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Resumo - Inteligência, inteligências e capacidade de aprendizagem

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Inteligência, inteligências e capacidade de aprendizagem 
 
 Competência cognitiva, capacidade de aprendizagem e rendimento 
escolar nas aproximações clássicas da inteligência: 
 
 A perspectiva diferencial – psicométrica 
 
 A perspectiva diferencial-psicométrica da inteligência centra-se no estudo 
das diferenças individuais no âmbito intelectual e na busca de 
instrumentos para a medida de tais diferenças. Três pontos básicos 
podem ser destacados como fundamento dessa aproximação: 
 
1. A convicção de que a natureza da inteligência pode ser 
analisada pelo estudo das diferenças individuais no rendimento 
demonstrado na realização de determinadas tarefas cognitivas. 
 
2. A utilização de diversas técnicas matemáticas baseadas na 
correlação, como a análise fatorial, para obter informação acerca 
da estrutura das capacidades intelectuais. 
 
3. A adoção de uma aproximação essencialmente pragmática e 
empírica, que parte da coleta de dados a partir da aplicação de 
diversos instrumentos de medida do rendimento intelectual para, 
depois, desenvolver formulações ou modelos teóricos. A 
descrição de instrumentos de medida que permitam a 
quantificação das diferenças de rendimento entre pessoas é, 
portanto, essencial para essa perspectiva. 
 
 Em 1905 Binet e Simon criam a escola métrica da inteligência, que seria 
um instrumento capaz de distinguir os alunos mentalmente atrasados, 
que não podem aproveitar o ensino escolar, daquelas cujas dificuldades 
escolares se devem a outros fatores. Este trabalho será objeto de 
diversas revisões e versões posteriores. 
 
 O trabalho de Binet é de enorme importância na história da perspectiva 
diferencial-psicométrica sobre a inteligência. Em primeiro lugar, mostra 
que é possível medir diretamente traços psicológicos complexos e que 
são esses traços complexos que dão conta das diferenças individuais no 
âmbito intelectual. Em segundo lugar, aponta uma caracterização da 
inteligência como conjunto de faculdades, capacidades ou habilidades 
que inicialmente podem ser estudadas em separado, a fim de, 
posteriormente, compreender sua síntese. 
 
 
 
 A escala de Binet-Simon adota a forma de “idade mental” (EM), a idade 
média a que corresponde a pontuação obtida pela criança na escala. 
Alguns anos mais tarde, em 1912, Stern introduz a noção de “quociente 
intelectual” (QI), como resultado da fórmula “ (idade mental/idade 
cronológica) x 100”, que rapidamente será adotada como unidade padrão 
de comparação do rendimento intelectual e, em última análise, de 
medida de inteligência. Os testes de Binet foram mantidos em sua 
essência como sendo a base de todos os outros testes padronizados de 
inteligência. 
 
 Spearman e Thurstone formularam trabalhos sobre a estrutura das 
capacidades intelectuais: 
 
1. Spearman propôs a ideia de que tais correlações se devem à 
existência de um fator geral (g) comum a todos os testes de 
Inteligência e presente em todas as tarefas intelectuais, que 
atua junto com um fator específico (s), próprio de cada teste 
individual. A proposta reforça a ideia de que os testes de 
inteligência proporcionam, por meio de sua pontuação, uma 
medida unitária e absoluta da capacidade intelectual das 
pessoas. 
 
2. Thurstone identificou um conjunto de sete aptidões primárias 
que constituíam a inteligência (numérica, espacial, 
compreensão verbal, fluidez verbal, velocidade perceptiva, 
memória e raciocínio dedutivo), de maneira que qualquer 
fator geral deve ser entendido como “de segunda ordem”, 
isto é, existindo apenas em virtude das correlações entre as 
aptidões primárias. 
 
 A perspectiva do processamento humano de informação 
 
 O programa de trabalho da perspectiva do processamento humano da 
informação sobre a inteligência fica responsável por responder questões 
que deixaram a desejar na perspectiva diferencial-psicométrica. Em 
particular, procura-se identificar e compreender dessa perspectiva os 
processos cognitivos de seleção, de organização e de processamento 
da informação envolvidos no comportamento inteligente, desenvolvendo 
modelos detalhados do funcionamento intelectual diante de 
determinadas tarefas. A elaboração de modelos processuais das tarefas 
habitualmente utilizadas para avaliar a inteligência passa a constituir, 
assim, o principal objetivo desse enfoque, enquanto que a análise das 
diferenças interindividuais se torna uma preocupação secundária. 
 
 
 
 
 
 
 Um dos procedimentos que responde mais diretamente a tal objetivo é a 
“análise componencial”. Em essência a análise componencial visa 
identificar experimentalmente, mediante estudos de laboratório ou 
programas informáticos de simulação apoiados na análise cognitiva de 
tarefas, os “componentes” ou as unidades elementares de 
processamento da informação envolvidos na resolução de tarefas que 
aparecem habitualmente nos testes de inteligência, como também na 
maneira como tais componentes intervêm na realização das tarefas. 
 
