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www.pneumoatual.com.br SARS Autor(es) Edimar Pedrosa Gomes1 Abr-2008 1 - O que é SARS? SARS é uma sigla em inglês que significa síndrome respiratória aguda grave (severe acute respiratory syndrome), usada para descrever um conjunto de sinais e sintomas de um quadro pneumônico atípico, rapidamente progressivo, de causa inicialmente desconhecida. No Brasil, este quadro ficou conhecido também como "pneumonia asiática". 2 - Qual a causa da SARS? As investigações iniciais apontavam para um agente possivelmente viral, devido principalmente à não resposta aos antibióticos, culturas bacterianas negativas e ausência de evidência de invasão histopatológica bacteriana. O agente foi identificado pelo CDC (Centers for Desease Control), como um novo coronavírus, cultivado inicialmente em culturas Vero E6 e detectado em seguida por imunofluorescência indireta, PCR e microscopia eletrônica. 3 - Existem reservatórios do vírus da SARS na natureza? Durante a epidemia, uma série de animais foram sacrificados, principalmente felinos e outras espécies semelhantes, por serem portadores de coronavírus que poderiam estar envolvidos na SARS, o que não foi confirmado. Posteriormente, dois estudos genéticos revelaram uma semelhança de 88% a 92% entre o vírus da SARS e um coronavírus encontrado em morcegos chineses. Esta semelhança aumenta a probabilidade destes animais serem reservatórios desta doença. 4 - Como surgiu a SARS? No final do ano de 2002, na província de Guangdong, na China, 305 casos de pneumonia atípica grave, com alto índice de contaminação de familiares e profissionais de saúde, foram relatados, sendo o agente etiológico desconhecido. Um nefrologista de Guangdong que viajou para Hong Kong poderia ser o responsável pela disseminação do vírus pelo continente asiático, tendo evoluído com insuficiência respiratória grave e morte no hospital de Hong Kong. Entre novembro de 2002 e fevereiro de 2003, 792 casos foram notificados nesta província chinesa. Em fevereiro de 2003, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) publicou 10 casos considerados epidemiologicamente definidores da síndrome respiratória aguda grave. Todos estes pacientes formavam uma rede de contatos que demonstrava que a doença poderia ser transmitida por contato direto e/ou fômites. Em março de 2003, a Organização Mundial da Saúde (OMS) dava o alerta mundial da nova epidemia que já atingia toda a China. Ao final do mesmo ano, um total de 8.422 casos com 916 mortes já haviam sido confirmados, atingindo 29 diferentes países na Ásia, Europa e América do Norte. A maior parte dos pacientes eram adultos, com poucos casos em pessoas com menos de 15 anos de idade, sendo nenhum fatal entre as crianças. 5 - Qual a situação atual da SARS no mundo? Atualmente não há casos de transmissão da SARS no mundo. Os últimos casos de infecção pelo vírus SARS-CoV foram notificados na China, em abril de 2004. Os últimos casos relatados foram os de um aluno de pós-graduação do National Institute of Virology, sua mãe (que faleceu da doença) e mais sete contactantes que adquiriram a doença. 6 - Qual a letalidade da SARS? A letalidade da SARS chegou a 11% durante a epidemia. Os idosos com mais de 60 anos apresentaram uma letalidade que chegou a 43%. 7 - O que são os coronavírus? Os coronavírus são vírus RNA que apresentam um halo ou coroa (corona) quando vistos no microscópio eletrônico. Pertencem à família Coronaviridae (gêneros Tonovírus e Coronavírus). São causadores de doenças de vias aéreas superiores de leve a moderada intensidade em humanos (resfriados e pneumonias em idosos e neonatos). Nos animais, os coronavírus são 1 Médico do Serviço de Pneumologia do Hospital Universitário da UFJF. www.pneumoatual.com.br causadores de doenças respiratórias, gastrointestinais, hepática e neurológica (gatos, cães, porcos, camundongos e aves). A forma de vírus responsável pela SARS, chamado de SARS- CoV, não pertence a nenhum dos gêneros previamente reconhecidos dessa família. 