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SEMANA 1
ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DO ESTADO
REGRAS DE ORGANIZAÇÃO
ADOÇÃO DA FEDERAÇÃO:
	A Constituição da República de 1988 adotou como forma de Estado o federalismo, que constituí-se em uma aliança ou união de Estados, baseada em uma Constituição. Merece destacarmos que os Estados que aderem à federação perdem sua soberania, mantendo uma autonomia política limitada.
PRINCÍPIO DA AUTONOMIA E DA PARTICIPAÇÃO POLÍTICA
A adoção da espécie federal de Estado gravita em torno do princípio da autonomia e da participação política dos entes federativos, pressupondo a consagração de certas regras previstas no Texto Constitucional. A caracterização da organização constitucional federal, exige do constituinte a decisão de criar o Estado Federal e suas partes indissociáveis (Estados-membros) com um governo geral, que pressupõe a renúncia e o abandono de certas porções de competências administrativas, legislativas e tributárias por parte dos governos locais. Previsão constitucional: Arts. 1o. e 18, da CRFB/88 
PRINCÍPIOS PREVISTOS NA CARTA POLÍTICA
Os cidadãos dos diversos Estados-membros devem possuir uma única nacionalidade;
Repartição constitucional de competências entre a União, estados-membros, Distrito Federal e município;
Necessidade de cada ente federativo possuir uma esfera de competência tributária que lhe garanta renda própria;
Poder de auto-organização dos Estados-membros, Distrito Federal e municípios, atribuindo-lhes autonomia constitucional;
Possibilidade constitucional excepcional de intervenção federal, para assegurar o equilíbrio federativo;
Participação dos Estados no Poder Legislativo Federal, de forma a permitir-se a ingerência de sua vontade na formulação da legislação federal; 
Possibilidade de novo Estado ou modificação territorial de Estado existente dependendo da anuência da população do Estado envolvido no processo;
Existência de um órgão de cúpula do Poder Judiciário com competência para interpretar e proteger a Constituição da República, atuando como guardião desta.
PRINCÍPIO DA INDISSOLUBILIDADE DO VÍNCULO FEDERATIVO
Finalidades:
A unidade nacional; A necessidade descentralizadora.
A República Federativa do Brasil é formada pela união indissolúvel dos Estados e municípios e do Distrito Federal (Art. 1o.). A organização político-administrativa da República compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os municípios, todos autônomos e possuidores da tríplice capacidade de auto-organização e normatização própria, autogoverno e auto-administração.
CAPITAL FEDERAL
O art. 18, par.1o., da CF, determina que Brasília é a Capital Federal, estando inserida geograficamente no Distrito Federal, sendo este o ente federativo.
Ao Distrito Federal é vedado dividir-se em municípios (art. 32, CF/88)
Segundo preleciona o mestre José Afonso da Silva: “ Brasília assume uma posição jurídica específica no conceito brasileiro de cidade. Brasília é civitas civitatum, na medida em que é cidade-centro, pólo irradiante, de onde partem, aos governados, as decisões mais graves, e onde acontecem os fatos decisivos para os destinos do País.
UNIÃO
A União, pessoa jurídica de Direito Público Interno, é entidade federativa cabendo-lhe exercer as atribuições da soberania do Estado brasileiro. A União poderá agir em nome próprio, ou em nome de toda Federação, quando relaciona-se internacionalmente com os demais países
Estados-membros - Autonomia estadual
A autonomia dos Estados-membros caracteriza-se pela tríplice capacidade de: 
auto-organização e normatização própria, Autogoverno e auto-administração. 
AUTO-ORGANIZAÇÃO E NORMATIZAÇÃO PRÓPRIA
Os Estados-membros se auto organização pela manifestação do seu poder constituinte derivado-decorrente, culminando com a edição das respectivas Constituições Estaduais e , posteriormente, através de sua própria legislação, sempre, porém, atendendo integralmente os princípios extraídos da Constituição da República, ou seja, os princípios constitucionais sensíveis, princípios federais extensíveis e princípios constitucionais estabelecidos. (c/f STF – Pleno – Adin 216/PB – Rel. Min. Celso de Mello; RT 146/388.) 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS SENSÍVEIS
São assim denominados pois a sua inobservância pelos Estados-membros no exercício de suas competências legislativas, administrativas ou tributárias, pode acarretar a sanção politicamente mais grave existente em um Estado Federal, a intervenção na autonomia política. (Art. 34, inc. VII, da CRFB/88)
PRINCÍPIOS FEDERAIS SENSÍVEIS
São as normas centrais comuns à União, estados, Distrito Federal e municípios, portanto, de observância obrigatória no poder de organização do Estado. Ex. Arts. 1o. I a V; 3o., Ia IV; 4o. I a X; 2o.; 5o.; 6o a 11; 93, I a XI; 95, I, II e III.
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS ESTABELECIDOS
Consistem em determinadas normas que se encontram espalhadas pelo texto da constituição, e, além de organizarem a própria federação , estabelecem preceitos centrais de observância obrigatória aos Estados-membros em sua auto-organização.
Normas de competência: Arts. 23; 24; 25 CF
Normas de preordenação: Arts. 27; 28; 37 CF
AUTOGOVERNO
O autogoverno caracteriza-se pelo fato de ser o próprio povo de Estado quem escolhe diretamente seus representantes nos Poderes Legislativos e Executivos locais, sem que haja qualquer vínculo de subordinação ou tutela por parte da União.
A CF prevê expressamente a existência dos Poderes Legislativo (art. 27), Executivo (art. 28) e Judiciário (125), no âmbito dos estados.
AUTO-ADMINISTRAÇÃO
Complementando a tríplice capacidade asseguradora da autonomia dos entes federados, os Estados-membros se auto-administram no exercício de suas competências administrativas, legislativas e tributárias definidas constitucionalmente. 
REGIÕES METROPOLITANAS, AGLOMERAÇÕES URBANAS E MICROREGIÕES
Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum (art. 25, par. 3o. Cf/88), com o objetivo de oferecer soluções para problemas ou carências localizadas nos Estados.
Regiões metropolitanas: caracterizam-se por um conjunto de municípios limítrofes, com certa continuidade urbana, que se reúnem em torno de um município-pólo;
Microrregiões: constituem-se por municípios limítrofes, que apresentam características homogêneas e problemas em comum, mas que não se encontram ligados por certa continuidade urbana. Será estabelecido um município sede.
Aglomerados urbanos: são áreas urbanas de municípios limítrofes, sem um pólo, ou mesmo uma sede. Caracterizam-se pela grande densidade demográfica e continuidade urbana.
Requisitos constitucionais comuns ‘as três hipóteses:
Lei complementar estadual
Tratar-se de um conjunto de municípios limítrofes
Ter por finalidade a organização, planejamento e execução de funções públicas de interesse comum
MUNICÍPIOS
A Constituição Federal elevou o município ao status de ente indispensável ao nosso sistema federativo, integrando-o na organização político-administrativa e garantindo-lhe plena autonomia. (Arts. 1o.; 18; 29; 30 e 34, VII, CF/88)
AUTONOMIA MUNICIPAL
A autonomia municipal, da mesma forma que a dos Estados-membros, configura-se pela tríplice capacidade de auto-organização e normatização própria, autogoverno e auto-administração.
A auto-organização se dá através da Lei Orgânica Municipal, e leis municipais;
Autogoverna-se mediante a eleição direta de seu prefeito, Vice-prefeito e vereadores, sem qualquer ingerência dos Governos Federal e Estadual;
Auto-administra-se, no exercício de suas competências administrativas, tributárias e legislativas, conferidas pela Constituição Federal. 
Exercício
CASO 1 - Tema: Autonomia dos entes federativos 
	A Constituição do Estado do Amapá estabelece no caput do artigo 195, que o plano diretor, instrumento básico da política de desenvolvimento econômico e social e de expansãourbana, devidamente aprovado pela Câmara Municipal, deveria ser obrigatoriamente observado pelos municípios com mais de cinco mil habitantes. 	Sob o argumento de que o dispositivo da Constituição estadual seria inconstitucional, determinado prefeito de um município que se enquadrava na hipótese prevista no dispositivo da Constituição estadual, lhe formula consulta sobre a validade daquela norma, tudo sob o argumento de possível afronta à autonomia municipal assegurada pelo artigo 18 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.	Encontraria amparo constitucional a tese do prefeito, se observado o disposto no artigo 182, § 1º, da Constituição da República de 1988? O artigo 195 da Constituição do Estado do Amapá realmente afronta a autonomia municipal, que, inclusive, é princípio constitucional sensível, conforme previsão constante no inciso VII, alínea c, do artigo 34 da Constituição da República de 1988?
LEI ORGÂNICA MUNICIPAL
A Lei Orgânica organizará os órgãos da Administração, a relação entre os órgão do executivo e Legislativo, disciplinando a competência legislativa do município, observada as peculiaridades locais, bem como sua competência comum, disposta no art. 23, e sua competência suplementar, disposta no art. 30, II, da CF/88; além de estabelecer as regras do processo legislativo municipal e toda regulamentação orçamentária
DISTRITO FEDERAL
A Constituição assegura ao Distrito Federal a natureza de ente federativo autônomo, em virtude da tríplice capacidade de auto-organização, autogoverno e auto-administração (arts. 1o.; 18; 32; 34, da CF/88), vedando-lhe a possibilidade de subdividir-se em municípios.
