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Técnicas Cirúrgicas Em Pequenos Animais

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Nomenclatura 
- Abdomino = abdômen. 
- Adeno = glândula. 
- Cisto = bexiga. 
- Cole = vesícula. 
- Colo = cólon. 
- Colpo = vagina. 
- Dermo = pele. 
- Entero = intestino. 
- Gastro = estômago. 
- Histero = útero. 
- Laringo = laringe. 
- Mio = músculo. 
- Nefro = rim. 
- Neuro = nervo. 
- Oftalmo = olho. 
- Oofor = ovário. 
- Orqui = testículo. 
- Osteo = osso. 
- Oto = orelha. 
- Procto = reto. 
- Rino = raiz. 
- Salpinge = tromba/tuba uterina. 
- Toraco = tórax. 
- Traqueo = traqueia. 
- Tomia = incisão, corte, secção 
- Ectomia = ablação, exérese, retirada, 
extirpação. 
- Stomia = boca, abertura para o exterior. 
- Centese = punção. 
- Stasia: parar, suturar. 
- Rafia = união, sutura. 
- Scopia = exploração, observação. 
- Plastia = plástica, reparação. 
- Anastomose = união de órgãos 
- Dese = imobilização. 
- Pexia = fixação. 
 
Celiotomia ou Laparotomia 
É a abertura da cavidade abdominal 
possuindo como objetivo diagnostico, 
prognostico, cura e fechamento da 
cavidade ao fim da exploração. 
Anatomicamente na linha média ventral 
há uma fina, branca e fibrosa área 
denominada de linha alba, em cães ela 
possui entre 2 a 3 mm de largura e em 
gatos ao redor de 4 mm. As fibras das 
aponeuroses tendinosas dos músculos 
oblíquo abdominal externo, oblíquo 
abdominal interno e reto abdominal 
convergem sobre a linha média, formando 
a linha alba. Desta forma, eles passam 
externa ou internamente ao músculo reto 
abdominal, o qual se estende em uma 
direção cranial a caudal ao longo da 
parede abdominal. 
. 
Podendo ser classificada: 
- Celiotomia mediana: incisão sobre a 
linha alba. 
- Celiotomia paramediana: incisão paralela 
à linha média. 
- Laparotomia: incisão na área paracostal 
do flanco. 
A Celiotomia mediana e paramediana 
pode ser classificada em pré-umbilical, 
retro-umbilical ou pré-reto-umbilical, 
conforme sua extensão. 
Técnica operatória: 
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1° pré-operatório: jejum prévio, técnicas 
antissepsia, colocação de panos de campo 
e decúbito dorsal. 
 
2° trans-operatório: 
 - Incisão cutânea na linha média ventral 
 (bisturi), tendo início próximo ao 
 processo xifóide e estendendo-se até o 
 púbis. 
- Incise o tecido subcutâneo se 
 necessário realizar divulsão sobre a linha 
 média, exponha a fáscia externa do 
 músculo reto abdominal. 
 - Identifique a linha alba e realize 
 hemostasia se necessário. 
 - Sustente a parede abdominal com 
 pinças Allis e realizar incisão em 
 estocada com bisturi. 
- Verificar a presença de órgãos e 
 aderências próximas à incisão. 
- Amplie a incisão com a tesoura cranial e 
 caudalmente. 
- Rompa e retire, realizando hemostasia, o 
 ligamento falciforme. 
- Diérese realizada plano a plano a 
escolha do fio de acordo com o cirurgião 
(absorvível ou não, multifilamentoso ou 
monofilamentoso). 
 - Musculatura e peritônio: ponto simples 
 separado ou sutam. 
 - Subcutâneo: cushing 
 - Pele: escolha do cirurgião, continuo. 
 
3° pós-operatório: curativos locais, 
analgesia, antibiótico e anti-inflamatórios 
não-esterioidal. 
Complicações: 
Infecção cirurgica, deiscência da sutura 
(falha técnica, material de síntese 
inapropriado, falha do pós-operatório), 
eventração/evisceração. 
Cistotomia 
Bexiga é um órgão tubular oco, que 
recebe a urina, dividida em três regiões 
fundo (parte cranial), corpo (parte 
intermediária) e colo (parte distal), a base 
desta área triangular é formada pelos 
dois óstios ureterais (ureter) e o ápice 
pelo orifício uretral (uretra). 
Cistotomia é incisão cirurgica no interior 
da bexiga. Indicada em pacientes com 
urólitos, ureter ectópico e biópsia. 
Deve levar em conta uma sutura em duas 
camadas invaginadas que não penetra a 
mucosa e utilizar fio absorvível sintético 
monofilamentoso. 
Técnica operatória: 
- Sondagem, tricotomia e antissepsia de 
rotina. 
- Celiotomia retro umbilical. 
- Divulsão do subcutâneo com tesoura de 
Metzenbaum. 
- Incisão em estocada sobre a linha alba 
com o bisturi. 
- Aplicação de afastadores. 
-Localizar a bexiga e colocar suturas de 
sustentação no ápice e tracionar a bexiga 
em direção cranial. 
 
