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METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA Mário Adelmo Varejão-Silva Versão digital 2 – Recife, 2006 181 do infravermelho, 44% na do visível e 4% na do ultravioleta (Lemon, 1965). A energia solar que, num dado instante e local, atinge a superfície terrestre é chamada de radiação global. A radiação global pode ser dividida em duas componentes: - a radiação direta, que provém diretamente do disco solar, quando este se mostra total ou parcialmente visível; e - a radiação difusa, resultante da ação de espalhamento da atmosfera e que atinge o lo- cal considerado após ter sofrido um ou mais desvios. Evidentemente, caso o disco solar esteja oculto, a radiação global que alcança o obser- vador é exclusivamente difusa. Na situação mais comum, porém, ela é a soma das duas contri- buições mencionadas. Atualmente, acredita-se que a energia solar é originada de reações termonucleares, capazes de produzir um núcleo de hélio (partícula alfa) a partir de quatro núcleos de hidrogênio (prótons), usando o carbono e o nitrogênio como elementos intermediários e que são restaura- dos no final da reação (à semelhança de catalizadores). Por isso, a quantidade de carbono e nitrogênio existente no Sol não deve se alterar com o tempo (em decorrência do processo de gênese da energia). Na formação de uma partícula alfa (massa de 6,644x10-24 g) pela união de quatro pró- tons (massa de 4x1,672x10-24 g), verifica-se uma redução de massa de 0,044x10-24 g, a qual foi transformada em energia. Assim, a energia liberada (E) no processo de formação de uma partícula alfa pode ser calculada, empregando-se a conhecida equação de Einstein: E = m c2. (V.6.1) onde m designa a massa e c a velocidade de propagação da luz no vácuo. Vê-se que é produ- zida energia equivalente a 3,96x10-5 ergs por cada núcleo de hélio formado. Mas, como so- mente 0,66% da massa total de quatro prótons se convertem em energia em cada reação, tor- na-se claro que apenas 0,66% da massa total de prótons existente no Sol é passível de tal transformação (Robinson, 1966). As estimativas sugerem que o Sol perde cerca de 4x10-12 g s -1 (ou 5x10 -22 de sua mas- sa total atual por segundo). Se for aceito que a massa de prótons do Sol corresponde a, pelo menos, 50% de sua massa total (Tabela V.4), o que é uma hipótese demasiadamente pessi- mista, suas reservas lhe permitiriam assegurar ao sistema solar o atual fluxo energético por muitos milênios ainda. A reação anteriormente descrita se processa na parte central do Sol, onde a temperatu- ra é estimada em 20x106 graus e a pressão em 109 atmosferas. A partir dali a energia gerada se propagaria até a superfície do Sol (fotosfera), onde a temperatura média é da ordem de 6000 K e a pressão alcança 0,01 at, percorrendo centenas de milhares de quilômetros. Atingin- do a superfície, a energia difunde-se para o espaço como radiação. A fotosfera solar não possui luminosidade uniforme. Apresenta áreas mais brilhantes (mais quentes) disseminadas num fundo de menor brilho (menos aquecido). As porções mais brilhantes da fotosfera são classificadas em grânulos e fáculas. Os grânulos são 40% mais bri
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