8 - Quanto tempo os coronavírus sobrevivem no meio ambiente? Os vírus encapsulados como os coronavírus não sobrevivem longo tempo no meio ambiente (em torno de 3 horas). No entanto, o novo coronavírus causador da SARS foi encontrado viável no meio ambiente em espécimes secos e líquidos até após 24 horas. 9 - Qual o período de incubação da doença? Em média 10 dias de período de incubação. Os casos relatados variaram de 2 a 12 dias. 10 - Como se dá a transmissão do vírus? A forma primária de transmissão do vírus ocorre pelo contato próximo de pessoas infectadas com sadios. O contato próximo é definido como pessoas que vivem na mesma casa ou alguém que está cuidando de um paciente com SARS, não incluindo andar na rua ou sentar em uma sala de espera por um curto período de tempo. Formas potenciais de contaminação incluem tocar a pele ou objetos de outra pessoa que estejam contaminados com gotículas infectadas com o vírus e em seguida tocar os olhos, nariz ou boca. O mesmo pode ocorrer quando alguém tosse ou espirra em locais fechados ou próximo da face de outra pessoa sadia. Apesar de água e esgoto serem sugeridos como formas de propagação do vírus, durante a epidemia, as principais formas de propagação foram pelo ar e por fômites. 11 - Por qual período o paciente pode transmitir a SARS? Acredita-se que assim que o paciente inicia com febre e tosse, ele começa a transmitir a doença. No entanto, quanto tempo depois de iniciado os sintomas o paciente continua a transmitir o vírus é um dado desconhecido. 12 - Quais os sinais e sintomas da SARS? Os sintomas mais comuns descritos nos casos de SARS foram febre (100%), sibilos (73%), mialgias (61%), tosse e cefaléia (50%). Os sintomas habitualmente começam com pródromos como febre (>38º), associado ou não com calafrios, cefaléia, astenia e dores pelo corpo. Algumas pessoas relatam sintomas respiratórios leves no início do quadro, assim como diarréia não associada ao uso de antibióticos. Após 2 a 7 dias do início da febre, surge a tosse seca e/ou dispnéia que pode progredir para insuficiência respiratória. Em 10% a 20% dos casos será necessário o uso de suporte ventilatório mecânico. O pico da viremia ocorre em torno do décimo dia de infecção e pode estar associado a envolvimento de múltiplos órgãos. Em casos fatais, o vírus foi encontrado em pulmões, ossos, fígado e rins. No exame físico torácico, é comum o encontro de estertores e macicez à percussão. Alterações cardiovasculares, neurológicas e abdominais não foram relatadas. 13 - Quais as características radiológicas da SARS? Os padrões radiológicos variam do normal a infiltrados difusos intersticiais semelhantes à síndrome do desconforto respiratório do adulto (SDRA). Infiltrados intersticiais bilaterais são comuns, mas áreas de consolidação são descritas. Em alguns casos, a radiologia pode ser normal durante toda a evolução da doença. A tomografia também demonstra áreas de consolidação difusa associadas a áreas normais e de vidro fosco ou intersticial reticulonodular (principalmente no início dos sintomas respiratórios). Foram descritos a presença de broncograma aéreo à tomografia é comum, assim como consolidações subpleurais, formação de cistos em casos de doença avançada, pneumotórax e pneumomediastino. Exemplos de casos clínicos de SARS podem ser encontrados no site: http://www.droid.cuhk.edu.hk/web/atypical_pneumonia/atypical_pneumonia.htm 14 - Quais as alterações laboratoriais da SARS? Pacientes com SARS apresentam leucograma normal ou com discreta leucopenia, porém com freqüente