O DF também se auto-governará por lei orgânica, e também reger-se-a pelas leis distritais, editadas no exercício de sua competência legiferante.
TERRITÓRIOS
Os Territórios integram a União, e sua criação, transformação em estado ou reintegração ao estado de origem serão reguladas em lei complementar (CF art. 18, par. 2o.)
Os Territórios não são componentes do Estado Federal, pois constituem simples descentralizações administrativas-territoriais da própria União.
FORMAÇÃO DOS ESTADOS
A divisão político-administrativa da República Federativa do Brasil não é imutável (CF art. 18, par. 3o).
A divisão político-administrativa interna poderá ser alterada com a constituição de novos Estados-membros, pois a estrutura territorial interna não é perpétua.
São quatro as hipótese de alterabilidade divisional interna do território brasileiro:
Hipóteses de mutação do território
Incorporação (Fusão): Dois ou mais Estados se unem adotando novo nome. Consiste na reunião de um Estado a outro, perdendo ambos os Estados incorporados sua personalidade, por se integrarem a um novo Estado.
Subdivisão: ocorre quando um Estado dividi-se em vários novos Estados-membros, todos com personalidades diferentes, desaparecendo por completo o Estado-originário. Significa separar um todo em várias partes, formando cada qual uma unidade nova e independente das demais.
Desmembramento: Consiste em separar uma ou mais partes de um Estado-membro, sem que ocorra a perda da identidade do ente federativo primitivo, ou seja, o Estado que sofre a mutação não deixa de existir, mantendo sua personalidade primitiva.
Desmembramento-anexação: A parte desmembrada poderá anexar-se a um outro ente federativo;
Desmembramento-formação: A parte desmembrada poderá constituir novo Estado, ou ainda, formar um Território Federal.
Requisitos essenciais à mutação territorial
Consulta prévia às populações diretamente interessadas, por meio de plebiscito – vedada a possibilidade de realização posterior de consulta das populações diretamente interessadas, por meio de referendo, mesmo que haja previsão da Constituição Estadual nesse sentido; 
 Oitiva das respectivas Assembléias Legislativas dos Estados interessados (CF. art. 48, VI) – Função meramente consultiva.
Lei Complementar Federal específica aprovando a incorporação, subdivisão ou o desmembramento.
Lei ordinária federal prevendo os requisitos genéricos exigíveis, bem como a apresentação e publicação dos Estudos de Viabilidade Municipal;
Consulta prévia mediante plebiscito, às populações dos municípios diretamente interessados – (O art. 5o. Da Lei n. 9.709, de 18/11/1998, regulamentou a hipótese plebiscitária).
NOTA IMPOSTANTE: Proclamado pelo TER o resultado negativo da consulta, a decisão negativa – preclusa no âmbito da Justiça Eleitoral - ,tem eficácia definitiva e vinculante da Assembléia Legislativa, impedindo a criação do Município projetado, sob pena de inconstitucionalidade por usurpação de competência judiciária. (RTJ. 158/36)
FORMAÇÃO DE MUNICÍPIOS
A EC N. 15/96, trouxe profundas alterações ao texto original do art. 18, da CF/88, alterando os requisitos de observância obrigatória para todos os Estados-membros, para criação, incorporação, fusão e desmembramento de municípios, a saber: Lei complementar federal estabelecendo genericamente o período possível para a criação, incorporação, fusão ou desmembramento 
Exercício
CASO 2 – Tema: Criação, incorporação, fusão e o desmembramento de Municípios
	Em outubro de 1996, determinado município teve seus limites territoriais redefinidos em decorrência do desmembramento de parte do seu território, que foi incorporada ao território do município limítrofe. A alteração se deu em atenção ao clamor da população do município que sofreu o desmembramento, anseio constatado através de pesquisa de opinião, vários abaixo assinados e declarações de associações comunitárias. Cabe ressaltar que o desmembramento fez-se por lei estadual atendendo aos requisitos previstos em Lei Complementar estadual.	O processo de desmembramento seu deu amparado na redação originária do parágrafo 4º, do artigo 18, da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, uma vez que a Emenda Constitucional nº 15/96, revestiu o mencionado parágrafo de eficácia limitada, dependente de complementação infraconstitucional. A validade do desmembramento foi questionada perante o Supremo Tribunal Federal. Indaga-se:
a) Pesquisas de opinião, abaixo-assinados e declarações de organizações comunitárias, favoráveis à criação, à incorporação ou ao desmembramento de Município, são capazes de suprir os requisitos constitucionais de validação do ato?
b) Como deveria ocorrer a manifestação popular, como forma de democracia participativa, indispensável ao pretendido desmembramento?
c) Como a questão do desmembramento deveria ser enfrentada à luz da eficácia e aplicabilidade da norma contida no § 4º, do artigo 18, da Constituição da República?
VEDAÇÕES CONSTITUCIONAIS DE NATUREZA FEDERATIVA
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
	I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público; 
"Imunidade tributária de templos de qualquer culto. Vedação de instituição de impostos sobre o patrimônio, renda e serviços relacionados com as finalidades essenciais das entidades. Artigo 150, VI, b e § 4º, da Constituição. Instituição religiosa. IPTU sobre imóveis de sua propriedade que se encontram alugados. A imunidade prevista no art. 150, VI, b, CF, deve abranger não somente os prédios destinados ao culto, mas, também, o patrimônio, a renda e os serviços 'relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas'. O § 4º do dispositivo constitucional serve de vetor interpretativo das alíneas b e c do inciso VI do art. 150 da Constituição Federal. Equiparação entre as hipóteses das alíneas referidas." (RE 325.822, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJ 14/05/04)
II - recusar fé aos documentos públicos; e III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. 
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SEMANA 2
COMPETÊNCIAS NA FEDERAÇÃO BRASILEIRA
COMPETÊNCIAS - É a técnica destinadaa proceder à distribuição do poder entre as unidades integrantes da federação.
CLASSIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIAS
Exclusiva, Privativa, Comum, Concorrente, Suplementar, Remanescente ou residual
TEORIAS
TEORIA DOS PODERES IMPLICITOS 
	Onde foi atribuído o ônus a uma unidade federativa, deve ser reservado, ainda que implicitamente, o respectivo bônus além de ser cumprida a obrigação firmada em nível constitucional.
TEORIA DA PREDOMINÂNCIA DO INTERESSE
Se o interesse é local, atua o Município;
Se ultrapassa os limites municipais ou está vinculado a toda unidade estadual (Interesse Estadual) outorga-se a competência ao Estado;
Se ultrapassa os limites estaduais ou compreende todo território nacional (Interesse Nacional) demarca-se a união a competência para atuar.
Ex. Federalismo Cooperativo
CASO 1 - Tema: Repartição de competências
Lei Municipal determinou tempo máximo de espera em fila para atendimento em agência bancária. Inconformado, um banco impetrou Mandado de Segurança preventivo contra atos do Prefeito e do Coordenador do Procon do Município, objetivando que suas agências e seus postos de serviços bancários sejam desobrigados do cumprimento das exigências impostas pela Lei Municipal. Em síntese, alega a instituição financeira que o tempo de atendimento ao cliente das agências bancárias, correntista ou não, é também matéria suscetível de ser disciplinada por legislação federal, assim como aquela referente ao horário de funcionamento dos estabelecimentos bancários.	Nos autos da ação constitucional, o Prefeito e o Coordenador do Procon local asseguram inexistir usurpação de competência por parte do município, defendendo a possibilidade de legislação municipal versar sobre o tema, uma vez que não está sendo disciplinado o horário de funcionamento dos bancos, mas sim o tempo máximo de espera em fila, estando a norma dentro da órbita do art. 30, inciso I da Carta da República. Indaga-se:
	Qual o princípio que norteia a repartição de competências dentro de um Estado Federal? Preponderância de interesses
	Com base no princípio apontado, assim como na jurisprudência do STF, estaria correta a tese defensiva do Prefeito e o Coordenador do Procon local ? Está correta, pois não se relaciona com atividade fim. Legisla sobre interesse local e não nacional. 
COMPETÊNCIAS EM ESPÉCIES
COMPETÊNCIAS EXCLUSIVAS
OBS¹: Não há possibilidade de qualquer delegação
	OBS²: Pela natureza da competência arrolada, surge evidente a indelebilidade da atribuição direcionada a união porque todas elas descrevem atividades personalíssimas ao órgão central em um Sistema Federativo
COMPETÊNCIAS PRIVATIVAS
OBS¹: Há possibilidade de delegação
OBS²: REQUISITOS
Delegação expedida através de Lei Complementar
Caráter genérico da Norma de delegação destinando a todos os Estados-Membros
Autorização para legislar apenas sobre questões específicas
Adoção do rito previsto na Lei Delegada
OBS³: Não se estendem aos Municípios pois as teorias não se inserem no rol dos assuntos de interesse local a que se refere o art. 30, I, CF/88
	OBS4: Estende-se ao Distrito Federal – art. 32, CF/88 
COMPETÊNCIAS COMUNS
OBS¹: Possuem natureza administrativa
	OBS²: Destinam-se a todos os Entes da Federação
	OBS³: Aponta para o Federalismo Cooperativista
COMPETÊNCIAS CONCORRENTES
OBS¹: Caráter meramente Legiferante (legislativo)
OBS²: Não são atribuídas aos Municípios (art. 30, II, CF/88)
NOTAS: Problemas de superposição de Normas, ou Antinomias entre espécie normativa.