- Elevar e isolar a bexiga com compressas 
úmidas. 
- Colocar outro ponto de sustentação no 
aspecto caudal da bexiga, se incisão for 
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na porção ventral na mesma. 
- Inspeção na luz do órgão. 
- Lavagem. 
- Cistorrafia simples continua invaginante 
(shimieden, cushing ou lembert), 
utilizando fio 3-0 ou 4-0 
monofilamentoso absorvível para não geral 
cálculos. 
- Testar sutura com fisiológica via sonda. 
- Omentalizar. 
- Fechar parede abdominal: 
 - Musculatura e peritônio: sutura sultan 
 ou simples separado e fio inabsorvível. 
 - Subcutâneo: cushing e fio inabsorvível. 
 - Pele: sutura simples separado e fio 
 inabsorvível. 
 
Pós-operatório: permitir que o animal 
urine frequentemente, micção espontânea 
ou por sonda uretral estéril por três dias. 
Administração de antibióticos a dosagem 
e período varia de acordo com o principio 
ativo escolhido. Na presença de cálculos 
estes devem ser enviados para análise 
laboratorial em busca de profilaxia. 
Possíveis complicações cirúrgicas 
envolvem extravasamento de urina para 
cavidade abdominal, com formação de 
urperitônio pode ser consequência de 
deiscência de pontos outras causas. 
Primeiro dia PO é normal pequena 
quantidade de sangue na urina. 
 
 
Esplenectomia 
É a remoção cirurgica do baço. 
O baço situa-se no quadrante abdominal 
cranial esquerdo, encontrando-se 
geralmente paralelo à curvatura maior do 
estômago. O suprimento sanguíneo é 
oriundo da artéria esplênica, ramo da a. 
celíaca. 
Procedimento indicado em caso de 
laceração, lesão focal e neoplasia. 
Técnica operatória – Esplenectomia 
parcial: 
Indicada para lesões focais ou 
traumáticas, quando se deseja preservar a 
função esplênica. 
- Celiotomia mediana pré-reto-umbilical 
 para exploração da cavidade abdominal. 
- Exposição do baço para definir a área a 
 ser removida. 
- Ligadura dupla nas ramificações da 
 artéria e veia esplênica ou epiplóica. 
- Coloque pinças atraumáticas entre a 
 região a ser excisada e a região sadia. 
- Seccione o baço entre as pinças. 
- Sutura com padrão contínuo absorvível 
 3-0 ou 4-0. 
Técnica operatória – Esplenectomia total: 
Indicada para lesões focais ou 
traumáticas, quando se deseja preservar a 
função esplênica, porém se tem a perda 
de reservatório sanguíneo, defesa imune e 
funções de filtração e hematopoiese, 
contra indicada em caso de hipoplasia de 
medula. 
Pode ser necessária a transfusão 
sanguínea antes ou concomitante à 
cirurgia 
- Celiotomia mediana pré-retro-umbilical. 
- Exposição do baço envolto com 
 compressas. 
- Ligadura dupla dos vasos do hilo 
 esplênico (fio absorvível ou não). 
- Ligadura dos vasos esplênicos maiores. 
- Preservar a artéria gástrica e ramo do 
 pâncreas. 
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Em caso de peritonite utilizar fio 
monofilamentoso. 
Pós-operatório: animal em observação nas 
primeiras 24 horas devido ao risco de 
hemorragia, e o hematócrito aferido 
constantemente, até que tenha voltado 
aos níveis normais. Em caso de 
hemorragia pode ser por falha técnica ou 
por distúrbio de coagulação (CID), pode 
se observar leucocitose discreta e caso 
seja acentuada é sinal de infecção. 
Manter hidratação corpórea e analgesia. 
Complicações: hemorragia, mais frequente 
quando se realiza biópsia ou 
esplenectomia parcial e pode decorrer de 
falhas nas ligaduras dos vasos na 
esplenectomia total. 
Orquiectomia 
Refere-se à retirada de um ou de ambos 
testículos. 
Os testículos são contidos dentro da bolsa 
testicular ou escroto, cuja parede contem 
musculo liso e fáscia espermática externa. 
O testículo é recoberto por uma fina 
cápsula fibrosa, a túnica albugínea. 
Testículos e epidídimo unem-se pelo 
ligamento próprio do testículo. O ducto 
deferente inicia-se na cauda do epidídimo 
e cursa através da cavidade abdominal,pela parede do cordão espermático. 
Indicado para neoplasias testiculares, 
orquite não responsiva à terapia 
conservadora, aumento benigno da 
próstata, eliminação de comportamento 
indesejável do macho e evitar a 
reprodução. 
 
