagens, 
logo nos vêm uma ideia de que a bilionária que doou milhões para a re-
construção da Catedral de Notre Dame, na França, não está apresentando 
uma preocupação ética em relação aos números da fome africana, apre-
sentada na segunda reportagem. 
Esse tipo de reflexão, na verdade, é importantíssimo para nossa compreen-
são sobre ética e moral. Pois vemos que devido a bilionária ter tanto dinhei-
ro e pensar na reconstrução de um patrimônio histórico da humanidade, a 
Catedral de Notre Dame, poderíamos compreender que para a sua moral 
(a moral que a formou e a cultura da qual pertence) há um sentido maior 
de nobreza em tal atitude. No entanto, podemos conceber como imoral a 
atitude dela em relação a não se disponibilizar para doar qualquer dinhei-
ro para o combate à fome na África. Esta é só uma forma de debatermos 
questões contemporâneas com o olhar da ética e da moral.
Semelhante à esta reflexão, vemos também a situação da violência que 
invade as Escolas no mundo inteiro. Há diversos casos de jovens e adultos 
que cometeram atentados sem qualquer melindre fazendo alunos e alunas 
inocentes vítimas fatais de suas ações. De forma que nos colocamos per-
plexos, sem palavras, transtornados e tristes diante destas notícias.
Tal fenômeno suscita nossas reflexões sobre a moralidade do contexto 
em que ocorre, sobre nossas crenças éticas e sobre se é possível explicar 
tais atitudes por uma suposta situação de violência, que o assassino tenha 
sofrido na infância ou uma situação de bullying, por exemplo. Isto serviria 
para explicar que as Escolas precisam estar atentas na formação de seus 
alunos, fortalecendo valores morais de bem comum, de promoção pessoal 
de cada aluno. 
O importante em todas essas ideias e reflexões é compreender a relativida-
de das situações, além da profundidade e contextualização dos conceitos 
de ética e moral. Com isso, não estamos aqui a defender assassinos, indiví-
duos negligentes com a questão social, estamos mostrando que matar não 
é ético, mas a qual moral pertence aquele que o pratica.
Dessa forma, consideramos que na atualidade, com as situações desafia-
doras trazidas pela era da globalização, a crise das representações políti-
cas, a recessão econômica, a individualização, a tendência ao xenofobismo, 
o avanço das tecnologias digitais e os estudos das possibilidades de muta-
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RESUMINDO:
Neste tópico fomos capazes de revisar nossos conceitos 
de ética e moral, você percebeu? Pensando sobre situa-
ções do contexto contemporâneo, vimos que a ética está 
sempre ligada a nossa formação moral.
Ética e moral são conceitos que devem ser trabalhados 
na educação formal, na escola. Não se pode prescindir de 
considerar que na crise de valores os indivíduos deixem de 
agir desconsiderando a moral e a ética vigentes. 
ções genéticas, vemos a grande importância da educação para a formação 
da moralidade nos indivíduos. 
Bencostta (2007) afirma que as instituições educacionais são fundamentais 
para o aprendizado de conhecimentos específicos na formação de indiví-
duos autônomos capazes de interagir com as diferentes situações que po-
dem vivenciar no mundo contemporâneo. Vázquez (2003) nos lembra bem 
que a função social da moral deve ser a de regulamentação das relações 
entre os homens para contribuir na manutenção e garantia da sociedade. 
Também Leite (2014) relembra que a ética é uma prática diretamente rela-
cionada à ação humana.
Bencostta (2017) fala do trabalho de Svitras (2017) que reforça que a ativi-
dade em sala deve ser capaz de desenvolver habilidades e competências 
que colaborem, definam soluções para dilemas sociais. É na escola que se 
pode criar um ambiente ideal para prática e aprendizado da ética e a forma-
ção do caráter, é possível falar de respeito, justiça, solidariedade e moral. 