COMPETÊNCIA SUPLEMENTAR
Exercitam-na os Estados, o Distrito Federal e os Municípios no âmbito da competência legislativa concorrente.
	Nota: Não há como se confundir a competência suplementar – exercitada exclusivamente no âmbito da competência concorrente – com a competência residual atribuída aos Estados-membros pelo §1º do art. 25, da CRFB/88.
	Enquanto a competência residual tem a base constitucional vinculada ao §1º do art. 25 e possui objeto abrangente, a competência suplementar se acha disciplinada no §2º do art. 24 e tem por conteúdo exclusivo a edição de leis pelos Estados e Distrito Federal.
COMPETÊNCIA RESIDUAL OU REMANESCENTE
Como observado há poderes enumerados à União e aos Municípios, concluindo-se logicamente que os Estados apenas podem exercitar a autonomia política no contexto do que remanescer das competências que foram, de modo expresso, entregues ao órgão central e às unidades municipais.
CASO 2 - Tema: Repartição de competências
O Governador de determinado Estado da federação apresentou projeto de lei que tem por escopo limitar em R$ 3.00 (três reais) a cobrança de estacionamentos em shopping, independente do tempo de utilização pelos usuários dos espaços destinados à guarda dos veículos. O projeto converteu-se em lei. 	Indignada com a edição da lei, por achá-la inconstitucional, a Associação dos Administradores de Shopping, afora a medida judicial cabíveis no sentido de assegurar a livre estipulação de valores e cobrança, pela utilização dos espaços destinados à guarda de veículos nestes estabelecimentos comerciais, e o faz alicerçando sua tese na possível usurpação de competência pela lei estadual. Indaga-se:
Quais as matérias objeto da questão?
A quem caberia legislar sobre as matérias apontadas?
Semana 3 - CASO 1 – Repartição de competências
A Lei 11.387/00, do Estado de Santa Catarina, isenta do pagamento de multas, nas hipóteses que menciona, os motoristas infratores da lei de trânsito. À luz do critério e da técnica empregados pelo legislador constituinte originário para partilhar as competências entre os entes da federação, podemos afirmar que referida a lei estadual se compatibiliza formalmente com a CRFB/88? Correção professor: Competência da União, art. 22, não pode o estado legislar sobre essa matéria. O estado estaria usurpando competência. 
SEMANA 3
Intervenção - Sistema Constitucional das Crises
Introdução
Após a análise das normas que regem o Estado Federal, percebe-se que a regra é a autonomia dos entes federativos (União / Estados / Distrito Federal e municípios), caracterizada pela tríplice capacidade de auto-organização e normatização, auto-governo e auto-administração.
A intervenção consiste em medida excepcional de supressão temporária da autonomia de determinado ente federativo, fundada em hipóteses taxativamente previstas no texto constitucional, e que visa à unidade e preservação da soberania do Estado Federal e das autonomias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Impossibilidade de Intervenção da União nos Municípios
União não poderá intervir diretamente nos municípios, salvo se existentes dentro de Território Federal (CF, art. 35, caput). Como ressaltado pelo Supremo Tribunal Federal, "os Municípios situados no âmbito territorial dos Estados membros não se expõem à possibilidade constitucional de sofrerem intervenção decretada pela União Federal, eis que, relativamente aos entes municipais, a única pessoa política ativamente legitimada a neles intervir é o Estado-membro".
CASO 2 – Tema: Intervenção federal
Diante da total falência do sistema de saúde no Município do Rio de Janeiro, o Presidente da República editou Decreto declarando o estado de calamidade pública do setor hospitalar do Sistema Único de Saúde – SUS, e, dentre outras determinações, autoriza, nos termos do inciso XIII do art. 15 da Lei 8.080/90, a requisição, pelo Ministro da Saúde, dos bens, serviços e servidores afetos a hospitais do Município ou sob sua gestão. Indignado com a medida adotada pelo Governo Federal, o Prefeito do Rio de Janeiro manifestou-se argüindo a inconstitucionalidade da medida, o que faz com escopo na vedação constitucional que inibe a possibilidade de a União intervir no Município. Por outro lado, o Governo Federal aponta possível equívoco na posição do Governo local, sustentando que apenas se aplicou o disposto na Lei 8.080/90: 
"Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios exercerão, em seu âmbito administrativo, as seguintes atribuições:... XIII - paraatendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigo iminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitar bens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização;“
	Diante do impasse, o Governo local impetrou Mandado de Segurança distribuído perante o Supremo Tribunal Federal. Com base na jurisprudência do STF, aponte as possíveis inconstitucionalidades encontradas no caso, que revestem de vício a intenção do governo federal. A Intervenção é ato privativo do Chefe do Poder Executivo
Esse ato extremado e excepcional de intervenção na autonomia política dos Estados-membros / Distrito Federal, pela União, somente poderá ser consubstanciado por decreto do Presidente da República (CF, art. 84, X); No caso da intervenção Municipal, pelos governadores de Estado. É, pois, ato privativo do Chefe do Poder Executivo.
CASO 1 – Tema: Intervenção federal
Diante do impasse quanto à criação de um Município em área disputada por Estados-membros, um deles decide incorporar a parte do território que cabia ao outro. Após tomar ciência do fato, o Presidente da República decide não lançar mão da extraordinária prerrogativa de decretar a intervenção federal (CRFB, art. 34, II), o que motiva o Governador do Estado prejudicado a impetrar mandado de Segurança no Supremo Tribunal Federal. Entende o chefe do Poder Executivo estadual que a abstenção presidencial quanto à concretização da intervenção aflige o vínculo federativo e a integridade do território nacional, o que autorizaria o Tribunal a ordenar a decretação da medida. A tese do Governador tem procedência? Requisitos da Intervenção:
uma das hipóteses taxativamente descritas na Constituição Federal (CF, art. 34 - Intervenção Federal; CF, art. 35 - Intervenção Estadual), pois constitui uma excepcionalidade no Estado Federal;
intervenção do ente político mais amplo, no ente político, imediatamente menos amplo (União nos Estados e Distrito Federal; Estados nos municípios);
ato político - decretação exclusiva - de forma discricionária ou vinculada dependendo da hipótese - do Chefe do Poder Executivo Federal (Presidente da República - intervenção federal; governador de Estado - intervenção municipal), a quem caberá, igualmente, a execução das medidas interventivas.
Informe Jurisprudencial
Conforme salientado pelo Ministro Celso de Mello, "o mecanismo de intervenção constitui instrumento essencial à viabilização do próprio sistema federativo, e, não obstante o caráter excepcional de sua utilização - necessariamente limitada às hipóteses taxativamente definidas na Carta política -, mostra-se impregnado de múltiplas funções de ordem político-jurídica, destinadas (a) a tornar efetiva a intangibilidade do vínculo federativo; 
(b) a fazer respeitar a integridade territorial das unidades federadas; (c) a promover a unidade do Estado Federal e (d) a preservar a incolumidade dos princípios fundamentais proclamados pela Constituição da República" (STF – Intervenção Federal n.° 591-9/BA - Rel. Ministro-Presidente Celso de Mello, Diário da Justiça, Seção I, 16 set. 1998, p. 42).
Intervenção Federal - Quadro Geral
Espontânea 
Defesa da unidade nacional, CF, art. 34, I e II,
Defesa da ordem pública, CF, art. 34, III
Defesa das finanças públicas, CF, art. 34, V
Provocada 
Por solicitação – defesa dos Poderes Executivo ou Legislativo locais, CF, art. 34, IV
Por requisição 
STF (CF, art. 34, IV – Poder Judiciário)
STF, STJ ou TSE (CF, art. 34, VI – ordem ou decisão judicial)
STJ (CF, art. 34, VI – execução de lei federal)
STF (CF, art. 34, VII)
Hipóteses
A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: 
I - manter a integridade nacional;
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior; 
b) deixar de entregar aos municípios receitas tributárias fixadas nesta constituição dentro dos prazos estabelecidos em lei;
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial
Princípios Constitucionais Sensíveis
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta;
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde
Procedimento da Intervenção Federal
iniciativa;
 fase judicial (somente presente em duas das hipóteses de intervenção - CF, art. 34, VI e VII);
decreto interventivo;
controle político (não ocorrerá em duas das hipóteses de intervenção - CF, art. 34, VI e VII).