Técnica cirurgica: 
Existem variações quanto às técnicas 
relativas: 
 Testículo e cordão espermáticos 
 cobertos – bovinos. 
 Testículo descoberto e funículo 
 espermático coberto – equino. 
 Testículo e funículo espermático 
 descobertos – cães, gatos e suínos. 
Cão: 
- Incisão de pele pré-escrotal. 
- Fazer uma pressão digital no testículo 
 para posicioná-lo na região pré-escrotal. 
Gato: 
- Incisão de pele na rafe escrotal 
Geral: 
- Aprofundar a incisão na túnica vaginal 
 até a túnica albugínea (não romper) e 
 expor o testículo. 
- Romper a túnica vaginal na sua inserção 
 do epidídimo. 
- Exteriozar os vasos e o ducto deferente. 
- Aplicar a técnica das 3 pinças. 
- Sutura de subcutâneo e pele. 
No método fechado não se faz incisão na 
túnica vaginal, faz-se ligadura em massa e 
transfixação em todo o cordão 
espermático e suas túnicas. 
Contra indicado utilizar o lacre devido a 
alta incidência de granulomas, aderências 
e fístulas. 
Pós-operatório: curativo com antisséptico 
e colar elizabetano. 
Complicações: deiscência dos pontos, 
hemorragia e infecção. 
Ovariosalpingohisterectomia - OSH 
Consiste na retirada dos ovários, do útero 
e dos ligamentos que os sustentam (largo 
e redondo). 
Cada ovário é suspenso da parede do 
corpo pelo mesovário. O ligamento cranial 
do ovário é fixo por um forte e fino 
ligamento suspensor, que se extende para 
o diafragma na área da última costela. A 
tuba uterina perfaz um curso tortuoso 
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entre o ovário e o corno proximal do 
útero. Mesosalpinge, uma extensão lateral 
do mesovário, suporta a tuba uterina. 
Compõe o útero um par de cornos, corpo 
e cérvix (ocupa a cavidade pélvica). Cada 
ovário é ligado a seu corno 
correspondente pelo ligamento do próprio 
ovário. Cornos uterinos estendem-se 
caudalmente no abdômen e encontram 
um único corpo. O corpo encontra com a 
cérvix. O ligamento redondo do útero 
inicia-se na extremidade da tuba uterina 
e termina próximo ao anel inguinal. A 
combinação entre o mesovário, 
mesosalginge e mesométrio constitui o 
ligamento largo. 
Indicações: endometrite, piometra, torção 
uterina, prolapso uterino, fetos 
enfisematosos, neoplasia de ovário, útero 
ou ambos, evitar cio ou reprodução. 
Pré-operatório: jejum e nos animais com 
distúrbios infecciosos a profilaxia 
antimicrobiana é indicada imediatamente 
antes à cirurgia. 
Técnica cirurgica: 
- Incisão de pele retro-umbilical. 
- Divulsionar o subcutâneo até a linha 
 alba. 
- Incisão na linha alba com bisturi e 
 tesoura de metzembaum. 
- Localizar o útero e expor os ovários. 
- Romper o ligamento suspensório. 
- Utilizar a técnica das três ou duas 
 pinças para uma ligadura segura do 
 coto ovariano. 
- Transfixação e ligadura do complexo 
 arterio-venoso ovariano. 
- Expor o corpo do útero, pinçar, 
 transfixar e ligar o coto uterino acima 
 dá cérvix uterina. 
- Inspecionar a cavidade abdominal. 
- Síntese da cavidade abdominal: linha 
 alba e musculatura. 
- Subcutâneo e pele com nylon e padrão 
simples separado. 
 
Pós-operatório: antibioticoterapia e 
analgesia, limpeza da ferida cirúrgica, 
restrição de movimentos e colar protetor. 
Complicações: hemorragia, piometra de 
coto, fístula, ligamento do ureter, 
incontinência urinária, estro recorrente e 
hipoplasia vulvar. 
 
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