linfopenia de células T. Outras alterações laboratoriais incluem trombocitopenia, aumento de enzimas hepáticas e creatinina, além de elevações de LDH. 15 - Quais os exames devem ser pedidos em caso de suspeita de SARS? Inicialmente os exames diagnósticos devem incluir: radiografia de tórax, hemocultura, coloração do escarro com Grame cultura e testes para patógenos virais, principalmente o www.pneumoatual.com.br influenza A e B e o vírus sincicial respiratório. O teste com antígenos urinários para Legionella e Pneumococo devem ser considerados. Deve-se guardar amostras de sangue, soro e secreções respiratórias até que um diagnóstico definitivo seja feito. Além dos testes que buscam um diagnóstico etiológico, hemograma completo, pesquisa de enzimas hepáticas, creatinina e gasometria arterial poderão ser úteis. Amostras de soro devem ser coletadas na fase aguda e de convalescença da doença (> 21 dias de sintomas) e guardadas para futuras análises. Esta recomendação é válida para os casos que preenchem os critérios definidores da doença. Cuidados com a coleta dos materiais podem ser obtidos no site www.cdc.gov. 16 - Existe algum teste diagnóstico que defina a doença? Testes ELISA anti-IgG podem ser utilizados como testes diagnósticos. A grande limitação destes testes está na demora da soroconversão, o que em média ocorre no 20° dia de doença, podendo demorar mais tempo. Isso faz com que sejam limitados durante epidemias com vários casos agudos dependendo de definição etiológica. Os testes com PCR, apesar de mais sensíveis que as culturas de vírus, ainda não possuem sensibilidade suficiente para um diagnóstico precoce. De acordo com a rede de laboratórios da OMS e do CDC, os exames diagnósticos e os espécimes que podem ser coletados estão descritos na tabela 1. Tabela 1. Espécimes e exames diagnósticos pertinentes para SARS Tipo de amostra Método Conservação Tempo de coleta Provável uso Nasofaringe Aspirado: espécime de escolha para vírus respiratórios Frasco estéril Tº +4ºC A qualquer momento da doença. De preferência no início dos sintomas Naso ou orofaringe Swab Frasco estéril na temperatura de + 4ºC Em qualquer tempo do curso da doença. Mais útil no início da doença. Cultura de vírus PCR Microscopia eletrônica Traqueal Aspirado Lavado broncoalveolar Líquido pleural Pleural tap Meio centrifugado: células fixadas em formalina. Fluído em frasco estéril guardado em gelo. Células fixadas ou congelada. Quando clinicamente apropiado: paciente intubado com doença severa ou líquido pleural presente. No início da doença ou no quadro mais avançado Culturas padrões. Cultura viral. PCR Microscopia eletrônica Imunofluorescência ou biologia molecular Urina Coletor estéril 2 a 3 ml centrifugados Fase aguda Detecão de antígeno Cultura de vírus PCR Fezes 10-50 ml em um coletor em gelo. A qualquer tempo. Melhor colher em torno do 10º dia Cultura de vírus PCR Microscopia eletrônica Conjuntiva Swab Frasco de transporte de virus em gelo Assim que possível Cultura de vírus PCR Microscopia eletrônica www.pneumoatual.com.br Tipo de amostra Método Conservação Tempo de coleta Provável uso Soro Em gelo ou congelado Agudo: assim que possível (> 7 dias) Convalescente: depois de 3-4 semanas Detecção de anticorpos específicos (IgM, IgA e aumento de títulos de IgG) Sangue Frasco de hemocultura Cultura padrão, PCR Tecido (biópsia e autópsia Pulmão e vias aéreas superiores Frasco de transporte com meio para vírus ou salina. –70º Microscopia eletrônica Imunofluorescência, Biologia molecular . Órgãos Fixado em formalina ou parafina. Microscopia eletrônica Adaptado de www.who.int/csr/sars/en 17 - Quais as alterações anátomo-patológicas na SARS? Os casos de biópsias pulmonares evidenciaram dano alveolar difuso. Os casos de necropsia mostraram edema alveolar com focos de hemorragia e formação de membrana hialina. Ocorre descamação de pneumócitos, com poucas células inflamatórias livres nos alvéolos. Existem focos de tecido mixóide fribroblástico e pneumonia em organização com espessamento dos septos alveolares. Não são encontradas áreas de necrose, inclusões virais, de fungos ou de bactérias. 