Iniciativa
A Constituição Federal, dependendo da hipótese prevista para a intervenção federal, indica quem poderá deflagrar o procedimento interventivo:
a. Presidente da República: nas hipóteses previstas nos incisos I, II, III, V ex officio poderá tomar a iniciativa de decretar a intervenção federal.
b. solicitação dos Poderes locais (CF, art. 34, IV): os Poderes Legislativo (Assembléia Legislativa ou Câmara Legislativa) e Executivo (Governador do Estado ou do Distrito Federal) locais solicitarão ao Presidente da República a decretação da intervenção no caso de estarem sofrendo coação no exercício de suas funções. O Poder Judiciário local, diferentemente, solicitará ao Supremo Tribunal Federal que, se entender ser o caso, requisitará a intervenção ao Presidente da República;
c. requisição do Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral, na hipótese prevista no art. 34, VI, segunda parte, ou seja, desobediência a ordem ou decisão judiciária. Assim, o Superior Tribunal de Justiça e o Tribunal Superior Eleitoral poderão requisitar, diretamente ao Presidente da República a decretação da intervenção, quando a ordem ou decisão judiciária descumprida for sua mesma. 
Ao Supremo Tribunal Federal, porém, além da hipótese de descumprimento de suas próprias decisões ou ordens judiciais, cabe-lhe, exclusivamente, a requisição de intervenção para assegurar a execução de decisões da Justiça Federal, Estadual, do Trabalho ou da Justiça Militar, ainda quando fundadas em direito infraconstitucional. A iniciativa deverá ser endereçada ao próprio Presidente da República.
Nota Importante
Observe-se que somente o Tribunal de Justiça local tem legitimidade para encaminhar ao Supremo Tribunal Federal o pedido de intervenção baseado em descumprimento de suas próprias decisões. Assim, a parte interessada na causa somente pode se dirigir ao Supremo Tribunal Federal, com pedido de intervenção federal, para prover a execução de decisão da própria Corte Maior. 
Quando se tratar de decisão de Tribunal de Justiça, o requerimento de intervenção deve ser dirigido ao respectivo Presidente do Tribunal Local, a quem incumbe, se for o caso, encaminhá-lo ao Supremo Tribunal Federal, sempre de maneira fundamentada.
CASO 1 – Tema: Intervenção Federal e descumprimento de decisão judicial
Preocupado com a situação de um determinado Estado que, por várias vezes, deixou de cumprir decisões e ordens judiciais, o Presidente da República lhe questiona, na qualidade de Advogado-Geral da União, se seria necessário o ajuizamento de uma ação direta interventiva para decretar a intervenção federal. Como você responderia à consulta? E se a mesma consulta fosse formulada por um Governador de Estado, que pretendesse decretar a intervenção em um determinado Município?
d. Ação proposta pelo procurador-Geral daRepública nas hipóteses previstas no art. 34, inciso VI "início" e VII, respectivamente endereçada ao Superior Tribunal de Justiça (ação de executoriedade de lei federal) e ao Supremo Tribunal Federal (ação direta de inconstitucionalidade interventiva).
Fase Judicial
Essa fase apresenta-se somente nos dois casos previstos de iniciativa do Procurador-Geral da República (CF, art. 34, VI, "execução de lei federal" e VII), uma vez que se trata de ações endereçadas ao Superior Tribunal de Justiça e ao Supremo Tribunal Federal.
Nota Importante
Em ambos os casos os Tribunais Superiores, para o prosseguimento da medida de exceção, deverão julgar procedentes as ações propostas, encaminhando-se ao presidente da República, para os fins de decreto interventivo. Nessas hipóteses, a decretação da intervenção é vinculada, cabendo ao Presidente a mera formalização de uma decisão tomada por órgão judiciário.
Decreto Interventivo
A intervenção será formalizada através de decreto presidencial (CF, art. 84, X), que, uma vez publicado, tornar-se-á imediatamente eficaz, legitimando a prática dos demais atos conseqüentes à intervenção.
Amplitude, Prazo e Condições
O art. 36, § 1.°, determina que o decreto de intervenção especifique a amplitude, o prazo e as condições de execução e, se necessário for, afaste as autoridade locais e nomeie temporariamente um interventor, submetendo essa decisão à apreciação do Congresso Nacional no prazo de 24 horas.
Participação dos Conselhos da República e de Defesa Nacional
Nas hipóteses de intervenções espontâneas, em que o Presidente da República verifica a ocorrência de determinadas hipóteses constitucionais permissivas da intervenção federal (CF, art. 34, I, II, III, V), ouvirá os Conselhos da República (CF, art. 90, I) e o de Defesa Nacional (CF, art. 91, § 1.°, II), que opinarão a respeito. Após isso, poderá discricionariamente decretar a intervenção no Estado-membro.
O Interventor
O interventor nomeado pelo Decreto presidencial será considerado para todos os efeitos como servidor público federal, e a amplitude e executoriedade de suas funções dependerá dos limites estabelecidos no decreto interventivo.
Limites
A Constituição Federal não discriminou os meios e as providências possíveis de ser tomadas pelo Presidente da República, por meio do decreto interventivo, entendendo-se, porém, que esses deverão adequar-se aos critérios da necessidade e proporcionalidade à lesão institucional.
Controle Político
A Constituição Federal prevê a existência de um controle político sobre o ato interventivo, que deve ser realizado pelos representantes do Povo (Câmara dos Deputados) e dos próprios Estados-membros (Senado Federal), a fim de garantir a excepcionalidade da medida;
Apreciação do Congresso Nacional
Submetido o decreto à apreciação do Congresso Nacional, no prazo de vinte e quatro horas, este poderá rejeitá-la ou, mediante decreto legislativo, aprovar a intervenção federal (CF, art. 49, IV).
Caso o Congresso Nacional não aprove a decretação da intervenção, o Presidente deverá cessá-la imediatamente, sob pena de crime de responsabilidade (CF, art. 85, II).
Nota Importante
Nas hipóteses previstas no art. 34, VI e VII, o controle político será dispensado, conforme expressa previsão constitucional, e o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade (CF, art. 36, § 3.°).
Intervenção Estadual no Município
A intervenção estadual nos municípios tem a mesma característica de excepcionalidade já estudada na intervenção federal, pois a regra é a autonomia do município e a exceção a intervenção em sua autonomia política, somente nos casos taxativamente previstos na Constituição Federal (CF, art. 35).
Decretação
Por ser um ato político, somente o governador do Estado poderá decretá-la, dependendo na hipótese do art. 35, IV, de ação julgada procedente pelo Tribunal de Justiça.
SEMANA 4
Defesa do Estado e das Instituições Democráticas
Sistema Constitucional das Crises
Medidas excepcionais para manter ou restabelecer a ordem nos momentos de anormalidade constitucionais.
Estado de Defesa e Estado de Sítio
Forças Armadas e Segurança Pública
Substituição da legalidade normal
A legalidade normal é substituída por uma legalidade extraordinária, que é caracterizada por um “estado de exceção”.
O Sistema Constitucional das Crises fixa “normas que visam à estabilização e à defesa da Constituição contra processos violentos de mudança ou de perturbação da ordem constitucional, mas também á defesa do Estado quando a situação crítica derive de guerra externa.
Defesa do Estado
Pode ser entendida como:
Defesa do território nacional contra invasões estrangeiras (art. 34, II, e 137, II, da CF/88)
Defesa da soberania nacional (art. 91 da CF/88)
Defesa da Pátria (art. 142 da CF/88)
Defesa das Instituições Democráticas
Visa-se o equilíbrio entre os grupos de poder. Caracteriza-se como o equilíbrio da ordem constitucional.
Princípios da Necessidade e Temporariedade
A deflagração do sistema deve respeitar o Princípio da Necessidade, sob pena de configurar arbítrio e verdadeiro golpe de estado.
A deflagração deve respeitar o Princípio da Temporariedade, sob pena de configurar verdadeira ditadura.
Estado de Defesa
O Estado de defesa corresponde às antigas medidas de emergência do direito constitucional anterior. 
Previsão normativa
Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza. 
Objetivo e Hipóteses que autorizam a decretação
Objetivo: preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social. 
Hipóteses: a) grave e iminente instabilidade institucional; b) calamidades de grandes proporções na natureza. 
Procedimento
Competência e Titularidade – Presidente da República (art. 84, IX c/c art. 136, da CF/88).
Decreto:
tempo de duração – 30 dias + 30 dias.
área a ser abrangida – Locais certos e determinados.
Medidas coercitivas
Conselhos consultivos
Oitiva do Conselho da República e Defesa Nacional
Medidas
§ 1º - O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes: 
I - restrições aos direitos de:   
a) reunião, ainda que exercida no seio das associações;  b) sigilo de correspondência; c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica;   
II - ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de calamidade pública, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes.
§ 3º - Na vigência do estado de defesa:   
I - a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida, será por este comunicada imediatamente ao juiz competente, que a relaxará, se não for legal, facultado ao preso requerer exame de corpo de delito à autoridade policial;   
II - a comunicação será acompanhada de declaração, pela autoridade, do estado físico e mental do detido no momento de sua autuação;   
III - a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a dez dias, salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário;   
IV - é vedada a incomunicabilidade do preso. 
Controle exercido pelo Congresso Nacional
Controle político imediato:
§ 4º - Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente da República, dentro de vinte e quatro horas, submeterá o ato com a respectiva justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta. 