O autor relaciona propostas de trabalho para que isso aconteça na Escola: 
 � Trabalhar Conceitualmente: definir o conceito de ética e promover o de-
bate criativo. Aceitar e mediar as opiniões das turmas;
 � Construir uma atividade relacional - fornecer desafio para que os alunos 
e alunas convivam com a diferença;
 � Incentivar a Tomada de Decisões: Levar alunos e alunas a pensar nas 
situações concretas e como seria decidir pelo certo ou errado naquela 
situação. Como exemplo, desde contar uma mentira para sair mais cedo 
da escola até mesmo pensar a corrupção na política;
 � Jogar com Situações Limítrofes: apresentar situações em que o aluno é 
levado a pensar como se um familiar ou amigo estivesse na situação de 
risco, por exemplo;
 � Criação de Regras com a Turma: essa situação leva a debates quanto 
ao que os alunos querem para suas rotinas em termos de normas de 
conduta e o que realmente fazem, uma reflexão de pensamento e ação. 
Ética e Cidadania | 28
Consideações Finais
SAIBA MAIS:
Quer se aprofundar nos temas desta aula? Recomenda-
mos o acesso a fontes de consulta e de aprofundamento 
que serão passadas pelo seu professor.
ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM:
Pronto para consolidar seus conhecimentos? Leia aten-
tamente o enunciado de sua atividade de autoaprendiza-
gem proposta para esta aula.Se você está fazendo o seu 
curso presencialmente, é só abrir o seu caderno de ativi-
dades. Se você estiver cursando na modalidade de EAD 
(Educação a Distância), acesse a sua trilha de aprendiza-
gem no seu ambiente virtual e realize a atividade de modo 
online. Você pode desenvolver esta atividade sozinho ou 
em parceria com seus colegas de turma. Dificuldades? 
Poste suas dúvidas no fórum de discussões em seu am-
biente virtual de aprendizagem. Concluiu a sua atividade? 
Submeta o resultado em uma postagem diretamente em 
seu ambiente virtual de aprendizagem e boa sorte!
TESTANDO:
Chegou a hora de você provar que aprendeu tudo o que 
foi abordado ao longo desta aula. Para isto, leia e resolva 
atentamente as questões do seu caderno de atividades. 
Se você estiver fazendo este curso a distância, acesse o 
QUIZ (Banco de Questões) em seu ambiente virtual de 
aprendizagem.
Ética e Cidadania | 29
REFERÊNCIAS:
 � ALMEIDA, Claudia Maria; SOARES, Keila Cristina Dambinski. 
Pedagogo Escolar: As Funções Supervisora e Orientadora. Curitiba: Ibpex, 2010;
 � ARANHA, Maria Lúcia de Arruda & MARTINS, Maria Helena P. 
Filosofando: Introdução à;
 � ARENDT, Hannah. A Condição Humana. Editora Forense. Rio de Janeiro, 2003;
 � ARISTÓTELES. Política. 3 Ed. Brasília: UnB, 1997;
 � BENCOSTTA, M. L. (Org.) Culturas Escolares, Saberes e Práticas Educativas: Itinerá-
rios Históricos. São Paulo: Cortez, 2007;
 � CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil: O Longo Caminho. 11ª Ed. 
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008;
 � CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2010;
 � CORTELLA, M. S. Qual é a tua obra? Inquietações, propositivas sobre gestão, lide-
rança e ética. Petrópolis: Vozes, 2009;
 � FREIRE. Paulo. Educação e Mudança. 2. Ed. São Paulo: Paz e Terra, 2011;
 � MARSHALL, T. H. Cidadania e Classe Social (Ed. atual trad. e rev. por EaD/CEE/
MCT), 2. Ed. Brasília: Senado Federal, Centro de Estudos Estratégicos, Ministério da 
Ciência e Tecnologia, 2002;
 � SÁ, A. L. de. Ética Profissional. 9. Ed. São Paulo: Atlas, 2010.
 � SACRISTÁN, J. G. O currículo: uma reflexão sobre a prática. 3 Ed. 
Porto Alegre: ArtMed, 2000;
 � VÁZQUEZ Sanchez, Adolfo, Ética / Adolfo Sanchez Vázquez; 
tradução de João Dell’ Anna. Ed. 24ª Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

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