18 - Quais os critérios diagnósticos de SARS da OMS? Caso suspeito Paciente que apresente: • febre > 38ºC e • tosse ou dificuldade respiratória; • contato com caso diagnosticado como SARS ou história de viagem ou residência em área de transmissão da SARS num período de 10 dias do início dos sintomas. Caso provável Um caso suspeito que apresente: • radiografia de tórax com pneumonia ou achados sugestivos de síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) ou • exame laboratorial positivo para vírus da SARS ou • caso suspeito com insuficiência respiratória evoluindo para morte com autópsia demonstrando SDRA de causa indeterminada. 19 - Quais os critérios diagnósticos da SARS do CDC? Os critérios diagnósticos da SARS do CDC buscam definir e classificar a doença, buscando critérios clínicos, epidemiológicos e laboratoriais. Critérios clínicos: • No início da doença a presença de dois ou mais dos seguintes sintomas: febre, sibilos, câimbras, mialgia, cefaléia, diarréia, odinofagia ou rinorréia. • Sintomas de doença respiratória leve a moderada: temperatura maior que 38ºC e um ou mais sintomas respiratórios como tosse, dispnéia, dificuldade respiratória ou hipóxia. • Sintomas de doença respiratória grave: os mesmos da doença respiratória leve a moderada mais um ou mais dos seguintes: síndrome do desconforto respiratório, autópsia com achados consistente com SDRA de causa não definida. www.pneumoatual.com.br Critérios epidemiológicos: • Possível exposição ao vírus da SARS: viagem a local de casos suspeitos de SARS ou casos domésticos documentados de SARS nos últimos 10 dias antes do início dos sintomas ou contato com paciente com sintomas respiratórios e que tenha contato com áreas de transmissão da doença. • Provável exposição ao vírus da SARS: 10 dias antes do sintomas, contato próximo com pessoa com SARS confirmada ou com sintomas respiratórios cuja cadeia de transmissão leve a um caso confirmado de SARS. Critérios laboratoriais: • Detecção de anticorpos para SARS-CoV por um teste validado pelo CDC ou • Isolamento do vírus SARS-CoV em cultura de células de um espécime clínico ou • Detecção do RNA do vírus SARS-CoV por RT-PCR validado pelo CDC ou com confirmação subseqüente em um laboratório de referência. Critérios de exclusão: • Um diagnóstico alternativo explica a doença ou • Ausência de anticorpos SARS-CoV em soro de paciente convalescente obtido após 28 dias do início dos sintomas ou • O caso reportado é baseado em uma exposição a um paciente que não teve critérios epidemiológicos ou laboratoriais para confirmação como SARS. 20 - Como é a classificação dos casos de SARS pelo CDC? Baseado nos critérios diagnósticos, o CDC classifica os pacientes em: SARS RUI – relatos de pessoas de áreas onde a SARS não é conhecidamente ativa. • SARS RUI-1: casos compatíveis com SARS em grupos provavelmente infectados com SARS-CoV se o SARS-CoV é introduzido por uma pessoa sem ligações epidemiológicas claras com casos conhecidos ou lugares com casos conhecidos. • SARS RUI – 2: casos que preenchem os critérios clínicos para doença leve a moderada e os critérios epidemiológicos de possível exposição. • SARS RUI – 3: casos preenchendo os critérios para doença grave e critérios epidemiológicos de possível exposição. • SARS RUI – 4: casos preenchendo os critérios para sintomas iniciais ou doença leve a moderada e critérios epidemiológicos para exposição provável. SARS CoV • Provável caso de SARS-CoV doença: preenche os critérios para doença respiratória severa e critérios epidemiológicos de exposição provável. • Caso confirmado de SARS-CoV: doença clinicamente compatível e confirmada laboratorialmente. 