§ 7º - Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de defesa. 
Controle político concomitante:
	Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes partidários, designará Comissão composta de cinco deseus membros para acompanhar e fiscalizar a execução das medidas referentes ao estado de defesa e ao estado de sítio. 
Controle político sucessivo: (posterior)
Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessarão também seus efeitos, sem prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos cometidos por seus executores ou agentes.
	Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa ou o estado de sítio, as medidas aplicadas em sua vigência serão relatadas pelo Presidente da República, em mensagem ao Congresso Nacional, com especificação e justificação das providências adotadas, com relação nominal dos atingidos e indicação das restrições aplicadas. 
Controle jurisdicional
Controle jurisdicional concomitante:
§ 3º - Na vigência do estado de defesa:   
I - a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida, será por este comunicada imediatamente ao juiz competente, que a relaxará, se não for legal, facultado ao preso requerer exame de corpo de delito à autoridade policial; 
Controle jurisdicional sucessivo: (posterior)
	Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessarão também seus efeitos, sem prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos cometidos por seus executores ou agentes. 
Estado de Sítio
O Estado de sítio corresponde a suspensão temporária e localizada de garantias constitucionais, apresentando maior gravidade do que o Estado de defesa. 
Hipóteses de decretação
Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos casos de:   
I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa;   
II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira.
Procedimento
Competência do Presidente da República.
Prévia oitiva dos Conselhos da República e Defesa Nacional.
Autorização do Congresso Nacional (maioria absoluta dos seus membros)
Por decreto
Indicação de sua duração.
Indicação das normas necessárias a sua execução.
Indicação das garantias constitucionais que ficarão suspensas.
Designação do executor das medidas específicas.
Áreas abrangidas.
Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua duração, as normas necessárias a sua execução e as garantias constitucionais que ficarão suspensas, e, depois de publicado, o Presidente da República designará o executor das medidas específicas e as áreas abrangidas. 
Duração
30 dias (pode ser prorrogado sucessivamente, sem limites, com prorrogação não superior a 30 dias) - Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos casos de:   
I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa;
Enquanto perdurar – indefinidamente - II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira.
Medidas coercitivas – Art. 137, inciso I, CF/88
Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I, só poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas:   
I - obrigação de permanência em localidade determinada;   
II - detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns;   
III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei;   
IV - suspensão da liberdade de reunião;   
V - busca e apreensão em domicílio;   
VI - intervenção nas empresas de serviços públicos;   
VII - requisição de bens. 
Medidas coercitivas – Art. 137, inciso II, CF/88
Em tese, qualquer medida restritiva de direitos poderá com suspensão de direitos poderá ser tomada, desde que:
a) tenham sido observados os princípios da necessidade e da temporariedade;
b) Tenha havido prévia autorização por parte do Congresso Nacional;
c) Tenha sido indicado no decreto a sua duração, as normas necessárias a sua execução e as garantias constitucionais que ficarão suspensas.
Controle político congressual
Controle político prévio: 
	Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos casos de: 
	Art. 138 (...)
	§ 3º - O Congresso Nacional permanecerá em funcionamento até o término das medidas coercitivas. 
Controle político concomitante:
	Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes partidários, designará Comissão composta de cinco de seus membros para acompanhar e fiscalizar a execução das medidas referentes ao estado de defesa e ao estado de sítio. 
Controle político sucessivo - posterior:
	Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessarão também seus efeitos, sem prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos cometidos por seus executores ou agentes. 
Controle jurisdicional
Controle jurisdicional concomitante;
	Qualquer lesão ou ameaça a direito, abuso ou excesso de poder durante a execução do estado de sitio poderão ser apreciados pelo Poder Judiciário.
Controle jurisdicional sucessivo;
	Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessarão também seus efeitos, sem prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos cometidos por seus executores ou agentes. 
Forças Armadas
As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República (CF, art. 84, XIII), e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
Ministério da Defesa
A Emenda Constitucional n.° 23, promulgada em 2-9-1999, além de estabelecer status constitucional aos cargos de Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, que serão nomeados pelo Presidente da República (CF, art. 84, XIII), criou o Ministério de Estado da Defesa, a ser ocupado privativamente por brasileiros natos (CF, art. 12, § 3.°, VII), em substituição aos antigos Ministérios Militares.
Segurança Pública
A Constituição Federal preceitua que a segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, sem contudo reprimir-se abusiva e inconstitucionalmente a livre manifestação de pensamento, por meio dos seguintes órgãos:
Polícia de Segurança:
Polícia Administrativa
Polícia Judiciária
Polícia Administrativa
Preventiva ou Ostensiva:
Federal - (Polícia Federal; Polícia Rodoviária Federal e Polícia Ferroviária Federal)
Estadual – (Corpo de Bombeiros e Polícia Militar)
Polícia Judiciária
Investigação:
Federal (Polícia Federal)
Estadual (Polícia Civil)
Exercícios do caderno
CASO 1 – Tema: Segurança pública 
	A Lei Orgânica do Distrito Federal, no art. 117, e seus incisos I, II, III e IV, estabelece que a segurança pública será exercida pela Polícia Civil, Militar, Corpo de Bombeiros Militar e Departamento de Trânsito. O Governador do Distrito Federal propõem ação de inconstitucionalidade em face da lei, por vício de inconstitucionalidade.	Aponte os possíveis vícios que poderiam amparar à pretensão do Governador.
CASO 2 – Tema: Segurança pública – repartição de competências
	A Constituição do Estado da Paraíba, em seu art. 148, VIII, atribui à polícia militar a função de radiopatrulha "aérea". Em conseqüência, foi argüida no STF a inconstitucionalidade da referida norma constitucional estadual, sob o fundamento de que o policiamento do espaço aéreo somente poderia ser realizado pela Policia Federal e pela Força Aérea Brasileira. À luz da distribuição de competências entre os entes da federação e do poderresidual da Policia dos Estados, seria inconstitucional a norma estadual?
SEMANA 5
Poder Legislativo - Funções
Segundo Montesquieu, o Legislativo é o primeiro dos Poderes do Estado.
O legislador constituinte atribuiu diversas funções a todos os Poderes, sem exclusividade absoluta. 
Cada um dos Poderes possui uma função predominante, além de outras funções previstas no texto constitucional. São as chamadas funções típicas e atípicas.
Funções Típicas
As funções típicas do Poder Legislativo são legislar e fiscalizar, tendo ambas o mesmo grau de importância. 
A Constituição prevê regras de processo legislativo, para que o Congresso Nacional elabore as normas jurídicas, de outro, determina que a ele compete a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Poder Executivo (CF, art. 70).
Funções Atípicas
As funções atípicas constituem-se em administrar e julgar. 
A primeira ocorre quando o Legislativo dispõe sobre sua organização e operacionalidade interna, provimento de cargos, promoções de seus servidores; 
A a segunda ocorre no processo e julgamento do Presidente da República por crime de responsabilidade.
Congresso Nacional
O Poder Legislativo Federal é bicameral e exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos deputados (513 Deputados Federais ) e do Senado Federal (81 Senadores da República), diferentemente dos estaduais, distritais e municipais, onde é consagrado o unicameralismo (CF, arts. 27, 29 e 32).
Bicameralismo e Estado Federal
O bicameralismo do Legislativo Federal está intimamente ligado à escolha pelo legislador constituinte da forma federativa de Estado, pois no Senado Federal encontram-se, de forma paritária, representantes de todos os Estados-membros e do Distrito Federal, consagrando o equilíbrio entre as partes contratantes da Federação.
Inexistência de Predomínio
Inexiste predomínio de uma Casa Legislativa sobre outra.
No aspecto formal, contudo, o Poder Constituinte atribuiu certa primazia à Câmara dos Deputados, no que diz respeito à iniciativa legislativa. Será perante à Câmara que o Presidente da República, do STF, do STJ, os cidadãos, promovem a iniciativa legislativa – art. 61, par. 2º., e 64, caput, da CRFB.
Legislatura
Legislatura é o período de funcionamento do Congresso nacional.
O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 02 de fevereiro a 17 de julho e de 1.° de agosto a 22 de dezembro. Cada legislatura terá a duração de quatro anos, compreendendo quatro sessões legislativas ou oito períodos legislativos.
Convocação extraordinária
Convocação extraordinária do Congresso Nacional, que poderá ser feita, dependendo da hipótese, pelo Presidente da República, pelo Presidente do Senado Federal, pelo Presidente da Câmara dos Deputados, ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas Legislativas.
Mesa do Congresso Nacional
O órgão administrativo de direção do Congresso Nacional é sua Mesa. A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Presidente do Senado Federal, e os demais cargos serão exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
Composição da Mesa
Com base nos regimentos internos da Câmara, do Senado e do próprio Congresso, a Mesa do Congresso será composta pelo Presidente do Senado, 1.° Vice-presidente da Câmara, 2.° Vice-presidente do Senado, 1.° Secretário da Câmara, 2.° Secretário do Senado, 3.° Secretário da Câmara e 4.° Secretário do Senado.
Eleição
As mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal serão eleitas, respectivamente, pelos deputados federais e senadores da República, para mandato de dois anos, vedando-se a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subseqüente.