 Usando esse método, Sternberg identifica cinco tipos de componentes 
de acordo com sua função na realização de tarefas: metacomponentes, 
componentes de execução, componentes de aquisição, componentes 
de retenção e componentes de transferência. 
 
 Metacomponentes: são processos de controle utilizados para planejar 
as execuções e a tomada de decisões, suas funções são identificar o 
tipo de problema a resolver, selecionar os componentes de ordem 
inferior para combiná-los adequadamente, selecionar uma ou mais 
representações da informação sobre as quais estes operam, guiar o 
processo para a solução final e decidir o tempo a empregar e o nível de 
exigência e de qualidade na execução. 
 
 Os componentes de execução são os responsáveis diretos pela 
realização dos planos e das decisões ditados pelos metacomponentes. 
 
 Os componentes de aquisição são aqueles envolvidos na aprendizagem 
de novas informações. 
 
 Os componentes de retenção ocupam-se da recuperação de informação 
previamente apreendida. 
 
 Os componentes de transferência são encarregados de passar ou de 
transferir a informação de um contexto situacional a outro. 
 
 Outra estratégia empregada de maneira habitual pelos autores do 
processamento da informação cujos resultados mostraram-se 
relevantes para o estudo da inteligência é o estudo da maneira como os 
que tem experiência em um determinado campo ou domínio resolvem 
as tarefas de tal domínio. Os estudantes que seguiram essa estratégia 
mostram de forma consistente que uma das diferenças básicas entre 
experientes e novatos é que aqueles que dispõem de uma base de 
conhecimento específico mais ampla e, sobretudo, mais bem 
organizada e de mais fácil acesso. As diferenças entre um e outro, 
portanto, não apenas tem a ver com o fato de que os experientes sabem 
mais, como também de que dispõem de melhores estratégias para 
armazenar e recuperar a informação. 
 
 
 
 
 
 As explicações não unitárias da inteligência 
 
 A teoria das inteligências múltiplas 
 
 A teoria das inteligências múltiplas, desenvolvida por Gardner e seus 
colaboradores no transcurso das últimas décadas do século XX, parte de 
uma crítica frontal à concepção unitária e unidimensional da inteligência 
que subjaz aos testes psicométricos tradicionais, assim como à restrição, 
típica das aproximações clássicas do estudo da inteligência e muito 
arraigada no conjunto do pensamento ocidental, do conceito de 
inteligência a um conjunto específico de habilidades, de aptidões ou 
capacidades de caráter essencialmente lógico-matemático. A teoria 
formula uma concepção essencialmente pluralista da mente que 
reconhece muitas facetas distintas na cognição e que postula a 
existência de diferentes tipos de potenciais cognitivos nas pessoas. 
 
 De acordo com tal visão pluralista, a teoria das exigências múltiplas 
sustenta que a competência cognitiva dos seres humanosé mais 
adequadamente descrita em termos de um conjunto de habilidades, de 
talentos ou de capacidades mentais, chamados de “inteligências”. Cada 
uma dessas inteligências é definida como “um potencial biopsicológico 
para processar informação que se pode ativar em um contexto cultural 
concreto para resolver problemas ou criar produtos que tem valor para 
uma cultura”. 
 
 Para identificar essas inteligências, a teoria se apoia em um conjunto 
amplo de informações empíricas procedentes de diferentes fontes: 
conhecimento acerca do desenvolvimento normal e do desenvolvimento 
em indivíduos superdotados, informação acerca da deterioração das 
capacidades cognitivas em condições de lesão cerebral, estudos de 
populações excepcionais, incluindo crianças prodígio, idiot savants e 
autistas, dados acerca da evolução filogenética da cognição, estudos 
sobre a cognição em diferentes culturas, estudos psicométricos, 
incluindo análises de correlação entre testes, estudos psicológicos sobre 
a aprendizagem e a transferência. 
 
 A versão clássica da teoria identifica sete inteligências: musical, cinético-
corporal, lógico-matemático, linguística, espacial, interpessoal e 
intrapessoal. A teoria afirma que todas as pessoas têm essas 
inteligências em algum grau. 
 
 
 
 
 
 A inteligência bem-sucedida 
 
 A Inteligência bem-sucedida, de acordo com Sternberg, é a realmente 
importante na vida, a que se emprega para alcançar objetivos importantes e 
a que apresentam aqueles que tiveram êxito, seja segundos seus padrões 
pessoais, seja segundo os dos demais. Essa inteligência tem pouco a ver 
com a que é medida pelos testes tradicionais e pelas pontuações de QI. 
Tais testes remetem unicamente a uma parte pequena e não muito 
importante de um espectro intelectual muito mais amplo e complexo, e 
medem essencialmente, a inteligência inerte. 
 
 A inteligência bem-sucedida implica três aspectos: um aspecto analítico, um 
aspecto criativo e um aspecto prático. O primeiro é usado para resolver 
problemas, o segundo para decidir que problemas resolver e o terceiro para 
pôr em prática as soluções.

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