21 - Qual o tratamento para pacientes com SARS? O CDC recomenda que o paciente suspeito de estar desenvolvendo a síndrome receba o mesmo tratamento que seria usado para qualquerpaciente com pneumonia atípica grave adquirida na comunidade, não esquecendo do suporte ventilatório em caso de insuficiência respiratória aguda. Quanto ao tratamento específico, vários esquemas antivirais foram tentados, incluindo a ribavirina, oseltamivir e lopinavir-ritonavir, porém sem eficácia estabelecida. A ribavirina foi o antiviral mais utilizado nos casos até 2004; no entanto, estudos in vitro não demonstraram atividade contra o vírus da SARS. O uso de corticóides também foi relatado em vários casos, com eficácia também não comprovada. Outros tratamentos como interferom alfacon-1 com corticóides, anticorpos monoclonais e globulinas hiperimunes também foram descritos, mas sem um consenso sobre o uso. www.pneumoatual.com.br 22 - Um paciente que tenha se recuperado da SARS pode ficar doente novamente ou ter uma recaída da doença? Sabe-se apenas que alguns fatores como o próprio vírus, a imunidade do hospedeiro e como a doença é conduzida podem influenciar na evolução e recuperação do paciente. No entanto, os critérios de imunidade, recaída e re-infecção ainda não foram definidos. 23 - Quais as recomendações em caso de viagens para áreas afetadas? Não há no momento nenhuma restrição quanto a áreas afetadas, uma vez que desde 2004 não há mais relato de casos da doença. Em caso de viagens internacionais os sites www.cdc.gov/ncidod/sars/travel.htm e www.cdc.gov/ncidod/sars/exposuremanagement.htm podem ser consultados previamente para atualizações sobre as áreas afetadas e informações úteis paro o caso do viajante entrar em contato com pessoas doentes. 24 - Quais as recomendações para pessoas que tenham contato com pacientes com SARS? O CDC elaborou um fluxograma de condutas nas situações de contato: 25 - Existem métodos de imunização para a SARS? No momento não há vacinas disponíveis para teses em humanos. Estudos prosseguem em animais. A administração de anticorpos monoclonais é uma outra possibilidade de prevenção da doença que ainda permanece em estudos. Estes anticorpos são baseados em anticorpos desenvolvidos em mais de 90 % dos pacientes com SARS e reativos in vitro contra o vírus SARS-CoV. 26 - Leitura recomendada Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Revised U.S. surveillance case definition for severe acute respiratory syndrome (SARS) and update on SARS cases-United States and worldwide, December 2003. MMWR Morb Mortal Wkly Rep 2003;52:1202-1206. Christian MD, Poutanen SM, Loutfy MR et al. Severe acute respiratory syndrome. Clin Infect Dis 2004;38:1420-1427. www.pneumoatual.com.br Hirsch MS. Severe acute respiratory syndrome (SARS). In. Rose DB. Up to date 2008 volume 16.1, 2008. Ksiazek TG, Erdman D, Goldsmith CS et al. A novel coronavírus associated with severe acute respiratory syndrome. N Engl J Med 2003;348:1953-1966. Lim PL, Kurup A, Gopalakrishna G et al. Laboratory-acquired severe acute respiratory syndrome. N Engl J Med 2004;350:1740-1745. Poutanen SM, Low DE, Henry B et al. Identification of severe acute respiratory syndrome in Canada. N Engl J Med 2003;348:1995-2005. Rainer TH, Chan PK, Ip M, et al. The spectrum of severe acute respiratory syndrome- associated coronavirus infection. Ann Intern Med 2004;140:614-619. Tsang KW, Ho PL, Ooi GC et al. A Cluster of Cases of Severe Acute Respiratory Syndrome in Hong Kong. N Engl J Med 2003;348:1977-1985.
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