Jurisprudência
Composição de Mesa legislativa: STF - Pleno - MS n.° 22.183-6 - Rel. p/Acórdão: Min. Maurício Corrêa, Diário da Justiça, Seção I, 12 dez. 1997, p. 65.569.
No sentido da impossibilidade de recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subseqüente: RTJ 119/964; RTJ 163/52.
(CF, art. 57, § 4.°) 
Atribuições do Congresso Nacional
Matérias de competência legislativa do Congresso Nacional.
As atribuições do Congresso Nacional (órgão legislativo da União) – distribuem-se em cinco grupos de atividades distintas.
Atividades legislativas – desempenhadas com base no processo legislativo (art. 61 / 69), criam leis sobre matérias da competência da União (art. 48)
Atividades deliberativas – são desempenhadas via decreto legislativo ou resoluções, nos termos de sua competência exclusiva e de seu regimento interno (pratica de atos concretos, resoluções referendárias, autorizações, aprovações, sustações (art. 49)
Atividades ficalizatórias – pedidos de informações (art. 50, par. 2º.), comissões parlamentares de inquérito (58, par. 3º.), julgamento de contas (art. 49,X, 71 e 72, 166, par. 1º.), controle dos atos do executivo (art. 49,X), tomada de contas (art.51,II, 84, XXIV)
Atividades de julgamento e controle da moralidade – julgar autoridades por crimes de responsabilidade (art. 51, I, 52, I e II, e 86)
Atividades constituintes de segundo grau – processo de reforma por Emenda da Constituição (art. 60)
Competência do Congresso Nacional – Art. 48 da CRFB/88
Competência legislativa congressual, desempenhada com base:
a) Na exigência de ato sancionatório do presidente da república;
b) Observância do procedimento destinado à elaboração de lei ordinária (art. 59, III e 65)
Competência exclusiva do Congresso Nacional – Art. 49 da CRFB/88
O Congresso nacional detém competência exclusiva porque a exercerá sem qualquer intervenção do Executivo ou Judiciário.
A deliberação do Congresso será definitiva, haja vista a inexistência de sanção ou veto presidencial.
Câmara dos Deputados
A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo (513 Deputados).
Incumbe a cada deputado federal, representar todo o povo, eleitor ou não, e não apenas o seu eleitorado.
Serão eleitos pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal, sendo que o número total de deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar , proporcionalmente à população.
Sistema proporcional
O sistema visa garantir a participação dos diversos partidos políticos no Parlamento. É adjetivado proporcional, porque o número de representantes de cada circunscrição eleitoral é dividido pelo número de habitantes (não o de eleitores), resultando numa proporção. Com base nessa técnica são distribuídos os mandatos legislativos.
Jurisprudência
"o sistema de representação proporcional, por constituir conceito jurídico indeterminado, depende, para sua implementação, de prévia definição normativa a ser estabelecida pelo legislador ordinário no exercício do poder de regulação que lhe foi atribuído pelo ordenamento constitucional“ (STF - Pleno - Rextr. n.° 140.543-1/RO - Rel. Min. Celso de Mello, Diário da Justiça, Seção I, 9 fev. 1995, p. 1.750).
Compete privativamente à Câmara dos Deputados
As atribuições previstas no Art. 51, foram deferidas com exclusividade à Câmara. Só ela poderá dispor sobre as matérias de sua alçada, sem a interferência ou participação de qualquer outro segmento. A Câmara exercita sozinha, e de forma indelegável.
Senado Federal
O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal (81 Senadores), eleitos segundo o princípio majoritário, sendo que cada Estado e o Distrito Federal terão três senadores, com mandato de oito anos.
Sistema majoritário
Sistema majoritário é aquele em que será considerado vencedor o candidato que obtiver maior número de votos (maioria simples), tendo o texto constitucional optado pelo sistema majoritário puro ou simples (um único turno) para a eleição de Senadores da República 
Renovação da Representação
A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada de quatro em quatro anos, alternadamente, por um ou dois terços do Senado Federal (CF, art. 46, §2.°). 
Compete privativamente ao Senado Federal
Igualmente à Câmara dos Deputados (art. 51), O Senado federal exerce competências previstas no Texto Maior – Art. 51.
Atribuições em destaque
Funcionar como tribunal político no julgamento de crimes de responsabilidades;
Aprovar, previamente, indicações para ocuparem elevados postos na República;
Autorizar operações financeiras.
Imunidades Parlamentares
Estatuto dos Congressistas – Conjunto de normas que prevê o regime jurídico dos membros do Congresso Nacional, disciplinado seus direitos, deveres, prerrogativas e incompatibilidades.(Art. 53 a 56)
Desdobramentos
Imunidade material ou inviolabilidade – (art. 53, caput);
Imunidade formal – (art. 53, pars.1º., 2º., 3º., 4º. E 5º);
Prerrogativa de foro – (art. 53, par. 1º.)
Isenção do dever de testemunhar – (art. 53, par. 6º.);
Serviço militar – (art. 53, par. 7º., c/c 143);
Imunidades durante estado de sítio – (art. 53, par. 8º.);
Incompatibilidades – (art. 54)
Comissões Parlamentares de Inquérito
O art. 58, § 3.°, da Constituição Federal, previu que as comissões parlamentares de inquérito terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais.
CASO 1 – Tema: Comissão Parlamentar de Inquérito
Uma Comissão Parlamentar Inquérito foi instalada pela Câmara dos Deputados para apurar o envolvimento de parlamentares da Casa em esquema de recebimento de propina em troca de emendas ao orçamento da União, para a realização de obras superfaturadas. Diante de indícios de que o presidente da construtora beneficiada pelas emendas parlamentares estaria na iminência de alienar bens imóveis adquiridos com verbas públicas desviadas, a referida comissão deliberou no sentido de expedir decreto de indisponibilidade de bens do investigado. Considerando a jurisprudência do STF acerca dos limites ao poder de investigação parlamentar, a decretação da indisponibilidade de bens encontraria amparo constitucional? 
CASO 2 – Tema: CPI, Direitos Fundamentais e Relatividade
Antonio impetra mandado de segurança, contra ato senhor Presidente de CPI que determinou a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico, e ordenou busca e apreensão em sua casa e escritório. A medida atacada destinava-se a apurar fatos do conhecimento do Senado Federal, veiculados pela imprensa nacional, envolvendo a prática de ilícitos praticados pelo impetrante junto às instituições financeiras, sociedades de crédito, financiamento e investimento que constituem o Sistema Financeiro Nacional.
 O impetrante alega ser apenas advogado e não exercer qualquer cargo de direção, de gestão ou de administração na empresa Ouro Verde S/A, empresa investigada pela CPI. Alega, ainda, escudado nos artigos 5º, inciso X, e 133, da Constituição Federal de 1988, assim como no artigo 7º, inciso II, da Lei 8.906/94, que o ato impugnado é ilegal.
As questões a serem enfrentadas no presente caso são as seguintes:
	a) Têm as CPI poderes para determinar a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do impetrante, ou seria o ato ilegal à luz dos dispositivos legais mencionados na defesa?
	b) Com relação a ordem de busca e apreensões domiciliares, seria o ato legal por ter sido efetivado no escritório do impetrante, e não na sua residência, não havendo contrariedade ao inciso XI, do art. 5º, da Constituição federal de 1988?
	c) A ordem de busca e apreensões cumprida no escritório do impetrante contrariaria o disposto no artigo 133, da Constituição Federal de 1988?
SEMANA 6
Processo Legislativo Ordinário - Conceito
Processo legislativo é o conjunto de disposições que disciplinam o procedimento a ser observado pelos órgãos competentes na elaboração das espécies normativas (art. 59 da CF).
A não obediência às disposições sobre o processo legislativo constitucionalmente previstas acarretará inconstitucionalidade.
Espécies
Processo ou procedimento legislativo ordinário ou comum: É aquele que se destina à elaboração da lei ordinária.
Nota Importante: Os princípios do processo legislativo federal se aplicam ao processo legislativo estadual ou municipal (princípio da simetria do processo legislativo).
Processo ou procedimento sumário: Diferencia-se do ordinário apenas pelo fato de existir prazo para o Congresso Nacional deliberar sobre determinado assunto.
Processo ou procedimento especial: É aquele que se destina à elaboração das leis complementares, leis delegadas, medidas provisórias, decretos-legislativos, resoluções e leis financeiras.
Importante
Entre uma lei ordinária e uma lei complementar, em relação ao procedimento, só há diferença quanto ao número de votos para aprovação. Sendo exigido maioria relativa para a lei ordinária e maioria absoluta para a lei complementar.
Na maioria absoluta, leva-se em consideração o total dos membros da Casa e na maioria relativa, os presentes na reunião ou sessão.
Maioria é o número inteiro imediatamente superior à metade, se ela for fracionada, ou é a unidade imediatamente superior a metade, se ela não for fracionada.
Quando o Congresso Nacional vota uma emenda constitucional, não está no exercício de um poder legislativo, mas sim de um poder constitucional (Poder Constituinte Derivado Reformador)
 Conceito de lei
A lei é ato escrito, primário (tem fundamento direto na Constituição Federal), geral (destina-se a todos), abstrato (não regula uma situação concreta) e complexo (exige fusão de duas vontades para se aperfeiçoar e produzir efeitos). 
Eventualmente pode haver lei sem a vontade do Poder Executivo, mas nunca pode existir lei sem a vontade do Poder legislativo.
Fases do processo legislativo ordinário
Fase introdutória (iniciativa): Trata do poder de iniciativa.
Fase constitutiva: Trata da deliberação parlamentar e da deliberação executiva.
Fase complementar (integradora): Trata da promulgação e publicação da lei.
 
Iniciativa
Iniciativa é a faculdade conferida a alguém ou a algum órgão para apresentar um projeto de lei. Da início ao processo legislativo.
Só pode exercer a iniciativa quem tem poder de iniciativa, pois caso contrário haverá um vício de iniciativa, uma inconstitucionalidade formal. 
Hipóteses de iniciativa 
Art. 61 da CRFB/88
Iniciativa geral
Iniciativa parlamentar
Iniciativa extraparlamentar 
Iniciativa concorrente
Iniciativa exclusiva
Iniciativa popular
Iniciativa geral (art. 61 da CF): 
	A iniciativa de leis ordinárias e complementares cabe: Qualquer membro da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional; Presidente da República; Supremo Tribunal Federal; Tribunais Superiores (STJ, TSE, STM e TST); Procurador-Geral da República e aos Cidadãos.
Iniciativa parlamentar: 
	A apresentação do projeto de lei cabe aos membros do Congresso Nacional (Senadores e Deputados Federais).
Iniciativa extraparlamentar:
	A apresentação do projeto de lei cabe ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Ministério Público e aos cidadãos.
Iniciativa do STF: Estatuto da Magistratura (art. 93 da CF).
Iniciativa do STF, Tribunais Superiores e Tribunais de justiça: Propor ao Poder Legislativo, respectivo, observado o art. 169 da CF:
A alteração do número de membros dos tribunais inferiores (art. 96, II, “a” da CF).
A criação ou extinção dos Tribunais inferiores (art. 96, II, “c” da CF).
A alteração da organização e da divisão judiciárias (art. 96, II, “d’ da CF).
estatuto de cada Ministério Público...” (art. 128, §5º da CF). 
A criação e a extinção de cargos e remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver (art. 96, II, “b” da CF). A fixação do subsídio dos Ministros do STF será feita por lei ordinária de iniciativa do Presidente do STF.
Iniciativa do Ministério Público:
Propor ao Legislativo, observado o artigo 169 da Constituição, a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, promovendo-ospor concurso público de provas ou provas e títulos; a política remuneratória e os planos de carreira (art. 127, §2º da CF). A lei disporá sobre sua organização e funcionamento.
Iniciativa concorrente do MP (Procurador-Geral da República) e do Presidente da República: Projeto de lei sobre a organização do Ministério Público da União.
 “Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público...” (art. 128, §5º da CF). 
Iniciativa concorrente: 
	A apresentação do projeto de lei é de competência de vários legitimados. Ex: Iniciativa de leis ordinárias e complementares.
Iniciativa exclusiva (reservada ou privativa): 
	A apresentação do projeto de lei pertencente a um só legitimado, sob pena de configurar vício de iniciativa formal, caracterizador de inconstitucionalidade. Quando se reserva a matéria a alguém, não é de mais ninguém. Leis de iniciativa do Presidente da República: (art. 61, §1º, I, a da CF).
Lei de iniciativa do Poder Executivo:
Plano plurianual (art. 165, I da CF).
Diretrizes orçamentárias (art. 165, II da CF).
Orçamentos anuais (art. 165, III da CF).
Iniciativa conjunta: 
	A apresentação do projeto de lei depende da concordância de mais de uma pessoa. 
Iniciativa popular:	
	Pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, 1% do eleitorado nacional, distribuído por pelo menos 5 Estados, com não menos de 3/10% (três décimos por cento) dos eleitores em cada um deles (art. 61, §2º da CF). 
Requisito numérico: no mínimo, 1% do eleitorado nacional;
Requisito espacial: eleitorado distribuído por pelo menos 5 Estados;
Requisito interno: com não menos de 3/10%(três décimos por cento) dos eleitores em cada um deles.
Fase Constitutiva
A Fase constitutiva é composta da deliberação parlamentar e da deliberação executiva. 
A Fase constitutiva é composta da deliberação parlamentar e da deliberação executiva.
Deliberação Parlamentar: 
	O projeto de lei é apreciado nas duas casas do Congresso Nacional (Casa Iniciadora e Revisora), separadamente, e em um turno de discussão e votação (no plenário), necessitando de maioria relativa em cada uma delas. 
Casa iniciadora: O projeto de lei apresentado por um Senador tem início no Senado, já aquele apresentado por um Deputado ou pelo Presidente da República ou pelo Supremo Tribunal Federal etc, tem inicio na Câmara dos Deputados. A Câmara dos Deputados é a porta de entrada da iniciativa extraparlamentar (art. 64 da CF).
Comissões: O projeto de lei primeiramente será apreciado na Comissão de Constituição e Justiça e depois nas Comissões temáticas, que emitirão pareceres. Se o processo for multidisciplinar, passará por várias comissões temáticas.
As comissões, além de discutirem e emitirem parecer, poderão aprovar projetos, desde que, na forma do regimento interno da casa, haja dispensa do Plenário e não haja interposição de recurso de um décimo dos membros da casa (art. 58, §2º, I da CF). Trata-se de delegação “interna corporis”.
Nota: A Comissão de Constituição e Justiça pode fazer um controle preventivo de constitucionalidade. Se achar que é caso de inconstitucionalidade, remete o projeto ao arquivo.
Votação: Após discussão e parecer, o projeto será enviado ao plenário da Casa para um turno de discussão e votação. Encerrada a discussão passa-se à votação.
É preciso maioria absoluta para instalar a sessão validamente e maioria simples para votação de uma lei ordinária (art. 47 da CF). O referente para instalar é fixo, pois leva em consideração o número de colegiados (257 deputados). Já o referente para deliberar não é fixo, pois depende do número de presentes. Se o projeto fosse de lei complementar, seria necessário maioria absoluta para instalar e maioria absoluta para deliberar.
Casa Revisora: O projeto de lei terá o mesmo curso da Casa iniciadora, isto é, passa primeiramente pelas Comissões e depois vai ao plenário para um turno de discussão e votação. É necessário maioria absoluta para instalar e maioria simples para deliberar.
A Casa Revisora poderá aprovar, rejeitar ou emendar o projeto de lei (art. 65 da CF).
Aprovar: O projeto de lei aprovado no Legislativo seguirá para sanção ou veto do Executivo (art. 66 da CF).
Rejeitar: O projeto de lei será arquivado. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo projeto, na próxima sessão legislativa, salvo proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional (art. 67 da CF).
Emendar: Somente as emendas voltam para a Casa Iniciadora, sendo vedada a apresentação de subemendas (art. 65, parágrafo único da CF).
Emendas
As emendas podem ser aditivas (acrescentam alguma disposição no projeto), supressivas (suprimem alguma disposição no projeto), modificativas (não alteram a substância da proposição, mas sim um aspecto acessório), substitutivas (alteram a essência da proposição), aglutinativas (resultam da fusão de diversas emendas entre si ou com o texto) ou de redação (sanam algum vício de linguagem, incorreção de técnica legislativa ou lapso manifesto). A proposta de emenda que alcança todo o projeto é chamado no direito parlamentar de substitutivo.
 
O poder de emenda é inerente à função legislativa, salvo em determinados casos. Ex: Não é possível aumentar a despesa prevista no projeto de iniciativa exclusiva do Presidente da República (art. 63, I da CF); Não é possível aumentar despesas nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da Câmara dos deputados, do Senado Federal, dos Tribunais Federais e do Ministério Público (art. 63, II da CF).
A emenda que determina o retorno à casa de origem é aquela que de alguma forma modifique o sentido jurídico da proposição, pois se não modificar, não precisa voltar. Ex: correção de português não precisa voltar.
Se a Casa Iniciadora concordar com a emenda: O projeto será encaminhado para o autógrafo (reprodução do trâmite legislativo e o conteúdo final do projeto aprovado ou emendado) e depois segue para o Presidente da República.
Se houver divergência: Prevalecerá a vontade de quem fez a deliberação principal (princípio da primazia da deliberação principal). O projeto segue para o Presidente com a redação da Casa Iniciadora.
Deliberação executiva
O Presidente recebe o projeto de lei aprovado no Congresso Nacional com ou sem emendas, para que sancione ou vete.
Sanção: É a manifestação concordante do Chefe do Poder Executivo, que transforma o projeto de lei em lei. Pode ser expressa ou tácita, mas sempre motivada.
A sanção subseqüente pelo Chefe do Poder Executivo não convalida vício de iniciativa, pois o ato é nulo e o que é nulo não pode ser convalidado.
Veto: É a manifestação discordante do Chefe do Poder Executivo que impede ao menos transitoriamente a transformação do projeto de lei em lei. O veto é irretratável.  Características do veto:
O veto tem que ser expresso: O veto tem que ser manifestado no prazo de 15 dias do recebimento, pois o silêncio do Presidente da República importará em sanção (art. 66, §3º da CF). Assim, não existe veto tácito no Brasil.
Inicia-se a contagem, excluindo o dia do início e incluindo o dia do vencimento. Também são excluídos os sábados, domingos e feriados, pois a contagem leva em conta os dias úteis.
O veto tem que ser motivado: O veto pode ser político e/ou jurídico. Jurídico quando o projeto for inconstitucional (controle preventivo de constitucionalidade) e político quando o projeto for contrário ao interesse público. O veto sem motivação expressa produzirá os mesmos efeitos da sanção.
O veto tem que ser formalizado: Os motivos do veto têm que ser comunicados em 48 horas ao Presidente do Senado (art. 66, §1º da CF). Diz-se que o veto é ato composto, pois não basta a motivação, precisa ainda de comunicação. A partir da formalização, o veto torna-se irretratável.
O Veto é sempre supressivo: O Presidente da República nãopode acrescentar nada ao projeto. Só pode retirar.
Veto total: No veto total, o Presidente da República discorda sobre todo o projeto.
Veto parcial: No veto parcial, o Presidente da República discorda sobre parte do projeto. O veto parcial abrange somente texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou alínea. Não podendo assim incidir sobre palavras (art. 66, §2º da CF).
Havendo veto parcial, somente a parte vetada é devolvida ao Congresso Nacional, as demais serão sancionadas e seguirão para promulgação e publicação. Assim, se houve veto parcial é porque a lei foi sancionada, senão o veto teria sido total.
O veto parcial que incidir sobre a vigência importa em “vacatio legis” de 45 dias (art. 1º da LICC). Se o Congresso Nacional rejeitar o veto parcial, só haverá conseqüência jurídica se anterior aos 45 dias.
O Veto é superável ou relativo: O veto não é absoluto, é superável pela votação no Congresso Nacional em sessão conjunta (art. 57, IV da CF). O Congresso Nacional tem o prazo de 30 dias corríveis, a contar do recebimento do veto, para apreciá-lo (art. 66, §4º da CF).
Se escoar os 30 dias sem deliberação: O veto será colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação final. A pauta será obstruída (art. 66, §6º da CF).
Se o veto for mantido: o projeto estará arquivado. 
Rejeição do veto: Por maioria absoluta dos Deputados e Senadores, em escrutínio secreto. São necessários 257 votos dos deputados e 41 votos dos senadores.
“Se o veto não for mantido, será o projeto enviado para promulgação, ao Presidente da República” (art. 66, §5º da CF). Há um erro de técnica legislativa neste dispositivo, pois a rejeição do veto importa na transformação do projeto de lei em lei. Assim, a “lei” que segue para a promulgação e não o “projeto”.
Se for rejeitado o veto parcial, será transformado em lei. Será promulgado e publicado como parte da lei que antes fazia parte. Assim, uma lei no Brasil pode ter dispositivos que entram em vigor em uma data e outros que entram em outra.
Fase complementar
A Fase final é dividida entre a promulgação e a publicação.
Promulgação: 
É um atestado da existência válida da lei e de sua executoriedade. Em regra é o Presidente da República que verifica se a lei foi regularmente elaborada e depois atesta que a ordem jurídica está sendo inovada, estando a lei apta a produzir efeitos no mundo jurídico. A presunção de validade das leis decorre da promulgação.
O que se promulga é a lei e não o projeto de lei. Este já se transformou em lei com a sanção presidencial ou com a derrubada do veto no Congresso Nacional.
Cabe ao Presidente da República promulgar a lei, ainda que haja rejeição do veto. O veto rejeitado tem necessidade de ser promulgado. Assim, podemos ter uma lei sem sanção, mas nunca uma lei sem promulgação.
Quando está escrito no texto “eu sanciono”, implicitamente traz a promulgação. A promulgação é implícita na sanção expressa. No caso da rejeição do veto, como não houve sanção estará escrito no texto “eu promulgo”. Na emenda constitucional, não há sanção ou veto, mas há promulgação pelas mesas da Câmara e do Senado.
Se o Presidente não promulgar em 48 horas, o Presidente do Senado a promulgará e, se este não fizer em igual prazo, caberá ao Vice Presidente do Senado fazê-lo (art. 66, §7º da CF). Isto pode ocorrer na sanção tácita e na rejeição do veto, mas nunca na sanção expressa, pois a promulgação está implícita.
Publicação: 
	É o ato através do qual se dá conhecimento à coletividade da existência da lei. Consiste na inserção do texto promulgado na Imprensa Oficial como condição de vigência e eficácia da lei. É a fase que encerra o processo legislativo.
A promulgação confere à lei uma executoriedade. A esta tem que se somar uma notoriedade que decorre da publicação. Esta notoriedade é ficta, assim presume-se que as pessoas conheçam a lei.
Em regra geral, a lei começa a vigorar em todo País 45 dias depois de oficialmente publicada, salvo disposição em contrário. Nos Estados estrangeiros, entra em vigor 3 meses após a publicação (art. 1º e §1º da LICC). Porém, a lei pode estabelecer a data de início de vigência.
Entrada em vigor
Segundo a Lei complementar 95/98, alterada pela Lei complementar 107/01, a lei não pode entrar em vigor na data da sua publicação, salvo se de pouca importância. Para muitos doutrinadores, tal disposição é inconstitucional, visto que as funções legislativas estão expostas na Constituição Federal e não poderiam ser ampliadas por meio de uma lei complementar.
“Vacatio Legis”
Todas leis importantes devem ter uma “vacatio legis”, isto é a eficácia deve ser protraída para uma data futura para que as pessoas tomem conhecimento da lei.
A publicação é feita por quem promulga. Se existir omissão deliberada dolosa da publicação pelo Chefe do Poder Executivo, haverá crime de responsabilidade (Lei 1079/50 e Decreto-lei 201/67).
Procedimento abreviado ou sumário
Cabimento do procedimento sumário: 
O procedimento sumário, também chamado de procedimento de 100 dias, tem cabimento para os projetos de iniciativa do Presidente da República, mas não precisa ser de iniciativa reservada (art. 64, §1º da CF).
Atos de outorga ou renovação de concessão, permissão ou autorização para serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens, são projetos que tramitam sob regime de urgência (art. 223, §1º da CF).
Este procedimento não se confunde com as outras formas de tramitação rápida previstas no regimento interno ("urgência urgentíssima" é matéria de regimento interno).
Procedimento: 
Projeto ingressa pela Câmara dos Deputados: A Câmara tem o prazo de 45 dias para aprová-lo ou rejeitá-lo. 
Rejeitar: O projeto estará arquivado.
Se silenciar: O projeto obstará a pauta da Câmara até que decida sobre a aprovação do projeto. - As medidas provisórias não ficam obstruídas, mas as demais deliberações sim.
Se aprovar: O projeto será encaminhado ao Senado.
Aprovado na Câmara, o projeto vai ao Senado, que também terá 45 dias para aprovar, rejeitar ou apresentar emendas:
Rejeitar: O projeto estará arquivado.
Silenciar: O projeto obstará a pauta do Senado até que decida sobre a aprovação do projeto. As medidas provisórias não ficam obstruídas, mas as demais deliberações sim.
Emendar: O projeto voltará para a Câmara dos Deputados, que terá prazo de 10 dias para apreciá-la, totalizando 100 dias (art. 64, §3º da CF). 
Aprovar: Segue o procedimento ordinário.
OBS: Os prazos não correm no período de recesso (ficam suspensos) e nem se aplicam às matérias de Código (art. 64, §4º da CF).
SEMANA 6 – CONTINUAÇÃO
Espécies normativas
Emendas à Constituição (art. 59, I da CF): Já foram estudadas no tópico Poder Constituinte.
Leis complementares (art. 59, II da CF).
Leis ordinárias (art. 59, III da CF).
Leis delegadas (art. 59, IV da CF).
Medidas Provisórias (art. 59, V da CF).
Decretos legislativos (art. 59, VI da CF).
Resoluções (art. 59, VII da CF).
Lei complementar
Conceito
É a espécie normativa utilizada nas matérias expressamente previstas na Constituição Federal. As hipóteses de regulamentação da Constituição por meio de lei complementar foram taxativamente previstas na Constituição Federal.  
Quando o constituinte quer se referir a uma lei complementar, traz no texto a expressão “lei complementar”. Ex: Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis (art. 59, parágrafo único da CF).  
Procedimento 
O procedimento da lei complementar é o mesmo da lei ordinária, diferenciando-se apenas quanto ao quórum para aprovação.
Quórum
As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta de seus membros (art. 69 da CF). Maioria absoluta refere-se aos membros integrantes da casa.
Se lei ordinária tratar de matéria reservada a lei complementar, haverá uma inconstitucionalidade formal. Entretanto, se uma lei complementar tratar de matéria reservada a lei ordinária não haverá invalidade, sendo apenas considerada como lei ordinária.
Lei ordinária
Conceito:
É a

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